Alergias, Rinite, saiba como tratar(Terra)

12/07/2010 10:12

 

Como tratar alergias em crianças

Criado em Seg, 12/07/2010 09h31 
Por Vila Filhos
 

 

Como tratar das alergias em crianças

 

Todo mundo possui barreiras de proteção - ou anticorpos - para tentar diminuir ou impedir a incidência de doenças. E a alergia que muita gente tem nada mais é do que uma resposta de defesa que o organismo manifesta quando acha que encontra um agente ofensivo ao corpo.

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No corpo alérgico ocorre uma superprodução de anticorpos para agressores não tão perigosos assim.

 

A médica Ivani Mancini, pediatra do Fleury Medicina e Saúde, em São Paulo, explica que, nesse tipo de organismo, o exército de células passa a atuar de forma exacerbada, identificando agentes inofensivos como agressores. "A partir daí, passam a produzir anticorpos contra estes agentes". Aí, uma simples poeira no assoalho pode ser identificada como agressor e o corpo passa a reagir como faz com bactérias e vírus. "A partir dessa sensibilização, se houver contato com o agente, os sintomas alérgicos aparecerão".

Diferentemente do que muita gente acha, a alergia é uma doença desenvolvida principalmente por predisposição genética. A probabilidade de uma criança com ambos os pais alérgicos também sofrer desse mal é de aproximadamente 90%. Se apenas um dos pais tiver alergia as chances diminuem para 40% a 50%. E mesmo que nenhum dos pais seja alérgico, as chances de desenvolver alergia ainda existem e são de 15%.

Os agentes causadores de alergias podem ser vários, mas normalmente são inofensivos. "Podem ser de natureza extremamente variada, desde a poeira doméstica e ácaros da poeira até alimentos e medicamentos, passando por fungos, pelos de animais, venenos de insetos e polens de plantas", lista Ivani.

Entre os sintomas mais comuns de alergias estão os respiratórios (espirros, coceira no nariz e nos olhos, coriza e obstrução nasal), os gastrointestinais (vômitos e diarreias), e as dermatológicas (vermelhidão localizada e coceira extrema, que podem aparecer por todo o corpo). Algumas vezes os sintomas podem ser mais graves, embora sejam mais raros. "Existem casos de reações alérgicas que levam a uma grande falta de ar, por edema na glote (região próxima às cordas vocais), podendo chegar a ser fatal se não houver atendimento de urgência", alerta a médica.

Como as alergias são desenvolvidas devido a um fator genético, não há muito que fazer para prevenir que elas aconteçam. Mas as mamães podem tomar algumas medidas para que as reações alérgicas não sejam tão frequentes. Segundo Ivani, a primeira medida é evitar o contato da criança com o agente causador. "Se há alergia a pó, quanto menos depósitos de poeira no quarto, melhor. Ou seja, um quarto sem carpete ou tapetes, sem almofadas e bichos de pelúcia na cama é mais adequado para uma criança alérgica".

Todo cuidado é pouco porque um indivíduo alérgico tem maior facilidade para adquirir viroses respiratórias, por conta da maior facilidade que o vírus tem em aderir à mucosa que reveste vias aéreas. "O acúmulo de secreções que ocorre nas vias aéreas decorrente da manifestação alérgica é ótimo meio para a proliferação de bactérias que colonizam este local. Havendo defesas incipientes, estas bactérias podem provocar infecções comosinusitesotites e pneumonias, entre as mais frequentes", afirma a médica. Além disso, a doença provoca uma maior produção de secreção quando há reação. "Ou seja, os alérgicos têm maior chance de terem viroses e, ao mesmo tempo, complicam muito mais quando são infectados", esclarece Ivani.

Mesmo com todos os cuidados, não se martirize se seu pequeno continuar tendo reações. "Há situações em que é praticamente impossível eliminar o agente desencadeante de alergia por completo, como é o caso dos ácaros, que vivem nos colchões e travesseiros e causam muitos sintomas de alergia respiratória", comenta a especialista. "Nestes casos, além das medidas para se evitar o acúmulo destes microorganismos, pode ser necessária a utilização de medicamentos para o alívio dos sintomas de alergia", completa.

Rinite
Dentre as complicações mais comuns da alergia, a rinite é uma das que mais afeta a qualidade de vida, por conta da obstrução nasal crônica. Para reduzir os incômodos darinite, uma saída é melhorar o ambiente. Isso significa promover boa insolação no quarto, eliminar mofo e umidade, retirar carpetes, tapetes, almofadas e bichos de pelúcia, lavar cortinas a cada quinze dias, utilizar edredons ao invés de cobertores e, no caso de necessitar utilizar cobertores, lavá-los semanalmente. As roupas de lã que forem lavadas e guardadas devem ser mantidas dentro de plásticos fechados, para evitar o acúmulo de pó ao longo do ano. Com as roupas de cama deve-se ter este mesmo cuidado.

Além disso, Ivani ressalta que animais domésticos, principalmente gatos, são grandes desencadeadores de reações alérgicas, por conta dos pelos. Nesse caso, o melhor é evitar ter o bichinho. Como nem sempre é fácil mandar o animalzinho embora, o ideal é evitar sua presença no dormitório, restringindo seu convívio a locais como a cozinha e lavanderia, por exemplo. Fumaça de cigarro, embora não seja um agente causador de alergia, provoca irritações nas vias aéreas, piorando os sintomas. "Se há fumantes em casa, o melhor é que fumem fora, não bastando apenas se isolarem em um ambiente da casa", recomenda.

Dermatite
Além da rinite, outra forma bem comum de manifestação é a chamada dermatite atópica, muito frequente na infância. "Esta doença consiste na inflamação intensa da pele, decorrente da alergia, na grande maioria das vezes a ácaros e leite de vaca", detalha Ivani. "Porém, curiosamente, há indivíduos com dermatite atópica em que não é possível identificar o agente desencadeador da alergia", ressalta.

A dematite atópica costuma aparecer logo nos primeiros meses de vida, frequentemente na região das dobras dos braços e atrás dos joelhos, na face, nas bochechas, no pescoço, nos punhos e na face posterior das coxas. "São lesões avermelhadas e descamativas, que apresentam muita coceira, sendo frequente até o sangramento devido ao ato de coçar, principalmente durante a noite. As crianças com dermatite atópica costumam ter a pele extremamente seca, o que também desencadeia coceira", diz a pediatra.

Para prevenir o desencadeamento dos sintomas, as mamães devem ficar atentas e evitar que seus filhotes entrem em contato com poeira e ácaros. Além disso, todas as medidas para se evitar que a pele resseque são fundamentais - banhos mornos e rápidos, com pouco sabonete somente nas áreas mais sujas, cremes hidratantes no corpo todo após o banho ou até duas vezes ao dia, se necessário.

 

 

Na dermatite atópica, o acompanhamento médico é fundamental, pois é necessário o uso de antibióticos. "A utilização de pomadas com ação antiinflamatória também devem ser restritas à prescrição médica, sendo muito importantes no controle dos sintomas", finaliza Ivani.

Por Tissiane Vicentin (MBPress)

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