Bem-vindo ao Nosso Site

 

Quando a paixão, o ciúme,  e o descontrole emocional foge ao alcance do casal, o relacionamento pode até fugir do controle, ainda mais que, vivem isolados pensando que o envolvimento de outras pessoas podem causar-lhes mais desconforto...

 

Caros Leitores!

Geralmente, cada ser humano tem uma estória pra Contar, e, esta que você irá ler não deixa de ser uma simples estória, talvez sem correção gramatical, escrita por autor iniciante, mas tem objetivo de expor ao leitor uma estória vivida pelo personagem Miguel. Sua infância, sua adolescência, carreira profissional e familiar.

Este Projeto / Livro, será editado por etapas(digitado), dependerá do ritmo do autor, no entanto caso haja interesse em continuar a ler, possa ser acessado semanalmente, ou de acordo com sua preferência.

O autor sempre que possível dedicou a escrever, e seus artigos "O Fogão, Minha Mãe  e as Laranjas", publicado no Jornal Correio Popular de Campinas-SP, Brasil, e "Apoio ao Sr.Lázaro", publicado no Jornal Cromo, de Paulínia-SP,Brasil, em Cartas do Leitor.

Os nomes aqui citados, são mera coincidência.

Este artigo está reconhecido/autenticado dêsde o início de sua escrita no 8o.Tabelionato de Notas de Campinas-SP, EM 05 de Janeiro de 2000, com o sêlo de autenticidade Nº. 691746 QK, e, também aqui neste Website WEBNODE.

Nenhuma parte dêste Projeto/Livro, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quaisquer meios empregados como: Eletrônicos, mecânicos, fotográficos, ou outras gravações quaisquer, sem prévia autorização do autor.

                                             

 

 

  ... Mas existem tambem milhões de pessoas no mundo que gostariam de se expressar suas idéias na Internet e a webnode trouxe uma facilidade para que mesmo pessoas não familiarizada com as técnicas de criação de um site, pode sim desenvolver um trabalho simples, rápido e funcional...

Meu Deus, eu mereço o que me der!
 

 

"O mundo perfeito, o mundo real, existe como uma idéia Divina no céu, e o mundo em que vivemos é apenas uma imagem imperfeita dessa idéia Divina. O Estado ideal deveria ser governado por Filósofos" (Platão)


Aconteceu...

Adulto também são vítimas de bullyng e têm carreira prejudicada(UOL)

19/04/2011 07:59
 16/04/2011 - 07h00 Adultos também são vítimas de bullying e têm carreira prejudicada HELOÍSA NORONHA Colaboração para o UOL Comentários [8] Terror nas escolas, o bullying também é um comportamento comum no trabalho Dez crenças...

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Bullyng na Internet, Escolas, Faculdades, Empresas, Prefeituras e, outras repartições públicas...podem causar Transtornos...!(Título por conta do autor)

17/04/2011 12:12
 publicado em 17/04/2011 às 10h02: Pais registram em cartório bullying na internet Documento é usado para provar agressões virtuais em futuros processos Texto:        Publicidade Há seis meses, pais passaram a registrar em cartório ofensas sofridas...

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Grandes Importadores Russos querem soja não trangênica do Brasil(Greenpeace)

01/04/2011 10:38
Grandes importadores russos querem soja não-transgênica do Brasil   Notícia - 22 - nov - 2006  Após três semanas de intensa campanha do Greenpeace contra a entrada de alimentos e rações transgênicos na Rússia, dois dos maiores importadores russos anunciaram que vão adotar uma política...

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Juiz Suspende vendas de alfafa transgênica da MONSANTO nos EUA(Greenpeace)

01/04/2011 10:35
  uiz suspende vendas de alfafa transgênica da Monsanto nos EUA   Notícia - 12 - mar - 2007 Foi a primeira vez que a Justiça americana derruba uma aprovação dada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Agricultores estão proibidos, a partir de 30 de março,...

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NA ARGENTINA NÃO.(Greenpeace)

01/04/2011 10:22
  Na Argentina não   Notícia - 7 - jun - 2009 Grupo de advogados ambientalistas quer moratória de 6 meses para venda e uso do glifosato, base do Roundup, o agrotóxico da Monsanto.   zoom Soja transgênica foi menos rentável do que a convencional em 2007, confirmando nossos...

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Monitore os alimentos trangênicos(Greeanpeace)

01/04/2011 10:18
  E monitoramento dos transgênicos?   Notícia - 8 - dez - 2009 Medida favorável à industria e que coloca em risco a saúde humana e o meio ambiente será votada amanhã (10/12). Greenpeace transmite ao vivo pelo blog.   zoom Atendendo às pressões da indústria de alimentos, de...

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Após comerem capim criado para bois, cavalos morrem na Amazônia(Globo)

30/08/2010 09:52
  Após comerem capim criado para bois, cavalos morrem de cólica na Amazônia Problema ocorre apenas no bioma e cientistas não conhecem a razão. Desde 2000, ao menos 50 mil cavalos morreram, segundo pesquisador. Lucas FrasãoDo Globo Amazônia, em São Paulo Tamanho da letra A- ...

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Que pena!!! (Jornal Alto São Francisco)

27/08/2010 17:43
  Edição: 3.580 - 16 a 22 de Agosto de 2010 | SANTUÁRIO ECOLÓGICO ARDE EM CHAMAS ...

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Inpe registra mais de mil focos de incêncio no Brasil nas últimas 24 horas(estadão.com.br)

27/08/2010 17:28
 "BRASIL ESTÁ EM CHAMAS"!!!  Mato Grosso foi o estado com maior incidência de queimadas, com 729; Só em agosto, já são 22.730 pontos registrados no País 27 de agosto de 2010 | 15h 23-Agencia Brasill Da noite da última quinta-feira (26) até o fim da manhã desta sexta (27) foram...

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Fogo na Serra da Canastra- PARQUE NACIONAL(Folha da manha)

27/08/2010 17:05
  Fogo atinge 5 municípios e destrói quase 30 mil ha do Parque Serra da Canastra 26/08/2010 - 23h11 - Última atualização: 27/08/2010 - 00h04   Tamanho da Letra: A A A Folha da Manhã Jésus Luiz Lemos Mais um incêndio de grandes proporções atinge...

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Crise Alérgicas(Terra)

13/07/2010 07:43
Oito medidas para evitar as crises alérgicas no inverno Uma das doenças que mais incomodam as pessoas durante o inverno é a rinite alérgica, que ocorre quando um vírus, bactéria ou poeira entram pelas narinas e afetam a cavidade nasal, fazendo com que o nariz fique irritado e entupido. Para quem...

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Fé (ISTO É)

12/07/2010 08:49
  Milagres contemporâneos - Parte 1 Conheça as recentes histórias de brasileiros que se livraram de graves doenças sem que a medicina e a ciência encontrassem uma explicação. O Vaticano já atribui esses casos à intervenção divina João Loes e Patrícia...

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Informações/Orientações

Os Treze anos...

17/11/2010 18:13
Hoje faz treze anos, que não queria lembrar, daquele dia! O dia em que a gente perde uma pessoa na qual conheceu da maneira que você desejou, que a ama, assim um homem para uma mulher, uma pessoa que você a tem ao lado, acreditando que viveria infinitamente um para o outro. Ele não queria perdê-la,...

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CAPÍTULO I            Agência de Mulher        

 

Miguel abriu os olhos, estava acordando de um sono que pareceu-lhe tranquilo e bem protegido, estava ao lado de Imaculada, uma negra alta, cabelos curtos, sorridente com peso proporcional a altura e muito simpática, humilde e bastante atenciosa com crianças.

 Acordou naquele lugar onde parecia um depósito de armazém, não sabia entender porque a cama dele ficava alí, ou se a Imaculada levava-o para que pudesse dormir na sua cama, e evitava que chorasse durante a noite. A cama da empregada ficava no meio do salão, e era toda rodeada de prateleiras de madeiras, que ia do chão ao teto, todas com garrafas cheias e outras vazias.Era o quarto da empregada de seus pais.

 Aquela casa onde morava era enorme, de esquina, havia um armazém e um açougue que dava para a outra rua, nos fundos era depósito de milho, sacarias, engradados e mantimentos. Localizava-se em ruas ainda não calçadas, eram todas de terra. Numa parte do quintal ainda se criava alguns patos, capados e galinhas. As suas brincadeiras eram restritas, ora no armazém, ora no açougue ou na casa do seu avô, pai do seu pai, que ficava do outro lado da rua, mais ou menos trinta metros descendo à esquerda.No açougue "andava" sempre no meio de carnes frescas, de bois e capados, mesmo depois de desossados Miguel gostava de ver as carnes sobre o balcão que parecia tremer, sua mãe falava "que o boi ainda não havia morrido direito"

Ficava por ali brincando de pesar as carnes na balança mecânica, Filizola, aborrecia seu pai, uma vez que o mesmo gostava que a balança permanecesse como devia, nivelada. Era um lugar úmido, cheirava carnes frecas, os balcões todos de madeira maçica, de jacarandá da Bahia ou de Caviúna, o piso de vermelhão com barra impermeável em azulejos brancos. Sua mãe procurava deixar sempre bem limpo,mantinha em primeiro lugar a higiene. Via-se grandes partes de bois pendurados, e porcos, esperando ser desossados, os ganchos pareciam não suportar tanto peso. Com uma faca cortava os melhores pedaços de gorduras para fritar na chapa do fogão à lenha. Assava mal aquela gordura, e ia comendo-a a medida que ficava a parte externa tostada, a cada mordida a gordura escorri pelos lábios, manchando a camisa, lambuzando todo o peito.

Os sete anos de vida fazia de Miguel um garoto sério, com poucas brincadeiras, devesse ser da seriedade com que seu pai levava a vida. Ele gostava de ficar mais no açougue, pelo cheiro característico de carne fresca, pela umidade e variedade de ítens que constava. Permanecia no açougue ou as vezes na calçada brincando. O maior divertimento que tinha juntamente com suas irmãs, era quando o Sr. Dário vinha com o carro de bois fazer compras no armazém de seu pai. Nunca punha menos que quatro juntas de bois a puxar aquele carro, uma vez ele veio com seis juntas, pelo capricho ele colocava sempre juntos bois parecidos, ou seja da mesma cor, fazendo os pares.

Enquanto o Sr. Dário fazia as compras, as crianças ficavam reparando os bois e brincavam sobre o carro de bois. Na expectativa, ficavam torcendo para que o Sr. Dário ia embora, por isso pegariam carona até a igreja de Santo Antonio, ficava em uma das entradas da cidade aproximadamente mil metros acima do armazém. Era notável aos olhares dos outros, o ranger do eixo das rodas, era o carro que mais barulho fazia naquela cidade, pelo carinho e tratamento que dava ao seu ganha pão. Miguel sentado no assoalho de costas aos bois, olhava os rastros que ficavam na terra vermelha e poeirenta. Para eles era divertimento, depois desciam do carro de bois e caminhavam a pé pela rua abaixo, sempre descalços e brincando com a terra, quando pisavam, seus pés afundavam uns dez centímetros naquela terra fofa. Nas calçadas eram comuns os comerciantes chumbar argolas para que os freguêses pudessem amarrar os seus cavalos enquanto faziam compras.

Numa das ocasiões em que brincava sozinho na calçada, viu um viajante sair do armazém do seu pai fumando, e logo após ele jogou uma bira de cigarro no chão, ficou curioso de saber que gosto tinha àquela bira. Fitou-a por um momento, e quando ia entrar pra dentro de casa olhou novamente a bira, mas esta já estava apagada, pegou-a na calçada inocentemente e entrou. Como ela estava apagada, subiu no rabo do foão à lenha para acendê-la, num braseiro que havia sobrado do cozimento do feijão que a Imaculada havia deixado cozinhar. Assim que acendeu a bira e levou a boca, seu pai o surpreendeu por trás e esfregou-a ainda acessa em sua boca, não disseram nehuma palavra, Miguel desceu assustado e chorando do rabo do fogão e correu para o quintal. Quando percebeu que seu pai não estava mais na cozinha, entrou para o banheiro, que era conjugado com a cozinha, que, para os padrões da época era um banheiro fora do normal, tinha aproximadamente uns quatro por quatro metros, com banheira e um lugar para o chuveiro, tinha-se o luxo de ter uma válvula de descarga, isso em mil novecentos e sessenta e seis. Olhou assustado no espelho e lavou a boca com os lábios queimados. Sua infância foi marcada por várias atitudes e de comportamentos de seu pai. Seu pai havia adquirido uns capados de um fazendeiro, seu quintal comportava alguns animais até o momento de levar para a seva.Alguns animais quando eram levados para a seva, precisava ir tocando-os, até o local de engorda, até a matança, ficava a poucos minutos dos açougue. Quando Um dos capados não queria sair pelo portão que dava acesso para a rua, o mesmo tentou voltar, o capado media aproximadamente um metro de comprimento e o corredor tinha uns sessenta centímetro de largura, mas o seu pai com uma vara de ferrão, aquelas de tocar bois, fincou na parte lateral do focinho do capado com tanta força e fez com que ele se dobrasse quase todo, para sair pelo mesmo local, pelo corredor estreito. O capado gritava tanto que Miguel achou que a costela dele havia quebrado, mas acabou saindo. Acompanhava seu pai pelas ruas tocando mais de cinquenta porcos.

A seva era um terreno de trinta metros por quarenta e tinha um enorme chiqueiro onde era engordados os porcos, galinhas e plantavam abóboras e milho. Era um local que gostava de frequentar, havia pés de bananeiras, banana prata, eram tão altos e havia uma dificuldade quando tinha que cortá-los para retirar o cacho de banana. Alí perto morava a Dona Preta, uma senhora humilde, alta magra, e o cabelo querendo ficar branco, umas mexas brancas e outras castanhas jogadas sempre para um dos lados do ombro. Era obrigatório passar em sua porta para retornar ao armazém. Miguel a admirava pelo carinho que ela lhe dava, tinha duas filhas um pouco maior que ele, e gostava de vê-la criando suas galinhas, principalmente as de pescoço pelado. No quintal da sala, brincava com outras crianças vizinhas e com seus primos. Sua irmã mais velha tinha cinco anos a mais que ele, e no entanto era responsável pelas crianças menores, principalmente quando acompanhavam-na. Miguel era o quarto irmão em ordem crescente de idade. Numa das suas aventuras de crianças, sua irmã mais velha decidiu acompanhar umas colegas de sua idade a dar uma passeio lá pelos lados das araras, um córrego de águas límpidas que abastece a cidade. Sua irmão para não ir so´com as amigas, resolveu levar todos os irmãos menores que ela. Foi uma das aventuras mais importantes do seu tempo de criança, visitaram lugares extraordinarios, no meio do mato, cachoeiras, esse local ficava mais ou menos uns dez quilômetros da sua casa, e o que impressionavam era o fato de estarem pela primeira vez longe de casa sem o acompanhamento de seus pais. Era uma sensação de descobrimento e preocupação ao mesmo tempo, mas sabiam onde estavam. Nadaram, andaram pelo meio do mato colhendo frutas silvestres, maminha cadela, gabiroba, jatobá,muricy, fruta do lobo e outras. Frutas naturais do cerrado nascidas de um meio simplesmente natural, sem a interferência do homem. Águas cristalinas que percorriam leitos de córregos estreitos e arborizados, em toda volta que se olhava havia verde exuberante. Era uma liberdade tão grande que mais tarde não pode ajudar a preservar tudo aquilo que via. Retornaram tarde, após cinco horas, mas como não haviam avisado onde foram, a preocupação de seus pais sõ não foram tantas, porque as mães das colegas de sua irmã mais velha sabiam que estavam juntas.

Assim que chegaram, seu pai estava conversando com mais dois homens sentados na calçada defronte ao açougue.Quando entraram pela porta do açougue ele se levantou e começou a bater-lhes, sem falar uma palavra, mas as crianças sabiam o porquê. Explicaram a sua mãe onde estiveram e não aconteceu nada demais, mas claro que devessem se preocupar. Poderia dizer que era ativo, aventureiro e persistente. Seus irmãos mais velhos é que ajudavam seu pai no açougue e armazém, o Jonas o segundo irmão mais velho é que fazia a entrega das carnes aos fregueses. Na garupa da bicicleta era acoplado um caixote de aproximadamente sessenta centímetros de largura por quarenta centímetros de comprimento e trinta de altura, eram colocadas as carnes espetadas em ganchos de ferro e entregues aos fregueses nobres da cidade. Geralmente consumiam o mesmo tipo de carne e eram entregues duas vezes por semana a cada freguês que confiavam na qualidade e procedência. O caixote da bicicleta pesava quando cheio uns trinta quilos, e pesava mais ainda a bicicleta quando Miguel teimava em ir com seu irmão "sentado no cano" da bicicleta. Seu irmão ficava irritado, não queria levar Miguel,mas parecia que seu pai fazia conta que ele o levasse para passear. Apesar do promeiro e segundo irmão ajudar seu pai, sentia que havia uma discordância entre eles. Parecia que trabalhavam muito para o pai mas não havia o reconhecimento, muita briga, e eles com a idade que tinham mais de dezessete anos, havia discussões constante e isso aborrecia muito sua mãe, depois dos quarenta anos foi que Miguel observou que era o comportamento dos adolescentes, mudanças de pensamentos, atitudes, e outras coisas..

Certa vez seus pais receberam um convite para um casamento, sua mãe caminhava muito bomita pela casa de vestido comprido, calçava um par de sapatos brancos que eram notados pelo reflexo da parquetina que era usada nos tacos, seu pai estava com um terno azul marinho. Começou a chorar muito, Miguel queria ir de qualquer jeito naquele casamento, mas como não era possivel e o seu choro acreditava, já incomodava seu pai, quando ele o pegou pelas orelhas, a cada mão em uma orelha e o ergueu até a altura de seus olhos e fitando-lhe disse:_Pare de chorar, mordendo os lábios de tão nervoso. Seus pais foram de táxi, um chevrolet preto, deveria ser do ano de cincoenta e oito, do seu Mozar, era muito chik andar num táxi daqueles. O presente que sua mãe levava nas mãos foi comprado com o dinheiro do sabão que ela fazia e vendia no armazém.Quando tinha sobra de gordura e carnes que não eram vendido, ela colocava soda cáustica e alguns outros apetrechos, que iriam resultar em ótimos sabões em barra que eram feitos e admirados pelas freguesas. Enquanto era cozinhadas essas carnes, sua mães a D. Luiza preparava a arnica, que depois de pronta era despejada aos poucos dentro do panelão para dar ponto ao sabão. A preparação da arnica, era feita com uma lata de óleo de dezoito litros cheia de cinzas socada.Era suspensa por arames ou apoiada sobre tijolos, a lata era furada por pequenos pontos em sua basa e era jogada água em intervalos de duas horas na cinza, que por sua vez ao curtimento escorria um líquido cor de vinho, que serviria para o curtimento do sabão.

De vez em quando era necessário mexer o sabão para não agarrar no fundo da panela, uma panela de ferro enorme que cabia uns setenta litros. O panelão estava cheio, e quando fervia formava bolhas enormes, como uma lava de vulcão, e, uma dessas bolhas ultrapassou as bordas do panelão atingindo o pé do seu irmão mais novo, convivia  com a sua infância alí naquela casa, ora brincando na calçada ora no armazém ou no açougue. Era uma vida sortida, farta, mas que para ele não significava muita coisa, não conhecia a vida de outros amigos. Apenas passeava na casa da esquina ao lado, da doma Maria do Elí. Era uma casa feita de adôbro,tipo tijolo de barro amassado com os pés, o pé direito da casa ultrapassava uns tres metros de altura, e olhando para cima podia ver as telhas e o piso de tijolinho a vista. Como não havia luz naquela época, era comum em toda casa um depósito mesmo que seja nos cantos das paredes onde as pessoas colocavam as lamparinas e as garrafinhas de guaraná que usavam para guardar querosene. Numa dessas visitas Miguel pegou a garrafinha e tomou o que estava dentro, querosene, achando que era guaraná. Seu segundo irmão o Jonas, além de ajudar seu pai trabalhava como aprendiz de marceneiro. No quarto em que Miguel dormia com a Imaculada podia ver os caminhõeszinhos de madeira, com carroceria que ele fazia para vender. Era o xodó da garotada, e seu irmão não lhe dava um  a não ser que o seu pai o comprasse, eram bem feitos. Percebia que seus irmão mais velhos Flávio e Jonas gostavam de sair algumas vezes por semana, desciam lá para a praça , colocavam um paletó para ficarem mais elegantes, talvez fossem namorar. Para Miguel o mundo ficava restrito, com sete anos não conhecia muita coisa, seu mundo era alí, ora na casa da Maria do Elí , ora na sua casa, ou atravessava a rua para ir na casa do seu avô Elídio.

A razão para ir até a casa do avô era devido a variedade de pés de frutas que se encontavam no quintal enorme. Gostava muito de mamão, seu avô sempre reservava alguns lá no canto do fogão à lenha. Assim que o mamão estava de véis, riscava-o correspondendo as lombadas da casca do mamão e colocavam-no no canto do fogão para madurar. O fato de fazer isso era para o que o leito saísse e o mamão amadurasse sem reter o leite. Infelizmente, numa dessas travessias para a casa do seu avô, Miguel foi atropelado pela lambreta do Magelo. A rua era de descida sentido ao centro da cidade e estava encascalhada, como o Magelo não conseguiu frear a lambreta essa colidiu com Miguel e arrastou-o por mais de dois metros.A preocupação de sua mãe era muito, e Miguel se desesperava quando em pé sôbre a tábua de bater roupa via aquela "bica" de sangue jorrar pela sua testa, e ficou uma cicatriz na testa que durou pelo resto de sua vida.

O ano de mil novecentos e sessenta e seis foi de grande marca para Miguel, aí começou a mostrar, a descobrir o mair martírio de sua vida, que estenderia por vários anos. No começo daquele ano, seu pai começou a decair, financeiramente e socialmente. Começou a construir uma casa num bairro de periferia da cidade, totalmente diferente daquela em que morava, sair de uma casa com luxo,banheiro com piso e revestimento, teto de forro de madeira, e mudar para uma casa em que a fossa, a privada, ficava ha uns dez metros da porta da cozinha. À medida que a casa ia sendo construída Miguel ia visitá-la, atalhando pelo mato, cortando caminho através dos terrenos baldios. Quase chegando a sua nova casa em que estava sendo construída,Miguel atravessava um terreno quando viu um burro pastando, animal enorme, para ele era apavorante. Quando Miguel o avistou o animal levantou a cabeça, ergueu as orelhas para tráz, Miguel assustado agachou e pegou uma pedra para atirá-lo. Ao erguer o braço o burro começou a caminhar rapidamente para o seu lado, e se pôs a correr, mas o burro o alcançou e o derrubou com uma cabeçada, pisando sôbre Miguel. De bruços, caído ao chão, via as patas do burro em frente ao seu rosto, caminhando normalmente. Desesperado pôs a gritar e correr, os homens que trabalhavam na casa veio a socorrê-lo e levou-o até a casa de sua madrinha. Deu-lhe água com açucar para alcamá-lo e cuidou dos ferimentos com água e sal. No período da tarde saiu da casa de sua madrinha e foi dar uma espiada como é que estava sendo construída a sua futura moradia. Subiu pela escada de madeira até o telhado, sempre apoiado por um dos pedreiros da obra. Miguel olhava ao lado e percebia ao longe como era vasto, grande e verde ao redor da cidade, talvez alí ele poderia brincar mais, ter um pouco mais de liberdade.

No segundo semestre daquele ano, seus pais mudaram para a nova casa. Sentia que sua mãe não estava satisfeita, não estava feliz com aquela mudança, sendo que uma das perdas que tiveram foi a sua última empregada, Jovita. Era linda, cabelos longos e o rosto marcado pelas espinhas, e muito amiga dos seus irmãos mais velhos, e todos se davam bem com ela. Miguel não conseguia imaginar o que estava acontecendo, era muito criança ainda para entender toda essa mudança. Parecia que o "poder de glória", de conforto, de fartura, estava começando a decair. Com o passar do tempo percebeu que seu pai havia comprado vários terrenos em volta da casa nova, resultado da venda do açougue e do armazém, incluindo também a casa onde moravam. Dispôs do negócio que antes tocava, de comerciante, e ficou apenas cuidando de alguns porcos e de alguns garrotes que dispunha num pasto alugado lá na capoeira. O negócio atual se compreendia nisso, os porcos para engorda no chiqueiro no quintal da casa, algumas galinhas na seva.

Sua mãe não parava um momento, cuidava da casa o dia todo, plantava alguns canteiros de verduras para o sustento da família. Era de se orgulhar, esses canteiros eram feitos de um metro de largura e por três de comprimento e dez centímetros de altura. Eram cultivados quase todo tipo de verduras e legumes, cabia a Miguel e sua irmã mais velha a Neiva a tirar água da cisterna com sarí e encher a caixa de aproximadamente dois mil litros de água, era feita de alvenaria. Dessa água era feito quase tudo, cozinhava, lavava, tomava-se e molhava as plantas. Nesse período o irmão mais velho de Miguel, Flávio não estava morando com a família, devido muitas brigas entre seu pai. O segundo irmão Jonas trabalhava como aprendiz de marceneiro. Em todo quintal seu pai perfurou varias covas para plantar bananeiras, mais ou menos cem pes de bananas.O tempo passava e Miguel sentia que sua família trabalhava mais que antes, principalmente a sua mãe só parava a noite pra dormir. Ele brincava em todo aquele espaço quase sozinho, seu irmão mais novo tinha seis anos a menos que ele. Não deixava de fazer a sua obrigação, todos os dias que chegava da aula tinha que colocar a lenha seca perto do fogão para a sua mãe. Estudava no período da tarde.

Uma viagem inesquecível na vida de Miguel, o surpreendeu quando seu pai mandou sua mãe arrumar as malas que iriam viajar. Foi a primeira e última viagem que Miguel fez em grupo com sua família, em mil novecentos e sessenta e sete. Pegaram a jardineira que saía de  Junaí, passava pelas Perobas e chegava a Formiga. Miguel nunca havia andado de jardineira e sentia muito enjôo durante a viagem de quatro horas. Os vômitos eram constantes, e sua mãe sempre arrumava um jeito, com lenço onde era estancado o que saia do seu estômago. Lá se encontraram com a família de seu tio, irmão do seu pai, e pegaram un trem rumo a cidade de Aparecida do Norte. Viajaram um dia e uma noite, para Miguel era surpreendente tudo aquilo que via, a cada estação era um novo nome de uma cidade. Durante a noite perto das vinte e uma horas, o trem parou na estação de Lavras. Todos desceram por meia hora, era um movimento enorme na estação, amplo era o saguão, onde as crianças brincavam, e corriam de um lado para o outro. Os adultos se encostavam no balcão do bar para tomar café. Na porta da estação com sua mãe observava a cidade de Lavras, não sabia porquê, enquanto tomava um guaraná segurando na mão de sua mãe fitava os olhos no que pouco se via da cidade. Em Aparecida hospedaram no melhor hotel da cidade, e pela primeira vez toda aquela família havia se reunido em volta de uma mesa e saborearam um almoço servido no hotel pelo garçon. Ele não sabia que gosto tinha, e como é que comia uma porção que o garçon havia colocado em seu prato.Não sabia que gosto tinha, e como é que comia aquele pimentão recheado de carne moída, não gostou e nem Neiva havia provado. Pela primeira vez haviam subido num prédio através dos elevadores, e puderam observar a cidade ao longe, à noite saíram todos para visitar museus, lojas e fazer algumas compras e suvernis para lembrança.

Era fascinante ver cobras engolir pintinhos e ver a mulher aranha, recordações interessantes na memória de Miguel.  O que assustou toda a família e veio a tornar um meio de preocupação dali em diante, foi quando por um descuido sua irmã Nina de cinco anos de idade havia desaparecido. Desesperados os pais de Miguel procuravam-na por todos os lados e encontraram-na no colo de um senhor gordo que estava na porta do hotel. Após conversar com o porteiro ele informou que se tratava de um viajante que estava hospedado no hotel, um senhor alto, gordo e com um bigodão. A família de Miguel ficou assustada após o porteiro pedir ao seu pai para que tomasse cuidado com as crianças, que poderiam ser raptadas, ou levadas por pessoas estranhas. Curtiram muito a viagem, Estiveram na Capela velha e na Basílica ainda em construção.

Sua mãe assim qie estava na época, procurava o mais rápido fazer as matrículas de seus filhos na escola, o pai parecia não se preocupar com a educação dos filhos, nem com o futuro deles, mas a preocupação da mãe era constante. Lavava roupa para outras pessoas só para comprar o material escolar dos filhos, e muitas vezes Miguel usava a capa do caderno para escrever, e quando terminava de enchê-la apagava e escrevia novamente.Aos dez anos de idade sua professora era muito conhecida da família, Maria das Graças, filha do Sr, Avelino. Era uma moça que aparentava uns trinta anos, era muito educada, mas era brava, não podia desobedecê-la que ela partia pra cima da criançada, batia. Era hábito ela andar com uma régua grande de madeira debaixo do braço, foi um período bom  na vida de Miguel, estudioso, dedicado aos estudos. Sua segunda professora a Dna.Maricota, pele morena clara, alta, corpo tipo violão cabelos longos e tinha um rosto pequeno, e uma pinta que marcava no canto dos lábios. Ele fazia o possível para não aborrecê-la, e dedicava a fazer os exercício e deveres de casa, para pelo menos ganhar um elogio de Dna. Maricota. Quando passava em frente a casa dela sentia-se aborrecido por vê-la nos braços de seu noivo. A pé, ou na garupa do cavalo, acompanhava seu pai até a capoeira, e as vezes via ela a regar as plantas do jardim com sortinho. Ele sabia que o pai da moça era músico da banda da cidade e que o noivo era filho de um dos fazendeiros. Quando ele a avistava aos beijos e abraços lá no alpendre da casa dela, no outro dia nem olhava pra a professora na sala de aula, ele ficava imaginando em poder fazer aquilo com ela. Um dos maiores prazer de Miguel, quando era chamado à frente na sala de aula para mostrar seu dever de casa, ficava pertinho dela, podia ficar de cara a cara com a professora, e ele podia observar seus olhos de perto, suas sombracelhas ver como ela era realmente bonita a sua pele, e ouvir as doces palavras que saiam daqueles lábios vermelhos, observava a lingua dela movimentar dentro daquela boca vermelha. Sentia um calafrio,mas bom, quando as mãos de Dna. Maricota escostava em seu braço. Era um prazer frequentar as aulas e mais prazeroso ainda quando podia ver o sorriso de sua professora. Estudava no grupo de manhã, e o resto da tarde dedicava aos exercícios e tirava pausa para brincar.

Todo ano mudava de professora, e naquele ano de mil novecentos e setenta estudava na parte da tarde, e sua professora era a Umbelina. Num dos anos em que ela lecionava para Miguel houve um concurso público em todo o Brasil, através do Governo Federal o Presidente Emílio Garrastazu Médice, onde cada aluno e aluna de uma cidade, seria premiado com um Diploma do Dia da Ave, conforme o Decreto No.63.234 de 12/09/68. Aqueles que fizessem uma redação com no máximo trinta linhas, seria escolhido através de uma comissão na capital e depois seria feito um evento para premiar estes alunos. Deveria constar no conteúdo na redação, história relacionada à fauna e flora do Brasil. Miguel foi um desses alunos a ganhou o Diploma do dia da Ave, no Diploma havia vários nomes de grandes personalidades e com sua assinatura, como a Sra. Scylla Nogueira Médice, Primeira Dama da República Federativa do Brasil; Don João Resende Costa, Arcebispo Metropolitano de Minas Gerais; Jarbas Passarinho, Ministro da Educação; Heráclito Mourão de Miranda, Secretário de Estado da Educação de Minas Gerais; Omar Fontana,  Presidente da Associação de Preservação da Vida Selvagem; Israel Pinheiro da Silva, Governador de Minas Gerais; Paulo Marconde Pestana, Secretário de Cultura, Esportes e Turismo de São Paulo; Edson Arantes do Nascimento, Pelé, Tri-campeão Mundial de Futebol; Roberto Costa de Abreu Sodré, Governador de São Paulo e Presidente Honorário da Federação Ornitológica Brasileira; Johan Dalgas Frisch, Sociedade Ornitológica Bandeirante. A entrega deste dois diplomas foi muito interessante, apenas  Miguel e Julieta, os unicos representantes da sua cidade de pouco mias de quinze mil habitantes, a ganhar êste prêmio. A diretora da escola chamou todos para o cinema da cidade, era pequeno para comportar tanta gente, de todas as escolas, muita crianças e pais acompanhando-as. Miguel não entendia tudo aquilo que estava acontecendo na sua cidade, todo aquele movimento na porta do cinema onde estava recebendo aquele diploma. Mas percebia que Julieta, a filha do Sr. Luiz da Olaria, estava muito bonita. Ele e Ela, somente os dois entre varias crianças da cidades foram os contemplados a receber o diploma. Miguel seguiu com sua mãe e suas irmãs para casa, enquanto o povo se dispersava daquele local.

Nessa época o pai de Migel, José, "montou" um bar em uma das esquinas perto da escola onde ele estudava, bem menor  àquele que eles possuíam. Sempre ao lado do pai estava a mãe dando uma força, mas as brigas entre elas eram constante, em casa, no bar, e as vezes até mesmo com estupidez,com os fregueses. José bebia e era impossível ficar no bar sozinho, por isso Miguel sempre acompanhava a sua mãe, não gostava que ela ficasse só com o seu pai alcoolizado. Não sabia que dia era exatamente da semana, mas estava naquele bar de esquina em frente a casa do tio Alvim. Miguel estava na rua, e quando entrava no bar viu que seu pai estava colocando pinga em um copo para beber,Miguel fitou os olhos no seu pai e o mesmo não teve coragem de levar o copo à boca, jogando fora pelo ralo da pia, o pai dele havia desistido naquele momento de beber. Mas Miguel já percebeu naquele momento que seu pai já estava bêbado, estava com um vemelhidão nos rosto. A sua mãe acabara de entrar por uma das portas do bar, trazendo a janta para seu pai. Geralmente ele ficava até as dez horas da noite.Sua mãe chegou e ofereceu a comida para José, dizendo:_José olha sua janta, enquanto ocê janta eu olho o bar pra ôce. José respondeu pra sua esposa: _Enfia sua janta na bunda. Miguel observava que sua mãe estava muito preocupada, só pelo fato de ver seu pai daquele jeito, já estava "trançando" as pernas ao caminhar pelo bar. Nenhum cliente naquelas horas. As discussões começaram, e Miguel ficava na porta do bar só observando, tenso, olhava para os lados para ver se alguém estivessem olhando, ele "morria" de vergonha caso alguns de seus amiguinhos visse. Ele não sabia o que fazer, como fazer para parar as discussões entre seus pais. Quando sua mãe se preparava para ir pra casa, depois de tanta discussão, mas ele não sabe o porquê, mas ouve apenas que sua mãe ficou de frente para seu pai e disse:_É. E o seu pai furioso disse: _ É o quê? Ficou apenas nisso.Miguel pegou na mão de sua mãe e os dois caminhavam pela rua empoeirada. Ele descalço e sua mãe com a comida debaixo do braço. Observava que sua mãe estava muito preocupada. Caminhava com sua mãe pela rua, Miguel sentia que alguma coisa estava errada, ela segurava sua mão, e ele sentia a mão da mãe fria, caminhavam triste, sempre olhando para o chão. Miguel olhou para traz e seu pai estava furioso na porta do bar, olhando-os.O sol já havia encoberto ao longe, atrás da serra da fazendo do Zé do Paula. A noite estava vindo, e Miguel sentia um calafrio, uma certa preocupação. Suas irmãs não estavam nem ai, umas brincavam na rua outras estavam na casa de suas amigas, tinham que ficar na rua até no máximo nove horas, se seu pai chegasse e não encontrasse ninguem em casa, seria "uma guerra". Mas antes das dez horas naquela noite, Miguel e suas irmãs brincavam na cozinha, era ele, o irmão mais novo e suas três irmãs. Miguel, distraído, e concentrado em alguma coisa, sentado no rabo do fogão à lenha, brincava com as brasas com um pedaço de graveto na mão direita.

De repente houve-se um barulho na porta da sala. Sua mãe fita-lhe nos olhos em um estado de angústia, que Miguel não sabia decifrar naquele momento. Parece um estado de melancolia que ela já estava acostumada há muitos anos. José havia chutado a porta, ou seja arrombado-a, que estava fechada apenas com a tramela, e entrou rapidamente nervoso, com os olhos vidrados de ódio em sua mãe pela cozinha. Todos estavam assustados, já se passavam das dez horas da noite, seu pai estava bêbado, andando de um lado para o outro da cozinha, e pela casa toda, xingando sua mãe de vários nomes. Sua mãe ficava indiferente, apenas esperando o pior que iria vir, e ela já estava acostumada. Miguel olhava-a, com uma vontade louca de pegar em sua mão e sair correndo dalí, seja pra onde fosse...mas essa indiferença fez com que seu pai se aborrecesse ainda mais. José xingava, chutava as coisas que estavam à sua frente, e sua mãe continuava a fazer o café, quieta, sabia que se falasse alguma coisa, poderia agravar a situação. Suas irmãs e seu irmão mais novo estavam apenas sentados em uma canto da cozinha, quietos, elas sabiam que com elas, nada iriam acontecer. Quando sua mãe, Dona Luiza tinha o hábito de lavar o coador de pano na janela, com uma mão ela esfregava o coador com a outra ela despejava a água, não havia pia, a água era guardada dentro de um jarro de barro grande, de uns vinte litros, essa vasilha que era usada na mão dela era pra tirar a água da jarra e jogar no coador. 

Enquanto lavava o coador seu pai aproximou por trás de sua mãe, fechou o punho da mão direita e deu um murro tão forte no rosto lateral direito de sua mãe, ela bateu a cabeça na janela que veio a asustar todos seus filhos que se encontravam ali naquela hora. Miguel assustou-se assim como suas irmãs e abraçou-as sentado no chão em um canto da cozinha, como animais encurralados,enquanto seu pai segurava o pescoço de sua mãe, e, começava a esbofetá-la. Miguel abaixou a cabeça e começou a chorar, sentia-se impotente. Não se houvia uma palavra, nenhum anjo-da-guarda aparecia alí pelo menos na porta da sala a bater, um vizinho, um amigo, para que toda aquela desgraça pudesse acabar.  Quando o seu pai tira o revólver da cintura e aponta para a cabeça de sua mãe, todos começam a gritar, e assusta seu pai, que por sua vez leva o revólver em direção as crianças ameaçando-as pelo barulho, e, desiste em atirar, aponta para o quintal e faz cinco disparos. Miguel percebe que sua mãe sentiu uma dor muito forte na cabeça, e abaixada no piso da cozinha, gritava de dor, começaram todos a gritar, enquanto seu pai, apontava-lhe o revólver, tiveram todos que ficar em silêncio. Sua mãe sentou-se ao piso da cozinha juntos com seus filhos e com os braços em volta da cabeça, chorando de dor. Miguel não podia fazer nada, assim como não pode evitar que o seu pai vendesse o armazém e o açougue da Rua Santo Antonio. José saiu da cozinha e foi até um dos quartos na frente da casa, trouxe uns três pacotes de dinheiro e jogou pelo piso da cozinha e mandou que Miguel contasse aquele dinheiro todo, ele não conhecia muito bem dinheiro, e contava-o trêmulo ajoelhado no chão enquanto sua mão em um dos cantos da cozinha com os braços em voltos da cabeça chorando e suas irmãs em outro canto, assustadas. Era uma cena de pavor, de terror, ninguém podia gritar ou pedir por socorro. A lamparina tentava iluminar àquela cozinha toda, que ficava obscura com a fumaça saindo do fogão e as paredes e tetos enigrecidos pela fumaça.

Seu pai andava de um lado para outro dentro de casa, sempre chingando sua mãe, enquanto ele se descuidou, Miguel jogou aquele dinheiro alí mesmo, levantou pegou sua mãe pela mão e saiu correndo para o quintal, era noite, e muito escura. Encostou no muro de adôbro e abaixaram entre as moitas de capim cidreira. Via-se apenas o vulto do seu pai na porta da cozinha, e com o revólver na mão deu três tiros em direção ao muro, e fechou a porta da cozinha. Noite fria, Miguel de calção e descalços, sua mãe apenas com um vestido de chita, o abraçava para protegê-lo do frio. Mal conseguiam ficar alí, mas sua mãe por não passar mais vergonha, não queria incomodar nenhum parente ou vizinho, para não haver mais comentários futuros. Afinal, não tinham pra onde ir, os únicos parentes que havia alí na cidade eram os irmãos e irmãs de José, que não gostava da mãe de Miguel, por ter havido richas no passado a ponto de um da tiro no outro. Antes de se casarem eles moravam em Perobas, a família de Luiza, sua mãe eram de cinco irmãs e quatro irmãs, e de José eram de cinco irmãs e cinco irmãos, quase da mesma idade, todos casados. Em Perobas hove uma discussão, antes de Luiza casar com José e as famílias entraram em "pé de guerra", uns atirando nos outros pelas ruas da cidade. José levou um tirou nas costas, sem ter muitas complicações. Depois dêste bárbaro episódio, os pais de Luiza resolveram mudar para bem longe dalí, para evitar uma futura tragédia, e foram morar no estado de Goiás. Luiza por sua vez ficou só, teria que ficar só, caso ela quizesse ir teria sido pior, seu pai a ameaçava em matá-la, ou judiar dela.

Miguel não havia dormido naquela noite, e ficava sempre em observação para ver se seu pai saía para o serviço, para o bar, assim ele poderia levar sua mãe para dentro de casa, e assim o fêz. A primeira coisa que Luiza fez foi colocar um pouco de café na caneca de lata de massa tomate, e tomar. As meninas se preocuparam com eles, mas nada puderam fazer, a rotina da sua mãe continuava o dia todo, como se nada havia acontecido naquela noite. Miguel tinha que ir pra escola com as irmãs sua mãe ficava lavando roupa, e assim que ele chegasse tinha que molhar as plantas, verduras, com o regador e depois guardar lenha sêca no rabo do fogão. Passava muita coisa pela cabeça de Miguel, porque seus irmãos mais velhos não estavam alí para ajudar? Já fazia aproximadamente um ano que não tinham contato deles, mas sabia sim, que o relacionamento de seus irmãos mais velhos não eram tão bom com seu pai. Mas ficou surprêso, quando estava na escola e sua irmã mais velha Neiva chegou na porta da sala e pediu para que a professora pudesse liberar Miguel. No caminho sua irmã disse que Flávio e Jonas haviam voltado. Êles mais que depressa puseram-se a correr para chegar logo em casa e poder abraçar seus irmãos mais velhos, que ficarim alí por uns três meses, depois voltariam para a cidade grande para trabalhar.

Novamente os negócios de seu pai não deu certo, vendeu o bar, e começou a tocar terra à meia, ou seja o proprietário dava a terra e José entrava com mão-de-obra e sementes. Êsse local onde José começou a tocar estas terras ficava uns quinze kilômetros de sua casa, na fazenda do João do Paulo. Miguel faltava a algumas aulas para ajudar seu pai na roça.Sua mãe levantava as três horas da madrugada para preparar as marmitas, colocava no embornal, e três e meia começava com seu pai a caminhada até a fazenda. Sua mãe tinha pena de Miguel, ainda criança, levantava três horas da manhã, caminhava na escuridão "cortando" pastos através dos trilhos, e chegavam após quinze kilômetros com a barra das calças todas molhadas pelo orvalho. Quando o trilho era fechado Miguel se molhava todo, sentia muito frio nas pernas, o capim cobria os trilhos e sua roupa ficava molhada tanto que sentia dores nas pernas de tanto frio, e, esse só aliviava a medida que o sol ia esquentando. Na fazenda se punha a carpir a lavoura de feijão carioquinha, na hora do almoço o descanço era recompensado através de uma sombra à arvore de ipê, onde ficava por uma hora. Nesta hora de almoço, nenhum dos dois trocavam palavras, nenhuma palavras.Simplesmente Miguel olhava as matas ao seu redor e ficava admirando como era bonito ver as árvores enormes.Elas não podem sair do lugar, mas a pouca coisa que ela pode lhe dar é uma sombra pra descansar.Dificilmente iam até a casa da fazenda, mas na hora de voltar lá para as cinco horas da tarde, Miguel avistava a meia distância qua a fazenda do João do Paulo era movimentada, tinha bastante crianças que brincavam no curral da casa, e uma menina, um pouco maior que ele, usava um vestido comprido e o cabelo longo e liso, amarrado como rabo de cavalo. O retorno à sua casa era longo e cansativo, caminhavam tambem à noite ele e seu pai, chegavam em casa por volta das nove horas da noite. Sua mãe já havia deixado a lata d´agua esquentar sôbre a chapa do fogão que dava para José e Miguel tomar banho. A bacia ficava sôbre um saco de linhagem para não danificar o fundo, e após seu pai tomar banho, sua mãe colocava com todo carinho outra água para Miguel. Êle gostava de tomar banho em água mais quente do que morna, sua mãe não gostava mas ele insistia, gostava quando sua mãe esfregava-lhe as costas, quando não era ela era a Neiva. A toalha era de saco de açucar, eram sempre limpas e branquinhas, o sabão de banho  e de todos os alfazeres da casa era feito pela sua mãe, de vez em quando ela vendia algumas bolas de sabão. Após o banho ele sentava no banquinho, tamborete, e esperava sua mãe por a comida em seu prato, ou seja, ele gostava de comer na cuia, e após isso colocava sôbre a mesa de jacarandá da Bahia, se se ela descuidasse, ali mesmo ele dormia. Talvez, no dia seguinte ele não iria, pelo fato de estar muito cansado, e deveria frequentar as aulas, não podia ficar "matando" aulas. Na colheita Miguel teve que faltar da escola uma semana seguida, era muito trabalho para uma criança de apenas onze anos de idade, tinha que arrancar o feijão, colocar no carro de boi e levar até a fazenda, para depois bater o feijão.

Com calça comprida, de botinas e chapéu de palha na cabeça, todo suado e cansativo, sentia-se envergonhado quando percebia que a filha do João do Paulo ficava na porta da cozinha, esconstada no portal a observá-lo a trabalhar. Mas essa vergonha era recompensada, quando ela lhe olhava e dava-lhe um sorriso, com a cabeça baixa, um sorriso de "paixão", fixando-lhe nos olhos, ele gostava quando ela lhe sorria, mas ele continuava a bater o feijão com vara de madeira, naquele curral com mais dez homens, com as varas colhida em uma mata próxima.  Na pausa para o café da tarde, aproximadamente as catorze e trinta horas, era a melhor hora para Miguel. Todos os homens e seu pai, suados e cansados, sentavam-se à sombra de uma mangueira ao lado do curral. Miguel procurava ficar uma pouco mais afastado deles, para sentir-se mais a vontade. A garota vinha sempre com sua mãe com um vestido longo e com os cabelos soltos, longos e pretos, jogados sôbre os ombros, com o balainho cheio de pão-de-queijo e broas de fubá. A mãe da garota trazia as canecas feitas de latas de ervilhas e maça tomate e uma garrafa de leite e outra de café. Miguel estava sentado mais atrás, sentado num pilão desativado de maneira que pudesse olhá-la com mais liberdade, sem que seu pai e os outros companheiros percebessem. Ela só o olhava no momento exato, ou seja, quando lhe perguntava: _Ôcê vai querer pão de queijo?Perguntando rapidamente a Miguel, olhando para o balainho. Miguel observava-a, ela estava ofegante, nervosa e de cabeça baixa, concentrada no balainho. _Quero um pão de queijo, respondeu Miguel. Aquilo enchia-lhe de inspiração para o trabalho, e amenizava-lhe o cansaço, e ficava ancioso para vê-la novamente de perto no dia seguinte. O feijão carioquinha foi bom enquanto durou aquela colheita. Após partir a metade com o pai da garota, e carregado ao carro de boi para a estocagerm na cidade na casa de José, Miguel nunca mais a viu a garota filha do João do Paulo. O feijão carioquinha que seu pai plantava, e vários outros produtos como cará, milho,mandioca e banana, eram armazenados num depósito construído só para alimentos ao lado da casa. Vivia sôbre muita fartura, alimentos não lhes faltava, para Miguel e sua família, galinhas, porcos eram criados para o próprio consumo. Tanto é, que seu pai não se importava quando os pombos criados por Miguel, as vezes invadiam o celeiro para alimentar do milho, e Migeul não gostava que maltratavam seus pombos, principalmente o pombo que comandava o pombal, o estrelinha,um pombo de cor azul com cinco pintas brancas no papo, pois desde filhote, a medida que ia crescendo Miguel observou que êsse pombo tinha cinco pintas em seu peito, e apelidou-o de estrelinha. Miguel também, passou de série e começu a estudar no mesmo colégio, porém mudado. Sua sala tambem mudou para o andar superior, recém construído com a direção do colégio  o Sr. Padre Alberico de Souza Santos. A escola passou a ser colégio, aumentou o número de alunos e de área construída, todos os pais gostavam que seus filhos estudassem naquele colégio, era dirigido pelo padre Alberido, o único padre da cidade.  

Em fotma de "L",com uma quadra para futebol de salão no meio, sendo seu piso construído acima do solo um metro de altura. Havia um galpão onde era servido a merenda. Considerado como sendo o primeiro aluno da sala, os professores sempre o isolavam dos outros alunos. Miguel, no dia em que ia fazer provas,suas notas em todas as disciplinas não eram inferiores a oito, e, não se importava em passar para os colegas o que sabia. Trabalhava no período da manhã com seu pai numa lavoura que estava tocando a meia com o Sr. Zé Orácio, plantava agora, abacaxi, e ficava mais perto de casa, apenas tres kilômetros. Alguns dias quando a aula terminava mais cedo, encontrava com sua mãe que ia a caminho da lavoura para levar almoço para seu pai, no embornal. Com camisa confeccionada com saco de açucar, botinas nos pés e calça muitas vezes sujas de terra, José trabalhava naquela lavoura, de sol-a-sol.Flávio e Jonas trabalhavam fora, em outra cidade. Neiva ajudava sua mãe nos serviços domésticos e abaixo de Miguel ninguém podia ajudar seu pai , ele mesmo. Muitas vezes Miguel fazia serviços pesados, e o que detestava era adubar os pés de abacaxis com palha de arroz.Era um excelente estêrco, mas quando se tornava mais velha, a palha fedia muito causando-lhe enjôo e dor de cabeça, tinha o dever de cada carroçada esparrar entre as leiras dos pés de abacaxis, e quando terminasse poderia ir embora pra casa. Infelizmente,quando estava quase acabando chegava outra carroça, puxada a cavalo com a palha de arroz que vinha da cidade, e ele tinha que continuar o serviço.

Queria ir embora para ficar com os irmãos, poder brincar, colocar o dever de casa em ordem, tomar um banho e largar àquele fedô que lhe causava dor de cabeça. Mesmo que seu pai liberase-o não tinha coragem de ir embora sózinho às vezes, teria que atravessar o pasto do Sr. Zezinho que ficava cheio de vacas com bezerro e bois bravos.Restava-lhe esperar dar cinco horas em meia para ir embora. Sendo considerado um dos melhores alunos da sala, ajudou-o a conquistar amizade de todos os alunos, professores e diretores. Sua humildade e bondade fez com que fosse recebido com carinho quer seja onde estivesse, e muitos colegas queriam ficar em seu grupo de trabalho, ir para sua casa estudar.Sua professora Umbelina era de olhos verdes pele morena com quem Miguel se sentia "apaixonado", encarava muito uma professora na qual ele gostasse, isso encabulava a professora, pode ser que ela sabia entender a situação mas era delicada, como ja se viu uma criança apaixonar por uma professora?

Umbelina, atraía-lhe.

Mas esta atração durou pouco quando entrou pela sala no horário de recreio uma garota do seu tamanho, loirinha, rosto fino,magra, muito bonita. Ela ficou observando Miguel enquanto ele conversava com amigos, ela fixou-lhe os olhos e isso veio a surpreendê-lo.Era normal todos os dias Miguel chegar no colégio e procurar ou perguntar onde estava Beatriz, mas essa percebendo a situação, de que estava sendo, talvez, assediada procurou evitá-lo, ela tinha medo de aproximar, não era comum uma garota conversar mesmo no colégio com quem ela ainda não conhecia direito. Ele queria aproximar dela a qualquer custo, mas era impossível,  assim que ele se aproximava ela saia e ele não queria passar vergonha na frente de todo mundo. Onde ia, e ao deitar-se, seu pensamento era voltado para Beatriz, mas se sentia angustiado por ela não querer falar-lhe. Gostava de ir para a escola para vê-la,procurava ir bem arrumado, no intervalo na hora do recreio, ficava na mureta da quadra, onde as meninas ficavam dando volta e os garotos ficavam vendo, ficavam paquerando, Miguel, pra ele, só avistava a Beatriz. Ele a olhava porque ela correspondia e as vezes sorria-lhe, mas pra ele não era o suficiente, ela não dava chance de aproximação mesmo mandando-lhe bilhetes através das colegas. Ela correspondia dizendo que se o pai dela soubesse das próprias colegas, ele danaria com ela,ou seja poderia bater nela, mas ele se sentia confortavel às vezes, so com o sorriso dela.

Será que ela é rica? Onde mora? deve ser de uma família importante da cidade? Até que Miguel descobrisse ele ficaria só pesquisando. O andar, os trejeitos de Beatriz apaixonava-o dia e noite, tudo que queria era aproximar dela, sentia uma necessidade muito grande em poder estar com ela e o ciúmes começou a deixar-lhe nervoso. Não gostava que os colegas dela de classe, colocasse as mãos sôbre os ombros dela, ou quando brincavam e davam grandes gargalhadas, ou passavam a mão no seu rosto ou nos cabelos.Não podia provocar brigas ou prejudicar alguem, se seu pai sobesse pegaria Miguel de couro, e isso ele não queria mostrar grosseiramente para a sua princesa.Em um dos horários de recreio, Miguel percebeu que Beatriz, não podia ser de uma família muito rica de Junaí, observou  que uma das suas meias pretas que usava tinha um furo, e bem visível na panturrilha, isso veio a tranquilizá-lo e por sua vez começou a ficar mais audacioso. Na saído do colégio tentava falar com ela, mas sem sucesso. Não podia ficar muito tempo alí, tinha que ir trabalhar. Assim que chegava em casa, tomava café e ia para a casa do tio Alvin, aproximadamente dezessete horas, lá sua tia Inhá já havia preparado a capanga com café e bolo. Pegava a bicicleta e pedalava vinte kilômetros até a fazenda do tio. Apenas pelo gosto de acompanhar o tratorista, que arava as terras dos fazendeiros.

Muito exigente, seu tio não gostava que judiasse dos caminhões nem do trator, e o serviço tinha que ser bem feito.O tratorista não se importava muito com aquilo, como ficava até de madrugada acompanhando o trabalho, podia ver com tamanha estupidez ccom que dirigia o trator.Ficou um mês fazendo isso, saía da escola e ia trabalhar até quase no outro dia de manhã, enquanto seu pai cuidava da lavoura de abacaxi que tocava à meia.Muita terra para arar de outros fazendeiros e com apenas um trator o serviço era constante, e eram poucos fazendeiros que tinha trator.Não havendo aula naquele dia, Miguel foi logo cedo para a casa do seu tio, encontrou-o muito nervoso porque o trator ja estava ligado, esquentando o motor e o tratorista não aparecia. Furioso Alvim subiu no trator e Miguel atrás, saíram para fazer um serviço  em um terreno na periferia da cidade.O terreno era um pouco íngreme e havia uma estrada encascalhada que cortava ele ao meio, era serviço para uma semana.Com muitas outras coisas para se ocupar, observava que seu tio estava alí mesmo dirigindo aquele trator para manter a palavra com o dono da terra, tinha que começar o serviço naquele dia. Sem mais nem menos, Alvim deu uma olhada para Miguel que estava ao lado, parou o trator e disse-lhe:

_Senta nesse banco aqui.

Miguel assustado respondeu:

_Pra quê, tio? eu não sei não.

_Vá adiante, se não der eu mando parar, respondeu seu tio.

Engatou primeira reduzida, acelerou e sai com o trator, para Miguel era um momento de glória, o que ele queria era aquilo, Após duas voltas arando em volta do terreno com o tio ao lado, ele disse para Miguel que ficasse fazendo o serviço que a tarde viria buscá-lo. Saltou do trator mesmo em movimento e foi para casa a pé, ia cuidar de outros negócios. Miguel não acreditava que estava alí com toda aquela responsabilidade, dirigindo um trator Valmet com arado pela primeira vez, sozinho, sem que ninguem havia lhe ensinado o serviço. Não importava, estava fazendo o que queria, arando terras para o plantio, gostava de ver os três discos do arado cortando aquela terra, tinha o cheiro de terra úmida, estava trabalhando.Passou dez horas, meio dia, três da tarde, e ninguem havia lhe trazido um copo d´agua. Seu tio havia esquecido de mandar-lhe almoço, mas ele não se importou com isso, um dia sem comer não haveria de prejudicar-llhe. No dia seguinte seu tio havia despedido o tratorista e contratado Miguel para fazer o serviço que surgisse dali pra frente. Orgulhoso, se sentia agora mais útil, ganhava um dinheirinho por semana e podia gastar a sua vontade. No dia dos professores enquanto todos os alunos cumprimentavam a professora, ele se levantou da sua carteira, na aula da professora Umbelina, com um embrulho de cor vermelho com desenhos góticos em alto relevo e entregou para a sua professora, Umbelina. Depois que ela o abraçou agradecendo pelo presente, todos os "curiosos" chegaram mais perto pra ver o que era , e quando a professora abriu uma caixinha retangular, ela retirou uma rosa de prata. Não sabia porque, mas todos os alunos e a professora ficaram admirados, mas ele sabia que ela guardaria com muito carinho aquela rosa. Umbelina chamava de vez em quando um aluno para ajudá-la em outra sala nos dias de prova, isso quando o aluno estava em dia com as lições de casa.A vez de Miguel foi surpreendente, ele iria ajudar a sua professora na sala "M", na sala em que Beatriz estudava.Assim que ajudou a professora distribuir as provas na sala "M" Miguel sentou-se à mesa da professora e começou a fazer umas tarefas para Umbelina.Pegou a planilha correspondente aquela sala e pode ver todos os nomes dos alunos por ordem de chamada, foi logo na letra "B", mas não encontrou Beatriz. Procurou seu nome até chegar na letra "M", e leu Maria Beatriz, pensou: só pode ser ela, era a única aluna da sala que havia em seu nome, Beatriz.

Havia descoberto o nome completo de sua princesa.Ficava admirando-a na carteira onde parecia estar em dificuldades para fazer a prova. Os dois se olharam e Miguel com o gesto  com a cabeça indicou impossível ele não poder ajudá-la.Queria estar alí do lado dela, ajudando-a a solucionar os problemas, encostar em seu corpo, sentir de perto o seu olhar, a suavidade de seus cabelos, e se possível, beijá-la. Evitou olhá-la fixamente para não prejudicar o raciocínio. Após o término da prova trocaram sorrisos e Miguel acompanhou Umbelina até a sua casa, a pé pelas ruas calçadas. Naquele dia ele estava mais tranquilo, pelo fato de poder acompanhar a professora, pois seu tio dispensou-o do trabalho, para descançar. Tiveram que andar a pé por uns quinze minutos, Umbelina tinha dificuldade de andar sôbre as pedras que calçavam as ruas da cidade, o saltinho do seu sapatinho branco e de meio salto, as vezes quase torcia os tornozelos. Estava com um vestido de tecido fino vermelho claro onde podia observar o forro da mesma cor, ia até os joelhos, ao andar o vestido movimentava entre suas pernas, mexia tanto que parecia as ondas do mar. O cinto combinava com o sapato, que parecia não se importar em suportat aquele corpo de uma linda mulher.Tinha um andar elegante, fina, rica.Seus dedos movimentava vagarosamente no sapato. Miguel foi convidado a entrar na casa dela, ele ajudou a tirar as chaves da sua bolsa, o outro braço estava ocupado em segurar as planilhas e provas dos alunos. A casa dela era bonita, o piso de vermelhão com bastante brilho, os móveis eram finos, tapetes no centro da sala, e o teto era de cimento, laje. Havia uma mesa enorme, com seis cadeiras. Quando foi convidado a entrar no quarto, ficou alucinado com a ordem e limpeza, e não deixou de ver a rosa de prata que estava sobre o criado mudo ao lado direito da cabeceira da cama. Foi até a rosa, pegou-a nas mãos e ficou admirando, será que ela realmente gostou? pensava. Ela morava só, pelo menos durante a semana, onde seus pais iam para a fazenda e só voltavam aos sábados.

Ficava observando os movimentos de Umbelina, arrumava os livros e papéis dentro do seu armário, ajudava-a, sentava em sua cama, ficava admirando suas pernas, pode vê-las um pouco mais acima dos joelhos, ao sentar seu vestido escorregou um pouco mais, deixando aparecer as coxas. Ele gostaria que fosse um pouco mais. A janela de madeira do quarto estava fechada, podia ver através da cortina branca e rosa com bandô, ia do teto ao piso de uma parede a outra. O quarto estava com pouca luz, a iluminação natural que chegava pelas frestas da janela era insuficiente, mas era complementada pela lâmpada do abajour. Quando abria as portas do guarda-roupa, podia sentir um perfume suave, feminino, seu guarda-roupa era repleto de roupas com cores variadas. Os movimentos de Umbelina dentro daquele quarto estava deixando Miguel confuso, com o rosto corado, quente, quando ela se abaixava podia ver que o sutiã era vermelho com rendas nas bordas, segurando aqueles seios médios e firmes. Sentava ao seu lado, podia ver o contorno de seus seios, pareciam uma meia de sêda socada, como aquela que os moleques jogam bola na rua, eram durinhos. Aumentava sua sensação, quando por acaso ela o encostava sem querer, sentia uma coisa diferene, num ambiente diferente, sozinho com ela, inocentemente. Ela comentava com ele que ficava até tarde da noite para corrigir as provas, eram de várias salas e isso demorar um pouco. Aproveitaria aquela semana que ficaria sozinha, pelo fato dos seus pais estarem na fazenda lá pro lado dos pântanos. Após colocar as pastas e os papéis no lugar certo, Umbelina chamou Miguel até a cozinha e serviu-lhe leite com pão de queijo e bolo de fubá. Acompanhou-o até a porta da sala e deu -lhe um beijo no rosto agradecendo-lhe por ter ajudado. Ele a olhou profundamente dentro de seus olhos verdes e sorriu. Caminhava com as mãos nos bolsos pela rua abatido.Não podia, e não sabia como ir "mais a fundo" mas sabia que enquanto ela tiver aquela rosa de prata, lembrará dele.

Não sabia o que era paixão, poderia estar sentindo outra coisa, talvez sua idade fosse insuficiente para ter certas sensações, era uma sensação tensa, incômoda, preocupante. No decorrer do tempo, procurava alguém que pudesse dar-lhe atenção. Certa vez, seguiu Beatriz assim que sairam da escola para saber onde é que ela morava, sabia da rua, mas era impossível passar em frente a sua casa.Era uma rua sem saída. Seus irmãos ajudavam seu pai no comércio de carros usados e peças, tinha medo de aproximar da família dela e ser prejudicado. A natureza veio a ajudar Miguel. Numa quinta-feira do mês de Junho amanheceu nublado, a mãe dele pediu para que levasse para a escola o guarda-chuva, ele detestava carregá-lo. Na saída da aula chovia tanto que os alunos de sua sala não puderam ir até a marquise do portão principal. Ele deu um tempo por ali ate que a chuva diminuísse um pouco, aos poucos os alunos iam saindo, abriu o guarda chuva e caminhava para o portão quando avistou Beatriz debaixo da marquise. A chuva pegou-a de surpresa e ela não pôde voltar molhando um pouquinho. Aproximou-se dela bem devagar para não assustá-la e disse:

Oi, Beatriz.

_OI, respondeu ela.

Não trouxe sombrinha? perguntou Miguel.

_Claro que não, se tivesse trazido não estaria aqui toda molhada né. Respondeu Beatriz, um pouco nervosa.

Miguel para mantê-la alí, permaneceu calado, pensando se, abrir a boca deveria colocar as palavras no lugar certo. Ficaram um bom tempo, e louco para olhar em seu rosto e poder vê-la mais de perto, mas se fizesse isso poderia piorar a situação constrangindo-a, e estavam em público, ele não queria prejudicá-la para que ela não ficasse aborrecida com ele. Após algum tempo, mudos, sem olhar um para o outro ela disse:

_Acho que vou assim mesmo.

_Deixe eu levar você até lá embaixo. Pediu Miguel.

_Você tá louco? se um dos meus irmãos ver eu com você eles me matam. Respondeu Beatriz. Ele ficou pensativo por algum instante e começou a indagar a sí próprio. Porquê comigo? será que tem alguma coisa errada? ou será com a minha família? Começou a analisar e se envergonhar a medida que pensava se as brigas que haviam dentro de casa entre seus pais tenha surtido repercursão. Achava que era pobre, e talvez tivesse vergonha de estar com ele. Ela morava longe, seria impossível saber o que acontecia com sua família. Mesmo assim, ele insistiu e pediu para que ela entrasse debaixo de seu guarda-chuva, caminhando lado a lado. Havia poucas pessoas na rua, chovendo e começava a esfriar, e, ambos sem blusa. Os pés dela estavam molhados, os dois nem se importavam muito em pular a enxurrada barrenta que corria pela sarjeta. Pelo caminho Miguel procurava conversar o máximo com ela, tinha que aproveitar aquele momento, para ele era precioso, aquela oportunidade poderia não acontecer novamente, pela primeira vez estava perto dela. As primeiras palavras foram de carinho para ela. _Acho você muito bonita Beatriz. Não sei viver sem pensar em você, pode não acreditar mas bebo água, como e durmo pensando em você, gosto sempre de te ver, acho que estou apaixonado por você.

_Você parece bobo, como já se viu um menino de dez anos apaixonar por uma menina?Esquece disso, se meu pai souber pelo menos que eu converso na rua com menino ele me da uma surra, e meus irmãos me olham muito, meu pai jamais vai deixar eu pensar em namorar agora, eu só tenho doze anos, disse Beatriz.

Miguel permaneceu calado, tentou colocar seu braço sôbre os ombros dela, para protegê-la da chuva, mas ela se esquivou, dizendo:

_Se for pra você fazer isso é melhor ir embora pra sua casa, eu vou para a minha mesmo molhando toda, diz Beatriz.

Mais que depressa, ele tirou o braço dos ombros dela.Miguel tentava falar o mais rápido possível, seu tempo estava esgotando, e tomou decisão e disse:

_Beatriz, tenha certeza de uma coisa, eu gosto muito de você, quero ter você pra mim, quero dizer, como namorada.

_Daqui você pode ir embora, pode ser que meu pai ou um dos meus irmaõs venha de carro encontrar comigo, disse ela com voz de brava.

_Tudo bem, não esqueça que tem alguém que te ama, disse Miguel. Parou no meio da rua com o guarda-chuva aberto e sobre ele, via Beatriz distanciando dele, ela dobrou a esquina e não olhou para tráz.

Sentia-se aliviado poder dizer e demonstrar o quanto gostava dela. Não foi trabalhar, o tempo não ajudou e ficou em casa fazendo os exercícios à luz de lamparina sobre a mesa de jacarandá da Banhia enquanto sua mãe escolhia o feijão, para colocar na marmita de manhã para o seu pai.Observava apena o fogo que saía dalí e a fumaça que subia até o telhado. Com o lápis na boca, fixando a luz da lamparina não pensava de pensar na Beatriz.Será o que ela esta fazendo agora? Como é que ela dorme? Seu quarto como deve ser arrumado? Acompanhava com seus olhos a fumaça que saía da chama da lamparina até sumir entre os vãos das telhas. Olhava de vez em quando para sua mãe, e, de cabeça baixa concentrava na escolha do feijão na peneira de bambú sobre os joelhos. Mas o pensamento em Beatriz, e outro em Umbelina. Como elas dormem? Será com que roupa dormem. A casa delas tem energia elétrica?Não importava, ele tinha que fazer as lições, usava os cadernos ate a capa, após ler bastante e se estava no final do ano, apagava e escrevia novamente, sua mãe é quem comprava todo o materia escolar com o dinheiro que lavava roupa pra fora, para as freguesas.  Sentia, que sua mãe sentia-se muito, em não poder comprar-lhe outro caderno. Muitas vezes enquanto fazia a lição, Miguel a olhava e percebia que sempre escorria sôbre seu nariz uma lágrima. Miguel sempre a indagava, mas ela sempre dizia que não era nada. Esta atitude de sua mãe preocupava Miguel, sempre ver sua mãe aos prantos e ela nunca definia nada para ele e nem para suas filhas. Ele só acordava as tres horas da manha após sua mãe com todo carinho pedir para levantar, que seu pai já estava pronto pra ir pra roça.

A possibilidade de falar com Beatriz fora do ambiente escolar não saia da cabeça dele. Num final de semana tomou banho, trocou de roupa, pôs um sapato tala-larga, uma calça boca de sino, e foi até a rua de Beatriz, infelizmente a rua não tinha saída, ficava difícil continuar, aí, ele voltou para traz. Sabia qual era a casa e ficava de longe observando quando alguem saísse e poderia passar alí perto dele, para poder falar alguma coisa, ou perguntar. Após esperar por duas horas, verificou que um senhor já de idade saía da casa dela e começou a subir a rua onde Miguel estava.Ficou desconcertado, caso desse de cara com seu sôgro ou seja, seu futuro amigo, Gilson, no qual Beatriz havia lhe dito o nome de seu pai.Disfarçou atráz de um poste para que ele não o visse, naquele momento não teve coragem de falar alguma coisa, percebeu que Gilson entrava num bar, o Bar Gato Preto, aproveitou a ocasião e entrou também. Sentado em um banquinho ovalar suportado por uma base de concreto ovalar, Sr.Gilson bebia uma cerveja.

Miguel observava aos lados, se havia muita gente, apenas com doze anos sentado na mesa de um bar, sem saber o que estava fazendo alí, ou por razão o levava alí. Não importava, ele não poderia saber, mas seu coração sabia, que quando um homem esta com paixão independente dos fatos, ele é capaz de tentar o intransponível. Trêmulo, sem saber o que pedia para o balconista, sentou-se ao lado do Sr. Gilson e disse: Oi.

_ O senhor Gilson disse:

_Oi.

E ficou apenas nisso.

O balconista perguntou o que Miguel queria, e ele pediu um guaraná Antarctica.Que pagou com uns centavos ce cruzeiros que estava em seu bolso.Tomava o guaraná demoradamente, esperando que o Sr.Gilson puxasse um assunto. Mas nada, depois de vinte minutos.Saiu do bar resmungando pra si mesmo, mas faltou-lhe coragem para pedir ao Sr.Gilson autorização  para namorar com sua filha. Poderia levar um fora ali mesmo e fazer com que Miguel passasse muita vergonha. Não conseguia entender porque não era expressivo para Beatriz, ela sabia que ele o amava, poderia pelo menos corresponder ou ser gentil. Pensava dia e noite em um dia poder pegá-la em seus braços e abraçá-la. A noite quando deitava, ficava ensaiando nas costas das palmas das mãos ou nos braços os beijos que um dia poderia saciá-los nos lábios dela, pode ser que um dia poderia sentir o calor do seu corpo, o brilhar dos seus olhos verdes., o seu perfume, poder tocar os seus cabelos. Quando mais pensava mais aquilo corroia-o por dentro, trazendo-lhe mágoas de não poder conquistar o coração dela, sentia-se inferiorizado.Chorava por vários minutos até que o sono pudesse chegar e fazer com que ele esquecesse-a. Miguel continuava o seu trabalho como tratorista do tio.Elogios não faltavam dos amigos de seu tio, que o considerava como sendo caprichoso, trabalhador, e, nao lhe dava prejuízo, não quebrava os implementos do trator. O pouco que ganhava é para comprar milho para as galinhas e frangos de pescoço pelado que gostava de criar.José não gostava que as criações ficassem soltas pelo terreiro, teriam que ficar no cercado atrás da casa.

As terras que eram aradas ficavam até cinquenta quilômetros da casa onde Miguel morava. Quando era muito longe teria que ficar por lá por uma semana, pelo andamento do serviço poderia terminar antes.Durante a madrugada, só ouvia o ronco do motor do trator, de vez em quando enfiava a mão no embornal e tirava a garrafinha de guaraná e tomava um gole de café, que sua tia havia Inhá havia preparado para ele.Vivia sempre no meio da natureza, tomando água de minas, de riachos, andando entre bosques e florestas, sem saber da importância que futuramente faria para a humanidade, a falta da fauna e flora, onde ele, estava trabalhando, a mando dos fazendeiros, destruindo matas fechadas para produção de alimentos, para seres humanos ou animal.A cada área arada foi uma mata silvestre, um cerrado, de qualquer forma estava sendo uma área prejudicada pela devastação, no momento ele não sabia que diferença fazia, Miguel estava arando uma área devastada não por ele ou por seu tio, e sim por um inconciente dono de terra, onde Miguel  só foi perceber isso após quarenta anos....

 


CAPÍTULO II                 Agência de Mulher                                                                                                                                                                                                                                                                                           Não importava o quanto trabalhava, tinha que adquirir alguma coisa que pudesse ser reconhecido por Beatriz, talvez trabalhando ela lhe daria uma chanche, e ela mesma já sabia disso. Várias vezes mudava o caminho e passava por perto de sua casa para ser notado por ela.No trabalho e na escola o pensamento dele estava voltado a ela, era uma paixão doentia, que o incomodava, pensava se era normal sentir tanta dor, por causa de uma menina, faltava-lhe alguma coisa? Pensava. Não aceitava a falar com sua mãe ou irmãs, amigos, o que estava sentindo por uma garota.O que seria paixão pra ele?Seu pai José trabalhava muito, a cada colheita de abacaxi era recompensado por uma grande soma de dinheiro, comprou até mesmo um caminhão, mesmo não tendo carta para dirigi-lo.Algumas vezes Miguel acompanhava José até a cidade de Divinopolis para vender o abacaxi a granel. Havia na carga mais ou meno vinte e cinco mil frutas, paravam o caminhão em uma das esquinas movimentadas da cidade e alí ficavam duas ou três semanas até que fossem vendidas todas as frutas. Seu pai dormia na cabina, e Miguel na carroceria do caminhão sôbre o capim gordura sêco que forrava as tábuas da carroceria. O cheiro adocicado da fruta trazia-lhe enjôo, e muitas vezes não conseguia dormir. Levantava a lona do caminhão e vomitava fora e, não havia nehum bicabornato alí que pudesse ajudá-lo a parar de sentir vômito. Quando seu pai não tinha muita paciência em ficar alí muito tempo parado, negociava o abacaxi e vendia-o por atacado, obviamente por um preço menor.Alguns meses depois seu pai teve que vender o caminhão um Chevrolet.Naquele momento era notório ver que trabalhava-se muito, mas não notava o lucro, nada de novo era comprado, nada de novo era investido.Miguel pelo pouco que ganhava comprava seu sapato, conseguia dar um dinheirinho pra sua mãe e comprava um kilo de milho para as suas galinhas, procurava o máximo ajudar sua mãe que lavava roupa para fora.

Há poucos dias, sua irmã Neiva chegou correndo no colégio e pediu para que a professora liberasse Miguel e sua irmã Nina, estudavam na mesma classe. No caminho Neiva contou-lhes o que estava acontecendo.Chegando em casa encontraram a sua mãe chorando e quando viram seu irmão Flávio começaram todos a chorar, estavam com saudades, pois havia ficado um ano fora trabalhando e morando com os parentes de sua mãe em Goiás. José não podia saber, sendo que as famílias não combinavam e nesse tempo todo nunca ficamos sabendo das notícias de Flávio. Trouxe presentes , ele estava bem em Goiás exercendo a profissão de pedreiro, mas não tinha intenções de voltar novamente. Em Junaí não queria ficar, já vivia uma vida independente, resolveu ir para Passos e levou junto seu irmão Jonas, ficava apenas setenta e cinco quilômetros de Junaí. Isso possibilitou a visita frequênte à sua família, quase que semanalmente à sua família. Os irmãos maiores já eram responsáveis por sí mesmos, só trabalhava, e isso impedia-lhes de fazer um curso, acreditava Miguel. E ele não faltava uma só aula, queria sempre passar de ano, no entanto nos dias de prova estudava muito, e as professoras sempre o colocavam na mesa delas para ele poder fazer as provas e não deixarem os outros alunos copiarem. Pra Miguel, foi inesquecível aquela mudança de ano, de mil novecentos e setenta e oito, para mil novecentos e setenta e nove.

Pela primeira vez Miguel sentiu a dor da perda de um parente, sua prima Izaura filha do Tio Alvim havia falecido ela estava apenas com quatro anos de idade.Via seu Tio debruçado sôbre o caixão todo em branco e só via o rostinho dela pra fora, a pele moreninha cor de jambo e o narizinho arrebitado so pode ver essas lembranças. Isaura era a filha mais nova, era adorada por todos que a conheciam, Alvim trabalhava muito e era o orgulho para todos que o conheciam, sempre trabalhou com sítios, plantava, negociava, trabalhava com venda de areia e animais de corte.Isso veio a motivar Miguel quando tomou conhecimento de uma frase num pára-choque de caminha:_ "Deus ajuda quem Trabalha". Trabalhando poderia conseguir o que quisesse, porque em troca receberia o dinheiro e investiria em algum negócio, e no momento o seu era poder dar continuidade na criação das galinhas caipira, principalmente as de pescoço pelado. Já tinha umas trinta cabeças, quando maior a quantidade de cabeças maior seria tambem o consumo de milho, e sua mãe quando podia ajudava-o a tratar, jogando restos de comidas e algumas folhas velhas de verduras que ela cultivava na horta. Dificilmente se comprava alimento, a maioria era produzido no terreiro de casa com a ajuda de todos.Neiva se encarregava de encher a caixa dágua, tirando a água da cisterna através do sarí, na qual tinha vinte e cinco metros de profundidade.Ele gostava de ver aquele movimento dentro de casa, cada um cuidava de sua tarefa, a casa por ter quatro mulheres solteiras permanecia sempre limpa, apesar de ser simples, Miguel se encarregava de ir no serrado buscar as folhas de pita para esfregar o chão de tijolo queimado assentado aparentemente.

Seus irmão Flávio e Jonas não estavam mais em Passos, resolveram tentar uma vida melhor mais longem no Estado de São Paulo, para a cidade de Mendonça. A preocupação de sua mãe dobrou, agora os dois filhos deixavam o lar deixando todos tristes, chorava muitas vezes mas para sua mãe o que era confortável eram as cartas que chegavam todo mês. Sabiam que estavam bem, e que no final de cada ano poderia fazer-lhes uma visita, a distância de quatrocentos quilômetros  impedia um contato pessoal constantemente. Pelas palavras na carta podia perceber que estavam indo cada vez melhor. Miguel nunca pensava em sair de sua terra Natal, alí tinha suas raizes, e nem era adolescente ainda para deixar sua mãe e sua família.

Numa tarde de sábado, estava sôbre o trator arando dois alqueires de terra pegado a matinha, a fazenda do Tio Alvin. Surpreendente que as arações ocorriam em volta de uma mata que foi deixada para preservação em forma de círculo, e o trator andava em circulos.Eram aproximadamente quinze horas quando Miguel percebeu que aproximava da cerca de arame farpado, um carro vermelho, um karmam-guia, desceram a Neiva, Flávio e Jonas. Cumprimentaram-se, como era sábado, Neiva pediu para que ele fosse pra casa a pedido de sua mãe.Juntou os implementos do trator, cobriu o tambor de óleo, deitou o banco do trator e foi para casa. Satisfeitos em ter recebido a visita dos irmãos, sua mãe não sabia o que fazia, eles iriam embora no dia seguinte. Fêz pão de queijo, pudim broas de fubá para que os irmãos pudessem levar para Mendonça, era um exagero a quantidade de alimentos, mal cabiam no porta-malas do Karmam Guia.Era raro sentar-se à mesa, a não ser que houvesse visitas.Durante o almoço sua mãe comentou com Miguel que seus irmãos queriam levá-lo para Mendonça, ficou surpreso. Levantou a cabeça, parou de mastigar por um tempo, olho bem aos olhos de sua mãe com surprêsa. Deixar sua família e ir para Mendonça? Jamais. Pensou Miguel. De momento disse não, a sua mãe. Seus irmãos disseram mais ou menos como é a vida na cidade grande, mostrou-lhe que é possível ganhar mais dinheiro e ter algum tipo de sucesso. Deixaram-lhe o dinheiro da passagem, caso resolvesse a ir, o Sr.Durvalino um pedreiro amigo da familia ira no próximo fim de semana para Mendonça, ai levaria Miguel, que achou melhor tomar uma decisão no decorrer da semana. Como enfrentaria tal situação não sabia, queria ficar em Junaí.Mas será que ficando poderia se destacar?Conseguiria fazer como seus irmãos? Compraria um carro? A semana ia passando, o relacionamento com Beatriz na escola caminhava como antes, e Miguel queria pelo menos chegar nela e pedir uma opinião. Mas pra que? ela não iria dar "bola".Ele queria um dia ser grande, para conquistar ela.Queria andar com roupas bonitas, bem alinhado, com o seu carro novo e ter um bom emprego, assim poderia aproximar-se dela com menas timidez.

O único meio de chamar a atenção dela seria ser melhor que os colegas dela lá do centro da cidade. Andar com roupas novas, calças jeans, e camisa "volta ao mundo", por isso com o coração partido tomou a decisão de partir. Afinal, para satisfazer a vontade de sua mãe, poderia trabalhar com Flávio que depois que largou a profissão de pedreiro abriu um escritório de projetos arquitetônico, o o curso que Miguel havia feito por correspondência sim, poderia ajudá-lo. Juntou as galinhas que criava com carinho, amarrou as pernas delas com imbiras de bananeira e pediu a Neiva para ajudá-lo a colocar no jacá e ir para o armazém do Sr. Cândido para vendê-las. Depois de pesadas, o valor pago por aquelas galinhas tão bem tratadas e gordas, foi irrisório, e o Sr. Cândido não queria pagar mais por elas, dizendo que seu estoque estava alto. Com remorso de deixar as galinhas e com um valor pequeno, Miguel teve que contentar com aquela situação. Suas irmãs e sua mãe cuidariam dos papéis da escola, da transferência. No domingo de manhã quando o Sr.Durvalino chegou para pegar Miguel ele estava tomado de uma angústia muito grande, em ter que deixar sua família, sua terra, seus amigos e primos, já sentia saudades antes de partir. Seria necessário, o pedido de sua mãe e, queria mostrar a Beatriz que subiu na vida, que viveria independente, que trabalhava.A despedida foi dolorosa, com catorze anos ele deixava sua família sua cidade, deixando para traz sua infância, a menina que o apaixonara pela primeira vez, a professora Umbelina, para tentar a vida numa cidade onde nunca viu, numa cidade de seiscentos mil habitantes, como havia dito seus irmãos.

As peladas no campinho de terra, os ferimentos na ponta do dedão devido um chute mal colocado, seu quintal, o trator onde seu tio depositou total confiança em seu trabalho, ficariam para traz. Será que sua mãe não estava satisfeita com o que Miguel estava fazendo? Ou o que ele ganhava era pouco? Não. Ela queria é vê-lo bem, tão bem quanto aos irmãos Jonas e Flávio. Se não fosse Beatriz Miguel ficaria em Junaí.Tinha ciúmes quando ela conversava mais com os colegas lá no centro, andavam em turminhas, sempre chiks.Durante a viagem pensava que na sua cidade natal Junaí, poderia ter sucesso, mas será que andaria sempre sujo de terra e graxa? Era no momento o único serviço que fazia, e fazia bem feito. Na roça não queria ir trabalhar com enxada com seu pai.O que estava na cabeça dele? O sucesso que sua mãe queria pra Miguel, ou Miguel queria ir para uma cidade grande pra ganhar mais dinheiro, e conquistar Beatriz?

Naquela noite de mil novecentos e setenta, Miguel descia do ônibus em Mendonça, era tudo diferente, muito estranho, muitas pessoas.Estava morando com seu irmão Jonas, que havia acabado de casar e trabalhava por conta em serviçi de marcenaria.Miguel passou a trabalhar com ele e estudava à tarde. Período da manhã trabalhava, no período da tarde estudava, no colégio que ficava a quinhentos metros de sua casa. Após um mês que Miguel se encontrava em Mendonça sua irmã Nanci também veio de Minas para estudar e morar com eles. As adaptações no decorrer do tempo estava difícil, Miguel estava constantemente desorientado, insatisfeito e triste, talvez até com a tal depressão que surgiria a quinze anos depois, que a medicina descobriu.Sua liberdade havia acabado, não tinha o seu colchão preenchido com palha de milho, e o travesseiro feito com capim do mato. Nanci estudava no mesmo colégio em que Miguel estudava, mas dentro de casa as brigas entre os dois eram constante, e seu irmão Jonas muitas vezes batia em Miguel, a ponto de deixá-lo com o nariz escorrendo sangue. Dormia na sala no colchão colocado no piso, e sua irmã no sofá.Sentia saudades das colchas pesadas de trapo que sua mãe fazia no tear, do bolo de fubá, da broa de milho, sentia falta do bife acebolado, sentia saudades da sua terra. Na casa do Jonas não tinha toda liberdade, de manhã comia apenas uma fatia de pão com uma xícara de café, parecia que ele era "proibido" de repetir.Miguel estava vivendo um período negro de sua vida, não esperava tão má recepção por conta de Jonas, a saudade estava acabando com a sua satisfação.Miguel acabara de morrer alí, psicologicamente mais ainda, antes dentro da casa de sua mãe.

Gostava de ir pra escola, lá apesar de poucas palavras com os colegas, pois Miguel se sentia "caipira" entre eles, mas o que lhe trazia um pouco de satisfação para esquecer tantos aborrecimentos era o fato de ter Marisa em sua classe, a garota mais bonita da classe.Cumprimentava-a uma vez ou outra, mas guardava consigo a oportunidade de namorar com ela, queria a sua aproximação, talvez isso ajudaria a esquecer Beatriz.Durante o intervalo na fila da cantina, Miguel estava atrás de Marisa, e perguntou-lhe:

_Quer que eu lhe pague um Refrigerante Marisa?

_Ela respondeu, Muito obrigado.

Miguel ficou sem graça.

Ao término da aula, a caminho de casa Marisa disse para Nanci que o seu irmão havia oferecido um refrigerante a ela, e que ela não era uma menina qualquer, que fica aceitando coisas de estranhos.Ele evitou o contato com Marisa, para evitar futuros aborrecimentos, mas não deixava de admirará-la, caso Jonas soubesse de alguma coisa, a situação poderia piorar, mas ele falaria com ela caso ela desse uma chanche. O trabalho fazia com Jonas era em casa de clientes, reforma de móveis, colocação de rodapés e assentamento de portas. Numa dessas casas um sobrado, a janela de um dos quartos dava para a rua, durante o trabalho Miguel avistava algumas garotas andando de bicicleta, com camisetas cavadas e sortinhos. Olhava fixamente e as vezes paravam, sentavam na guia da calçada para conversar, aos olhos dele. Parava de trabalhar e ficava olhando os jeitos das meninas, eram diferentes, conversavam gesticulando muito, filhas de pessoas ricas, eram bem diferentes das meninas que conheciam em Junaí, usavam roupas bonitas.Através da janela de uma maneira que elas não percebesse, começou a sentir uma sensação diferente, levou a mão até o seu órgão genital, e sentiu que estava excitado.Mexendo no seu pênis sentia que o prazer aumentava cada vez mais olhava para as meninas com grande excitação, sentia um calor na face que parecia queimar, e chegou ao orgasmo pela primeira vez, nunca havia feito isso antes, abaixou, pegou um pedaço de madeira e começou a observar, mexendo no líquido branco que saiu dele, misturado com o pó de serra, no dia seguinte, quando trabalhava só fêz várias vezes, ele não seria o primeiro a ter este orgasmo, claro que em todo o mundo qualquer adolescente homem ou mulher tem a sua primeira vez.

Miguel e sua irmã voltaram para Junaí, ele não se adaptou em Mendonça, se ficasse alí talvez morreria de agonia. Em Junaí teve que ficar afastado da escola, perderia um ano sem estudar, ele sentia muita falta dos estudos, era desastroso pra ele, que sempre dedicou aos estudos, isso veio a aborrecê-lo devido ao descontrôle dos estudos, o vai-e-vem, devido ao seu irmão Jonas. No ano seguinte foi matriculado na escola que antes havia saído, seus colegas estavam lá, inclusive a Beatriz. Miguel havia mudado, não era mais o mesmo e ele percebia isso, estava mais orgulhoso, egoísta, e desambientado junto aos colegas, não conseguia dialogar com seus colegas como antes.A timidez tomou conta de sí, não conseguia dialogar livremente.Estava com senso de culpa.Deixou para traz aquele menino simples, educado, e amado por todos, ficou áspero, orgulhoso, e com um semblante de estupidez.Talvez a linha de sua vida, os seus objetivos tenham sido interrompidos, mudado. Não se interessava muito em estudar, para ir à escola era através do empurrão da mãe. Tinha que trabalhar, e a opção foi ir para a roça ajudar seu pai levar o embornal com a marmita no ombro e a enxada no outro, não tinha coragem de sair na rua daquele jeito, tinha vergonha, tinha vergonha de andar com as roupas sujas de terra pela rua, seu sofrimento aumentou mais ainda, tinha que ajudar seu pai na roça, antes podia ir para o trator, mas já havia outro no lugar.Jonas era como um ditador que ficou conhecendo ha quarenta anos depois, um tal de Hitler, e não só foi com Miguel, depois de trinta anos ficou sabendo que êsse seu irmão e esposa era tão ruim para com seu filho primogênico e esposa e netos.

Sentiu-se traíado, pelo seu irmão Jonas que prometeu "fortuna"isso, e afinal só lhe trouxe o fracasso no trabalho e nos estudos.Procurou ter o seu próprio quarto, reformou, pintou comprou uma guarda-roupa, brigava e discutia com seu pai, pelo fato de defender sua mãe. Não aguentava mais o fato de carregar enxada nos ombros. Seu tio Alvim percebendo que Miguel havia voltado, dispensou o tratorista e contratou Miguel novamente, as considerações do meu tio como o melhor tratorista, permanecia. Beatriz falava mais com ele, pouco, mas, falava. Miguel saía a noite com alguns colegas para ir a missa a noite e depois ficavam dando volta na praça matriz, as mulheres andavam de um lado e os homens de outro, de maneira que sempre se cruzavam, fazendo uma paquerinha. Miguel estava bem trabalhando com seu tio ganhando o seu dinheiro, mas passando uns quatro meses em mil novecenttos e setenta e quatro, ele voltaria para Mendonça com toda a família, não entendia o porquê de tanta precipitação para isso.Antes de partir encontrou com Beatriz num domingo após a missa, e disse-lhe que voltaria para Mendonça com toda a família. Deu-lhe atenção e começaram a conversar por mais tempo, e ele disse que gostaria de tê-la como namorada.Por considerar muito nova e com o não consentimento de seu pai e irmãos, ficaria muito difícil o relacionamento dos dois. Mais tarde, apos os cincoenta anos, é que Miguel verificou que poderia ficar em Junaí e morar e trabalhar com seu tio, mas era contrário a vontade de seus pais. Conversaram por duas horas, e a única frase que Miguel lembra de Beatriz, "Não se brinca com os sentimentos dos outros". Não entendeu, ficou calado e não entendia o porquê daquela frase, quem estava brincando com os sentimentos dos outros era ela, pensou ele. Caminharam até perto de sua casa, e no caminha se encontravam sós, ele não se conteve e tentou pegar em suas mãos, mas foi em vão. Percebendo que quase tudo estava no fim, talvez ele nunca a veria novamente agarrou-a forcosamente e deu-lhe um beijo em sua boca, forçosamente, rapidamente, ela ficou aborrecida mas não o dispensou.Miguel achou melhor se despedir ali dizendo que voltaria para vê-la ou lhe telefonaria. Em Mendonça, seu irmão Flávio ainda solteiro e com um escritório de projeto civil resolveu alugar uma casa enorme, a poucos metros do centro da cidade. Toda a família de Miguel estavam lá, menos o Jonas que era casado e morava de aluguel em outro bairro.Miguel percebia que Flavio estava muito nervoso e Jonas, mesmo com a família toda perto. Miguel começou a trabalhar com Flávio e o mesmo havia arrumado um emprego de frentista para Jopé. Mas ficou apenas dois dias no posto, pois havia derramado gasolina no carro do cliente na hora de abastecer, e o cliente não gostousé, seu pai. José era daquela pessoa sempre criada no interior e não havia muitas habilidades com objetos da cidade grande.Mesmo assim todos estavam morando juntos, e para ajudar no alugue Flávio alugou um quarto para duas, moças irmãs, pareciam gêmeas estudantes, quando cada uma delas entravam no banheiro só ele sabia o que o buraco da fechadura lhe mostrava.Olhando pelo buraco, via-se a espuma escorrer pelo pescoço delas passando pelo umbigo e chegando ao púbis e descendo pelo joelho, e aquela espuma indo embora pelo ralo. O que via, era fascinante, ficava atormentado.Aqueles pelos lhe chamavam tanta a atenção a ponto de deixá-lo extremamente excitado, como era bonito o corpo de uma mulher, pensava.Nunca havia visto o corpo de uma mulher  nua. Ele ficava chocado com o que via, seu rosto queimava, ficava inquieto, que tinha que ir para o jardim e bater bola, para distraí-lo. Sabia desenhar porque quando foi de Mendonça para junaí, fez um curso por correspondência até o final da última lição., mas não importou de pegar o certificado, era tanta a sua nomadês que muita coisa estava ao seu alcançe e ele não podia aceitar.Miguel trabalhava com Flávio e recebiam o aluguel das duas moças que moravam com eles.

A tentativa de levar toda a família para Mendonça foi válida por Flávio, talvez se não fôsse e foi, analisou depois Miguel, o imprevisto proposto por sua irmã Neiva. De manhã saiu a sua mãe com Flávio e Neiva, Flávio deixou Miguel na calçada do prédio onde trabalhava com as chaves do escritório e sairam. Ficou sem saber o que estava acontecendo com a Neiva que chorava muito. Naquele dia Miguel ficou só no escritório, Miguel caminhou depois das dezessete horas até sua casa que ficava mais ou menos três kilômetros.. Jonas estava lá e toda a família, ou seja de José que estava bastante nervoso.Era aproximadamente dezoite horas Flavio chegava no seu Carman Guia com sua mãe e Neiva. Miguel percebeu que Neiva estava muito pálida, amarela, e parecia muito preocupada, e foi levada diretamente para a cama de seus pais. Miguel na cozinha percebeu quando os adultos entraram e fecharam a janela do quarto e a porta.Havia naquela casa muita correria e nervosismo. Sem querer, inocentemente Miguel abriu a porta do quarto e adentrou subtamente, todos pediram assustados para que ele saísse dalí, mas não tirou os olhos do pano ensanguentado que sua mãe tirava entre as pernas de Neiva, sendo suas coxas toda suja de sangue, ou mercúrio, ele não soube definir.Queria saber o que estava acontecendo, porque tudo aquilo, Seus irmãos mais velhos estavam tensos e Neiva chorava muito, seu pai caminhava de um lado para o outro da sala, e Miguel disfarçava brincando de bola no quintal, com sei irmão mais novo, isso para "espantar" a tensão.De vez em quando saia do quintal e tentava entrar no quarto pelo corredor, para ver se captava alguma coisa, e com sempre alguém o arrebatava, pendindo a Miguel para voltar. Queria saber o que estava acontecendo alí naquele lugar, naquela hora, em Mendonça, com Neiva. O único comentário que ele ouviu em voz baixa alguém comentando é que sua irmã Neiva havia perdido o bebê, estava grávida de alguns meses, mas não deixava transparecer a barriga, porque, Miguel ficou sabendo depois, que ela usava um sinto, ou algum tipo de faixa muito apertado, e que havia passado por uma cirurgia, e que  a criança nasceu toda deformada, mais detalhes ele ficou sabendo futuramente depois de trinta anos, onde ele teve contato com Neiva e ficou sabendo da história. Ela havia sido estrupada em Junaí, e para a familia não passar vergonha, seu pai preferiu ir pra outro lugar(outros detalhes deste fato será narrado nos próximos capítulos).

Tudo havia acabado, José não queria mais trabalhar no posto de gasolina, a falta de adaptação contribuiu para que a família de Miguel voltasse para Junaí.Miguel ficava apenas observando o fato, e  piorou quando percebeu que para Junaí a família não queria voltar. Foram para a capital Belo Horizonte, onde um tio cunhado de José deu uma casa para eles morarem, havia uma edicula onde cedeu para a familia de José morar, a tia Julieta é que era dona destes cômodos. Miguel estava totalmente desorientado, porque estava alí morando de favores naquela casa.Seus pais não queriam retornar imediatamente para Junaí, para aos olhos dos outros acharem que foi um fracasso? Não sabia. Tinha casa para morar e estava vivendo de favores, como nômades. Seu pai cuidava dos carros de seu cunhado, que havia um estacionamento de compra e venda na frente da casa onde moravam. Miguel vendia cartão de visitas na rua, para as empresas oferecndo para comerciantes e profissionais liberais, e tantos outros ramos de atividade. O dono da gráfica sentia orgulhoso por ele, pois na tabela de vendas várias vezes Miguel aparecia como o primeiro vendedor, que mais vendia, ou seja ocupava sempre o pódium. Andava de um lado para o outro nas ruas e avenidas da Capital Mineira. Não queria ficar dentro de casa sem fazer nada, ainda mais alí naquela casa emprestada, tinha vergonha, de ficar alí sem trabalhar.Subia e descia vários andares de prédios. comerciais, vendia sempre bem.Através de suas vendas, ao passar pelo décimo sexto andar de um prédio, viu um escritorio de engenharia.Ofereceu os seus cartões mas, sem sucesso, ofereceu o seu trabalho, foi convidado para no dia seguinte comparecer às nove horas para fazer um teste,dizendo a sua mãe que o abraçou e o apoiou muito, com entusiasmo, e no dia seguinte com roupas novas iria tentar um novo emprego de desenhista. O dinheiro para o ônibus era escasso, mas isso não o desanimava de andar dez kilometros ida e volta para conter a sua satisfação em trabalhar de desenhista. Sua expectativa era grande para chegar ao serviço onde poderia começar a sua nova carreira profissional.Passou no teste, e começou a trabalhar para a companhia de água e esgoto da capital naquela hora mesmo.Ganharia um salário como esperiência e um segundo registro em carteira. Após três meses ganhou a confiança dos patrôes e teve um reajuste de salário, e já ia fixar definitivamente na empresa.

A primeira vez que ele viu sua mãe internada, adoentada, durante os seus 52 anos de vida, Miguel, foi quando estava internada num hospital no centro da cidade, mas não era muito grave o problema de saúde dela. Miguel tinha mais de quinze anos  e ele entendedia se o problema era grave ou não. Todos foram visiá-la, e como a visita podia demorar, ele a visitou, como estava de carro com seus irmãos,  saiu para dar umas voltas alí por perto da rodoviária.Às vinte horas deixou  o pessoal com sua mãe e foi até uma lanchonete a poucos metros do hospital. Distanciava-se um pouco mais, até que avistou umas mulheres andando pela calçada e outras paradas encostadas no poste com pouco roupa.Achou estranho aqueles comportamentos, aquelas aberrações, homens andando de um lado para outro, outras abraçadas com homem encostados nas paredes, mas Miquel achava bom ver aquilo, aquelas atitudes o excitava-o  ver corpos semi-nus das mulheres, achava bonito.Andava e ouvia umas palavras estranhas daquelas mulheres, no sentido de levá-lo para a cama. Um pouco mais adiante, encontrou uma mulher aproximadamente vinte anos mais que ele sentada num caixote de madeira de bebida, na porta de uma casa, conversaram e ela o convidou para entrar pra dentro. O lugar estava sujo, as sarjetas com lixo, as casas todas velhas e sujas e algumas pessoas bêbadas. A mulher levou-o para o cômodo dentro da casa que parecia um depósito de bebidas de um bar que ficava ao lado.Havia alguns engradados amontoados e um colchonete jogado ao chão.Imaginou que aquele local aquela rua onde estava era uma zona, zona do meretíssimo, onde se prostituía mas aquela mistura de mulheres, homens, lixo, casas sujas, vidros quebrados, o excitava. Devia ser pelo fato de ser a primeira vez que se comportava em tal lugar. Algumas mostravam os seios e mandava que ele os tocava, mas aquela mulher que estava alí naquele momento era imperdível, morena, cabelo longos pretos, era indispensável, ela deitou sôbre o colchonete, levantou o vestido e pediu para que ele fosse. O medo que ele sentia naquele momento, seu coração disparado, não o fêz conhecer bem aquilo que tiraria toda a excitação, foi muito rápido, foi sua primeira experiência com uma mulher. Foi o contato com aquela mulher como pato, subiu em cima e depois pagou e deu xau. Não houve um beijo na boca, um carinho, uma palavra. Simplesmente deixou no útero dela o que estava-lhe incomodando-lhe. Mas pagou por isso.Voltou para o hospital onde seus irmãos já esperava em levar todos pra casa, inclusive sua mãe que já estava em alta, pra todos foi uma felicidade enorme, ela ter tido alta do hospital.

Após uma semana dêste fato com sua mãe, seu pai José resolveu voltar para Junaí, o salário que Miguel ganhava não era o suficienmte para pagar o aluguel, e também não pensou na época em morar com um de seus familiares, sua timidez não deixava-o alavancar.Inconformado, desempregado, insatisfeito, sem dinheiro sentia-se angustiado naquela cidade Natal de Junaí, tinha vergonha até mesmo de sair à rua, tinha vergonha de mostrar para os outros, para os colegas o seu fracasso, as suas idas para Mendonça desestruturou o que havia planejado. As decepções eram grandes brigas entre os pais constantes, sua mãe já cansada de apanhar de José, e Miguel não suportava mais àquelas brigas idiotas, fora a bebida que deixava a família toda com medo. Com todas estes acontecimentos em Mendonça, sua mãe sentiu-se tambem muito decepcionada, pegou Miguel e foram para Mendonça.Flávio se mantinha muito bem em Mendonca, e sua mãe alugou uma casa perto dele, uma casa de fundos.Exímia cozinheira, Dna. Luiza e Miguel começaram a fazer salgadinhos , coxinhas, kibes, enrroladinhas, e tinham economias para pagar o aluguel no final do mês.Naquele lugar as casas do quarteirao, quase todas eram feitas no recuo, ou seja, como edícula, e do lado de cima vizinhos de Miguel morava um casal com tres filhos, um garoto de sete anos, uma garota de dez anos, e a Wanda, que parecia ter a mesma idade de Miguel.Quando se fazia as coxinhas, uma era reservada para a Wanda, que ele a chamava por cima do muro e a entregava.Uma pele cor de Jambo, alta, olhos verdes e cabelos compridos, era uma garota que apaixonaria qualquer homem, adolescente, e como Miguel se sentia, nem precisava imaginar.O pai dela não gostava que ela conversava com estranhos, mas Miguel não queria perder a oportunidade de estar alí do lado dela, seria mais fácil. Com as economias, levando a pé a longas distâncias em cestos ou em formas de assar bolos, sua mãe ia para um lado e Miguel para o outro. Isso de manhã, pois a tarde tinham que ir até o centro de Mendonça, há uns vinte kilômetros para comprar , fazer compras para os salgados, as vezes um cochilava no ombro do outro, levantavam as três horas da manha para fazer os salgados.Acordaram um dia, mais ou menos uma hora da manha com a casa cheia de fumaça, e um cheiro horrível de osso queimado, haviam colocado o frango cozinhar na panela de pressãoa e acabou secando a água, quase causando uma explosão.Com estas economias, com todo êsse trabalho Miguel conseguiu compra um fusca mil novecentos e cincoenta e oito, e isso ajudou muito as entregas dos salgados. Facilitou o trabalho de sua ma~e e dele.Não deixava de pensar na Wanda, e como estava de carro, foi esperar ela um dia na porta do colégio, um pouco mais afastado do portão para que não desse muito comentário entre os colegas e que seu pai pudesse prejudicá-la. Ele dentro do carro, percebeu que Wanda  estava esperando o ônibus, estava ela e dois colegas que iam em sentido diferentes. Assim que Miguel percebeu que ela estava só aproximou-se.  E disse-lhe:_Você aqui? o que tá fazendo aqui a essa hora? Disse Wanda assustada.

_Olha Wanda, desculpe, mas eu estou de carro alí, eu vim te dar um carona, disse Miguel.

_Você tá louco, se meu pai ao menos pensar que eu estou conversando com você ele me mata, vai embora.

_Wanda, não se preocupe, seus pais, ninguem, vai saber. Respondeu Miguel.

Wanda conversava de uma maneira nervosamente mas com um sensação de que o ônibus não viesse nunca, demorasse, ela mesmo assiava que  estava gostando que Miguel ficasse alí, para fazer-lhe, companhia. Miguel dizia que a amava, que queria namorar com ela, mas ela já havia lhe dito o motivo. Miguel pegou na mão de Wanda, ela o olhou assustado e se beijaram rapidamente, os cadernos a  atrapalhava com que ela abraçasse totalmente Miguel, mas ele estava livre para dar um abraço mais apertado em Wanda. Para quem nunca havia beijado aquilo era a maior sensação que dois jovens poderiam sentir. Após largarem um ao outro, Wanda passou a mão nos lábios como que estivesse limpando-os, e Miguel fez o mesmo porque foi um beijo "melado". Miguel percebeu que ela não havia beijado direito, que talvez seria o primeiro beijo dela, ele não se importou, o que queria era outro. Quando o ônibus apareceu na esquina há uns quinhentos metros ela desesperada deu o sinal com as mãos. Miguel mais que depressa agarrou-a e deu outro beijo, enquanto a segurava com o braço esquerdo, com o direito dava sinal para o motorista. Enquanto o ônibus afastava Miguel caminhaca para o seu fusca, totalmente apaixonado e feliz. Estava contente com o trabalho, o carro o  ajudaria a fazer a entrega dos salgados nos vários bares do bairro, mas sua mãe achava que ele merecia coisa melhor, merecia um bom emprego como os de seus irmãos. Insistiu para que Miguel fosse trabalhar como seu irmão Flávio. Miguel deitava a noite e ficava pensando o que estava acontecendo entre ele e sua mãe. Estava bem o serviço, tinha bastante clientes, estava dando para pagar o aluguel e sobrava dinheiro, mas ela queria sempre mais, sempre mais que Miguel ganhasse uma posição de dinheiro ou Status, ainda não sabia o porquê de tudo isso.Deixou de fazer salgadinhos e foi trabalhar com Flávio no escritório, desenho de plantas residenciais, toda manhã Flavio passava de carro na casa de Miguel para pegá-lo. Dna. Luiza trouxe o restante dos filhos menores para morar em Mendonça, enquanto José ficava em Minas, em Junai. Miguel estava gostando de trabalhar no 16o.andar daquele prédio, um serviço limpo e que fazia-o muito bem. Seu irmão Flávio exigente, Miguel ainda não tendo aquela formação completa de responsabilidade as vezes irritava seu irmão, mas o que valia pra ele era a experiência, tinha tido a primeira carteira assinada. Não dando certo, por causa de muitas brigas com suas irmãs, sua mãe resolveu voltar com todos para Junaí, ficando Miguel para pagar o aluguel de uma casa-edícula em Mendonça, o salário não era tanto, muitas vezes do final do mês ficava "duro", sem dinheiro. O aluguel correspondia cincoenta por cento do salário de Miguel, e o ônibus ficava mais vinte por cento do seu salário, mas ele sabia se virar. Quando chegava do trabalho e não tinha comida, ele ia no pé de mamão papaia apanhava dois mamões, descascava-os, picava-os e cozinhava com água e sal, aquilo o satisfazia, até o outro dia. Pois Flávio ia almoçar em casa, com a esposa, e Miguel não gostava de incomodá-los.

Não dando certo o trabalho com seu irmão Flávio, Miguel conseguiu um trabalho num restaurante de auxiliar de cozinheiro, era apenas ele de homem no meio de meia-duzia de mulheres. Aprendeu a preparar pratos sofisticados que ele ainda não conhecia, frios e quentes. Adorava o rizoto de frango e o peito de frango na chapa que era apreciado pelos clientes do restaurante. Nas suas horas de folga passava por algumas agências de emprego no centro de Mendonça e preechia algumas fichas para emprego, ele precisava trabalhar registrado, e aquele serviço alí de auxiliar de cozinheiro era apenas um bico. Recebeu uma carta em sua casa de uma agência das quais ele fez ficha, convidando-o para uma entrevista em uma empresa para trabalhar como desenhista. Na empresa foi recebido por uma garota linda, com o nome de Sandra, alta, vestido branco e cabelos longos com olhares azuis, olhos totalmente azuis, com um narizinho fininho e uma pela bem clara. Enquanto ele esperava na sala, sentado em um conjunto preto de tres banco, ela estava na máquina de escrever, ora atendia o telefone. Num tempinho que lhe sobrava ela lhe disse que gostou do seu jeito. Miguel ficou mais inspirado ainda, mesmo antes de fazer o teste. Após quarenta e cinco minutos desenhando, o dono da empresa perguntou-lhe se podia começar amanha, oito horas, Miguel disse que sim. A empresa na qual Miguel agradecerá sempre era uma empresal de Instalações Elétrica. Uma empresa de instalações eletricas de alta e baixa tensão, e projetos de cabinas transformadoras.Miguel nunca deixará de agradecer aqui os seus diretores Silvio, Osvaldo, Raul, e a secretaria Sandra. Miguel nunca havia visto aqueles códigos mais que depresa comprou uma apostila onde poderia ter toda a simbologia da área elétrica. Trabalhava com carteira assinada e num cômodo sózinho nos fundos. Onde eventualmente, quando os patrões saíam, as secretárias iam todas pra lá para conversar e saber de Miguel, saber da vida e da estória dele. Naquele ano de mil novecentos e setenta e sete, e as mulheres com comportamentos que lhe fazia ficar com o rosto corado de vergonha. Seus projetos baseava-se em desenhos de eletrificação rural, de bairros, de cabinas transformadoras e outros, conseguiu o seu emprego e trabalho da melhor forma possível. O seu chefe Raul pediu para que ele tirasse a sua carta de motorista, pois precisava dele para acompanhar alguns serviços no campo e também fazer o pagamento do pessoal, e em mil novecentos e setenta e sete, Miguel havia recebia a sua carta de habilitação em duas categorias. A e B. Era, seria, uma das oportunidades que os jovens procuram, pra ele estava tudo dando certo.Após tres meses que Miguel estava alí a empresa em assenssão, ou seja, crescendo, teve que contratar uma pessoa, um topógrafo. E isso aconteceu, nesta sala começou a trabalhar Miguel e Éverson, o topógrafo. Casado, com uma extrutura média e conversa calma, parecia ser gente boa, imaginava Miguel, que muitas vezes saiam em campo para fazer levantamentos topográficos.Sandra como sempre na "cabeça" de Miguel, até que um dia estava apenas Miguel e Sandra no escritório num sábado, ao qual trabalhariam até às doze horas,  ela pediu para que ele a ajudassse a consertar o tubo de despejo da pia. Eram mais ou menos dez horas da manhã, e ele tentava ajudá-la, mas como estava deitado sôbre o piso, nao conseguia concentrar bem, pois a Sandra em pé de saia sôbre o rosto dele, era difícil arrumar aquele tubo.Ele não conseguia concentrar no que ela estava pedindo para ele fazer, ela estava de saia e com as pernas abertas sôbre o seu rosto.  Pela primeira vez, pode participar de uma confraternização de uma empresa, em um dos grandes restaurantes da cidade, e Sandra sempre a frente para arrumar tudo, e sempre chamava Miguel para dar-lhe "uma força", e ele ia com todo carinho possível. Levava-a de carro de uma lado pra outro, para compras, agendamentos, e verificação do local apropriado.Miguel, nunca deixará de agradecer essa "menina" Sandra, loira, olhos azuis, da empresa na qual ele conseguiu seu registro honestamente na carteira de trabalho.


CAPÍTULO III                Agência de Mulher

 

 Era um hágil desenhista, muitos projetos eram de sua elaboração.Após a entrada de um rapaz, que também desenhista, veio a trabalhar com ele na elaboração de alguns projetos.Trabalhava limpo, num bom lugar , numa empresa de carteira assinada, para sua ele era uma grande satisfação.Ele não deixava de ligar e escrever para Beatriz, o seu coração batia só por ela. Quando ia visitá-la a cada mês sempre levava umas lembranças, umas bijouterias que ela nunca tinha visto, banhadas a ouro, ela gostava. Podia agora visitá-la em sua casa, só até o alpendre. Não a tocava, não entrava pra dentro da casa, apenas conversavam na varanda em frente a casa, mas sentia que o contato entre os dois permaneciam frio.A  paixão por Wanda era grande, talvez por Wanda estar mais perto dele, caso ela quizesse namoraria com ela e esqueceria Beatriz, mas as duas estavam difícéis de esquece-las . Beatriz não o reconhecia, apesar do esforço de Miguel ter que viajar quatrocentos quilometros para vê-la, de ônibus. Não o considerava, ele achava que estava sendo apenas um fantoche para ela. Wanda não podia namorar porque os pais a achavam muito nova. Continuava o seu trabalho na esperança de poder um dia namorar com uma delas.Miguel em Mendonça, saia cedo de casa, após o trabalho pegava o ônibus e ia estudar em outra cidade que ficava mais perto de sua casa, e o único lugar que achou vaga, a cidade de Pavina. Suas economias baseava-se em gastos pessoais e com as despesas de sua casa, como aluguel, apesar da mãe ajudar um pouco com o salário de cozinheira.Ela trabalhava no centro da cidade em um restaurante, talvez o serviço fosse menos cansativo a fazer salgados, tinha que madrugar, para que os salgados chegasse fritos e quentinhos nos bares. Suas irmãs Nanci e Nina trabalhavam e no momento estavam todos confortavelmente, apesar de algumas discussões  com as irmãs, Miguel não permitiam que elas chegassem tarde da noite em casa, elas discordavam sempre. O contato com o novo desenhista da empresa, fêz com que Miguel mudasse de idéia e chegasse ao patrão para pedir aumento de salário. Não o deram, e achou melhor se despedir.Reconheceu mais tarde que foi prejudicado por ter sido incentivado pelo colegha a tomar aquela atitude, o colega achava pela sua situação profissional poderia ganhar um pouco mais, arrependeu-se em ir na conversa dos outros. Flávio indicou-lhe que fizesse um teste na prefeitura de Mendonça, talvez lá Miguel pudesse ser convocado futuramente.Passou no teste, mas o engenheiro responsável pediu para aguardar, que logo haveria possibilidade de chamá-lo.Enquanto Miguel aguardava ser chamado ficava ansioso e descontrolado, ao ver que todos na família trabalhava  e ele desempregado. Se viesse a ficar muito tempo desempregado ali, o melhor seria voltar para Junaí, ficando com seu pai, mas para trabalhar na roça estava fora de cogitação, outro serviço seria difícil encontrar lá.Não demorou muito recebeu uma carta de convocação após quinze dias de espera, e deveria ser apresentado em outra empresa de engenharia, ele estava no caminho certo.  

Foi até o endereço indicado na carta, era um prédio recém construido, novo e muito bonito, moderno, tinha que subir até o andar de elevador, circulavam várias pessoas muito bem vestidas, piso de mármore cinza e lindas mulheres bem arrumadas e pintadas, bem vestidas e homens elegantes. Apresentou-se ao engenheiro responsável pela contratação, o Sr.Carlos Alberto da Silva Miguel, fez novo teste e começou a trabalhar após três dias.No momento da entrevista, o engenheiro já havia lhe adiantado o valor do salário que ganharia, como desenhista. Miguel ficou surpreso, iria ganhar três vezes a mais que ganhava na empresa anterior, seria muito dinheiro.No primeiro mês que recebeu o dinheiro, todos em casa ficaram admirados, levou-o todo para casa, pois não tinha conta bancária.Pagou algumas contas de roupas em uma loja, comprou roupas e sapatos novos, o ambiente que trabalhava, exigia-lhe.Miguel ficava muito excitado com o que acontecia ao seu redor, no cumprimento com as pessoas, se exaltava, quando conversava distraidamente se exaltava um pouco. Numa reunião que houve de diretores com funcionários, num salão enorme onde reuniu umas setenta pessoas ficou totalmente sem jeito, o que lhe envergonhava era aquela botina vermelha usada que teve que comprar em uma sapataria na hora do almoço, pois a reunião seria às catorze e trinta horas, seu sapato precisava de meia sola e não dava tempo de consertar na hora do almoço. Trabalhava limpo, no que gostava, ganhava bem, era tudo o que a sua mãe queria.Após seis meses sobrando dinheiro, resolveu comprar uma moto cento e vinte e cinco cilindradas, em doze pagamentos.Para retirá-la da loja seu irmão Flávio foi buscá-la Miguel ainda não tinha muita experiência em andar no transito movimentado da cidade, deixou-a na sala de casa durante um mês. Um dia chegando do trabalho a noite resolveu dar uma volta no quarteirão onde morava.Aos poucos foi treinando, e ficando bom no guidão. 

Com a carta em mãos e com sua moto,  todo mês fazia conta de fazer uma viagem a Junaí, para passear mas o objetivo era ver Beatriz. Nunca deixou de levar-lhe um presente, ela o recebia com naturalidade, sem mostrar um interesse maior, o amor, a paixão. Para Miguel não era importante, os quatrocentos quilometros de Mendonça a Junaí não o cansava tanto, so pelo fato de poder vê-la, so pensava um dia em tê-la em seus braços, ele, no mínimo demostrava a ela. Com frio, debaixo de sol ou chuva, nunca deixou de viajar para vê-la, para matar a saudade, em Mendonça, tinha poucas garotas, sua timidez, impedia de namaorar muito, e quando saia era apenas para fazer programas com garotas que gostavam de andar de motos. Sentia muita saudade de Beatriz, era como se estivesse do outro lado do continente.Amava-a, e não era correspondido.

Não perdia tempo, em Mendonça fez um curso de desenhista civil, para comprovar para o seu chefe que realmente era prático, e depois de Seis mês fez um curso de Desenho Técnico Mecânico pelo Senai.Achava que seu trabalho estava monótono, o trabalho que fazia com Flávio era bonito, desenhos de casas de vários tamanhos e variados, aprendia-se muito, no seu serviço atual se restringia a projetos padrão. Mas por fora pegava seus projetos onde defendia um bom salário, tinha todo o seu material de desenho em casa.Mesmo com um bom salário, não estava contente alí , com apenas dois anos, sempre preocupava em ler na seção de emprego dos jornais, outro ou qualquer outro tipo de emprego. Surgiu na região de Mendonça, em Hortolândia, uma empresa estava solicitando desenhista mecânico, e Miguel achou que seria uma ótima oportunidade de mudar. No dia seguinte, numa segunda-feira, saiu para o almoço às doze horas e foi até essa empresa, preeencheu uma ficha de solicitação de emprego. Do lugar onde se encontrava até chegar a empresa que trabalhava, demoraria no mínimo quarenta minutos de moto, e ele queria usar os vinte minutos de que lhe sobrava para chegar lá, bater o cartão de pontos e ficar tranqüilo. Na volta com a moto em alta velocidade estava atrás de um caminhão, que carregava boi, a medida que o caminhão à sua frente andava jogava-lhe sujeira, palha de arroz em seus olhos, na época não exigia o uso do capacete para motociclistas. Desgovernou-se caiu no acostamento com diferença de piso de quinze centímetros, quando percebeu tentou voltar diretamente para o asfalto, mas não foi possível as duas bengalas da frente havia deslocado e ele caiu a mais ou menos cem quilometros por hora. Teve sorte de não ter quebrado nenhum osso, ou ter batido a cabeça.Daí em diante evitou sair correndo como louco com sua moto,mas bastava ter a companhia de amigos para que tudo o incentivassem em andar em alta velocidade. Fins de semana Miguel procurava a companhia de uma garota, para dar uma volta, e iam pela estrada de terra em volta de Mendonça, e lá ficavam várias horas com ela no meio do mato, tomando um refrigerante. Seu trabalho ficava monótono, mas na hora de ir estudar para ele era um alívio, terminou o colegial e começou a fazer um curso técnico em química.Procurava manter a mesma vontade que tinha em Junaí, era difícil manter-se como primeiro aluno da classe, o seu interesse não era tanto porque já tinha seus vinte e um anos de idade, e estava em mil novecentos e oitenta.Gostava de erotismo, gostava de ter várias mulheres ao seu lado, visitava casa de shous de dança do ventre, convivia com elas, mas não tinha diálogo, palavras. Na hora do almoço ficava pelo centro da cidade e podia perceber como tinha moças bonitas, as duas faculdades do local facilitava essa imigração. Assim que ouvesse oportunidade procurava sair com aquela que lhe desse chanche, a moto tambem chamava atenção, e gostava de andar com uma garupa.Saía só ou as vezes com seu colega de trabalho Dinho, para almoçar, entravam dentro de uma ou de outra loja, gastavam-se além do normal, roupas relógios, crediários, viviam paquerando as meninas.

Solteiro, com um bom emprego, uma moto, estudava, e já havia comprado um terreno de trezentos e vinte metros quadrados de esquina, mas não se preocupava muito com as economias, com seu futuro. Pode-se dizer um pouco.Conselho de mãe é muito bem aceito, e essa observando o conteúdo de dinheiro que Miguel ganhava com seu salário, aconselhou-o a se increver numa cooperativa habitacional para adquirir uma casa popular.No início não se interessou, mas como a entrada exigia de um valor que não dispunha, sua mãe lhe emprestou, e depois a devolveu em dez parcelas, a cada mes ele pagava a sua mãe uma parcela. Foi pagando as prestações até que o bairro ficasse todo pronto, onde sua futura casa ficaria pronta. Nunca se importou de ir até o local e verificar o andamento das obras, mas as parcelas das prestações conseguiu quitar todas com sua mãe.Com personalidade de um adolescente, Miguel brincava muito nas aulas de laboratório, uma vez pegou uma moeda com a pinça, esquentou-a no bico de Buzen e colocou no bolso do uniforme do Amauri, seu colega de classe foi chamado a diretoria e ficou suspenso por dois dias.Às sextas-feira, juntava-se com um grupo de seis colegas, todos solteiros sem compromissos, e com moto, após a aula aproximadamente 22:30 passavam no Timbó para comer uma pizza, e tomar um chopp, era o início do fim de semana. O "cabeça" da turma era o Jair, ele comandava o grupo por aquela noite. Às sextas-feiras, era um incógnita quando saiamos  todos do colégio, o Jair à frente e os seus seguidores atrás. Era ele que tomava a decisão toda, se íam tomar o chopp, ou se iam para casa, dependia do Jair.Quando chegavam na pizzaria, Jair pedia um chopp, e todos ficavam na porta, disfarçando, mas ao mesmo tempo observando, todos olhavam em silêncio, depois de dois minutos se ele não ficasse vermelho, ai era uma festa, era chopp pra todo mundo, até às três horas da manhã. Ele comentou uma vez para a turma que tinha um problema de figado, se tomasse bebida alccólica e ficasse vermelho, tinha que parar, tudo acabava, não tomaria mais, e ficaria sem graça a presença dele alí na frente dos colegas igual a um pimentão vermelho.Outro colega de Miguel que o admirava era o Wilson, da mesma idade mas tinha um comportamento de adulto, sério, sempre sóbrio, personalidade firme e forte, dedicava aos adultos e as melhores notas eram as dele. Escolhia os colegas que fazia parte de seu grupo, quando era o líder escolhido pelo professor.Quando participava, Miguel tinha de esforçar-se bastante para fazer a parte que lhe cabia dos exercícios, para não passar vergonha e ser excluído da próxima vez do grupo de Wilson.Wilson acompanhava a turma na pizzaria mas era o primeiro a deixar a pizzaria, tinha namorada e ela era vizinha dele, ou seja, tinha o horário para "bater o ponto", era dedicado e a namorada muito séria.Miguel não importava que hora chegaria em casa, se pudesse sairia dali com os outros colegas como já aconteceu do garçom pedir licença, e ai, eles iam beber em outro lugar, de preferencia agora, onde tivessem garotas.Visitando ou não Beatriz, Miguel imaginava que as suas viagens eram sem sentido, ia para visitá-la, e aproveitava para ver os amigos. Se ele tivessem o compromisso com ela, o que gastasse poderia ser com ela.

A viagem de moto para ele era uma terapia, não era possível andar mais que cem quilômetros por hora, devido a baixa cilindrada da sua honda CG125,1979, mas era o suficiente para ir admirando o verde, a estrada que ficava para traz. A viagem quando concentrava o pensamento no asfalto recordava do local onde nasceu, onde brincava, na cidade grande não havia muito verde. Pára na metade do caminho para descanso e dar uma alongada na musculatura.Após várias visitas pôde entrar dentro da casa de Beatriz, conversar com a mãe dela, uma senhora esguia, mas muito bondosa.Falava devagar, atenciosa, e não deixava-o sair sem ele provar o pão de queijo. Simplesmente procurava agradar o visitante, pelo seu empenho e admiração por sua filha, talvez ela como mãe sabia que aquele namoro não ia sair. O objetivo dele nas visitas era para tentar formalizar o quanto antes um namoro com Beatriz, um namoro sério, estava chegando aos vinte e cinco anos, e como todo rapaz do interior,  havia necessidade de construir uma família.Beatriz não levava a sério, seus pais sabiam do interesse de Miguel mas não opnavam deixavam que a filha decidisse sozinha. Da sala onde estava sentado em um sofá com tecido estampado em verde, ele avistava  o quarto dela.Uma cama de madeira branca e lençol em tom de amarelo com branco combinando com a cortina.Vários bichinhos de pelúcia numa estante ao lado da cabeceira da cama, e um abajur pequeno sôbre o criado.Tudo em perfeita ordem e combinando, se pudesse entrava lá e chamava-a para conversar mais tranquilamente, sem ter que estar na companhia do seu irmão mais novo, que incentivava a sua irmã a aceitar os presentes que Miguel lhe dava. Tinha jeito de ser um menino esperto aprendeu com seu pai a fazer catira, falava para Miguel dos negócios que seu pai fazia e das mantas que dava nas pessoas na qual negociavam com ele.As despedidas de Miguel eram doloridas, nenhum abraço, nenhum beijo, nenhuma palavra de carinho saia dos lábios dela.Queria isso, porque só depois de trinta ou sessenta dias que talvez ele retornaria a vê-la, queria naquele momento lhe dar um abraço, sentir seu corpo, queria beijá-la.Não era possível e a situação não era favorável para que insistisse, se quisesse continuar a vê-la.No caminho de volta sôbre a moto concentrado na estrada, pensava se ficasse em Junaí será que havia possibilidade dela ficar com ele?  Mesmo que ficasse em Mendonça estava comprometido com seu emprego, prestações, contrato de aluguel, trabalhava limpo e tinha dinheiro, mas não investia cincoenta por cento do que ganhava para o futuro. Verificou se em Junaí havia escritório de engenharia, poderia trabalhar lá caso houvesse interesse em voltar. Apenas um aperto de mão que Beatriz dava em Miguel,era o suficiente para se despedirem.

Continuava o seu trabalho, a sua rotina em Mendonça. O engenheiro chefe do Departamento perguntou se alguém conhecia algum amigo desenhista para trabalhar.A empresa haveria de contratar para substituir o seu Osmar que acabava de aposentar.Miguel adiantou dizendo que poderia verificar essa possibilidade e depois lhe daria a resposta.Na empresa de projetos eletricos em que trabalhou havia o técnico em topografia que havia entrado, antes de Miguel se demitir. Éverton era desconfiado, e tinha algumas atitudes inseguras, mas entendia o que fazia, era desconfiado com as pessoas.Miguel telefonou-lhe  e marcaram o dia em que poderiam almioçar juntos, propondo a Éverton se havia interesse com a nova contratação na empresa em que Miguel trabalhava.Com as poucas mágoas que Miguel tinha com a empresa anterior, isso era para ter Éverton perto de sí, mas como amigo e para orientá-lo em alguma duvida sôbre projetos. Se encontrava entre estranhos naquela empresa e tinha dificuldades em se relacionar.Éverton fêz a entrevista, teste, acertou com o engenheiro e após uma semana começou a trabalhar com Miguel e Dinho, outro desenhista e topógrafo, no mesmo departamento de engenharia.Miguel tinha vontade de deixar a empresa e ir para Junaí ficar com Beatriz, isso é, iria tentar cativá-la mais de perto. Era complicado deixar, trabalhava apenas há dois anos, mesmo se sentindo ainda desambientado , a sua timidez alí dentro prejudicava muito o seu relacionamento, estava envergonhado, tinha vergonha de descer e subir no elevador lotado, um calor insuportável subia pelas suas orelhas, seu rosto ficava vermelho.Toda vez tentava subir ou descer com poucas pessoas, e sempre permanecia nos fundos no elevador.Toda vez tentava subir ou descer com poucas pessoas de preferência estranhas que ainda nao repararam no seu problema.Era rebelde em algumas respostas e atitudes.Aborreceu e respondeu um engenheiro porque não havia avisado-o no que naquele dia de manhã sairiam à campo, fazer trabalho de medição no meio do mato.Estava com razão achava, caso isso acontecesse avisasse-o antes, no dia anterior, era necessário levar uma roupa velha, botas, e luvas, após as medições sempre voltavam para a empresa todos sujos de terra ou lama. Não foi. No dia seguinte o diretor do departamente, o Sr.Dr.Renato Camargo Penteado, chamou-lhe a atenção dizendo caso viesse a acontecer novamente, Miguel estaria na rua.Miguel não teve oportunidade de explicar, e achavam que todos ali estavam contra ele. Miguel usava sapato todo brilhante, de bico fino, roupas caras e limpas, vestia-se socialmente.Éverton namorava firme pra casar, Dinho e Miguel, sempre dava um giro pela cidade à noite de moto ou para dar umas paqueradas.Com os colegas do colegio encontravam para desenvolverem trabalhos escolares.Estava morando atualmente com sua mãe, suas irmãs resolveram voltar para Junaí com o irmão mais novo, morariam com José. Flávio havia se casado e mudado para perto do centro da cidade.Miguel morava com sua mãe numa casa de fundos, numa edícula, com entrada independente, os dois trabalhavam e a casa ficava sozinhao dia todo. Durante o almoço Miguel ficava caminhando pelo centro da cidade, e "tudo que via comprava"., suas economias iam embora em várias compras surplerfuas.Chegou a colecionar vários livros de escritores que a Editora Abril lançou, mas pouco lia, apenas para manter sua estante cheia de livros, como nos consultorios médicos e advocatícios. Mas não deixou de ler sempre Edgar Alanpoe, Émile Bronte com o seu O Morro dos Ventos Uivantes; Émile Zola, com Germinal; Érico Veríssimo, Olhai os Lírios dos Campos.

Dinho e Miguel dava suas voltas pela cidade na hora do almoço ou seja a pé ou de moto. Almoçavam nos vários restaurantes da cidade, e ficavam "zuando" até o horário de voltar para o trabalho às treze e cincoenta.Quando não dava, iam a cada um pra si procurar o restaurante que lhe agradava. Dinho era loiro do cabelo enrroladinho ,magro e cheio de papo. Era um amigo legal que Miguel tinha.Éverson preferia manter a sua particularidade e almoçar com outros funcionários.Ou seja cada um na sua. Durante o café na empresa às quinze horas, Dinho havia comentado com Miguel passou numa loja e viu uma garota muito bonita.Com muito carinho e respeiro comentou para Miguel sobre a garota, dizendo que era muito atraente, possuía um lindo sorriso.Miguel ficou curioso em conhecer essa garota e disfarçadamente perguntou ao Dinho onde é que ficava a loja. No dia seguinte Miguel acabou de almoçar, e foi a caminho da loja onde Dinho disse que a garota trabalhava, entrou como cliente comum.Chegou no balcão onde estava a garota idêntica como Dinho havia dito e pediu um bilhete de loteria. A garota séria lhe atendeu, naquela lotérica, e saiu.Miguel assim que a viu, ficou apaixonado, como é que diz, ficou apaixonado pela primeira vez.Era uma morena linda, a partir daquele momento era mais uma que não ia sair da sua cabeça.O bilhete após conferir em outra loja deu troca. Foi a loja onde se encontrava a garota e trocou-o sempre puxando conversa com ela que lhe deu o nome de Carmem. Houve simpatia de ambos, atrações visíveis. Para Miguel era uma realização, se um dia pudesse ter uma garota daquela ao seu lado seria muito feliz, era menor que ele, Miguel media um metro e sessenta e sete ela um metro e sessenta, pele morena, cabelos longos, e olhos da cor de jabuticaba e os dentes perfeitos e dona de uma grande simpatia, era simples. Dotava de grandes seios.Na hora do almoço três vezes por semana, Miguel ia até a lotérica para comprar um bilhete ou fazer um jogo, mas sempre levava para Carmem uma barra de chocolate, ela sempre dizia a ele que não podia comer para não engordar, mas parece que ele não entendia, que ela queria fazer regime.Estando na cidade ao sabado, Miguel mandou que lhe entregasse um bouquet de rosas vermelhas, com ramos de trigos e uns pequenos galhinhos de flores brancas. Toda vez que passava em frente a uma floricultura, ele ficava admirado de ver um bouquet de rosa e pensava que Carmem ia gostar. Na semana seguinte, na segunda-feira, foi até a loja, quando Carmem o viu, sentiu-se um calafrio no estômago e foi até o andar superior tomar água. Era muito sensível.A escada era muito estreita  e de madeira. Voltou e disse a Miguel que gostou muito das rosas, sempre alegre e sorridente, a garota estava deixando-o atormentado. A gerente da loja estava no momento, e Carmem não queria, não podia ficar conversando com Miguel muito tempo ele poderia atrapalhar as vendas, e Lurdes a gerente negra era muito autoritaria,mas boa pessoa e amiga. Miguel queria conversar com Carmem fora dali, mas tinha dificuldades em conversar com ela, pediu para que não a procurasse mais após o expediente.Insistiu tanto, que ela deu-lhe o endereço, se quisesse era para encontrá-la em sua casa no dia seguinte.

Procurou o número daquela rua famosa de Mendonça, mas não encontrou. Passou pela rua três vezes de moto e analisou que ela havia lhe enganado, não existia aquele número, o endereço estava errado propositadamente.Ficou aborrecido, mas não com mágoas, talvez aquela garota tivesse motivo para isso, não merecia ser aborrecida.Miguel entendia a situação talvez ela estivesse com medo de que seus pais não gostassem. Não procurou-a mais naquela semana, estava dando um tempo, esperou sábado e pediu a ela que precisava conversar. Carmem aceitou, ele a esperou por duas horas na cidade, no sábado ela não tinha horário definido para deixar o trabalho.Levou-a para uma lanchonete e conversaram por umas três horas, ela não podia chegar muito tarde em casa, não havia avisado a família. Ela deu-lhe o endereço errado, porque tinha vergonha do lugar onde morava por ser na periferia da cidade, mas não ficava mais que vinte minutos de ônibus até o centro da cidade, o bairro era simples, seu nome verdadeiro era Patrícia. Ela não gostava muito de seu nome e por isso gostava que chamava-a de Carmem.Miguel a analisou e percebeu que Carmem combinava com o estilo dela, tinha jeito de cigana, corpo escultural, perfeito, com seus um metro e sessenta de altura,com seus brincos de argolas vestidos tipo longo bordado e uma pele morena com os cabelos pretos e longos, muito alegre e simpática,e, seios enormes. Havia dado certo, conseguiu conversar frente a frente com ela, mas ela insistia em não querer namorar. Só namorou apenas uma vez em casa, um rapaz do interior de Minas, mas logo acabou o namoro.No momento não queria assumir nenhum compromisso, mesmo sempatizando com ele.

Durante vários dias de espera na porta do trabalho de Patrícia Miguel conseguiu convencê-la. Muitas flores, e buquês eram enviados a ela, onde ficava admiradissíma. Nessa época Miguel estudava na escola técnica de química, muitas aulas eram "matadas" para o namoro. Começaram a namorar, mas a insegurança de Miguel começava a tomar-lhe conta, o ciúme o atormentava, sabia onde passava Patrícia muitos homens a olhavam, mesmo com pouca estatura tinha um corpo de violão e os cabelos longos bem cuidado, era o charme dela. Muitas vezes Miguel a seguia sem ela saber, desde o momento que ela saía do serviço e pegava o ônibus de volta para casa.Mas isso não era suficiente para deixá-lo sem ciúmes.Queria tê-la. Várias vezes levou-a até a esquina perto de sua casa.Percebia que ela gostava de andar de moto, era do signo de leão, ambiciosa, sorridente e alegre.Aos domingos marcavam horário e iam andar de moto pelas ruas de Mendonça, ou se reuniam em grupo em alguma lanchonete da cidade.Ela jogava o corpo para frente de modo que os seus seios ficavam apoiados nas costas dele, e soltava os cabelos que o vento esvoaçava-os.Era verão, Miguel olhava pelo retrovisor sem que ela percebesse e podia ver seu rosto de satisfação, de alegria de bem estar com a vida, de amor com a vida. Ela nunca havia passado por isso, confiava nele, gostava de acompanhá-lo em todos os lugares que ia.Discotecas, lanchonetes, restaurantes era a conquista de Miguel, admirava-a, amava-a loucamente pela sua beleza. Ele tinha alí ao lado uma moça que o admirava por parecer com Tereza Collor e Glória Pires.O primeiro beijo o assustou, e fou lembrando para sempre na memória de Miguel. Ele gostava muito de vinho e levou-a a uma adega que ficava perto do Liceu onde estudava, a Adega Farroupilha, onde era o ponto de encontro dos colegas às sextas-feiras após as aulas. Não estudava mais nas escola Técnica de química.Teve receio de repetir o ano  de técnico, e achou melhor tentar o supletivo no Liceu, seria mais rápido e seguro para ele terminar o Colegial.Era uma adega muito confortante, enquanto Patrícia saboreava um Campari, sua bebida predileta, ele tomava em uma taça seu vinho tinto suave. Após algumas conversas e toques de mãos com olhares apaixonados a meia luz, Miguel aproximou-se dela e beijou-a. Ou seja foi beijado! Os lábios de Patrícia envolveu os dele de tal maneira que ele abriu os olhos, e percebeu que os olhos negros dela tambem estavam abertos fitando-o, e continuaram. Foi um beijo bem dado, ele nunca havia beijado daquele jeito.Como é que você aprendeu a beijar assim? perguntou Miguel. _Alguns bons filmes nos ensinam. _Respondeu ela. Ele acreditava que nos momentos de ternura e paixão ela gostaria de ser beijada, por alguém que lhe ama, porque ainda talvez, não havia encontrado o seu amor, como Miguel para beijá-lo.Saíram dali e foram para a Lagoa do taquaral, era seguro tinha ronda de guarda, e os portões ficavam abertos até as vinte e duas horas.Ficavam mais a vontade, brincavam, rolavam na grama, beijavam-se, abraçavam-se de tal maneira que pareciam que não ia desgrudar nunca.Uma vez por semana ali estavam, ela tinha que dar uma desculpa a seus pais, diria sempre que ia passar na casa de uma amiga, mas nunca chegou mais que vinte e uma horas. Uma destas aventuras foram até o local de sempre e dentro de uma coluna em forma de U abraçando-se, Miguel tentou devagarinho tirar sua blusa.Não adiantou, foi em vão.Ele estava louco de admiração e de excitação com aquela garota, estava vendo uma parte do corpo da mulher que o apaixonara.Permaneceu alí imóvel apenas admirando seu par de southien.De repente o guarda apareceu e surpreendeu-lhes dizendo para irem embora. Nada mais tinha significado para Miguel a não ser Patrícia, não ficava satisfeito em dormir só em sua casa, se pudesse, levaria-a consigo. O dia todo vinte e quantro horas por dia so pensava em Patrícia. Sua vida começara a traçar um novo caminho, uma paixão sufocante com ciúmes o atormentava dia e noite. Não haveria motivos para ciumes, era muita insegurança que ele sentia.Patrícia era uma garota séria, de família tinha poucas amigas, e quando saía de casa para passear era com suas irmãs, não haveria motivos para trair um dia Miguel, pois era virgem. Achava que para namorar uma garota, sabendo que ela gostava dele haveria de ter uma formalidade, tinha que ter permissão dos pais, para levar o namoro mais a sério.Ela ainda não havia falado para os seus pais, não queria trazer-lhes algum tipo de aborrecimento, mesmo estando com seus vinte anos de idade. Havia ciúmes dos pais para com Patrícia, era a mais jovem das mulheres, séria em seu comportamento, e era a única que trabalhava e colocava o "dinheiro dentro de casa".


CAPÍTULO IV                  Agência de Mulher                                                                                                                                

Era sábado, Miguel foi esperá-la no trabalho,não avisou-a.Esperou na esquina por muito tempo e percebendo que não passava por alí foi até a loja para saber o que estava acontecendo.Uma balconista disse que Patrícia havia acabado de sair. Ele ficou inconformado, foi até o ponto de ônibus para encopntrá-la, mas sem sucesso. Pegou a sua moto e foi até a casa dela.A rua era de terra, e não foi difícil encontrar a casa de sua amada, de sua páixão.Foi recebido no portão por uma senhora baixinha, gordinha de cabelo grisalhos.Apresentou-se dizendo que era amigo de Patrícia, e que queria lhe falar. O quintal era de terra batida, uma casa simples, e haviam muitas crianças no quintal, seus netos. Sentou-se no sofá , onde já encontrava um senhor simples que seria seu futuro sogro.Ainda um pouco tenso porque não sabia onde se encontrava Patrícia, esperou que Dona Maria de sentasse para dizer que foi até o trabalho, mas não conseguiu encontrá-la.Mas que estava alí para pedir o censentimento deles para namorar com sua filha, ficaram surpresos.Miguel estava sentado no sofá que dava de frente para a porta da sala, podia avistar o portão por onde viu Patrícia entrando com uma sacola na mão, de tênis uma bermuda branca e uma blusa de seda vermelha, estava linda.Patrícia já havia entrado no ônibus e estava a caminho de casa.Quando ela o avistou dentro de sua casa passou pelos fundos e foi direto para a cozinha tomar água, de tanta surpresa. Não acreditaria que Miguel faria aquilo, queria preparar seus pais para poder colocá-los por dentro do assunto, mas para Miguel foi natural. Ficaram juntos por várias horas, era sábado, Patrícia surpreendeu-o com um presente, um óculos para motoqueiro. Era um bom produto dourado, em volta da lente, mas usando Miguel parecia a Formiga Atômica.Agradeceu-lhe-a, sem graça, mas não disse que foi procurá-la no serviço e que tinha ficado aborrecido, jamais poderia magoá-la agora, tudo estava correndo bem, o namoro estava formalizado, e faria de tudo para fazer parte de sua família.Visitava sempre Miguel em sua casa aos sábados após o trabalho e muitas vezes viajavam de moto, para o interior ou para Minas na casa dos pais dele.Estupim curto, e atitudes não tanto delicadas Patrícia foi observando estas qualidades em Miguel. Desde o dia em que foram visitar seus pais, em Minas, na volta haviam esquecidos as chaves na casa da mãe de Miguel, lembrou das chaves quando já estavam a oito kilômetros de distância.Ele aborreceu pelo fato dela não ter ajudado-o a organizar os pertences antes de voltar. Assim que pegaram as chaves e voltavam, numa curva na saída da cidade, sua moto derrapou e jogou os dois no chão.Miguel teve apenas arranhões no joelho e cotovelo, mas Patrícia levou uma pequena torção no tornozelo esquerdo.Deixaram a moto perto dalí numa oficina mecânica, porque tinha que trocar o pneu trazeiro, caminharam até o hospital mais próximo, para que ela fosse cuidada, a uma distância de mais ou menos um quilômetro.Uma estupidez, Miguel poderia ter chamado um taxi ou pego uma carona, e não deixá-la caminhar com dificuldades. Foi tirado uma radiografia, e houve uma pequena torção no tornozelo direito, o médico disse que não era necessário engessar.Na volta depois de visitá-la em sua casa estava engessada até a metade da panturrilha, e estava inchado, ele pegou uma lâmina e cortou o gêsso que estava na perna de Patrícia.Percebeu que não havia necessidade daquilo, poderia causar um dano maior, e na verdade estava correto, houve apenas uma pequena torção, e o médico mandou engessar até a metade da perna.Apenas com copmplexa de gelo e um pano umedecido em água quente, foi o suficiente para Miguel curar o tornozelo de Patrícia.Gostava de andar com ela em vários lugares, era orgulhoso em ter ao seu lado uma linda mulher como aquela.Nas festas externa da empresa em que trabalhava, ou numa festa de algum amigo de trabalho no qual fôsse convidado, fazia questão de levá-la consigo.Muito simpática, humilde e bonita, mas conversava pouco,igual a Miguel, que sua timidez fazia-o ficar afastado das pessoas, não conversavam muito.

Participava ativamente das comemorações de Natal, dia das mães, aniversários de sobrinhos na casa dela. Ficava admirado de ver naquele terreno de quinhentos metros quadrados quatro famílias morando, e nas festas a casa ficava cheia, Miguel a invejava de ver tanta gente de sua família juntas.Não acontecia do mesmo jeito com a família dele, havia motivo, pelo fato de todos morarem longe um do outro.Almoçava, jantava e as vezes dormia na sala.Isso não incomodava nem um pouco seus sogros e cunhados, eram de uma simplicidade humana muito grande. Quando a família de Patrícia vieram do norte, compraram o terreno na qual moravam de mil metros quadrados. Juntamente com seus pais vieram irmãos, tias e tios.Uma de suas tias, era como se fosse a "cabeça" da família, todas as decisões tinham que primeiro passar por ela, Miguel sentia que, com o tempo Patrícia ia contando toda a estória, que essa tia era que comandava os negócios da família.Nos fundos do terreno ela construiu um pequeno cômodo na qual fazia os rituais de camdomblé, e fazia-se necessária que toda a família de Patrícia participasse dos rituais, com outras pessoas que frequentavam.Ele não tinha muita simpatia com aquilo, mesmo já indo através de convites de amigos a estes rituais.Miguel visitou visitou algumas vezes um terreiro em companhia de um amigo, apenas por curiosidade.A tia de Patrícia, percebendo que ela namorava com Miguel e não participava com frequência dos rituais, chamou-a a atenção.Contou a Miguel, ficou bravo com essa atitude de sua tia e pediu para que ela não participasse mais, e a decisão dela foi em deixar de participar do terreiro e namorar com Miguel, aborrecendo a tia. Com o passar do tempo sua sogra havia negociado a metade do terreno com a tia de Patrícia, como se trocasse uma televisão em troca da outra metade do terreno, na época por quinhentos metros quadrados. O terreiro não mais existia, e a familia de Patrícia com afinco e dedicação começou a participar das reuniões e frequentar as missas da pequena capela de seu bairro.Sua tia descombinou com a mãe de Patrícia e acabou mudando de bairro.Ele não gostava muito de como era tratado na casa de Patrícia, com excesso de atenção, queria ser considerado como eles, eram simples, mas interpretavam Miguel como se fosse de uma família rica e de posses, ele detestava aquilo.Queria ser simples e amorosos como eles, queria até mesmo participar do golinho de pinga de seu sogro, para abrir o apetite do jantar.Aquela atitude para o seu sogro era fundamental, toda vez a tarde após chegar do trabalho ia ate o barzinho tomar um golinho, voltava tomava banho jantava e ia dormir, para no dia seguinte voltar a trabalhar.Miguel gostava muito do sogro, cuidava de uma chácara em outra cidade, divisa com Mendonça, era trabalhador e conversava muito com Miguel.Aos sábados ia com Patrícia até a chácara para passear e visitá-lo. Quando ela era criança chegou a morar alí na chaácara onde estava, mostrou o Mosteiro das Freiras e os lugares onde brincava com suas irmãs, assim que chegaram do norte.

Gostava muito de goiabas, e seu pai colhia as melhores e maiores, vermelhas, na qual ela saboreava com muito prazer.Miguel estava muito feliz, apaixonado, mas não traçava nada para o futuro, poderia fazer mais planos.O terreno que havia adquirido ainda era impossível construir e morar, o sorteio da casa que sua mãe incentivou-o a inscrever já havia saído, não participou porque confundiu sete horas da manhã com dezenove horas,mas um morador foi lá na frente e sorteou o local da sua futura casa no núcleo habitacional.Morando só ele alimentava mal, almoçava lanche, à noite chegava em casa após a aula e não havia nem mesmo uma xícara de arroz para cozinhar.O que lhe matou a fome num domingo, após acordar tarde foi mamões verde cozidos, estava num pé nos fundos da casa onde morava de aluguel.Não cuidava bem  de sua casa, nos fins de semana quando Patrícia o visitava, ficava envergonhado se ela fosse até a cozinha.As constantes idas na casa de Miguel à noite e fins de semana, aborreciam os pais de Patrícia, nunca uma filha deixava roupas na casa dos outros ou dormia fora, era chocante estas atitudes, mas ao mesmo tempo confiavam nele, sabiam que eles estavam apaixonados, ele principalmente, demonstrava isso.Gostavam de tomar banho juntos, e depois iam dormir,sem ter relacionamento sexual, ele respeitava a vontade dela em casar virgem, com véu e grinalda, eles tinham certeza que isso um dia ia acontecer.Brigaram uma vez e ficaram uma semana sem ter contato.Era inverno mês de Junho, sua mãe o visitou junto com Flávio, e vendo-o aborrecido emprestou seu carro para que Miguel pudesse visitar Patrícia.Enquanto sua mãe ficava com Flávio em sua casa, foi tentar conciliar com Patrícia.Levou-a de carro para passear até a Lagoa, um condomínio situado em volta de uma lagoa com toda infra-estrutura, e onde as pessoas faziam cooper, e, conversaram por alguns momentos, como precisava ir embora devido ao carro, levou-a naquele sábado para sua casa.Após despedida de Flávio e sua mãe, ficaram sós e apaixonados, Patrícia não queria que mais acontecesse a separação entre eles, sabiam que sofreriam muito.Tomaram banho, tiraram o colchão de solteiro da cama e colocaram na sala, deitaram nele para assistir televisão.

Abraços, beijos, carinhos, acabou acontecendo a primeira relação sexual entre eles.Após esse relacionamento Patrícia ficou arrependida, chorou, queria só após o casamento, e achava que não era o momento. Ele a pegou nos braços beijou-a e pediu para que ela não se arrependesse, amava-a e queria ficar com ela para sempre.Teve medo de se engravidar, já era tarde da noite, Miguel pegou sua moto e foi até uma farmácia comprar antconcepcional.Após uma semana Patrícia disse a Miguel que alguma coisa estava errada com o corpo dela,não estava se sentindo bem, e algumas cólicas a incomodavam muito.Pediu para que ela parasse de tomar o medicamento, leu em algumas revistas que o anticoncepcional causava sintomas colaterais, após isso teve melhoras, e como ele não usavam preservativos ele sempre na hora da ejaculação tirava fora.Não queria prejudicá-la de forma alguma.O relacionamento estava ficando sério, Beatriz não lhe escrevia,não lhe telefonava,não estava com ele como Patrícia, constantemente.Patrícia não podia viajar aos fins de semana porque trabalhava,Miguel disse a ela que ia viajar com outros colegas de moto para o litoral, em Bertioga, estava no final de suas férias de trabalho.Estava indo para Junaí, precisava saber como ficaria o seu relacionamento com Beatriz, se realmente podia esquecê-la para sempre.Após ficar um dia, escreveu uma carta para Patrícia, dizendo:

_Patrícia, meu amor,

A saudade é tamanha que não vejo a hora de estar novamente com você, queria tê-la aqui comigo, mas seu trabalho impede.

É fim de tarde, o sol começa a se pôr e seus últimos raios refletem nas ondas, que vem em meu sentido, penso em tí.

Logo estarei com voce!

Beijos!!!

Beatriz não sabia que Miguel estava namorando firme em Mendonça, e não tinha interesse também em perguntá-lo, era fria e não mostrava interesse por ele.Precisava voltar para Mendonça no dia seguinte, estava conversando na praça em frente a Igreja Matriz, e disse a Beatriz que, apesar de tudo que tem feito para demonstrar seu amor e interesse ela não correspondia.Estava alí para tomar uma decisão se ficava com ela ou não, e a frieza dela o incomodava.Miguel, despediu de Beatriz friamente assim como ela.Na segunda-feira de manhã Miguel despediu de sua mãe montou em sua moto e retornava para Mendonça.Nno caminho pensava em Patrícia ia chegar e falar com ela sobre o noivado, casamento, traçar planos, Beatriz acabava de inexistir para Miguel.Chegando em Mendonça por volta das onze horas e trinta minutos foi a loja em que trabalhava Patrícia a poucos metros de seu trabalho.Miguel a encontrou furiosa.Assim que o viu pegou a carta e jogou-a na cara dele dizendo:

_ Como pôde fazer  isso comigo? Eu te amei tanto. Entreguei-me de corpo e alma a você!

Miguel não sabia o que falava, olhava para os lados, e suas colegas de trabalho todas com caras de reprovação.

_Mas o que é que esta acontecendo Patrícia? Você esta muito aborrecida, pare de chorar, todos estão vendo, perguntou Miguel assustado.

_Saia daqui e me deixe em paz, e olha, não me procure mais,saia. Disse Patrícia nervosa. O que é que você foi fazer em Junaí?

_Em Junaí? está ficando louca? Eu não lhe disse que ia para o litoral com meus amigos, de moto?Respondeu Miguel.

_Você é tão inocente e imbecil Miguel que não percebeu o carimbo do correio de Junai no envelope, seu idiota.

Miguel assustado, suava frio, envergonhado pegou o envelope, e lá estava o carimbo dos correios de Junaí.Não tinha palavras. Naquele momento o mundo havia "caído" sôbre ele.

_Vamos conversar lá fora, na calçada, Patrícia!

Ela não aceitou. entrou chorando para o trabalho com os olhares de ódio de suas colegas de trabalho sôbre êle.

Miguel não conseguia concentrar no trabalho, era sufocante, envergonhado, irritado com os próprios colegas de trabalho.Estava perdendo o seu amor, a pessoa linda e maravilhosa, que era a sua namorada, a morena de pele cor de jambo, um metro e cinquenta e oito de altura, corpo tipo "violão", cabelos negros e longos, dentes perfeitos, alegre, como ficaria agora? Pensou.Tinha fundamento o fato de Patrícia ficar irritada com a sua visita a Junaí. Ele mentiu a ela.Em uma das visitas que Miguel e Patrícia fizeram há alguns meses depois que começaram o namoro,na casa de sua mãe, lá encontrou Flávio, esposa e sua filha de oito anos, Leandra, e sem querer perguntou para seu tio, Miguel, na frente de Patrícia:

_Quem é essa garota tio Miguel?

_Ora Leandra, essa é a namorada do tio, respondeu Miguel.

_Mas o senhor não tinha outra? Aquela que mora lá embaixo, a Beatriz? Retrucou a sobrinha.

Miguel ficou nervoso e começou a suar de tanta vergonha, preocupação e irritação, e pediu para que sua sobrinha se retirasse de algum modo.Patrícia indgnada e desconfiada havia interrogado Miguel, por causa disso o relacionamento havia esfriado, por alguns encontros.Havia sentido, era um idiota, pensou ele, esqueceu que os correios carimbam as cartas, mas em Mendonça as vezes não era necessário, apenas cola o sêlo e coloca-se na caixa de coleta.Não concentrava no trabalho e nem dedicava como devia aos estudos.Precisava de Patrícia e não sabia como chegar nela, explicar a situação, não aguentava mais cruzar com ela na hora do almoço pela rua só ou com uma de suas colegas de trabalho, sem lhe falar uma palavra.Uma semana se passou, até que resolveu mandar-lhe uma carta, apenas gostaria que as colegas de trabalho dela não soubessem para não tentar fazer a cabeça dela e impedir que ela voltasse para ele.Ela respondeu-lhe, com poucas palavras, e marcaram um encontro numa lanchonete na hora do almoço no centro da cidade.Muito chocada, magoada, Patrícia chorava.

_Jamais imaginava que você fôsse assim Miguel, eu te amo muito, falou.

_Patrícia por favor, desculpe-me, vou fazer o possível para lhe explicar, disse Miguel.

_Não, não há explicações, disse Patrícia.

_Vamos tomar um suco e comer alguma coisa.

_Não tenho fome há muitos dias, não tenho estômago.Respondeu-lhe com a cabeça baixa apoiada sôbre as mãos, chorando e olhando para a mesa.

_Tudo bem, há sim, tenho que lher dar, e devo-lhe uma explicação, se fui a Junaí sem que você soubesse era para terminar de uma vez com a Beatriz, ou seja, nem era para terminar.Não estávamos namorando coisa alguma, era papo de minha sobrinha, naquela viagem que fizemos uma vez.Explicou Miguel.

_Se ela disse aquilo uma verdade existe, você estava namorando ela e eu, e isso nunca vou esquecer.

_Eu lhe prometo e digo com toda convicção, nunca existiu nada entre eu e a Beatriz.Fomos criados na mesma cidade, sempre estudamos juntos, tive uma grande admiração por ela, mas nunca fui correspondido por mais que eu tentasse, perdoe-me, meu amor.

_É melhor você me esquecer, talvez você nunca esquecerá dela Miguel.Disse Patrícia com os olhos em lágrimas fixando bem aos dele.

_Já esquecí, e lhe prometo, toda vez que eu for em Junaí eu te levo comigo, para você não achar que vou lá só para encontrar com aquela garota. Te amo Patrícia, por favor, diga-me o mesmo, pediu Miguel, que também começara a chorar.

Patrícia olhou-o fixamente, e percebeu que Miguel estava chorando tambem, mas ela acreditava nele, queria esquecer Beatriz para ficar somente com ela.

_Não direi nada agora Miguel. Talvez ainda não é o momento.

Se despediram, e cada um já havia terminado o seu horário de almoço e precisavam ir para o trabalho.Como iria enfrentar o trabalho naquelas condições, principalmente Miguel que tinha que pegar o elevador entre executivos, empresários, mulheres de negócios?Durante uma semana, preferiu descer e subir pelas escadas até o nono andar.Passaram-se duas semanas, o sofrimento entre ambos eram enorme, ela o amava, apesar do seu erro, e ele, envergonhado tinha-lhe-a como uma grande mulher, e não queria perdê-la em hipótese alguma. Descontrolados, no trabalho e em casa, as confusões os pertubavam, a vontade de abraçar um ao outro era enorme. Quando se viam, o orgulho eram grande de nenhum querer dar o "braço a torcer", e querer chegar perto um do outro.

Patrícia, após duas semanas, o perdoou.Tantas cartas que ela recebeu de Miguel, devia ter-lhe feito com que ela o perdoasse.Continuaram a namorar, e Miguel queria pedir a ela em casamento.Foram em um fim de semana visitar a nova casa de Miguel.Não haviam terminado a infra-extrutura, e as ruas ainda não tinham asfalto, de modo quando chovia ficava um lamaçal.Ele não esteve presente no dia do sorteio, então não podia reclamar da localização de sua casa que foi sorteada através de um vizinho de esquina, do outro lado da rua, a casa de Miguel ficava tambem, na esquina.Como entendia de projetos ele sentiu que era bastante difícil ampliar aquela casa e fazer os muros frontais, tanto da frente da fachada principal, como da lateral. Mas o importante pra êle é que ia sair do aluguel.Antes de mudar, formalizou o noivado e fez um churrasco convidando vários amigos e parentes, estavam num ambiente de descontração, de aceitação, principalmente por parte da família dela, acharam ótimo.Faziam o possível para agradar a todos, era um momento de felicidade de Miguel, a única coisa que o aborrecia era a não satisfação com o trabalho, sentia desconfiança entre seus colegas desde que aconteceu o mau entendido com o engenheiro que o chamou a campo para trabalho, sentia-se muito bem, o que não podia é ter aborrecimento, caso contrário guardava rancor com a pessoa por pouca coisa.Recebeu a carta de autorização para mudança, ficou satisfeito teria a sua própria casa, mesmo financiada em vinte e cinco anos.Seu irmão Flávio numa camioneta levou a mudança para ele, pucos pertences.A casa ficava há dois metros do nível da calçada, era popular construída sôbre radier, e nos fundos um barranco de dez metros de altura, difícil de ampliá-la.No início era cercada com uma cerca de arame pregados em caibros, e era toda gramada em volta, as casas foram entregues sem muro.As ruas eram amplas a visão ótima quando se olhava pelo vitrô da sala.Patrícia gostou do lugar, quando foi visitar e ver a localização da casa.Miguel era conservador, cuidava de sua vida e não gostava de incomodar os outros, e não permitia que ninguem intrometia em sua vida. Não respondeu ao vizinho da outra esquina, apelidado por Corsão, quando saia de casa percebeu que Miguel havia deixado a luz de fora acesa e gritou para ele para que não esquecesse de apagar a luz. Miguel olhou para ele ligou o motor de sua moto e saiu, não respondeu. Tinha que deixar a luz acesa, pelo fato dele estudar à noite e só chegar em casa após às vinte e três horas.Só esperava que aquele vizinho não fosse pentelho, e não o aborecesse futuramente.Chegava em casa apenas à noite, e fins de semana Patrícia fazia-lhe companhia, muitas roupas e pertences dela já havia ficado na casa de Miguel, que, para a mãe dela era impressionante como é que uma filha sua sem ser casada podia ficar na casa do namorado sozinha e ainda com seus pertences.Marcaram o casamento que seria no dia dos namorados, e fizeram o cursinho de noivado e os dois providenciaram juntos toda a documentação burocrática.Miguel ficou chateado quando tiveram que ser entrevistado pelo padre que iriam fazer o casamento numa das igrejas de Mendonça.Falava grosseiramente e mecanicamente, sem olhar para o casal de noivos, sempre cuidando de outros assuntos.Percebia que Patrícia estava ansiosa e ao mesmo tempo nervosa com tantos detalhes de casamento, ele tinha que cuidar do que lhe cabia, se pudesse e se tivesse tempo ajudaria-a.Foi uma correria no dia do casamento, um sábado nebuloso e com uma pequena garoa, Miguel esperava Patrícia no cartório para o casamento às nove e trinta horas.Ela estava muito bonita, cabelos e unhas bem cuidados, e um pouquinho tensa pelo fato de ter atrasado, havia vários casais à sua frente.Quando chegaram a vez deles, Miguel percebeu uma atitude nervosa, inpaciência do escreivão, que perguntaram-lhes seus dados pessoais e qual seria o nome que ela adotaria.Por falta de capricho e decisão de Miguel, e o impaciente escrivão não poderia esperar mais um minutinho, estava cobrando deles qual o nome que Patrícia iria adotar após o casamento, eles não haviam definidos êste ítem antecipadamente.Como estavam nervosos os dois, e a impaciência e ignorância do escrivão que incomodava Miguel, acabou registrando o nome de Patrícia sem o último sobrenome, e sim com o prenome, ou seja o nome intermediário de Miguel.Ele não gostou, houve falta de consideração por parte do escrivão, achou-o estúpido.Tiraram várias fotos, Patrícia ficou linda, era linda e sorridente, em todo momento em que a via não demonstrava semblante de tristeza, era sempre alegre e bondosa.Duas horas antes do casamento, Miguel e sua mãe saíram para ir ao shoping para encontrar uma camisa branca para combinar com o terno, para o casamento na igreja, no sábado à tarde.Ele havia trocado a sua moto por um carro, fez negócio com seu futuro padrinho de casamento, Patrícia comentava com Miguel que era impossível toda a sua família acompanhar o casamento, a maioria não tinha carro, e talvez fazendo esse negócio um carro a mais ajudaria.Era um carro velho, uma TL 76,cor azul, mas ajudou, deram várias viagens transportando o pessoal.

A lua de mel já havia existido entre eles, seu padrinho de casamento, presentearam-lhes com uma noite em um apartamento de luxo naquela época em um hotel da cidade.Deixaram as famílias e amigos na churrascaria e partiram para a lua de mel apaixonados.Se amavam muitos, viviam de paixões em todo momento procuravam estar juntos.Patrícia muito sempática, queriam ser felizes, e queria contar com Miguel para que aquela união fosse firme e duradoura.Para ele era importante ter um lar, uma família, o seu emprego sendo seguro e fixo, mesmo assim não lhe trazia muito prazer, mas era importante mantê-lo.Odiava o comodismo, fazer sempre a mesma coisa do mesmo jeito e para sempre, esse era o trabalho dele e aquilo o incomodava.Imaginava que ali na empresa não teria muito êxito devido o relacionamento com os colegas de trabalho, detestava quando um serviço que poderia ser feito no dia, teria que ser "empurrado" para o dia seguinte. As pessoas aposentadas já de idade trabalhando alí, pensava, poderiam estar em casa em companhia dos familiares, e dar oportunidades para os jovens que estão lá fora desesperados com um diploma na mão a procura de trabalho.


CAPÍTULO V               Agência de Mulher

 

Miguel terminou o Colegial, ensino médio, como não estava satisfeito e não podia cursar uma faculdade fêz vários cursos, sempre estudando à noite.Sempre preocupado em deixar a mulher em casa, ainda sem muro, só com Deus e com o filho que estava por nascer o preocupava, casou-se com trez meses de gravidade, e orgulhosos pelo filho que estava por vir.Sempre que podia ia até sua casa na hora do almôço para visitá-la, de ônibus.Dispôs do carro, para pagar dívidas, estava sem condução e isso dificultava ainda mais a atenção que poderia dar a Patrícia.Recebeu um telefonema do hospital em seu trabalho, dizendo que sua esposa estava internada para ganhar bebê.A bolsa havia estourado, mas um bom vizinho deu-lhe uma carona até ao hospital. Assim que saiu do trabalho às dezoito horas, foi correndo para o hospital para ver se Patrícia estava bem, não era hora de visitas, o guarda carrancudo não queria deixá-lo entrar, ele insistia e o velho quase deu-lhe um sopetão.Miguel explicava-lhe que precisava ver sua esposa, não sabia como ela estava e tinha algumas frutas para entregar-lhe-a.O guarda pegou as frutas e levou para Patrícia.Miguel muitíssimo preocupado com ela e o filho, deu a volta pela calçada e viu uma porta que dava acesso interno ao hospital, percebeu que estava sem a maçaneta e não estava trancada com chave.Pegou a sua lapiseira que tinha o formato poligonal, uma Caran Dasch, marca Suiça, enfiou no lugar da maçaneta e adentrou o hospital, sempre escondido para que ninguem o visse.Sabia do leito onde se encontrava sua espôsa, pelas informações recebidas pelo telefonema que havia recebido.Quando abriu a porta do quarto devagarinho, avistou Patrícia amamentando seu filho, estava um pouco abatida, mas estava bem.Deu-lhe um beijo na testa e outro na criança que estava sendo alimentada, conversou e explicou a ela o motivo de estar alí naquele momento e como entrou no hospital.Foi para o fundo do corredor, uma sala enorme arredondada onde tinha vários sofás para as visitas sentarem.Aproveitou que não havia nenhuma luz acessa, estava à meia luz, que vinha do corredor, e se acomodou alí, queria de vez em quando dar uma olhada em dua família, se fosse possível ficaria lá a noite toda. O guarda em sua ronda, percebeu que Miguel estava alí na sala escura, chamou-lhe a atençao, pondo-o para fora, caso contrário chamaria a polícia.No dia seguinte foi buscá-la de taxi, o parto normal havia ocorrido tudo dentro da expectativa, foi corajosa e amava seu filho, moreninho e dos cabelos pretos igual da mãe.Sua sogra veio dar apoio a filha que estava de resguardo, e fazer-lhe companhia, mas Miguel não entendia as circunstâncias de uma mãe que acabava de dar a luz ao primeiro filho.O sistema emocional, a amamentação, o resguardo, tudo isso deveria ser respeitado.Miguel não sabia nada disso, foi injusto em falar com sua sogra durante essa fase de Patrícia, aborrecendo-a devido a uma camisa mal passada.

Havia necessidade de Miguel possuir uma condução, um carro, uma família deveria ter um carro não por luxo mas sim por necessidade, pensava.Comprou um fusca, levaria de vez em quando Patrícia a casa de seus pais nos finais de semana, sentia-se ciúmes quando a sua vó, ou mesmo algum parente dela pegava seu filho nos braços. A insatisfação com o emprego a falta de adaptação ou coisa parecida, forçou-o a procurar informações sôbre a Nigéria, o país em meados de mil novecentos e oitenta e dois, precisava de profissionais, pagavam em dólares e o salário era três vêzes mais alto no qual Miguel ganhava no momento.Pensamento fútil, irresponsável, falta de responsabilidade para com a família, pensava totalmente o contrário dos fatos que poderiam programar em sua vida.Providenciou vários documentos folheou,pesquisou e trocou idéias com amigos que trabalharam lá, depois de toda documentação pronta para pegar o avião e deixar o Brasil, achou melhor desistir, seria muita falta de responsabilidade deixar  esposa e filho com apenas três anos de idade.Resolveu cursar a faculdade de engenharia na PUCC, tinha dificuldades de raciocínio quando se tratava de exatas, nem ele mesmo sabia o que queria, mas, estava na área correta, era desenhista civil.Seu tempo era pouco para dedicar à família, saía do trabalho ia direto para a faculdade, a preocupação de deixar mulher e filho em uma casa sem muro o preocupava muito.Fazendo engenharia talvez pudesse arrumar uma colocação melhor, trabalhar com Flávio ou mesmo quem sabem ser reconhecido dentro da empresa que trabalhava, sabia que alí seria impossível o reconhecimento, Miguel náo era puxa saco de ninguém e detestava as pessoas que usavam isso para galgar algum objetivo, era orgulhoso e tinha vergonha de ser assim.Se um profissional tiver que alcançar uma posição melhor dentro de uma emprêsa, pra ele tinha que ser por profissionalismo, ética e moral. A falta de atenção para com Patrícia foi aborrecendo-os, procurava aumentar a sua renda, que não era a mesma, a política econômico do governo havia mudado e afetado a todos os Brasileiros, precisava ganhar um pouco mais, pensava.Conseguiu um financiamento ao banco onde pode fazer o grande muro de arrimo em toda a esquina, preço considerado alto, mas devido a uma deflação o saldo foi facilitado junto ao Banco.Patrícia considerava muito presa, insatisfeita por estar alí apenas com seu filho o dia todo, era diferente da casa de sua mãe onde moravam todos os irmãos, eram todos unidos e Miguel pouco recebia visitas em sua casa, não recebia e nem fazia visitas a amigos.Parecia que depois do casamento sumiram todos, ou preferiu ficar afastado, tavez não era isso.Miguel precebia em algumas ocasiões de receber amigos principalmente os padrinhos de casamento para um almoço ou churrasco, tanto ele como Patrícia ficavam desambientados, aquelas pessoas que não sabiam, o que fazer por elas, era um excesso de atenção.

Montou um escritório em sua casa, para fazer bicos de desenho, poderia dizer que era bastante trabalho, inclusive seu irmão Flávio o ajudou passando a ele projetos para desenhar.Não era suficiente, todo dinheiro que recebia, "desaparecia".Miguel não sabia onde é que ia tanto dinheiro, não fazia poupança porque não acreditava que poderia ter economia, a inflação corroía os lucros que poderia ganhar de juros da poupança.Mas acreditava que os cartões de crédito estava lhe deixando aborrecido, juros altíssimos tomavam todo o seu dinheiro, tentava sair deles, quitando as dívidas, e não saber mais de cartão de crédito.A amizade com seu vizinho Corsão, que apesar de chato, era o único que dava-lhe atenção talvez por causa da bebida, ele bebia de segunda a segunda.Os ferros que deixou de espera nas colunas do muro que fazia divisa com seu vizinho ao lado foram cortados, reclamou com ele e o mesmo ficou de repôr, aquilo não devia ter sido feito.Corsão bebia muito e comia demasiadamente, Miguel com o tempo, ia aumentando seu estoque de bebidas no seu barzinho numa estante.Dificilmente aquele estoque aumentava, Patrícia não importava que bebia não enchia o saco de ninguem, talvez por considerar que seu pai gostava de um golinho antes do jantar, talvez ela tenha percebido na atitude de sua mãe de não proibir seu pai de beber.Mas com o tempo Miguel foi aumentando seu consumo de bebidas e juntando com alguns aborrecimentos acabava por discutir com Patrícia.Na primeira briga que tiveram enquanto Miguel dormia, ela chamou Flávio para ir até a sua casa.Quando acordou, não sabia o porquê da visita de Flávio, até que Patrícia comentou que Miguel estava ficando insuportável, estava bebendo muito.Flávio aconselhou-o a parar de beber caso contrário poderia prejudicá-los, mas foi em vão e ainda aborreceu-se com Patrícia após a saída de Flávio.Bebia, aborrecia-se com Patrícia, mas as suas obrigações,procurava sempre deixar em ordem, manter a família alimentada, ele achava que a geladeira e a fruteira tinham que estar sempre completos, isso ele fazia.Patrícia ficava admirada, era tanta comida que seriam impossível os três comerem, disse a ele que preferia o amor e um bom entendimento que toda aquela comida.Ele aborrecia-se quando percebia que alguma comida tinha que ser jogada fora, inclusive carnes, ele não tinha contrôle financeiramente,e Patrícia, uma dona de casa "nova", que nunca tinha tido a oportunidade de administrar um lar, o que comprar, o que não comprar.

Numa noite, após sair da faculdade esperava o ônibus quando foi assaltado por três elementos que o ameaçaram e levaram todo os seus pertences, inclusive as chaves da casa.Assustado e bastante nervoso, Miguel pediu ao guarda da faculdade que o levasse em casa, assustando Patrícia com o seu jeito de preocupado.A sensação de vingança, de aborrecimento e preocupação fez com que procurasse outra casa para morar, tudo isso porque levaram as chaves da porta, bastava apenas trocar a fechadura, mas Patrícia queria mudar dalí, e Miguel a apoiava, achava que ela se sentia muito só com o bebê, sendo diferente da casa de seus pais.Mudaram para uma casa em um bairro melhor, mais no centro da cidade de Mendonça, casa de fundos, uma edícula, mais segura, e alugaram a deles.Era toda murada, mas isso não foi o suficiente para acabar com as atitudes e maneiras arrogantes de Miguel.Achava ruim quando o irmão de Patrícia ia visitá-la, eles se davam muito bem desde criança, e Miguel sentia ciúmes até do próprio irmão, que não mataria nem mesmo uma mosca de tão calmo, educado.Não percebia que ela estava com saudades da família, o contato com várias pessoas, a algazarra das crianças  seus sobrinhos, a comida da mãe, o abraço do pai, isso cansava-lhe tambem uma insatisfação mesmo durante os quatro anos em que estavam casados, era uma barra, e Miguel não punha a cabeça pra funcionar, analisar, sua mesquinhez não deixava. Ainda queria afastar sua mulher do âmbito familiar, isso devido brigas que tiveram e a participação da família de Patrícia tenha deixado-o envergonhado, e, como era orgulhoso não aceitava opniões dos outros.

Podia almoçar em casa devido a distância do trabalho, mas um dêsses almoço a discussão foi, devido a um mal entendido.Almoçava rápido para retornar ao trabalho de ônibus, tinha apenas quarenta minutos para comer, percebendo que a macarronada estava com um gôsto diferente, acusou Patrícia de ter colocado tomates pôdres, ela jamais faria isso.Discutira, ela sempre contra atacava pelo direito de defendê-la, era seu direito.Porquê não disse antes a Miguel que havia colocado uma massa de tomate pronta, lançada no mercado a poucos dias(a maldita Pomarola), e que ela comprou apenas para experimentar, ele odiou essa massa pelo resto de sua vida, nunca mais levando-a para dentro de sua casa.Para ele realmente era horrível, e tinha o gôsto de produto velho, azêdo, pôdre.Saiu nervoso para o trabalho, se pudesse pulava do andar daquele prédio onde trabalhava, o que mais detestava é quando tinha que discutir com os outros, principalmente sua amada, Patrícia, ainda mais perto de uma criança, aquilo não entrava em sua cabeça, não conseguia se controlar.Pegava bronca por pouca coisa, no emprego procurava manter-se natural, mas na sua cabeça as coisas rodavam a mil por hora, não queria que aquilo tivesse acontecido, brigar com a pessoa que ele ama.Amava-a tanto que o ciúme o atormentava, mas ela vivia no papel de mãe, sempre cuidando da casa e  do filho, mesmo considerada presa dentro daquelas muralhas.Chegou em casa à noite e não encontrou Patrícia e Plínio seu filho de quatro anos.Nenhum bilhete, nenhuma resposta, procurou e percebeu que algumas peças de roupas não se encontrava.Preocupado pegou o carro e foi até a casa de Patrícia, por voltas das vinte horas, para encontrá-la, estava lá.Os pais dela o receberam, e permitiram que falassem na frente do irmão, irmãs e cunhados, talvez por achar que era uma briga natural de um casal, mas Patrícia não queria voltar.Patrícia chorando reclamava de Miguel, não era mais o mesmo bebia e e ela sentia muita saudade de sua família.Morar com os pais não era possível, não havia mais lugar naquela casa, e Miguel vivia iondependente, era a favor do ditado:_"Quem casa, quer casa".A opnião de alguns parentes era para que ela não voltasse mais para a casa dele.No outro dia Miguel foi a procura de uma advogada, pela primeira vez que precisou, para desquitar.A advogada mandou chamar Patrícia para fazer uma acareação no seu escritório, para ver se realmente era isso que eles queriam, para Miguel era pra valer, para Patrícia era uma surprêsa, se separaria no papel.Ele voltou para casa, não ia gastar dinheiro com aluguel, voltou abatido e triste, não admitia a atitude de Patrícia, de deixar a "casa limpa", e apenas um travesseiro e um tapete, para que Miguel pudesse dormir.Era uma situação insustentável ter que trabalhar com toda a saudade, uma sensação de culpa, uma pauxão louca, mas porque não se controlava? Se realmente amava Patrícia e seu filho? Foi até uma delegacia mais próxima onde estava morando para pegar a cópia de um documento após duas semanas de separação, de volta para o centro da cidade, sentou-se na poltrona do ônibus ao lade de uma mulher aparentando trinta anos, com o nome de Regina.Ela perguntou-lhe a hora, e começaram a conversar, ele explicou onde estava indo e o que estava acontecendo.Regina deu-lhes vários conselhos dizendo que o mesmo havia acontecido com ela, e não era a primeira vez que brigava com o marido, e não aguentava mais, estava separada há quinze dias.Não foi possível continuar o papo, ela deu-lhe o telefone, caso precisasse conversar era só ligar.Para Miguel era muito difícil estar longe de Patrícia, jamais pensou que isso um dia aconteceria com ele, o mundo desabou sôbre a sua cabeça.

Se tivesse cabeça pra pensar, poderia ter dado um tempo, talvez fôsse p bom para ela ficar um tempo com seus pais, mas ele não suportava tanta gente dando opniões em suas vidas.Era Dezembro, Regina ligou e os dois sairam algumas vezes para conversar, contou a Miguel sua situação, primeiro achava diferente de seu marido, possuíam o mesmo nome,mas Miguel era diferente, carinhoso, atencioso.Disse a ele que seu marido bebia muito, brigava com ela e com as crianças, um garoto de onze anos e uma garota de dez anos.Separaram porque não aguentava mais as brigas há dois anos, estava morando com os pais, ela disse a Miguel, que seria bom sua esposa estar morando com os pais , com o tempo o relacionamento poderia melhorar.Patrícia poderia estar sentindo só na casa dela, sentia saudades dos pais e o comportamento dela poderia estar prejudicando os dois, por ser ainda nova e sendo a primeira filha a casar e morar fora de casa. Miguel a ouvia, mas não concordava de saber que seu filho, sua mulher estavam fora de casa. Sabia que dentro da casa dos pais ia sentir-se humilhada pelos parentes, teria que trabalhar muito, e seu filho não teria tudo o que Miguel pudesse oferecer.Na hora do almoço cruzava com Patrícia pela cidade, ela estava trabalhando em um escritório de advogacia, advogado da família, vê-la, para Miguel era uma tortura.Cruzou uma vez com ela e percebeu que havia cortado o cabelo, objeto de prazer de Miguel, cortou o cabelo longo, liso, e deixou uma flange, não ficou feio mas alterou o cabelo desque que a conheceu.Passou o natal com a família de Regina, naquela noite visitaram três irmãs dela, entre primos e tios, ocuparam-se a noite toda.Na passagem de ano, novamente ficaram juntos, durante o dia Miguel havia ficado com o filho.Levou Plínio à casa de Regina para brincar com os filhos dela, para descontraí-lo, aceitaram-no bem.Brincaram o dia todo, à tarde levou-o de volta a casa dos avós, e Patrícia veio pegá-lo, mas sem olhar ou conversar com Miguel.Queria chamá-la, mas ela tinha ordem da família para não puxar papo com Miguel, afastá-lo o mais que pudesse de sí, e ee não insistia.Estava linda, com cinco meses de separação aueles momentos torturavam os dois, amavam-se e estavam sofrendo por não terem maturidade suficiente para suportar o relacionamento, eram os dois orgulhosos, como se nenhum quizesse dar o braço a torcer.Estavam sofrendo só, e não recebiam ajuda de familiares que fizesse força para manter o relacionamento dos dois, eles sofriam isoladamente.À noite, com Regina saiu pelas ruas da cidade participando da comemoração de final de ano, com uma garrafa de Champanhe os dois tomavam alí mesmo dentro do carro.Estacionou em frente a sua casa e conversaram, até surgir um beijo.Os dois precisavam daquilo, beijaram e abraçaram, como o carro estava inconfortável, chamou-a para entrar em sua casa, ela não queria,mas ele insistiu até que ela cedeu.Ele não tinha quase nada em casa, Patrícia havia levado todos os móveis quando ele não estava e deixou-lhe apenas um tapete persa, forrava comjornal e cobria com um cobertor.Um liquidificador era o único aparelho que tinha para fazer um suco ou uma vitamina.Não imaginava que Patrícia faria aquilo, mas sabia que era influência de alguém, da familia dela.

Regina e Miguel tomaram banho juntos e tiveram um relacionamento amoroso, ela reclamava que não conseguia chegar ao clímax, ao orgasmo pelo fato de ter sofrido muito com o ex-marido.Não sentia mais prazer estava machucada emocionalmente, não sabia mais amar.Fizeram amor várias vezes, saiam para almoçar juntos, ela interessava por ele e acreditava que poderia futuramente dar certo.Já estavam no sétimo mês de separação, Miguel encontrou Patrícia na rua e entregou-lhe-a uma carta, dizendo que estava arrependido e prometia voltar, amava-a.Se encontraram alguns dias depois acertaram entre os dois, ela disse-lhe que não suportava mais a separação, estava sofrendo com isso.Obviamente Miguel pensava que ela não estava bem acomodada na casa dos pais, sendo que ela já tinha a sua casa pra morar, sentia nela um desconforto morando com seus pais e aquela quantidade enorme de pessoas e crianças, talvez brigando entre sí.Miguel prometeu-lhe que não ia mais beber, e pediu para que ela voltasse com seu filho.Patricia retornou, e ele tinha a esperança de amá-la muito mais sem prejudicá-la, pegou alguns pertences na casa de da mãe dela, mas o contato entre Miguel e a família havia esfriado.A primeira coisa que ele fêz quando chegou em casa foi dispensar as várias garrafas vazias de cerveja, vinhos e vodka que se encontrava atrás da casa.Contratou um advogado e novamente cancelaram a separação, não queria viver com uma mulher apenas como amaziado.Na primeira noite de retorno, podia observar como amavam ardentemente, era uma paixão que jamais podia imaginar entre um casal, ele não queria que separação não acontecessem nunca mais entre eles, fazia com sofressem muito, e Miguel não admitia que Plínio observasse que seus pais estavam separados.Os pais tentavam ajudar, iam até mesmo dormir lá de vez em quando, para ver se melhorava o relacionamento entre Patrícia e Miguel.

Ele prometeu mudar pra melhor, mas tinha vontade de mudar daquele lugar, uma casa financiada era difícial negociar.Pagar aluguel em outro lugar ia aumentar as despesas do orçamento, isto casso Miguel soubesse fazer, e não queria atrasar as prestações da casa.Precisava contar a Regina sôbre seu retorno e procurou-a na hora do almoço para comer um lanche sem que Patrícia obviamente jamais poderia saber daquele relacionamento.Começaram a comer o lanche, quando ele olhou bem pra Regina desconfiado e disse-lhe, que havia retornado para sua esposa.Ela deixou o lanche no prato, levou a mão à boca e começou a chorar.Ficou um momento sem palavras olhando para Miguel que sem jeito deixou de comer o lanche, enchendo os olhos de lágrimas por ver Regina tão abalada emocionalmente.Estava envergonhado,mas tinha um filho, e teria de criá-lo junto à mãe e disse-lhe que amava Patrícia, e ela sabia disso.Regina não aceitou, estava planejando ficar comMiguel, gostou dele,mas ele nunca propôs de morar juntos.Ele não queria enganá-la precisava dizer a ela e tinha que falar antes da situação agravar.Regina levantou da mesa em plantos, e saiu, enquanto Miguel acertava as contas no caixa.Foi atrás de Regina, pediu desculpas a ela,mas não ouve um retorno de uma palavra para com Miguel.

Abalado pela situação, Miguel retornou ao trabalho, como sempre preocupado com todos.Sugeriu a Patrícia para não achar que ela estava longe da família, perguntou a ela se algum membro da família dela quisesse morar com eles, para fazer-lhe companhia, mas falou aquilo apenas por falar, apenas para agradá-la, na verdade ele não queria, e mesmo alguma de suas irmãs solteiras tambem não ousariam ir.Miguel amava sua mulher e seu filho, faziam parte de seu universo, era a sua herança, mas não procurava fazer uma aliança com tudo e com todos, vivia no seu mundo, Patrícia gostaria de ajudá-lo,mas não sabia por onde começar.Miguel sentia isso, mas quem cuidaria de Plínio? Não seria confiável por parte dele ter que pagar uma empregada para cuidar da casa. Acabaram de fazer o muro e colocaram Plínio na escolinha, pôde pagar uma perua para levá-lo até à escolinha com muito orgulho. Faculdade não fazia mais, apesar de ser um dos seus sonhos.Sua rotina era do trabalho para casa e de casa para o trabalho, e, para quem detestava rotina àquilo para ele se tornava uma tortura.Finais de semana ficava em casa, ou fazendo algum desenho que seu irmão Flávio lhe passava, ou pegava na colher e fazia algum serviço de pedreiro em casa. No quintal, no local reservado ao jardim, sempre plantava mudas de plantas, e uma delas foi uma muda de um pinheiro, que no qual foi plantado bem em frente a porta da sala de entrada. No retorno de férias da emprêsa, passou a trabalharem outro departamento, fazer lançamentos contábil à mão, pois não era informatizada ainda a emprêsa.Trabalhava ao lado de um colega excessivamente expontâneo em suas relações interpessoais, mas Miguel o achava pouco profissional, muito falador e brincalhão, e, na sala entre várias mulheres, algumas casadas e outras solteiras.Tímido, sofreu um pouco a adaptação, mas aos poucos foi verificando que alí era um lugar melhor, não dedicando à sua profissão, mas era um ambiente mais descontraído, com a "molecagem" de seu colega.Era bastante sociável e amigável, amigo de todos e querido pelas garotas, casado, mas a esposa sabia das aventuras do marido.Miguel o admirava pela maneira desinibida, orgulhava da maneira que falava, com desenvoltura.Praticante de exercícios físicos, convidou Miguel a participar dde uma corrida pedestre de dez kilômetros que seria à noite, sairia de uma escola e passava pelo centro de Mendonça e retornaria pela mesma avenida, pela pista oposta.Como nunca havia participado daquele tipo de evento Miguel colocou uma camise, um calção e um tênis, de jogar futsal, totalmente fora do padrão. Achou que não daria conta de completar os dez kilômetros, mas acabou ainda ganhando uma camiseta de brinde, e se amigo uma medalha.Como orgulho seus colegas de trabalhoos para benizaram.Reconhecido por ter sido chamado com seu colega a fazer parte de um novo departamento na emprêsa, o novo departamento estava em fase de informatização.Sentia-se bem profissionalmente, ia trabalhar com computador e mesmo que a emprêsa pagasse cursos para adaptação ele já havia começado a fazer, estudar, para ficar apto para desenvolver seu trabalho.Tudo novo, carpete, mesas, cortinas, foi ummotivo de inveja aos colegas de outros departamentos, todos queriam trabalhar alí, e Miguel sabia que era bom emmexer naquelas máquinas em relação ao seu  trabalho.Por saber um poucomais que seu colega e ser mais hábil, não gostou quando da promoção salarial, que o equiparou igual ao seu colega.Miguel acreditava que poderia ganhar, ou, ser diferenciado um pouco mais do colega, e isso veio a aborrecê-lo.Sabia que podia mais, tinha mais interêsse e curiosidade, achava que essas qualidades aos olhos de um bom gerente contava, mas isso não aconteceu.Discutia, com seu colega por pouca coisa e mais uma vez ficou aborrecido.Quando ele não saía do trabalho a ponto de bala, chateado e nervoso, procurava dar um tempo na cidade antes de chegar em casa e ter que discutir com Patrícia.

Quando tinha algum trocado ia assistir um filme pornográfico no cine da cidade, para fazer uma hora e talvez aliviar a cabeça.O problema é que não falava com Patrícia, talvez devesse, para que ela não ficasse com ciúmes, ou outras coisas que ela poderia pensar. A ignorância de Miguel não o deixava pensar que, caso suia esposa brigasse com ele era por chegar tarde em casa, porque ela se preocupava com ele, talvez ela se sentia insegura, isso ele nunca percebeu.Gostava de sexo, mas não forçava Patricia a fazê-lo, respeitava-a, a sua vontade, afinal não é todo dia que se tem disposição.Se davam bem na casa, ele a amava, e sabia que ela retribuía o seu amor, era necessário, como não tomava anticoncepcional Miguel toda vez que chegava a ejaculção ele tirava fora, detestava preservativos.Os beijos daquela morena o enlouquecia, o seu corpo quente o abraçava quando ela se colocava por cima deixava os cabelos longos e pretos caírem sôbre o seu rosto, sentia o seu cheiro, seu calor, seu amor.Ele vivia excitado, sua mulher o deixava assim, em nenhum momento a deixou na mão. O retorno que poderia dar a ela é um bom conforto, umpouco mais de carinho, ela merecia.Sua renda não era o suficiente ainda para conquistar os bens materiais que queria adquirir, ele mesmo não sabia o que queria, quando pensava em fazer uma coisa, pensava em várias e no fim não fazia nada, era como se fosse um disturbio. Quando queria conquistar alguma coisa tinha que fixar constantemente, aí sim faria custando o que custar, seus colegas sabiam disso e Patrícia tambem.Tinha um dos sonhos possuir um automóvel modelo Opala.Não esqueceu de quando Flávio emprestou o Opala dele para reconquistá-la, e queria um, para viajar com mais segurança e satisfazer os gostos dela.Patrícia chamou-o uma vez de boêmio, gostava de curtir a noite, mesmo dentro de casa nos finais de semana, mas ele se orgulhava disso, desde que fôsse correspondido,não importasva com aquelas brincadeiras.Precisava ter um Opala, procurou e encontrou  um emprego à noite em uma boate de Mendonça, trabalharia de porteiro à noite, com aquele porte raquítico que não assustava nemmesmo uma môsca, mas pela simpatia com os frequentadores, e as mulheres que lá frequentava, eram admiradas. O gerente deixou-o a continuar no trabalho devido a necessidade de não ter outro, mas com isso procurou fazer o melhor possível o seu trabalho. Conseguiu o emprego e sabia como agora, pagar o seu opala ano setenta e cinco, cor vermelho bordô que havia comprado com entrada mais cinco prestações fixas.O emprego na boate foi o suficiente para que fizesse mais uma conquista, era sacrificante, mas valeu.

De quinta a sabado ele trabalhava das vinte horas às cinco da manhã, nos fins de semana, no sábado, sua obrigação principal era fazer a feira com frutas e legumes e depois dormia.Não abusava do carro, ia trabalhar de ônibus e o usava nos finais de semana quando levava Patrícia e Plínio na casa da sogra.No último mês que trabalharia na boate, algumas vezes chegava alcoolizado em casa, até que um dia Patrícia encontrou uma marca de baton em sua camisa.Era impossível tirar da cabeça dela que Miguel estaria com outra mulher, foi apenas um abraço que deu em uma frequentadora assídua da boate, na portaria, a não ser que ela tenha feito de propósito com o intuíto de prejudicá-lo, sabia que era casado.Furiosa Patrícia começou a brigar com Miguel, estivera com uma mulher, mas não houve relacionamento íntimo.Ele tinha conciência de que precisava fazer alguma coisa, era ridículo mesmo ver uma pessoa bêbada, mas não alcoolizada, bastava olhar para a casa do Corsão nos fins de semana que ele estava sempre com o copo na mão.Quebrou a promessa que havia feito com Patrícia.A mãe dela de tanto ver a filha aborrecida de saber que Miguel continuava a beber, impediu do marido beber, o pai de Patrícia. Observava tudo que se passava com Patrícia,mas pouco fazia para se controlar ou dar um jeito na situação. Incomodava-o, quando via Patricia com uma fralda para sempre limpar o nariz, após consulta médica deu como resultado que ela estava com renite alérgica, e se preocupou pois poderia afetar Plínio.Verificou que debaixo dos tacos do piso de sua casa estava cheio de pó e que a alergia provinha dalí, e no momentoachava que não tinha condições de trocar o piso.Consegui fazer isso em um dos quartos, mas sem sucesso.

José, seu pai, precisou ir a Mendonça para fazer alguns exames médicos, e se hospedou em sua casa durante três dias e três noites.Durante uma dessas noites, Patrícia e Miguel tiveram um relacionamento sexual, e, como a passagem que dava acesso ao banheiro tinha que passar pela sala, e, para não incomodar o sôgro, apenas se limpou com uma toalhionha de cabeceira de cama.Após alguns dias Patrícia se sentiu que estava grávida, para Miguel foi uma surprêsa, escapou, mas já imaginavam um dia tger outro filho para fazer companhia de Plínio, que achou muito bom em ganhar um irmãozinho para poder brincar. O comodismo incomodava-o, não nasceu pra isso, poderia dar um pouco mais de sí próprio.Queria melhorar de qualquer jeito e tinha preocupação de não mais prejudicar Patrícia como antes, queria viver bem com ela e no trabalho, por mais que fizesse não estava contente.Procurou sem que Patrícia soubesse, um Psiquiatra, talvez ele pudesse descobrir o que é que estava acontecendo com Miguel, o que estaqva causando-lhe tanto mal.Queria perder a timidez,ser considerado valorizado, deixar de pensar constantemente, dia a dia, em sexo, ao ficar uma semana sem ter contato com Patrícia era motivo de deixá-lo nervoso. A única pessoa que poderia, tentar ao menos entendê-lo, seria um psiquiatra.Quando sentou à frente do doutor, percebeu que o médico tinha à sua frente, sôbre a mesa uma fôlha de papel onde ia colhendo depoimentos dos pacientes, separadamente.Miguel achou estranho a atitude, o médico perguntava-lhe o que acontecia e a sua maior preocupação era fazer anotações, e, se sentiu inútiol aalí.Pouco olhava para Miguel, que achava que um consultório de um psiquiatra ewra como nos filmes, o paciente deitava sôbre um divâ com pouca luz ambiente, omédico sentava-se confortavalmente em uma poltrona como uma agenda na mão fazendo as devidas anotações.Naquele momento não era assim, e no final o médico apenas receitou-lhe que lêsse o livro que escrevera, deu o nome do livro e a livraria em que pudesse encontrar.Miguel ficou furioso,foi até a livraria e viu que na capa do livro do médico autor, o nome do próprio médico, e na capa estampava-se a figura de um elmo.Deu uma folheada em algumas páginas sem ter muito interêsse e só levou o livro por curiosidade.Revoltado, achou que o médico tinha apenas  interêsse de colher as informações de seus pacientes para depois escrever livros,sem se preocupar ativamente da doença do paciente, Miguel deixou a idéia de se curar através de um médico.No emprego,  conheceu Émerson, que no qual  após muitas visitas na casa dele, convidou Miguel a participar de uma reunião de médiuns, que aconteceria em uma cidade próxima a cinquenta quilômetros de Mendonça.Miguel, curiosamente, e necessariamente, precisamente, urgentemente, aceitou. Apesar de não concordar que Patrícia participasse co centro de candoblé de sua tia, mas, Miguel, no desespero, em saber o que estava acontecendo com ele, doi com seu amigo e e a esposa do amigo, ao centro.Chegando lá, ficou deslunbrado daquele barracao com o pé direito com aproximadamente quatro metros, todo forrado e paredes, com cortinas de cor branca. Na hora em que Miguel foi chamado para receber seu passe, pensou que era tudo ou nada, precisava, procurava ajuda de alguma forma.Coincidentemente, por ordem , na hora de receber o passe era o seu próprio amigo que o daria-lhe.Apenas, saiu dalí, normalmente. Patrícia nunca ficou sabendo que Miguel fôra com Émerson e sua esposa naquele centro.

No emprego, conseguiu a amizade com um novo amigo, que acabara de entrar na emprêsa, era fã de esportes, incentivou Miguel a participar de esportes, cooper, ou seja, corridas de rua. E os dois começaram a participar de corridas de ruas, viajando conforme o calendário para várias cidades.Isso, veio a ajudar Miguel a ocupar um pouco mais a sua cabeça, treinava de manha, e à noite, isso correspondia a vinte quilômetros, havia parado de beber e se recuperado.Mas ainda não pensava na cabeça de Patríia, sera que ela deveria fazer o mesmo?No rio de Janeiro, em junho de mil novecentos e noventa em um, na Rio Maratona, participou pela primeira vez de uma maratona de quarenta e dois mil cento e noventa e cinco metros, levando para casa, uma medalha de participação.Sentiu-se muito em não poder ter levado Patrícia e Plínio para conhecer.Através desta medalhas dezenas de medalhas fizeram parte de sua coleção, estava satisfeito com o que estava fazendo e Patrícia o acompanhava nos fins de semana nas viagens, era bom porque saíam um pouco de dentro de casa.Êsses treinamentos de manhã e à tarde com um uniforme de equipe, e vendo Miguel todo suado, definindo seus músculos com exercícios foi causando uma certaq mágoa e revolta no Corsão, o barrigudo, alcóolatra que vivia do outro lado da esquina.


 CAPÍTULO VI                     Agência de Mulher  

 

A alergia de Patrícia parecia não ter fim, vários tratamentos e tudo em vão, Miguel fazia o que podia, tudo que estava ao seu alcance, mas o que deveria ser feito ele não era capaz de perceber a seus pés.Ampliou a casa, colocou piso na cozinha, mas onde era necessário nos dormitórios e na sala onde Plínio e Patrícia ficavam a maior parte do seu tempo isso ele não percebia. Ela descobriu um padre que fazia um tipo de cura sobre sinusite, ele passava um líquido por tráz da orelha, inchava e formava-se bolhas, parecendo queimaduras, dalí saía um líquido amarelado, se sentiu bem na primeira vez, ela pediu para que Miguel levasse tambem seu pai, e ele o levou. No trabalho Miguel comentou com alguns colegas sobre o tratamento,mas uma moça bem instruída por não ir com a sua cara, disse que era feitiçaria, foi grosseiro com ela e com razão, ela queria dizer aquilo para chateá-lo, sabia que gostava muito de sua esposa, depois achavam que brigavam com todo mundo, os outros é que eram ignorantes.Patrícia achava-o estourado e esquentava a cabeça por pouca coisa.Vendeu o terreno  que havia adquirido quando solteiro e estava no momento sem carro, vendeu o opala para futuramente comprar outro carro.Curtia com Patrícia a gravidez, estava saudável, ele fazia questão que ela se alimentava muito bem, a preocupação em dar-lhe vitaminas, de levá-la ao médico para fazer o pré-natal, isso ele dedicava com certeza.Estava próximo das vinte e três horas, quando Patrícia começou a sentir as primeiras contrações de parto, como já se encontrava com o número de telefone da associação comercial de Mendonça, esta teve a gentileza de buscá-los e levá-los até o hospital. Após a internação voltou para casa com Plínio, sempre preocupado se ela ia ser bem sucedida, não conseguia dormir naquela noite.Ligava sempre para o hospital para saber como ela estava, e no dia seguinte à tarde foi visitá-la e a criança não estava com ela, estava na incubadora.Patrícia disse-lhe que o bebê era pré-maturo e que precisava de um pouco mais de cuidados.Miguel a abraçou, começou a chorar de preocupação e ela o acalmou.Dali a pouco a enfermeira trouxe o bebê para a amamentação colocou-o ao lado de Patrícia,Miguel emocionou-se era pequenininho, tão delicado, e inocente, Plíno ficou curioso de ver um bebê tão pequenininho.

Ela amamentava enquanto conversava com ele, sensível ficava ao ver aquela criança tão inocente.Olhava fixamente para o bebê e prometia a sí mesmo, se pudesse, um dia construiria um hospital infantil, para crianças de zero a doze anos de idade.Traçava o futuro de seus filhos, queria que Plínio fosse Pediatra e Henrique que acabara de nascer Arquiteto.Fará o possível para que eles um dia façam faculdade e Miguel já se preparava para isso, entrou há dois anos num plano de título de capitalização, pagará durante dez anos, e a empresa através da vendedora prometeu que no final receberia por mês uma quantidade equivalente a um salário mínimo da época que terminasse o pagamento dos títulos.E talvez dará para pagar a mensalidade de uma faculdade. Miguel pagava o título de previdência e pecúlio euforicamente, esperando que no final a Aposentec do Grupo Silvio Santos possa recompensá-lo de tudo que pagara.Quer vê-los crescer com saúde e lutará para manter sua família em harmonia, em ordem, não deixará faltar nada que esteja em seu alcance.Ele era sensível com crianças, não gostava de ver crianças sofrendo, só não ajudaria mais porque as suas condições financeiras eram insuficientes, mas tinha em mente, de que um dia melhorasse de vida, construirá o hospital, basta que tenha sorte como muitas outras pessoas.Vai pensar só neles, evitará os gastos desnecessários, deixará de comprar objetos suplerfluos.Passou um dia pela sua cabeça,que poucas vezes iam à missa, comentou com Patrícia que era necessário participar mais com os filhos nas missas de domingo, fazer como a mãe dela ir assíduamente.O problema com a alergia não melhorava, isso preocupava Miguel a ponto de deixá-lo muito nervoso, o que podia fazer? Nos fins de semana ajudava Patrícia a arrumar a casa, tirava as cobertas, colchões, travesseiros e colocavam no quintal, ao sol, para evitar que sua renite alérgia piorasse. Desde que mudou para aquela casa, com Patrícia tinha amizade com os vizinhos, pouca mas tinha, e alguns sabiam do problema que Patrícia carregava, não podia com poeira, fumaça e produtos de limpeza, com cheiro forte.

Enquanto colocava os colchões para fora de casa no quintal, num sábado ensolarado, Corsão sabendo do problema de Patrícia, pegou um punhado de mato verde e ateou fogo na calçada em sua casa de esquina, e, percebendo que a fumaça invadia a casa de Miguel prejudicando-os ele não fêz nada para impedir.Pediu ao Corsão que apagasse o fogo, porque estava irritando as vias respiratórias de sua família, e Corsão disse a Miguel, quem quizesse que apagava.Miguel pegou uma enxada e saiu raivosamente em direção ao fogo e arrastou o mato que queimava pela rua.Os dois se debateraqm de boca mas poucos vizinhos viram era apenas sete horas da manhã e estava frio.Corsão e Miguel ficarão irritados um com o outro, e Miguel se arrependeu porque não pegou o opala que havia comprado naquela semana e não foi dar uma volta com a família, fôssem fazer feira, mas era fim de mês e estava sem dinheiro. Era melhor ter saído e não ter deixado as crianças verem aquela baixaria.Ao passar do dia tudo estava normal, às quinze horas Patrícia colocou Henrique no carrinho e foi passear com ele numa pracinha alí perto, Plínio estava na rua de baixo brincando de bola com os coleguinhas.O seu carro estava estacionado sôbre a calçada.De repente Miguel ouviu alguém gritando na rua, chegou à porta para ver e percebeu que estava cheia de gente, e o Corsão gritando e fazendo gestos obceno para o seu lado, chingava e ameaçava-o, difamando Patrícia, que ainda bem que não se encontrava alí no momento. Irritado com tal atitude Miguel pegou as chaves do carro para sair dalí,  daquela cena que estava lhe pertubando, quando entrou no opala, o Corsão o agarrou pelo pescoço e segurou-o, não tinha como Miguel escapar, era menor e mais fraco, mas com a ajuda de alguns vizinhos isso foi possível. No momento a preocupação era voltada para Patrícia e as crianças, não sabia em que lugar estavam e não queriam que visse tal acontecimento, seria desastroso para eles, havia perdido as suas forças físicas, estava abalado psicologicamente.Todos os vizinhos vendo aquela cena toda, saiu dalí e foi para a delegacia mais próxima dar queixa do acontecido junto com uma testemunha.Foi agredido, sofreu danos materias com seu caro, ameaçado e sua esposa difamada publicamente.Saiu rapidamente da delegacia e foi para casa rapidamente encontrar Patrícia, estava preocupado com ela e as crianças, e, seu estado era de choque.Miguel não conseguia se controlar, estava tenso.Corsão fazia graça no meio da rua com seu carro, cantando pneu e gritando, pega o Corsão...pega o Corsão!Miguel para não prejudicar a sua família ficou isolado dentro de casa, considerava preso dentro de casa com três pessoas para proteger, não tinha forças para enfrentar aquele idiota alccólatra e não queria sujar seu nome, tinha vontade de matá-lo, mas tinha a sua familia.Os dias seguintes era apenas de gozações indiretas por parte dele fazia questão de parar as pessoas que circulavam na rua para comentar sôbre o assunto era repugnante aquela atitude.Miguel não queria deixar Patrícia com seus filhos sozinhos enquanto trabalhava, colocou sua casa à venda. Ficou sabendo que o Corsão era consumidor de drogas.Nunca havia passado por tal situação, se fosse irresponsável teria matado Corsão,como legítima defesa. Ficou muito irritado quando soube que Miguel ia processá-lo e os dois receberam uma intimação para comparecer na delegacia.Miguel compareceu com o advogado da família de Patrícia, estava muito desorientado, mas percebeu que alguma coisa estava errado, estranha, quando chegou lá, viu Corsão conversando com o escrivão sossegadamente, com gestos  de "malandro",mas quando viu Miguel com seu advogado colocou o rabo entre as pernas e ficou em silêncio. No andar superior achou estranho o seu advogado já havia conversado em particular com o delegado, e, Miguel teve que esperar quase uma hora para que Corsão fizesse o Boletim de Ocorrência, e quando o delegado o chamou na sala apenas os dois ficaram conversando, o advogado de Miguel o olhava com semblante de reprovação mas não fazia nada.

Miguel não entendia de leis,mas sabia qua alguma coisa estava errada, fazer acareações daquele jeito? De vítima Miguel passou a ser réu pela decisão do delegado, ficou inconformado, como dentro de um departamento daqueles isso podia acontecer? passou a não acreditar em mais nada nem mesmo no seu advogado, não estava acreditando na justiça de seu país.Pagou o que tinha de ser pago ao seu advogado para dar entrada ao processo, e após três mêses Miguel foi ao fórum de Mendonça verificar o andamento e soube que foi arquivado por falta de procas, de quem? Ele havia levado a sua testemunha e estava escrito no BO.Comentou pouca coisa com Patrícia, não queria aborrecê-la, bastava dos problemas que ele lhe havia causado no passado, a vontade dele naquela hora era entrar na faculadade e fazer direito, para mostrar como é que se faz justiça nesse país. Rapidamente vendeu a casa, queria mudar daquele lugar e pagar aluguel em outra bem longe dalí. A insegurança dele considerava-se ser um mau negócio, ficava chateado de muitas das suas decisões teria que tomar sozinho, Patrícia não participava para que, caso desse errado ele não viesse a culpá-la.Ele gostaria que ela a ajudasse mas não a forçava, a única coisa que Miguel podia deixar a eles era a casa, caso faltasse, e a preocupação dele era de imediato arrumar outra, com segurança, pois caso ele viesse a morrer, sua família estaria em segurança.

A renite de Patricia já estava se tornando aguda e a de Plínio estava já "incomodando-o". Pediu ao comprador um prazo de quinze dias para arrumar outra casa, e conversando com Nina, sua irmã, que morava em Pavina, gostaria de ficar mais perto dela. Olhou, verificou uma casa que estava à venda a oitocentos metros da casa dela, foi nessa casa tres vezes por dia, as nove horas da manhã, ao meio dia e às dezzesseis horas, para verificar a posição do sol nesses horários, não queria colocar sua família dentro de uma casa úmida e de pouca ventilação. Acertou, a casa estava com a fachada voltada para o Oeste, de maneira que ela pegava sol, de manhã e à tarde. Acertou com o proprietário e mudou logo em seguida ao prazo de dois dias, não queria ficar na outra casa de forma alguma, estava insuportável ver a cara do Corsão. Assim que mudou para Pavina, Miguel procurou reformá-la da melhor forma possível, com um pouco de dinheiro que havia sobrado da venda da primeira casa,colocou piso em toda a casa e trouxe da outra os azulejos que havia adquidiro para colocar lá, mas durante dois anos não conseguiu, e agora havia colocado nessa nova casa, no banheiro. Era pequena mas acochegante, confortável e limpa.Nos dois primeiros meses que alí moraram Miguel percebeu que Patrícia e Plínio já não estavam mais com problemas de renite alérgica. Ela parou um pouco pra pensar verificou seu nariz e era verdade, os dois haviam melhorado repentinamente. Miguel agradeceu a Deus pelo seu sofrimento, pelo mau estado psicológico que havia passado, mas deu-lhe em troca a sensação de alívio, e comentou: _Há males que vem para o bem.Fez uma auto-análise do seu passado,  e verificou se não fosse a ignorância do Corsão, e ele não teria mudado era muito conservador, achava que jamais venderia aquela casa que seria a única depois de casado. O que aconteceu a ele foi muito dolorido, abalou-o bastante emocionalmente, mas valeu a pena, a sua família estava curada e contente no novo local.

Estava em Pavina, uma cidade totalmente diferente de Mendonça, pequena, infelizmente tudo que acontecia na cidade, todos ficavam sabendo, imaginava. Conhecia Marcos seu amigo e colega da escola de química que frequentaram juntos, a diferença é que Marcos já estava fazendo faculdade e Miguel não tinha feito nenhum curso técnico. Marcos era assíduo na política, gostava de participar, sendo sempre da "esquerda", suas opiniões eram certas mas não aceitas por outros, pelo menos podia observar em Pavina.Miguel continuava a participar dos eventos esportivos, e escrevia ao jornal fazendo um "critica" sobre a reclamação de um atleta que foi prejudicado em uma premiação. Isso custou-lhe menos simpatia àqueles que organizavam essa modalidade.Infelizmente o opala de Miguel não coube no abrigo mal projetado daquela casa, achava ridículo como poderiam construir uma casa com um abrigo para carros tão pequeno.Não conhecia muito bem Pavina, e preocupou em deixar o carro na rua senão poderia ficar sem ele. Foi no próximo domingo com Patrícia e as crianças até Mendonça para trocá-lo por outro menor. Achou um, bem arrumado, bom de lata, motor, mas achou que seria difícil acostumar com um carro movido a alcool.Teria que sair bem cedo, nesse caso ia de carro até o centro de Pavina e de lá ia de onibus para Mendonça.Trabalhava a uma distância próxima de vinte e cinco quilômetros de sua casa, uma rotina de ida e volta do trabalho que estava lhe cansando e preocupando-lhe.Saía às seis e meia da manhã e só retornava às sete da noite, isso quando o miserável do ônibus não atrasava, que era constante.Não podia mais ver Patrícia e as crianças durante o almoço, mas ficava muito feliz de saber que era para o bem deles, Deus o havia ajudado apesar do grande aborrecimento, estavam curados da renite. Quando havia discussão entre Patrícia e ele a melhor coisa seria que ele não pegasse no volante, ficava muito nervoso, muito tenso. Em Pavina a mesma coisa, como não tinha muito tempo de correr atrás de detalhes referente a reforma que estava fazendo em sua casa, e, Patrícia não dispunha de muito jeito, discutiram a respeito do serviço do pedreiro. Miguel era muito detalhista, entendia de construção,no entanto muitos pedreiros não faziam as coisas como ele pedia, achava que estavam sendo ordenados.

Pegou seu carro e foi ate a casa do pedreiro, Sr. Sandro, verificar a possibilidade da obra poder ser mais rápida, e a unica coisa que ele disse, durante as convesações com Miguel era pedir o seu voto para as próximas eleições. Era candidato a vereador. No retorno para casa  Miguel estava no seu Fiat Spazio, quando em um cruzamento oblíquio olhou para sua esquerda e não viu nenhum carro aproximando, olhou à sua frente diminuindo a velocidade e quando olhou novamente à sua direita recebeu uma pancada enorme que o assustou, quase desmaiou pelo fato de bater a cabeça no vidro da porta. Nunca havia acontecido aquilo, caiu em desespero e não tinha ninguém na rua àquela hora pelo fato de ser  seis e trinta da manhã, e era sábado. O motorista do voyage que lhe bateu tinha uma testemunha, e Miguel desesperado foi atrás de seu pedreiro e pediu que fosse até o local, para servir de testemunha, depois foi até sua casa para avisar Patrícia, que assustou com a presença súbita de Miguel.Após a ocorrência constatou que houve albaroamento entre os dois veiculos naquele cruzamento sem sinalização.Outro motorista queria que Miguel pagasse o conserto do carro indo à sua casa com as fotos do carro danificado e ameaçando-o.Miguel não tinha cabeça para tantos problemas naquele periodo da sua vida, como poderia sair para trabalhar longe de casa e deixar a sua familia exposta, Patricia não era mulher de briga, não capaz e não sabia "brigar" pelos seus direitos, para Miguel ela não era uma mulher decidida, que arregaça as mangas e se for preciso "brigar".

Ele se sentia só, e não tinha tempo para resolver estes problemas, teria que procurar um advogado, mas não conhecia nenhum em Pavina.No trabalho sua preocupação era sempre, não concentrava no que estava fazendo e deixava transparecer o que estava sentindo, preocupando seus colegas de trabalho, sabia que ali dentro do seu departamento ou da empresa onde trabalhava alguém se pudesse o excluia.Tinha antipatia aos olhares dos outros, suas idéias eram outras, todos discordavam com a maneira de pensar e de como deveria tratar os clientes da empresa que trabalhava.Através de um amigo teve contato com uma advogada que lhe orientou como proceder em frente ao juiz. Miguel folheou alguns livros jurídicos para saber o que era culposo e não doloso, leu o livro de direitos do processo civil, coisas desse tipo, e montou através de um esboço uma parte do processo de defesa, e depois entregou a advogada.Nunca havia sido processado a pagar uma dívida, e não conseguiu entender porque a advogada só lhe falava para responder sim ou não , caso o juiz fizesse-lhe uma pergunta. Estranho, pensou, em alguns filmes que já assistiu o réu tem o direito de falar e tentar se defender. Ela sempre falava que o juiz era muito exigente.Dane-se, a lei é para todos, pensava.Miguel ficou muito tenso defronte ao juiz, mas não escondeu nada, a sua conciencia estava tranquila, sobre o seu depoimento, so bastasse se houvesse justiça.Mesmo assim ele foi condenado a pagar uma divida que jamais tinha condições de arrumar  tanto dinheiro. O pior momento que sentiu junto con sua familia foi quando o juiz mandou o oficial de justiça entrar em sua casa para ver quais os bens que deveriam ser penhorados. Patrícia caiu em um momento de desespero e depressão, foi um choque para todos, pensou, será que iriam penhorar a casa onde moram? Miguel tentou acalmá-la, sabia que um ex-presidente da república havia sancionado uma lei, ele leu em um livro jurídico, onde o único bem onde a família mora não poderia ser penhorado, era o que eles tinham no momento, agradecia a Lei  Sarney por isso. Enquanto o oficial de justiça andava de um lado para o outro dentro da casa, Patrícia ficava com as crianças sentadas no sofá da sala, tristes, melancólicas, Miguel os olhavam e dava um sorriso timido, de como nada iria acontecer. Mas ele tinha vontade de pegar e acabar com tudo que tinha, por fogo naquela casa e fugir, acabar com a pessoa que lhe processou por fazer a sua família passar por tanta tristeza e sofrimento. Ele achava que houve favorecimento por parte da justiça, se é que existe pensava, achou que era em Pavina uma "persona non grata" naquela cidade isso veio a prejudicá-lo, era morador novo na cidade e houve uma discriminação por parte da justiça, pensava.Queria localizar algum órgão do governo federal que pudesse lhe dar um apoio, dizer o que aconteceu com a justiça contra ele não era verdade, o juiz não sabia o que era um cruzamento oblíquio. Processou Miguel por achar que onde ele deveria parar era um final de rua e não era, ela continuava em curva, apenas recebia nomes diferentes.Miguel não pagou e isso trouxe a ele e Patrícia um desconforto muito grande, acabou o interesse por Pavina, onde haviam se beneficiados com a saúde deles, haviam eliminado o mal da renite alérgica, era outro problema que os acompanhariam por muito tempo, levando dali pra frente um estado de depressão.

Odiado, Miguel caía na real, "Devo não nego, pago quando puder", não por isso que iria deixar de participar dos seus eventos fazer amor com Patrícia e tomar sua cerveja gelada nos finais de semana. Mas mesmo assim a tensão era grande, insuportável, algumas brigas surgiam com Patrícia, ele não tinha olhos e cabeça para ver, raciocinar o que estava acontecendo com sua família, estavam vivendo um período perigoso, o stress, dentro de casa e com as crianças.Qualquer assunto era motivo de irritações que eram estendida em toda família.Em uma das discussões, Patrícia foi "pra cima" de Miguel, ele para se defender empurrou-a sobre a cama. Aconteceu no sábado à tarde, Patrícia permaneceu calada sem falar um só palavra estava depressiva.Quando Miguel saiu pra trabalhar naquela manhã de segunda-feira, saiu preocupado e arrependido. Porque tinham que brigar tanto? por motivos irrisórios, sem sentido, isso aborrecia-o bastante a ponto de se pudesse, caso Henrique fosse maior acima de dez anos, ele sumia, pegava as malas e "metia a cara no mundo", talvez assim desse um pouco mais de paz para Patrícia e as crianças, e ela pudesse viver melhor. Mas não podia, suas dívidas, seu emprego, e como ela ia se virar? Só de pensar em trabalhar Miguel já tinha ciumes, e tinha certeza que um bom emprego talvez ela não arrumaria não se desenvolveu profissionalmente para exercer um cargo melhor, mas tinha experiencia como balconista.Tinha muito ciumes dela ele a amava muito, muito, vivia apaixonado por ela mesmo sabendo que ela não o amava tanto, ele sabia disso, principalmente após  a batido do carro.Ele não teve culpa, mas andava sempre com sentimento de culpa, só trabalhava para manter um padrão de vida digno como qualquer outro homem, e se pudesse na medida do possível ia melhorando a sua casa estudava para que futuramente pudesse ter uma chanche uma oportunidade melhor, mesmo na empresa onde trabalhava não o valorizava. Era necesário estudar, ficar em casa à noite sem fazer nada, sendo que o colégio técnico estava a poucos minutos de sua casa. Mas não pensava que era à noite que ele poderia fazer companhia a Patrícia e as crianças.

Na segunda-feira à tarde, uma das irmãs de Patrícia foi visitá-la de carro com o marido, e vendo Patrícia naquele estado depressivo, achou que Miguel havia brigado com ela ou feito qualquer coisa que aborrecia-a. A irmã e o marido pegou Patrícia e as crianças colocaram no carro, passaram na delegacia de Pavina e registrou uma queixa contra Miguel, dizendo que ele a ameaçava todos dentro de casa. Miguel estudava em um colégio técnico aproximadamente mil metros de sua casa, e, quando chegou em casa às vinte e três horas, não encontrou Patrícia e as crianças, e nem mesmo um bilhete, algumas roupas haviam sido levadas.Duro, sem dinheiro, e com apenas dez litros de combustível no tanque do carro saiu correndo  em direção a casa dos pais dela, era o unico lugar que ela poderia ir, era como se fosse um refúgio. Se ele tivesse pensado bem, poderia ir no dia seguinte, mas seu desespero não o deixava pensar, os pais deles não tinham telefone.Lá, o pai o recebeu após meia noite no portão e pediu para que Miguel não entrasse, dizendo que Patrícia estava muito mal.Para não aborrecer o sogro, uma pessoa simples achou melhor voltar para casa, Miguel voltou, inconformado, ficaria sozinho sem Patricia e as crianças naquela madrugada. Após dois dias Miguel achou melhor não ir trabalhar, não tinha condições psicológias para exercer suas funções, mas Patrícia não queria vê-lo, através do recado que sua irmã mandou-lhe até o portão, ficou furioso, não sabia qual a razão por aquilo. Eles não deixaram Miguel nem mesmo ver as crianças, que, para ele era tudo, na vida. Começou, pelo seu desespero gritar por Patrícia e as crianças no portão, pertubando-lhe-a, até que um amasiado de uma das suas irmãs de Patrícia chegou ao portão e começou a discutir com Miguel, muito nervoso emocionalmente que não conseguia se controlar, estava alucinado perder a família, era como se ele naquele mundo não tinha mais utilidade alguma, era morrer. Saiu dali e foi ate a delegacia mais próxima, estava fechada, não tinha a quem recorrer, estava fora do emprego, não estaria trabalhando naquele dia, estava sozinho, não tinha coragem de ir para casa para enfrentar a solidão, encostou seu carro sob uma arvore e ficou chorando, pensando o que fazer da vida.Não se alimentou nem mesmo com água naquele dia, e à noite quando retornou à sua casa, incoformado não sabia se continuava vivendo ou morreria.

Pediu que Nina fosse falar com ele, conversou um pouco com ela e seu marido, mas tudo que falava para Miguel, era mecânico, não tinha raciocínio para analisar tal palavras.Após a saída deles, uma lâmina de barbear e um balde, foi a companhia de Miguel até o quarto, deitou na cama de barriga para cima esticou um dos punhos de maneira que o sangue correria dentro do balde e não sujaria o piso.Ficou meditando, chorando por um tempo, mas não valia a pena morrer, o sofrimento era demais, a vergonha, a solidão, o desconsolo e arrependimento, tudo isso juntos, sem contar de como iria enfrentar o trabalho. Uma semana se passou, Miguel não  tinha coragem de colocar nada na boca, a não ser água e de vez em quando café, na hora do almoço. A cada dia que passava estava emagrecendo, dava-lhe tonturas quando agachava, sabia disso mas em seu estômago não aceitava nada de alimentos sólidos, se comesse em alguma lanchonete ou restaurante, vomitaria tudo.Não via a hora chegar para ir embora, a ansiedade tomava-lhe conta.

Tinha vergonha no serviço, se morrere não ia ver Patrícia e as crianças, tentava de alguma forma se matar, daria certo mas não queria fazer antes de vê-los.Tudo havia acabado, nada para ele tinha significado, só não estava mendigo porque ainda conseguia repassar suas roupas de trabalho, o colarinho estava cinza de tanta poluição da cidade.Não conseguia dormir, a fome o pertubava, e quando cochilava acordava assustado, com pesadelos, estava com saudades, estava só. Em uma noite de volta para casa após o trabalho, resolveu passar na igreja de Pavina, queria conversar com o padre da cidade, ou com alguém que fizesse parte da doutrina de Cristo, para conversar com ele.Naquela noite, havia poucas pessoas na igreja, mas havia vários padres sentados perto do altar, e o Arcebispo de Mendonça tambem estava no meio deles.Falavam alguns assuntos que não foram entendidos por Miguel, ele achava que poderia ser uma reunião importante dos membros da igreja por achar que o Arcebispo estava alí presente. Após a reunião Miguel ficou aguardando uma oportunidade de falar com o Padre de Pavina, mas adentrando a sacristia encontrou um senhor que o auxiliava-o. Pediu ao padre se seria possível ele ir, ou mandar alguma mulher que fizesse parte da igreja, para falar com Patrícia, mas o padre apenas disse para ele dar um tempo, esperar um pouco, ter paciência.

Escreveu uma carta a Patrícia, pedindo para que ela voltasse, mas sem resposta, era próximo ao seu aniversário. Não obteve resposta, não via as crianças, não tinha amigos para confiar-lhes o que estava se passando, estava se considerando um cão, talvez cão para ele seria um adjetivo muito forte, talvez um verme, o cão ainda teria no mínimo alguém que lhe protegia. Em agosto, no aniversário de Patrícia, que, apenas um mês depois Miguel escreveu-lhe uma carta e anexou-a a um bouquet de rosas vermelhas, das melhores, e pediu um garoto que passava perto de sua casa que lhe entregasse, mas que fosse entregue a uma pessoa que se chama Patrícia.Ela recebeu a carta com as rosas conforme o garoto havia lhe dito. Na carta Miguel dizia:_"Patrícia, primeiramente gostaria que me descupasse pelo que aconteceu, mas você tem plena convicção de como estou sofrendo, você sabe disso, e porque deixa que isso continue? Parece que agora você deixou de me amar, parece-me que agora você me odeia, você esta ferindo em mim aquilo que é mais sagrado, não esta deixando eu ver você e as crianças, nossos filhos. Pelo amor de Deus, peço-lhe o Henrique, você sabe como ele é apegado a mim. deixe-me vê-los o quanto antes, ele so tem três aninhos.Te amo, você sabe muito bem disso, não sei o que esta acontecendo, você nunca ficou assim.Perdoe-me se errei, não farei mais, tente falar comigo.Pense em nossas vidas, no esforço que sempre tive para que possamos educar nossos filhos, sempre trabalhei e os amo". Miguel sabia que as atitudes tomadas por Patrícia era influência de suas irmãs, que na verdade, desaprovava o casamento de Miguel, elas não simpatizavam com ele, e fazia com que Patrícia, talvez deprimida, aceitassem as vontades delas. Para semsibilizar um pouco mais Patrícia, Miguel acrescentou algumas linhas de um livro que ele havia comprado em um Sêbo, quando estava em Pavina, do escritor Érico Veríssimo:_"...Está claro que não devemos tomar as parábolas de Cristo ao pé da letra e ficar deitados à espera de que tudo nos caia do céu. É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos entretanto,  dar um sentido humano às nossas construções, e quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu. Não penses que estou fazendo o elogio do puro espírito contemplativo e da renúncia, ou que ache que o povo deva viver narcotizado pela esperança da felicidade, na "outra Vida". Há na terra um grande trabalho a realizar. É tarefa para seres fortes, para corações corajosos.Não podemos cruzar os braços enquanto os aproveitadores sem escrúpulos engendram os monopólios ambiciosos, as guerras e as intrigas cruéis. Temos de fazer-lhes frente.É indispensável que conquistemos este mundo, não com armas do ódio e da violência e sim com as do amor e da persuação. Considera a vida de Jesus. Ele foi antes de tudo um homem de ação, e não um puro contemplativo. Quando falo em conquista, quero dizer a conquista duma situação decente para todas as criaturas humanas, a conquista da paz digna, através do espírito de cooperação.E quando falo em aceitar a vida não me refiro à aceitação resignada e passiva de todas as desigualdades, malvadeza, absurdos e misérias do mundo. Refiro-me sim, à aceitação da luta necessária, do sofrimento que esta luta nos trará, das horas amargas a que ela forçosamente nos há de levar..."

Miguel queria dizer com estas palavras que deixaria de ser mesquinho, de pensar em apenas trabalhar e dar um pouco mais de atenção à sua família.Era difícil trabalhar e estudar a noite, nos fins de semana sua preocupação era descansar. Prometeu na carta que deixaria tambem de estudar caso Patrícia voltasse. Rezava, pedia a Deus que o perdoasse, caso houvesse feito alguma coisa demais a ponto de prejudicá-los.Teve uma idéia de ir viajar numa sexta-feira, andaria quinhentos quilômetros apenas de ida. Às vinte e uma horas pegou um trem que ia de Mendonça até uma cidade em que viu uma matéria pela televisão de umas enhora vidente. No trem, nunca havia  visto uma situação tão decadente, à medida que avançava pelo interior do estado através da escuridão, a cada estação entravam pessoas simples levando seus pertences em sacos. Crianças, mulheres, homens barbudos, alguns deitavam pelo corredor do vagão e cobriam com cobertores imundos, os vidros fechados, e o cheiro sufocante daquelas pessoas que pareciam tempo que não tomavam banho,mas mesmo assim estavam melhores que Miguel, que não levou nada para se proteger do frio, e não conseguia se acomodar para tirar no mínimo uma soneca, o frio atormentava seus pés, que estavam apenas com meias de nylon e com uma calça de tergal preta e uma camisa branca, roupa de trabalho dele. Percebia que todos dormiam, e ouvia-se apenas o barulhos das rodas do trem sôbre os trilhos, e via através do vidro,embassado, o quanto estava frio la fora. A fome corroia o estômago, quando o guarda passava com a bandeija de pão com salame vendendo aos passageiros, ele tinha vontade de vomitar, só de sentir o cheiro, mesmo não tendo nada no estômago. A noite não passava, eram duas horas da manhã era pra Miguel uma eternidade vivendo naquele trem lotado, tudo abafado, um cheiro insuportável de pessoas morimbundas, imaginava como seriam os trens que levavam os pobres judeus aos campos de concentração. Olhava para fora, através do vidro embassado e só avistava o bréu da escuridão, debruçava com o peito sôbre os joelhos para ver se conseguia dormir, mas era impossível, estava com muito frio. E o trem obedecia a linha dos trilhos com velocidade mínima, incomodava e impacientava Miguel que chorava sem que alguem percebesse, não aceitava o que estava acontecendo com ele e Patrícia e as crianças, ele os amava muito, muito mesmo.

Às sete horas da manhã,o trem encostou na estação que ficava mais ou menos três quilômetros do centro daquela cidade. Ele olhava para os lados e percebia que aquelas pessoas maltrapidas descendo do trem, tinha a sensação de estar indo para um campo de concentração. Tristes, cabisbaixo, com os seus pertences em sacos sujos, e cobertores jogados aos ombros, carentes, alguns descalços pareciam tão cansados quanto Miguel. Ainda bem que o sol estava quente, alí as pessoas espalhavam-se por todos os lados. Fraco, cansado, Miguel não teve disposição para andar três quilômetros. Avistou perto dalí vária charretes com cavalos arriados em fila, imaginou que era para aluguel, pagou dois reais e o homem o levou até o centro da cidade. Para ir onde queria, na mulher vidente, teve que pagar um táxi onde o ponto ficava ao lado da rodoviária que o levou no centro da mulher. Estava ancioso para saber como é que funcionava, para ver se a vidente o ajudaria a reconquistar Patrícia, caso contrário ele ficaria por ali mesmo, sem ela a vida dele não tinha sentido. Ao chegar lá no salão, viu várias pessoas desfiando algodão e colocando dentro de uma bacia enorme, disseram-lhe para que ele fosse até o armazém alí perto e comprasse um litro de alcool e um quilo de algodão, seria a colaboração dele para com o centro. No salão cheio de pessoas de várias localidades,carros com placas de várias cidades, e longe,a vidente pedia para que colocassem o nome das pessoas presentes naquele enorme salão, e tambem daquelas não presentes, seus parentes ou amigos que aos quais não poderia estar alí, naquele momento,para fazer uma consulta com a vidente. Cada pessoa escreveu seu nome e de seus parentes, ou amigos, em um pedaço de papel e colocou sôbre o "altar". No altar havia várias imagens de santos da igreja católica e do camdoblé, haviam pessoas de todos os níveis sociais, dentistas, médicos, engenheiros, advogados, muitas mulheres bem vestidas, pareciam ser ricas e tantas outras. Os nomes colocados nos papéis sôbre o altar, que não estavam presentes, a vidente era capaz do pensamento fazer uma "consulta". À medida qua a vidente ia tirando um pedaço de algodão enxarcado com alcool, correspondente ao nome da pessoa, era assustador. Ao lado de Miguel estava sentado uma senhora com seu filho que era dentista e sua filha, ficaram bastante emocionados quando a vidente tirou vários objetos estranhos dentro daquela bacia que ficava sôbre uma bancada, para o dentista tirou uma barra de cano de ferro de aproximadamente trinta centimetros toda corroída pela ferrugem. Para outras, eram tiradas galinhas mortas putrefadas, panos sujos rasgados, ossos, cabelos e muitos outros objetos estranhos, até mesmo pedaço de tela de arame. À medida que ia tirando para cada pessoa, a vidente colocava sôbre um jornal e a sua auxiliar a enrrolava e colocava no nome correspondente da pessoa. No final daquela sessão cada pessoa pegava o seu pacote com os objetos, emocionadas, outras chorando, outras com medo, iam para a varanda do lado de fora desembrulhavam e comparava cada ítem, cada objeto, com uma tabela que ficava do lado de fora pregada em uma parede. Cada objeto correspondia a um significado de acordo com a tabela, por exemplo, um barbante azul correspondia felicidade, ou tristeza, ou a morte, por exemplo, um pedaço de tela enferrujado, poderia ser que a pessoa poderia acontecer um acidente, assim por diante..

Quando Miguel desenrrolou o seu pacote sobre o piso da varanda, viu muita terra com feijão, barbantes embaraçados, fita azul, branca e barbantes azul, branco e vermelho.Mas, o que mais chamou-lhe a atenção foi um chinelinho de medidas fora do normal, para bebês de três a quatro meses, era prêto e estava com uma parte de onde apoiava o calcanhar queimado. Pensou, bebês não usam chinelos, e lojas não vendem chinelinhos daquele tamanho! A única preocupação dele é quando um dos ítens correspondia como uma frase na tabela que dizia alguém queria que o tornasse um capacho para sempre. Ele não sabia o que era capacho, ficou para descobrir depois.Precisava voltar, era tarde, e como não havia ônibus no bairro, pediu uma carona para a mãe do dentista até a cidade. No caminho todos paravam sôbre uma ponte e atiravam os objetos na água do rio corrente. O dentista morava em uma cidade que fazia divisa com Mendonça, então ofereceu carona para Miguel  até Mendonça. No caminho percebia que a preocupação da mãe do dentista era maior do que ele próprio, ela falava que a ex-esposa do seu filho o abandonou, e era a segunda vez, mas que desta vez era impossível, não sabia o que estava acontecendo com ela, abandonou-o com uma criança de apenas tres meses de idade, e seu filho a amava muito.Miguel explicou-lhe tambem o que havia acontecido com ele, e perguntou-lhe sobre os ítens que ela encontrou no embrulho dele. Ela achava que era algum tipo de maldade que pessoas que lhe estavam fazendo, Miguel não era de acreditar nisso, achava que fazia parte da inveja e ele nunca imaginiu que poderia sentir inveja de alguém, que a inveja era falta de capacidade deconquistar aquilo que outras pessoas conseguiram. Perguntou a mãe do dentista o que era capacho, que um dos seus ítens que encontrou no embrulho correspondia a isso. Ela disse que capacho era é um tipo de tapete, que geralmente ficam nas portas de entrada de alguns estabelecimentos comerciais, prédios ou residências para as pessoas limparem os pés. Miguel ficou imaginando se alguém realmente não queria vê-lo com sucesso na vida, subir na vida, mas achava que isso fazia parte do destino, dependia exclusivamente de Deus o seu destino.Será que poderia ser um ou uma colega de trabalho?

Miguel não tinha bronca nem inveja de alguém, mas sentia que era invejado pelos outros, ele não sabia entender o porquê. Será que era em razão das suas idéias,por ser pequeno de estatura e ter muitas idéias boas mas que não ficava bem pra ele devido o tamanho? ou talvez pela sua falta de modéstia? Sempre deixava pra lá, mas sabia que os outros sempre copiavam aquilo que começava a fazer ou dizia apenas algumas palavras como introdução, e os outros complementava e executavam suas idéias. Miguel sempre observava que os Grandes homens, como políticos, escritores, médicos, advogados, soldados, sempre eram pessoas de alta estatura,e com isso tinham mais sucesso, ou achava que as pessoas de baixa estaturas não teriam progresso na vida? Pensava ele. Mas era besteira o que estava pensando, Getulio Vargas por exemplo era uma pessoa de baixa estatura.Pararam num posto de gasolina à beira da estrada, aproveitando para comer um lanche, Miguel tomou apenas uma xícara de café, causando-lhe enjôo, e queimação no estômago durante a viagem.


CAPÍTULO VII                           Agência de Mulher

 

Quando chegou a sua casa, no sábado à noite preparou uma carta para Patrícia, explicando-lhe o ocorrido.Disse a ela que foi em uma vidente para saber exatamente o que estava acontecendo entre eles, foi para tentar ajuda, queria-a de volta, ela acreditava que há realmente pessoas capazes de tirar a felicidade dos outros.Ela respondeu-lhe dizendo que queria falar com ele na porta de sua casa no sábado seguinte. Miguel foi lá.Estacionou o carro do outro lado da rua sob uma árvore para conversarem.De início Patrícia teve pena de Miguel, estava pálido, amarelado e nunca tinha visto-o tão magro daquele jeito.Ela estava com os olhos em lágrimas, e bastante triste, abatida. Ele a olhava com vergonha, ela tambem não estava bem, pálida, semblante triste e com dificuldades para falar. Ele explicou-lhe que havia ido na vidente para tentar ajudá-la, Patrícia disse que era besteira, não precisava ter ido tão longe para resolver um problema que dependia dele, Paz. Ela só queria isso, Paz! Ele, a sua arrogância, mesquinhez, egoismo, não sabia distinguir que tipo de paz Patrícia queria, juntos brigavam, longe um do outro, sofriam. Miguel virou-se e pegou no banco trazeiro um embrulho, e deu a Patrícia, pediu para que ela desembrulhasse, era um presente para ela. Quando ela o abriu ficou surpresa,era uma imagem de quinze centímetros de Santa Rita de Cássia, na qual Patrícia era devota.Ela ficou emocionada, e o agradeceu. Ele pediu a ela para que se voltasse, estava precisando muito dela, e com bastante saudades das crianças.Prometeu que ia mudar, que jamais iria brigar novamente com ela, no máximo tentar ser paciente, compreensivo, dedicado à família, Disse a ela que iria parar de estudar para ficar mais tempo com ela e as crianças a noite.Patrícia disse-lhe que voltará, mas que jamais quer voltar para a casa dos pais como aconteceu agora, que não quer que seus pais sentem esta mágoa, e será a última vez que isso acontecerá. Eles se amavam, o amor entre os dois era dificil de acreditar. Miguel estudava para se preparar para o futuro, apesar da idade sempre um conhecimento a mais ajudaria, e queria sair da rotina sendo útil estudando à noite. Voltaram, e Miguel interrompeu seus estudos, achou que para estudar nunca é tarde, e quando for possível voltará mais tarde. Naquele momento Patrìcia arrumava seus pertences enquanto Miguel foi na rua de trás na casa de uma amiga de Patrícia buscar as crianças que estavam jogando bola no quintal com seus amiguinhos.

Quando as crianças viram Miguel, imediatamente pôs a correr em sua direção, abraçaram-no chorando. Quando ele disse que iriam todos para casa, sorriram e entraram imediatamente dentro do carro. Na saída da casa de Patrícia, seus familiares não foram muitos simpáticos com Miguel e o pai dela nem mesmo saiu lá fora, para despedir, a mãe triste e como sempre desejou felicidades a filha, chorando, Miguel abandonou a mão acenando para ela. Miguel estava satisfeito, levava consigo o seu tesouro, o complemento de sua vida, a razão de viver estava indo com ele novamente para sua casa. Pensava consigo mesmo, pedia a Deus para que mudasse de atitudes, para que desse-lhe outro tipo de personalidade melhor, para que pudesse ser um homem bom, honrado de verdade, com moral, disciplina, com fé, coerente, calmo, passivo, compreensivo, com esperança, e que pudesse parar, refletir, respeitá-la, e ouvi-la assim que ela lhe falasse alguma coisa. Não queria aborrecê-los mais, não queria ver ninguem chorando, sofrendo, queria ter paz, queria viver como muitas familias com sucesso e tranquilidade, como seus irmãos Flávio e o Jonas. Ia deixar de estudar, será difícil, o que ele detestava era o comodismo de algumas pessoas, não entrava em sua cabeça pelo fato de apenas trabalhar na empresa, mas sim ser útil lá fora, fazer alguma coisa, mexer-se, movimentar-se. Odiava-se quando via as crianças sem atividade física, quando não tinham interesse daqueles que tinham condições de fazer e não faziam. Para as crianças era necessário ter uma atividade, para que possam crescer com uma personalidade forte, com amizade, e com saúde. Mas para uns políticos isso não interessa, apenas prometem na hora de procura de votos, isso Miguel não tolerava. Com o medo de cair na rotina, para ocupar seu tempo após o trabalho, à noite em casa e nos fins de semana, montou um time de futebol, e a garotada da vizinhança gostavam de participar. Eram todos uniformizados, e Miguel tornava-se chato aos olhares de alguns, pelo fato de excesso de disciplina, ele tinha formado um time de futebol com crianças até doze anos de idade.Muitas vezes tirava dinheiro do bolso para investir nestas atividades, e observou futuramente que se fosse outra mulher não deixaria o marido fazer isso, mas Patrícia não se importava, não dava opniões, para ele talvez seria útil as opniões dela. Pelo fato de sua persistência, coragem,vontade de fazer grandes eventos, de proporções estadual e federal, foi incentivado por um amigo de Pavina a disputar um cargo na política nas eleições daquele ano. Parou para pensar, não queria, não tinha dinheiro para investir, a presidente da empresa em que trabalha, por sinal, uma grande mulher, não iria gostar, era apática à política, e muito competente a Dna. Any.Pensou, conversou com Patrícia, e como sempre, ela não diz sim ou não, mas Miguel pensou que havia fundamento caso ganhasse uma cadeira na câmara de vereadores de Pavina, uma das cidades mais ricas do interior do estado. Seu trabalhou era claro, era de incentivo ao crescimento sadio e coordenado do jovem ao esporte, mas isso caía aos olhos dos seus adversários como uma "bomba", uma inveja àqueles que podiam fazer o mesmo mas não faziam porque não gostavam de trabalhar com o o esporte, eram políticos parasitas. Incentivado pela emoção e pelo clima eufórico das eleições, se candidatou, para que se ganhasse, o seu interesse maior seria a moradia e o esporte. Miguel era apaixonado por corridas de rua, todas as manhãs, corria dez quilômetros, e a tarde após chegar do trabalho corria mais dez quilômetros pelas ruas dos bairros e adjacentes. Participou da maratona de Ribeirão Pires-SP, em 24 de março de 1991, da Rio Maratona de Junho de 1991, e da II maratona de Ribeirão Pires-SP em 22 de março de 1992. Quantas e quantas vezes, enchia o tanque de seu Opala 1975, colocava mais quatro dos melhores Atletas e viajavam, a conquista de uma vitória de uma medalha. Mais de trinta e cincoenta medalhas foram conquistadas por Miguel os filhos e a esposa, sua mulher Patricia. E com muito orgulho, para Miguel, e as crianças, quando participavam Miguel e Patrícia na XII Mini Maratona do Trabalhador, na Vila Dainese, patrocinada por C.P.H.C. de Americana, em vinte e seis de Abril de 1992. Patrícia, com muito esforço, muita persistência e vontade, sob um sol forte, os colegas de equipes foram ao encontro dela a dois kilômetros da chegada oferencedo-a água e incentivo, conseguiu chegar em sexto lugar, feminino geral. Recebeu um troféu. Muito gratificante.

Quanto a sua candidatura, foi um teste para ele, que não se arrepende de ter sido candidatado, jamais imaginou que teria tanta coragem para subir num palco pegar o microfone e encarar uma multidão de mais de cinco mil pessoas. Ele teve coragem porque tinha idéias, e queria colocá-las em prática, o candidato do seu partido a prefeito gostava e apoiava-o o que ele fazia. Patrícia o apoiou muito, assim como talvez, outra mulher  apoiaria  seu marido, ela foi gloriosa, teve coragem de andar pela cidade todas as vezes para ajudar Miguel a distribuir os "santinhos", para a campanha de Miguel. Realizou-se as eleições naquele ano. O resultado como perda moral foi arrasadora, Miguel só analisava como é que as pessoas são capazes de vender seu voto por uma cesta de alimentos, que era consumida em uma semana, sem conhecimento de que seu voto valeria por quatro anos. Sabia que aquelas cestas e aquelas pessoas, que vendiam o seu voto, não eram capazes de sentar em frente a uma maquina de escrever, ou um teclado de computadpr, e bater um requerimento pedindo uma solicitação, um melhoramento para seu bairro, para a sua cidade. Miguel pensou, que dali pra frente  era cada um pra sí, ia cuidar da sua vida, da sua família e quem quizesse solicitar alguma coisa para o seu bairro, que o faça.Mas o mesmo esqueceu, que estava disputando uma eleição entr "tubarões", onde se gastava até trezentos mil reais para ser um vereador. Como é de lei, conforme  a constituição Brasileira, durante três meses ficou afastado do trabalho para concorrer as eleições municipais para vereador de Pavina, isso veio a incomodar alguns colegas, e isso preocupava a empresa onde trabalhava, porque as suas idéias eram contrárias a de alguns políticos de Pavina  e de alguns diretores da empresa que trabalhava. Durante os três meses em que não trabalhou, ficou em casa para fazer a sua campanha política, e ele não havia percebido nenhuma mudança em Patrícia.Percebeu que aquela atividade ativa estava semdo bom para ela, ocupava-a, ocupava-os, isso era bom. O período eufórico havia passado. Miguel voltaria a trabalhar novamente e ficar longe da família, e começava o seu desconforto. Perdeu as eleições para vereador e também o candidato a prefeito do seu partido. Um dos seus sonhos era trabalhar em Pavina, para ficar junto da família isso preocuparia-o menos. Miguel percebia que havia um "clima" diferente após o seu retorno à empresa. A diretoria havia mudado. Um diretor de nome Punot, assumiu a Diretoria de expediente, e após trabalhar um mês na empresa dispensou Miguel, não seria surpresa para ele, estava confiante a si mesmo que seria capaz de se virar na vida e não ter que pedir pelo amor de Deus a empresa por demití-lo. Sabia que tinha o direito de se candidatar conforme diz a Constituição Federal do Brasil.O Diretor de Expediente,  dispensou-o, junto com outros funcionários, e colocando-os no olho da rua após dezessete anos e meio na empresa.Miguel poderia ter entrado na Justiça, porque era um direito que ele tinha, assim como qualquer outro cidadão maior de dezoito anos a se candidatar.Mas o diretor que havia perdido o emprego em um Banco que havia falido, depois de cento e cincoenta anos, o Banco Econômico, êsse diretor mandou vários funcionários de mais de dez anos da empresa no qual Miguel trabalhava, para colocar os seus amigos do Banco falido.Miguel não havia pensado, mas poderia ter ido na promotoria pública e entrar com ação contra a empresa e o Punot.

No dia em que chegou em casa, cabixbaixo, não disse nada a Patrícia, para não aborrecê-la, pois ela estava em tratamento psiquiátrico, tomava calmantes e talvez esse assunto imediatamente poderia assustá-la. Mas ele não escondia a preocupação, não deixou de tomar a sua cervejinha, era apenas uma latinha, era o suficiente para acalmá-lo. Não conseguia dormir naquela noite, e como era de hábito quando estava em insônia, trocava de cama, ele dormia na cama de Henrique. Não era a primeira vez Patricia comentou com sua mãe sôbre isso, que Miguel dormia em outra cama. Claro que dormia, virava-se muito na cama durante a noite, levantava as vezes e ficava ligando e desligando a televisão na sala, e queria que Patrícia tivesse um sono tranquilo. Motivo pelo qual Miguel aborreceu-se uma vez com a sogra, tinha motivos devido a intromissão em sua vida conjugal. Não podia ficar como estava, chamou Patrícia naquele sábado próximo a uma praça perto de sua casa e contou a ela, enquanto as crianças pedalavam em suas bicicletas.Miguel percebeu que ela ficou insegura, mas ele disse a quantidade de dinheiro que receberia e o que seriam capaz de fazer. Colocaria uma parte na poupança e outra parte investiriam em um negócio próprio. Era inseguro, não tinha condiçoes de montar alguma coisa,porque mesmo Patrícia as vezes falava, que ele não sabia o que queria, ele sabia que era inseguro, mas não podia ficar de braços cruzados. Para ele, a fim de montar um negócio, surgiu um salão de cabeleireiro, com boa renda, mas Patrícia não achou um bom negócio, e ele sabia o porquê,ia ter contatos com muitas mulheres, pensava ele, e, não queria inciumá-la. Surgiu um mini-varejão, mas achou que esse negócio dava perda de alimentos, eram perecíveis. Durante as eleições fês muitos amigos e "inimigos", e um dêstes "amigos" vendeu-lhe um estoque de material de construção, seria para Miguel um negócio não muito difícil de tocar, pois ele era desenhista e conhecia os materiais de construção. A felicidade havia voltado de uma certa maneira  que empolgou todo mundo , era um período de férias e iam todos para a loja, levantavam com satisfação, com boa vontade para ir aos negócio próprio da família. Mas, neste negócio era conjugado com um mercado do Boldão, de maneira que, Miguel fechou negócio com ele,para que cedesse a frente do mercado, que tinha tres metros por dez,  mas uma das ventilação do mercado era através das portas de enrrolar que dava nas paredes dos fundos do depósito para o mercado, esta foi a proposta irrecuzável pelo Sr. Boldão.

Seu irmão Flávio, emprestou-lhe um pequeno caminhão, uma toyota azul, que era uma relíquia para ele, pois foi com ela que ele trabalhou muito construindo sua empresa, subiu na vida, ajudou muito no início, Miguel. Fazia um serviço bruto, carregava varias vezes por dia a camioneta de areia, brita, tudo jogado na pá, com as próprias mãos, mas isso não o incomodava, estavam todos satisfeitos e felizes. Aquele trabalho grosseiro ocupava seu corpo e sua mente, espantando o comodismo, e dando-lhe vontade e garra para vencer. Era uma satisfação muito grande, era emocionante o que Miguel sentia, estava perto de sua família com ele todos os dias, em casa e no comércio, saiam e chegavam todos juntos. Às vezes uma leve depressão afetava Patrícia, mas Miguel para contornar a situação entendia-a, não falava muito com ela, deixava-a viver o seu "mundo". Ao chegar em casa sempre a ajudava a fazer a comida ou arrrumar a casa. Disse a ela que, em dois anos, com o depósito de materiais de construção, iria recuperar os Dezessete anos e meio em que trabalhou na empresa, de Deus Quiser. Mais tarde, se arrependeu destas palavras, mas o importante é que disse Se Deus Quizer.

A juventude, a puberdade, altera o comportamento do jovem, e Miguel, procurava sempre de um jeito ou de outro, entender as atitudes de Plínio.Patrícia como mãe entendia mais as criança, que Miguel, assim como entender e atender o público, afinal Miguel a conheceu como balconista de uma lotérica.Miguel devolveu para Flávio a camioneta Toyota, e conseguiu com o último capital que tinha na poupança o restante do seu fundo de garantia dar entrada na compra de um caminhão 3/4 um pouco melhor, uma F-4000 vermelha, teve dificuldade de encontrá-lo mas fez um bom negócio. As entregas eram constantes, uma vez por semana pedia a Patrícia para que ficasse em casa, para descansar, mas na verdade não era isso, ela tinha que cuidar da casa, e na maioria das vezes não dava para ficar nenhuma vez em em casa. Era uma rotina grande, ocupava-os o dia todo e uma parte da noite, isso não cansava Miguel, achava que para eles era bom, que nada no mundo se consegue com facilidade, e sim com muito esforço e trabalho. Observava nas pessoas que estavam bem de vida, porque trabalhavam, não tinham horário para parar. Miguel trabalhava de domingo a domingo  e estava satisfeito. Precizavam viajar aliviar um pouco a tensão, mas não sobrava tempo, mas Miguel sabia que era necessário, havia prometido a eles que iria a qualquer fim de semana. Pois antes de ser demitido da empresa em que trabalhava, na Cohab, viajavam todo mes para a Praia Grande.

Vários amigos e parentes o apoiavam incentivaram-no no novo estilo de vida com seu próprio negócio.A família de Miguel principalmente gostou, mas uma das conversas de Patrícia teve com Nina, surgiu uma frase que depois Patricia comentou com Miguel ele não gostou muito. Nina havia dito para Patrícia, que ele tinha mania de rico. Miguel ficou aborrecido porque sua irmã iria pensar isso dele? sempre lutou, batalhou, desenvolveu alguns de seus negócios e os desenvolve sempre com honestidade, é claro, é um direito e dever de qualquer cidadão que trabalha, viver bem, querer o melhor para si, e para a sua família. Obviamente se um dia ficasse bem financeiramente, ajudaria seus parentes, principalmente seus pais. Se Flávio sempre fêz isso, porque Miguel não poderia fazer, Flávio sempre ajudou todos, sua família, seus funcionários, ou a quem lhe pedisse ajuda. Um dos sonhos de Miguel era um dia ter uma fábrica ou uma industria com bastante funcionarios.A fábrica seria de doces naturais , mamão, geleia, goiabada, e toda fruta que fosse possivel fazer doces em creme ou barra. Queria que seu escritório ficasse com a fachada de frente para um lago, onde pudesse avistar várias árvores, arbustos e cisnes nadando no lago. Imaginava que, queria sempre ver através do vidros enormes, o seu jardineiro cuidando do gramado, queria de vez enquando assinar alguns documentos que seriam trazidos por sua secretária, alta, loira, cabelos longos ruivos, trajando uma saia azul até os joelhos, com uma blusa de seda vermelho de mangas longas. Isso seria inveja de alguém? Seria mania de Rico? Miguel sabia do potencial que tinha, era estudioso, apesar de não ter feito nenhuma faculdade, mas lia muito, inteteirava-se dos assuntos do passado presente e cotidiano, tinha sonhos como qualquer outro humano.  Será que era por isso que Miguel afastava dos amigos? muitos o invejavam e ele não sabia o porquê, por que seria sonhador, mas não conseguia entender porque as pessoas sempre copiavam tudo o que fazia? era no trabalho, na vida pessoal, mesmo a decoração de sua casa! Admirava as pessoas que tinham a sua empresa, o seu próprio negócio, crescendo, com sucesso, o objetivo de Miguel era êste junto com Patrícia e as crianças,levar adiante o negócio próprio para poder no futuro estar mais tranquilo. Gostava do comércio de materias para construção, no balcão era a especialidade de Patrícia. Era invejado e não sabia porque motivo,por que razão, mesmo as pessoas que ele nunca havia feito qualquer tipo de maldade ou contragimento não o considerava: Isso o bronqueou, gelando-se em relação as pessoas, não acreditava nelas, amigos falsos, idiotas.

Isso não o incomodava, tendo oportunidade para trabalhar era o que ele queria, pouco importava o que os outros pensava, o importante é ele estar bem com sua família, e é claro, sempre que possível quando alguém lhes visitavam, estava sempre pronto a dar-lhes atenção. No período escolar de manhã, saíam os quatro para trabalhar. Miguel, Patrícia Plínio e Henrique. Henrique ficava na escola a um quilômetro de sua casa, Plínio ficava na loja até às onze horas, depois ia para casa tomava banho, almoçava e ia para a escola à tarde. Patrícia ficava com Miguel na loja, e muitas vezes Henrique ficava só à tarde em casa, outras vezes Miguel levava Plínio, dava almoço para eles e depois levava o almoço para Patrícia na loja, ou as vezes levava Henrique para a loja para não ficar só. Tanto Patrícia como Miguel se preocupavam em deixar as crianças em casas só, essa atitude para Miguel era constrangedora, mas precisava de Patrícia na loja enquanto fazia a entrega de materias pesados, como cimento, areia e brita, tudo carregados manualmente no caminhão. Achava cansatico Patrícia ter que pegar onibus e chegar em casa em mais de uma hora, Miguel achava que nesse tempo perderia muitos clientes, estava no início de realização de seu negócio e não podia contratar uma balconista. Mas talvez seria falta de planejamento dele, poderia entregar o materiam apenas em um período, àquele em que Patrícia ficasse na loja, de manhã ou à tarde. Ela pediu a Miguel para que comprasse uma mobilete, assim ela poderia ir para o trabalho na hora do almoço e levaria pra ele também o almoço., aproveitava e levava Henrique, pois para pilotar mobilete não precisava de carta de habilitação. Foram atrás de uma através de anuncios de jornais, e conseguiram comprar uma, bem conservadinha, cor azul.Estava satisfeito em fazer naquele momento a vontade dela. Mas ele nunca deixou de falar pra ela, cuidado. Assustou-o, quando um dia chegou a loja com Henrique na garupa, podia ver no rosto dos dois a alegria de chegar.Ela sabia pilotar, mas ao mesmo tempo ele não confiava, tinha muito medo de acontecer algum tipo de acidente com eles.

O proprietário do prédio no qual Miguel pagava aluguel, através de sua mulher, disse a Miguel que deveriam sair daquele local,pelo fato de estar vendendo materiais de construção "junto" com um mercado de alimentos. Mas porque ele antes vendia e Miguel não poderia vender, sendo que a loja de Miguel ficava fora, no recuo considerado estacionamento daquele mercado. O Boldão tambem falou com Miguel, mas sentiu-se que na imposição teria que mudar sua loja, êsse acordo estava no negócio feito verbalmente entre Miguel e Boldão, poder ficar alí, e só pagar o aluguel. Tiveram que mudar de prédio, maior, mais ajeitado, e tinha até um lugar para cozinha, mas infelizmente o aluguel era o cem por cento a mais que pagava pro Boldão. Patrícia podia cozinhar alí, fazer um chá, preparar uma salada, estavam,mesmo assim, satisfeitos. Mas ao mesmo tempo, insatisfeitos tambem, porque o mercado de onde ele havia saído, começõu a vender alguns produtos de materiais para construção encartelados, ou seja, uma "mera coicidência"?

Havia alguns momentos que Patrícia se sentia abatida no período da tarde, Miguel a ocupava pelo fato de ela não querer ir embora de onibus, porque a mobilete estava com problemas mecânicos, no entanto ela tinha que ficar na loja até as dezoito horas, e no maldito horário de verão era prolongado até as dezenove horas. Já haviam gastos nos problemas da mobilete umas duas vezes, e achava que uma terceira vez iria onerá-lo.Sendo motor antigo e dificilmente encontrava peças, e quando encontrava tinha também a mão de obra. Patrícia não era de ficar pedindo ou exigindo para Miguel mandasse consertar a mobilete que era o meio de locomoção dela, mas, no fundo do coração de Miguel pra ele seria um alívio, uma preocupação a menos, só pelo fato de saber que Patrícia e Henrique estavam sôbre aquela mobilete, no trânsito de Pavina, o preocupava muito. A mobilete na verdade estava encostada, mas ele estava satisfeito, as crianças tinham uma pequena mesada, haviam comprado um caminhão maior, o estoque da loja estava bom, e o que recebia do caixa da loja dava para pagar as contas, mas, Miguel aos poucos observava o semblante de  Patrícia que  não tinha nenhum interêsse em comprar uma roupa nova, estava insatisfeita por alguma coisa, vivia no silêncio dela. Mas Miguel sentia que ela fazia o máximo para não demonstrar o que sentia para os clientes da loja, seu semblante sempre era alegre educada e agradável. Miguel percebia mas não tomava nenhuma atitude, afinal ela tomava medicamentos para depressão. Cansada, na percepção de Miguel, ele sempre a ajudava em casa a tarde a rrumar a cozinha ou mesmo preparar a janta, não dispensava a sua cerveja em lata, tomava apenas uma, achava que depois de um dia cansativo tinha direito, mas Patrícia não gostava de beber. O dia cansativo de Miguel, após jogar mais mil e duzentas pás de areia ou brita no caminhão, e a noite estava com o corpo todo dolorido. Quando tomava a sua cerveja, falava muito, ele mesmo percebia, sobre o comércio, o que deveria fazer, o que faltava comprar, o que precisava pagar. Mas percebia que Patrícia, talvez cansada não interessava muito, e ficava irritada, nervosa, aí ele cortava o assunto. Tomava a sua cerveja, jantava, logo após um tempo tomava-se banho e ia dormir. Patrícia ainda gostava de fazer companhia para as criançlas, sempre Henrique ao lado dela deitavam-se no sofá e assistia às vinte e uma horas televisão.Era tão inperceptível às coisas, não pensava, não lembrava.Porque não deixava Patrícia  em casa com as crianças pelo menos uma vez por semana, por exemplo sexta ou sábado, dava-lhe um poucou de dinheiro e a mandava ir a um salão de beleza, cuidar dos cabelos qaue ele sempre gostava, das unhas, ou, fazer uma limpeza de pele?Toda mulher é ambiciosa e merecem ser, mas mesmo Patrícia não chegava nele e pedia.

Miguel não gostava que Patrícia assistia novelas, na década de mil novecentos e oitenta à mil novecentos e noventa e sete. Ele percebia que as novelas era um incentivo ao casal ter liberdade de separação, a indução do sexo antes ao casamento, ao desequilíbrio da família, e não trazia cultura nenhuma as crianças. No entanto incentivou ela a assistir a TV cultura , o desenho do Doug, ou Castelo Ra-ti-bum. Tanto é, que, quantas vezes ele chegava a casa da sogra, e nem mesmo podia passar defronte a televisão. Após tomar banho ela ia dormir, recusava Miguel, e com razão, ela detestava o cheiro de bebida que exalava da boca dele, mesmo escovando os dentes, mas era apenas uma cerveja em lata, mas era o suficiente para afastá-los. Sentia vontade de abraçá-la de ajudá-la, e a falta de sexo de um relacionamento amorosoo irritava, mas ele ficava quieto e esperava uma nova oportunidade, é claro, acreditava que ela tinha razão , mas ele dependia da cerveja para relaxá-lo, deixá-lo calmo, "anestesiado" após o trabalho, mas não teve condições, capacidade, de perceber que Patrícia estava como um balão, que vai estufando, a medida que o ar vai sendo introduzindo.

Sua vida restringia a isso, mês a mês, chegava, jantava, tomava banho, ia dormir, e no dia seguinte a rotina. Ele tinha suas paixões, gostava quando Patrícia subia sôbre ele  com todo o seu corpo moreno e jogava os seus longos cabelos pretos sôbre o seu rosto.Cheirava seu pescoço por baixo dos cabelos, beijava seus seios, sua boca morena, acariciava-a, e ela retribuía no momento, ela gostava, e sempre dizia a Miguel:_Estou a fim de você. Sempre durante a menstruação deixava-a irritada, nervosa, com cólicas, mas após os três dias ela ficava sempre com muito charme e sensualidade, com bastante amor ela dedicava a ele que sempre estava sempre pronta pra ele. Ela não topava todo dia, mas se fosse possível Miguel com a sua taradez sempre estava disposto e ela o conhecia muito bem e não lhe dava trégua, um dos motivos pelo qual as vezes brigavam era devido as muitas saídas que Miguel começou a sair à noite só. Ela tinha toda razão, a primeira brecha que Patríca desse a ele saía e não iria dispensar uma mulher lá fora caso aparecesse. No entanto as desconfianças de Patrícia não deixava que dormisse com as crianças na casa da mãe, como antes. Ele vivia com êxtase, sempre com muita vontade,isso o incomodava, tinha vontade de procurar um médico, um terapeuta, mas ia dar no que deu com o primeiro psiquiatra que havia procurado em Mendonça. Gostava sim de sexo, e na sua mente passava na possibilidade de um dia estar com várias mulheres ao mesmoi tempo, êsse era um de seus fetiches. Nunca, deixou Patrícia na mão, mas sempre com muito amor a procurava, e não se lembra de não ter em algum momento realizado a vontade dela. Eles se amavam muito, mas tinham os poréns. O corpo dela, com os dois filhos que teve, não a transformou, sempre teve um corpo de garotas, era bem cuidado, tudo em cima, gostava de fazer exercício em algumas ocasiões, caminhar, invejando algumas mulheres mais velhas, suas vizinhas. Era linda, seus avós eram descendentes de índios com alemães, ela adquiriu os cabelos pretos,pele morena e olhos negros, sombracelhas e cílios grandes e pretos herdados de sua avó, que era descendente de índios.Patrícia ficava linda quando colocava um conjunto de calcinha e soutiem vermelho, a cor preferida de Miguel, excitava-o. Ele a comparava com várias mulheres lindas que apareciam na televisão, como por exemplo Thereza Collor, mas Patrícia era única para ele. Mesmo sendo casados o sexo não era completo, isso na cabeça dele, que entendia que com a esposa o sexo as vezes não poderia ser tão liberal. Respeitava-a, mas não a exigia de nada a mais.  Acreditava que, com a esposa não se faz, o que faz com prostituta. Respeitava-a e não exigia nada mais, era um direito dela, isso ele nunca se arrependeu, mas, quando queria alguma coisa diferente com outras mulheres procurava fora de casa, com cuidado, pois Patrícia era muito observadora.Ela sempre gostou de tomar seu banho só, isso talvez fizesse com que ela se sentisse melhor,com a água caindo sôbre seu corpo moreno, podia-se sentir prazer em ver o seu rosto molhado, era um momento de contemplação, de ternura, de silêncio, só de ouvir a água cair espumada massageando sua pele.

Grosseiramente, Miguel sempre tinha que estragar tudo, depois de vê-la pela fresta da porta, sempre batia na porta para assustá-la abrindo bruscamente a porta do banheiro, deixava-a, bastante tensa, era um grande moleque. Pertubava-a com as brincadeiras que ela não gostava, como por exemplo brincar com as crianças sôbre a cama de casal, mas ele esperava que ela ocupasse e não se aborrecesse e iam novamente partir para as brincadeiras. Era necessário viajar na próxima oportunidade essa esperança Miguel iria se realizar, era necessário que um feriado caisse numa segunda ou sexta-feira, aí ficaria melhor, fecharia a loja no domingo ao meio dia e ficaria até a segunda. Como aconteceu uma vez, partiram para Santos, onde gostavam de curtir o mar. Era feriado, Miguel contemplou o tempo, olhou bem para o norte, sul, sudeste e oeste, e verificou que valia mais a sua família viajar a que abrir a loja. Acordou Patrícia com um beijo no rosto, chamou-a e disse-lhe:

_Bem, esta chovendo,levante, arrume as crianças que iremos viajar.

_Mas hoje? eu nem arrumei as malas, respondeu Patrícia.

_Esqueça, não precisamos levar muita coisa, vamos pra Junaí, vamos visitar minha mãe, disse-lhe-a Miguel, euforicamente.

Patrícia levantou-se, foi ao banheiro, deu uma olhada no espelho, passou a mão no rosto, ajeitou os cabelos, voltou para Miguel e disse novamente:

_Miguel, deixe para outra oportunidade até arrumas as malas e as crianças vai demorar.

_Não precisa arrumar as malas meu bem, algumas peças de roupas é o suficiente, lá é interior e não vamos sair a noite, e tenho certeza que as crianças vão gostar, eles sempre gostaram de viajar, você sabe disso, respondeu Miguel em tom de afirmação.

As crianças levantaram surpresas e contentes com a notícia, e procuravam se arrumar o mais rápido possível Miguel observava Patrícia, que parecia cansada, pra ela seria melhor se ficasse naquela cama dormir até mais tarde, descansando, estava abatida. Enquanto arrumavam as roupas e alguns pertences, Miguel dava uma olhada no carro, fazendo um check-list. Tomaram um café rápido e partiram para Junaí. As crianças gostavam de viajar de manhã ou a noite, eles levavam seus travesseiros e cobertores e iam dormindo no banco traseiro do voyage. Estava chuvoso o tempo, mas para Miguel  poderia ser apenas uma parte do estado de São Paulo, talvez lá em Minas Gerais não estaria chovendo. Pelo caminho podia observar o semblante de Patrícia que gostava de viajar em silêncio, apenas vendo a estrada que o carro cortava em sua frente, ela parecia estar com o pensamento muito distante. Era hábito dele de vez em quanddo tocar em sua mão, ou as suas coxas, para sentí-la, ela correspondia, olhando-o fixamente pedindo para que ele prestasse atenção na estrada. A estrada para Junaí era gostosa de dirigir, pouco transito e bastante arborizada. Miguel não sabia se concentrava na estrada, em Patrícia ou nas crianças que dormiam no banco traseiro. Miguel sentia, que, estava indo "sem rumo", a lugar qualquer, a lugar nenhum, apenas para satisfazer, e era necessário a sua família. A cada faixa pontilhada à esquerda, imaginava o que podia fazer na sua vida. Amava sua família, que dependia totalmente dele, verificava nos extratos bancários que os seus negócios não estavam indo bem. Toda vez que o carteiro entregava uma correspondência bancária, fazia o máximo possível para que Patrícia não lêsse. A cada mês o seu lucro se tornava menor, muitos cheques pré-datados, e há dois anos vivendo sôbre o "regime" de político de um presidente, que aqui o autor não possa dizer devido a repressálias. Inflação, Prostituição, Corrupção, e dívida externa, preocuparia qualquer micro-empresário que não estivesse ligado a algum regime. Não sabia o que fazia, o fundo de garantia que recebeu, uma parte foi pela cincoenta por cento foi pela compra do estoque do Boldão, e a outra, já estava no fim, só dependeria da loja, do capital da loja  para sobreviver. Parecia a ele que não seria capaz de ir até o fim. A angústia já tomava conta dele, não tinha a quem socorrer, mas, precisava a todo custo manter a sua família. Alguns momentos, percebia que seus olhos vibravam apenas na estrada, tenso, respiração ofegante, preocupado, olhava para Patrícia dormindo, olhava para o banco de tráz as crianças em um sono profundo. E Miguel não percebia, árvores, matos, verde. Parecia que seu mundo estava acabando, o capital da empresa estava no vermelho, e caso continuasse nessa situação, talvez para ele seria insatisfatório. Como poderia cuidar de dois filhos maravilhosos e uma esposa apaixonante? Pensava, se um dia não desse conta de cuidar deles, para a casa da mãe de Patrícia eles não poderiam ir, pois os pais dela disse que não a aceitariam em casa. Sua cabeça ficou em parafuso. Pelo fato de ter ficado dezessete anos e meio empregado em uma empresa,  com o salário em dia, fundo de garantia em dia, décimo terceiro em dia, férias em dia, estava acostumado com aquela situação gratificante da Cohab, e hoje tem que se virar na vida. Foi despedido da empresa, simplesmentepelo fato de querer ser político, simplesmente pelo fato de querer defender, por ter a sua ideologia.Após ter acostumado com a empresa, compras, vendas, estoques, fornecedores, Miguel percebeu que pagou para o Boldão um valor de nove mil reais, sendo que não tinha mais que oitocentos reais em Estoque.Foi uma decepção desesperadora.Miguel precisava e queria montar um negócio, e Boldão sabendo, ofereceu-lhe, falando das vantagens para Miguel, que também estaria vendendo o "ponto" de venda.Miguel havia caído em uma armadilha, pois com apenas mil reais poderia ter feito o negócio.

Encontraram na chegada apenas seu pai e seu irmão mais novo, era apenas dez horas da manhã e já havia amarrado um porre. Miguel observou Patrícia que não estava contente com aquela cena, o seu cunhado naquele estado de andar escorando pelas paredes. Deixaram as malas na casa de seu pai e sairam, não tinha condições de manter alí presente a família de Miguel, sairam e iam dar umas voltas lá pelas araras a fazenda de seu tio Lucio, enquanto sua mãe não chegava.Como amante da natureza, Miguel para o seu refúgio, talvez de incapacidade de manter a sua família, pelo fato de não saber o que fazer, pelo fato de estar só, no regime em que vivia de desemprego e mal estar na economia da política do presidente da época, sentiu-se, inapto as suas decisões. Ficou sabendo que o Sr. José silva, caso Miguel se interessasse, iria apresentar as suas terras, na cabeceira onde nasce o córrego araras. O senhor Silva pegou um galão de plástico de dez litros colocou o facão na na cintura e entrou no voyage de Miguel, dizendo que as terras que havia oferecido a Miguel ainda estava lá. Era o sonho de Miguel comprar aquela mata virgem com uma cachoeira que nascia ao centro de águas límpidas,bem no topo da serra, era a água que abastecia Junaí, ele iria cuidar bem dela caso conseguisse comprar. Dificilmente daria para construir alí um rancho de sapé. Ele queria ter apenas para que, um dia pudesse preservar alguma árvore no planeta Terra. No entanto, caso fosse possível, caso alguem não o aniquilasse, preservaria, não como Acre ou Amazonia, que o Governo sabe, e não tem ainda as habilidades para combater grileiros. Seu pedaço de terra, serviria para as futuras geraçõs, de um dia poder descansar à sombra de uma árvore, sentir a úmidade do solo sob seus pés, sentir o vento refrescante na sua face e o cheiro do verde. Chegaram pelo alto da serra, e podia avistar ao longe a chuva que caía formando risco em frente do sol, olhava-se mais embaixo e avistava uma planície enorme. Para Miguel era uma sensação de liberdade, era o que sonhava um dia, ter seu filhos criados com Patrícia e ele moraria alí, mesmo que fosse sozinho contra vontade dela. Entraria dentro da área da mata construiria rancho de madeira, cobriria com sapé, fazia um fogão à lenha de algum galho seco de alguma árvore. Do alto da serra a cincoenta metros,podia avistar a mata, Miguel queria ir até lá, mas percebeu que Patrícia não queria, estava insatisfeita com alguma coisa, ele não recebia nenhuma palavra por parte dela se gostou, ou não, se era bonita ou não, se deveria comprar ou não. No pensamento de Patrícia, é que ela percebeu que Miguel estava querendo levar ela e as crianças a morar naquele lugar isolado da sociedade, sem nenhum recurso financeiro, social, ou comercial.Miguel disse ao senhor Silva, que não poderia descer até a cachoeira, que ficaria por ali mesmo, estava aborrecido com Patrícia, mas procurava não demonstrar isso a ela. Mas, pode se notar a falta de personalidade de Miguel, essas suas atitudes imbecís, que deixava sua espôsa mais aflita.Durante o retorno a cidade  a falta de insensatez de Miguel fazia com que soltasse algumas palavras de desagrado a ela, falava indiretamente para o senhor Silva, mas para que ela pudesse entender. Dizia Miguel, que gostaria de comprar aquela mata com queda dágua, porque quando o mundo não tiver mais água pra beber, como anuciam a imprensa escrita, falada, e televisiva, que a água tornará escassa, que o desmatamento está afetando o planeta em questão de temperatura, tem gente que ainda gosta de morar em cidade grande, respirando o ar poluido. Miguel jamais levaria sua familia para morar ali, no meio  do mato, sem infra-estrutura nenhuma, ele queria comprar para investir, em que? Apenas na preservação, na preservação da natureza, e no seio dágua que alí brotava? E sua família? seria prejudicada por conta disso?

Chegando à cidade, enquanto conversava com o Sr. Silva na sala, Miguel observava que Patrícia conversava com a esposa do Sr. Silva, mas sempre quieta. Ele achava que ela ia ter alguma satisfação de ter visto a mata, mas parecia que o pensamento dela estava preocupado, tenso, achando que iriam mudar de Mendonça para aquele mundo isolado. Na casa de Luiza, ajudou-a a prepararo jantar, enquanto as crianças brincavam com o tio no quarto, e Miguel conversava com poucas palavras com seu pai na sala. Havia um pouco de rancor entre ele e seu pai, com mais de sessenta anos de idade, quieto, recebendo apenas uma mísera aposentadoria. Era para estar todos bem pensava Miguel. Os bens que ele possuía na Rua Santo Antonio, armazém, casa de carnes, a seva, os porcos, gados, tudo isso não existia mais, e todos os filhos principalmente os mais novos tendo que se virar na vida. Miguel queria que os negocios do pai houvessem prosperado e que os filhos poderiam estar todos ali em Junai cada um cuidando de uma empresa, de um negócio, poderiam estar com  grande barracões para exportar alimento, café, feijão, arroz, e tantos outros produtos. Acabou em pouco tempo com um grande patrimônio que poderia ter duplicado, caso seu pai tivesse tido cabeça, por vontade de sua mãe eles estariam com tudo hoje, mas muitas vezes ela assinou papéis e contratos com um revólver apontado à sua cabeça, e ameaçava-a de morte. Isso odiava Miguel, gostaria de ter sido grande naqueles momentos em que seu pai começou a dispor dos negócios, ele o impediria, pelo menos tentaria. Sua mãe sim, teve uma visão de futuro,pensava no bem estar de seus filhos, como sempre pensou. Os únicos filhos que poderiam ajudar estavam longe, pois pelos maus tratos do pai tiveram que sair de casa e tentar a vida,  Jonas e Flávio.

De repente ouviu Patrícia chamá-los para jantar, caminharam até a cozinha e sentaram em volta de uma mesa de mármore branco. Sempre extrovertida Luiza pedia para não reparar na comida, não havia como um hóspede não reparar, a quantidade exagerada de mistura que se colocava à mesa. José preferiu jantar na sala, enquanto isso Nanci e seus dois filhos vieram para fazer-lhes companhia, ia deixá-los dormir alí na casa da avó com os filhos de Miguel.As propostas de Miguel era para que um dia poder transferir sua loja para Junari não saía do assunto daquela noite, por ele tudo bem, mas era impossível para Patrícia ficar longe de sua família, ela ia considerar prisioneira em Junaí. Foi apenas um comentário, sem nenhuma chance do assunto vir a tornar realidade a curto prazo. No domingo de manhã foram visitar a represa de Furnas, um grande lago de águas claras sem poluição, e  várias pessoas acampavam às suas margens e pescavam. Enquanto Miguel conversava com a sua mãe, observava Patrícia sentada em uma pedra olhando para a água azul e límpida à sua frente, com os braços cruzados sobre os joelhos, conversava com Nanci. A mãe dele propunha se quizesse poderia transferir a loja para o terreno que ela tinha ao lado de sua casa, ficariam todos juntos. Não seria necessária abrí-la aos domingos, esse dia ele tiraria para passear com as crianças pelo mato, ir pescar nas araras e ir até mesmo lá na cachoeira cascadanta. Não seria possivel argumentava Luiza, a Patrícia jamais sairia de Mendonça e iria para Junaí, um dos problemas seria também a Beatriz, que, apesar de casada ele poderia tentar alguma coisa, ela o conhecia muito bem, queria ter paz, um pouco de tranquilidade, jamais pensaria que ele tivesse uma amante, com ela por perto.Respondeu para sua mãe que pensaria nessa possibilidade para o futuro, sabia que alí seria bom, ela e a Neiva poderiam ajudar na loja, e as crianças ficariam todas juntas. Haveria mais liberdade para as crianças, curtiriam mais a natureza, pisariam na terra e andariam dentro de uma mata fechada, comeriam um frango caipira e carne de boi sem conservantes.Colheriam o seu próprio alimento no quintal, assim como fazia Miguel quando criança, tomariam banho de cachoeira natural. Miguel curtiria a sua mata virgem, que nunca havia sido penetrada, protegeria contra a invasão de algum madeireiro, cercaria-a, colocaria placas proibindo caças e pesca, teria contato mais perto com tios e tias primos e primas, seua amigos de escola. Não resistiria caso Beatriz passasse ao seu lado só,  é claro que iria comprimentá-la, sem nenhum interesse de prolongar um papo, não poderia fazer isso com Patrícia por perto. Poderia voltar a criar as suas galinhas de pescoço pelado, seus patos viver como ele vivia no passado, aproveitar o resto de sua vida que ainda tinha, era o seu sonho, seus pensamentos, uma de suas paixões. Queria se possível, se no dia em que morresse ser enterrado alí em Junaí, no mesmo cemitério, e único em que sua prima Izaura Maria Gomes foi enterrada, em  vinte e cinco de Abril de mil novecentos e sessenta e oito, que não saía de seu pensamento a imagem dela no caixão, ha mais de trinta anos, descansaria na sua terra, onde nasceu, cresceu, e não viveu. Não era possível ainda, sua mãe entendia a situação, não era fácil dispor do pouco que tinha no momento para ir imediatamente para Junaí.

O que na verdade Miguel queria, era não magoar, desprezar a sí mesmo, decair financeiramente, passar vergonha perante a sua família, não poder sustentá-la como ante quando trabalhava na Cohab, estava enfraquecido. Seus negócios não estavam indo bem, a concorrência havia aumentado em Pavina no ramo de materias para construção, a cada mês suas dívidas aumentava, ele estava a procura de um refúgio, de medo em não poder manter a mesma estrutura financeira. Achava que a Cohab havia sido negligente com ele, apenas pelo fato de ter sido candidato a vereador. Muitas vezes no mes sonhava com sua priminha que morreu com quatro anos de idade.Lembra direitinho do rostinho dela, deitada no caixão.Apenas o rostinho e as mãozinha de fora, e o véu branco rodeava o caixão sôbre rosas brancas.N acabça tinha um laço de rosas brancas.Miguel não conseguia imaginar porque tinha que sonhar tanto com ela.Sempre com ela.Mas isso não lhe atrapalharia em nada, sonhar, qualquer sonho é bom,bom porque depois você percebe que existe lugares que você nunca viu, vê coisas que não está em seu alcance.Nunca disse isso a Patrícia, e também todas as vezes que ia em Junaí não fazia conta em visitar o túmulo onde foi sepultada, ele só sabia que era do lado esquerdo de uma capela, mas não sabia qual túmulo, quando foi lá apenas uma vêz, não havia identificação dos nomes dos falecidos.Miguel já sonhou que estaeve combabtendo junto as Farcs, já jansonhou qye havia mudado para o Afegasnistão, e morar com àquelas pobres gente, "honrada" e que defendentes suas terras com "unhas e dentes", si/onhava que com uma metrlhadora ou um lancha torpedo, havia destruídos vários avióes e tanque inimigos.Caso houvesse uma nação que estivesse requisitando Guerrilheiros, Miguel deixaria tudo e ia, lutas com os povos com sêde de justiça e vingança.


CAPÍTULO VIII              Agência de Mulher

Após o almoço às treze horas saíram de retorno a Mendonça, como sempre, sua mãe despedia com os olhos cheios d'água, era muito sensitiva.A saudade ficaria para traz, mas Miguel voltaria sim no próximo ano, era domingo, dezesseis de Novembro de um mil novecentos de noventa e sete, quem sabe voltaria no póximo ano nas férias das crianças. A medida que seu voyage mil novecentos e oitenta e um, ganhava as curvas da estrada, as crianças dormiam no banco de trás e Patrícia sempre atenta a estrada dizia a Miguel que a mata era bonita, mas que não traria retorno financeiro futuramente. Teria que comprar um pedaço de terra que  fosse plano e que houvesse água, aí poderia plantar para que o resultado desse algum retorno financeiro.Ele concordava, mas não era para retorno financeiro, e sim uma concientização ecológica, gastaria dinheiro, que não tinha, na mata apenas para preservação, isso ela era contra. Disse-lhe que jamais iria morar ali no meio do mato, a resposta dele é nunca pensaria levá-la para lá com as crianças, e caso desse certo seria para a cidade, em Junaí. Sabia que ela tinha medo da solidão, de ficar sozinha, sem socorro, longe de pessoas, mas não era o seu objetivo.

Chegaram em Pavina debaixo de muita chuva, nem mesmo tiraram as malas do porta malas receberam a visita de Jonas e de sua esposa. Miguel conversava com ele na sala e sua esposa estava com Patrícia na cozinha conversando, enquanto ela preparava um cafezinho. Ficaram pouco tempo, tinham ido na casa de Nina para dar um recado mas não a encontrou.Saíram e Miguel começou a tirar a bagagem do carro, enquanto Patrícia preparava uma sopa de legumes com macarrão, ela adorava. Enquanto jantavam com o prato na mão, na sala, ainda conversavam e brincavam dizendo que Patrícia e Miguel viveriam cem anos, e os dois velhinhos iam ficar igual a José e Dona Luiza.As crianças ficaram satisfeitas com a viagem.Miguel preparava alguns papéis e documentos da loja para no dia seguinte começar a rotina novamente. De madrugada, ele dava as viradas para um lado e para o outro, sempre devagar para não acordar Patrícia, e podia perceber que ela dormia tranquilamente, observava sempre na sua respiração, que quando estava com depressão ela alterava.Naquele momento estava tudo bem, tudo dentro do normal, e Miguel voltou a dormir.

Às seis e meia quando o despertador tocou, Miguel era o primeiro a levantar, depois Patrícia, foi para a cozinha e preparou o café enquanto as crianças se arrumavam. Sempre agitado se arrumava as pressas. Henrique ficaria na escola e Plínio com Patrícia iam para a loja com Miguel.Estava chovendo naquela segunda feira e o tempo estava bastante nublando com nuvens carregadas.Eles tinham que ir no caminhão porque tinha bastante entregas naquela segunda feira, areia e brita, poderia deixar para a terça feira, mas Miguel não punha a sua cabeça a funcionar. Poderiam ir de carro, a entrega deixaria para outro dia, mas não pensava, não tinha raciocínio, se o fregues comprou, e pagou, ele tinha que arcar com o compromisso, entregar. Na saída da porta da sala, Patrícia disse a Miguel: _ Bem, eu gostaria de ficar em casa hoje, pra descansar, acho que você e Plínio dão conta da loja hoje.

Miguel observou Patrícia, como queria dizer que precisava dela na loja hoje.

_Tudo bem, você fica, aproveito e deixo esse dinheiro aqui para você pintar seu cabelo ou arrumar suas unhas, aproveite e pegue Henrique na escola, está chovendo, respondeu Miguel.

Ela os acompanhou até o portão, e fixava os olhos em Plínio que estava com descontentamento, motivo pelo qual sua mãe não iria trabalhar naquele dia. No caminho Miguel reclamava para Plínio, que era necessário sua mãe ter ido para a loja aquele dia, haveria bastante entrega e o tempo estava chuvoso, não queria deixá-la em casa.Mas ao mesmo tempo ficava tranquilo, ela, naquele dia parecia não ter nenhum problema, estava com semblante bom, despediu deles normalmente.Das oito horas da manhã às onze horas Miguel fêz as entregas debaixo de chuva, sem tanta necessidade, uma estupidez animalesca, uma burrice,como estava chovendo não precisava disso, e não ficar como um idiota debaixo de chuva se molhando a carregar caminhão de areia com a pá. Era onze horas e quarenta minutos e cinco minutos, Plinio montou em sua bicicleta e foi para casa, debaixo de chuva, apenas com uma capa de chuva de plástico a proteger-lhe da chuva.Miguel ficava aborrecido consigo mesmo de ver seu filho ter que ir para casa daquele jeito, poderia ter um pouco de sensibilidade e fechar a loja e levá-lo.Deixaria Plínio em casa de caminhão e voltaria de carro após o almoço para a loja, em apenas quarenta minutos estaria de volta. Mas achava que não podia, poderia prejudicar ou aborrecer algum cliente. Era meio dia e quinze minutos quando chegou um rapaz que trabalhava em um mercado próximo trazendo-lhe um recado:

_Miguel, é para voce ir lá na sua casa agora, que Patrícia está desmaiada, disse o rapaz.

_O quê? respondeu Miguel. Ela nunca havia desmaiado, nesses dezesseis anos de casado!

_Um vizinha ligou lá no mercado e pediu para eu lhe dar esse recado Miguel.Disse o rapaz.

_Esta bem, estou indo agora mesmo, obrigado respondeu Miguel.

Fechou rapidamente as portas da loja, sem muita preocupação, sabia que era mais uma daquela que Patrícia aprontava de vez em quando, lembrou que há dois anos ela entrou em seu quarto e tomou vários comprimidos de calmante, que o psiquiatra havia-lhe receitado. Nina é que encontrou-a quando entrou no quarto e percebeu que sua língua estava paralisada, pegaram o carro e levaram para um centro médico onde foi feito uma lavagem estomacal.Miguel achava que poderia ter acontecido o mesmo, mas estava de caminhão e não podia andar mais rápido, mas a medida que andava foi crescendo-lhe uma preocupação, e uma dor corroía o seu estômago, pensava:

_Patrícia nunca desmaiou, parece que agora as coisas estão mais grave. Meu Deus, o que será que aconteceu? Perguntava para sí mesmo.

Continuou pensando, mas achava que não era tão grave.Quando chegou a sua casa, Plínio e Henrique estavam na calçada chorando, isso preocupou-o muito.A garota que havia socorrido Patrícia disse que a ambulância a levou, não deu para conversar muita coisa, Miguel pegou o carro e as crianças e foram para o hospital. A moça que havia socorrido Patrícia estava acompanhado com um rapaz que a ajudou, foram tambem para o hospital.Lá a recepcionista havia avisado-o que sua esposa deu entrada no hospital em estado grave. Aquelas palavras preocupou bastante Miguel, que não deixava de segurar a mão de Henrique, que estava bastante tenso.Um calor emanou de seu corpo seu estômago doía, não podia demonstrar tanta preocupação perto das crianças.A senhora que ficava na entrada do corredor interno do hospital, uma senhora "pouco humana", impediu que Miguel entrasse para ver sua esposa, ele não queria ser grosseiro alí na frente das crianças e então esperou vinte minutos, quando a enfermeira o chamou.Miguel pediu para que o moço e a moça que havia socorrido Patrícia levasse as crianças e deixassem em casa. Ele entrou na sala do médico e não conseguia sentar-se, andava de uma lado para o outro imaginando muitas coisas. Porque Patrícia fêz isso? o que é que esta acontecendo?O médico que não chega para dar-lhe a notícia, pensava. A dor que veio do seu estômago era tanta que deu vontade de vomitar, estava com o rosto ardendo, quente, e seu coração batia forte. O médico chegou, pediu-lhe para que se sentasse, e perguntou-lhe:

_O que o senhor é de da Dona Patrícia?

_Sou marido.Respondeu Miguel.

_Senhor Miguel, sinto muito em que lhe dizer isso, mas  Patrícia faleceu. Disse o médico, fixando o olhar em Miguel.

Miguel parecia que alguem lhe havia colocado um saco plástico na cabeça, perdeu o fôlego, não tinha forças para gritar, ficou debruçado com a cabeça sôbre o braço direito sôbre a mesa, e a outra apertava o estômago. Não sabia o que faria naquele momento, perdeu a consciência de tudo. Olhava para o médico e esse lhe disse que ela tomou um veneno muito forte.Havia tomado uma dose muito grande de veneno para rato. Miguel queria sair dali, a sua preocupação era as crianças. como ia dar essa notícia a elas? Não teria coragem e não sabia como.Andava de um lado para outro no corredor do hospital.Pediu ao médico que queria vê-la, ele mostrou a sala onde Patrícia estava, mas não tinha coragem de chegar lá.Caso a visse poderia piorar o seu estado, já estava bastante abalado, estava mais uma vez só, estava desesperado. Não sabia o porquê, mas não tinha coragem de vê-la, mas alguma coisa o impedia, tinha que voltar e falar com as crianças, não foi vê-la.A guarda do hospital pediu para ele pegar alguns pertences de Patrícia, a recepcionista lhe entregou dentro de um saquinho plástico os pertences de Patrícia, uma correntinha com pingente, e a aliança.Miguel começou a chorar, e ouvia quando a recepcionista já avisava a funerária que havia um óbito, para que viessem rapidamente. Miguel consultou a recepcionista a possibilidade de uma psicóloga ou uma assistente social acompanhá-lo até sua casa para conversar, para dar a notícia as crianças porque ele não tinha coragem, mas a recepcionista disse que o hospital não dispunha no momento destas pessoas. Enquanto Miguel ficava por ali fazendo um complemento de uma ocorrência, chegou o dono da funerária, as flores, e outras coisas. Revoltado, indignado, com tal atitude do proprietário da funerária que era parente do prefeito da cidade, Miguel virou e disse:

_O que você quer? receber agora?

_Eu nem sei como dar a notícia a meus filhos da morte da mãe e voces gananciosos vem me falar de preços de velório, que se dane, cara.Vou consultar minha sogra primeiro, talvez nós a sepultaremos em Mendonça, lá deve ser mais em conta que o de sua funerária. Aqui em Pavina os urubus, os donos das funerárias, ficam sobrevoando em cima do hospital para ver se há algum óbito.Esqueça, respondeu Miguel. Saiu dali revoltado.Pegou seu carro e foi em direção a sua casa, não sabia o que fazer. Imaginava porque Patrícia se matou, as coisas estava correndo bem.Não estavam brigado, a loja estava indomais ou menos bem, percebeu que naquela noite ela tinha dormido bem, tranquilamente, o que foi que levou Patrícia a tomar esta atitude? Perguntava a si mesmo.Ao passar em frente a sua casa não teve coragem de entrar, não sabia encarar as crianças, não queria vê-las tristes chorando. Naquele momento Miguel queria ir com Patrícia, mas isso iria abalar mais ainda as crianças, seria horrível na idade deles, ficariam orfãos de pai e mãe.Aguentou ao máximo, foi até a casa de Nina, que o recebeu.

_Nina, Patrícia morreu, disse-lhe-a.

_Como? o que foi que aconteceu? Perguntou Nina, sem muita surprêsa.

_Não sei ainda direito como foi, acabei de vir do hospital, e queria que você fôsse comigo em casa, para dar a notícia as crianças. Respondeu Miguel.

Nina fechou o portão e desceram até a casa de Miguel.Lá Plinio estava abraçado com Henrique no sofá, chorando.Miguel ajoelhou e os abraçou, tentando não chorar, como Nina havia lhe dito, para não transmitir insegurança a eles.Miguel se afastou e Nina lhes disse:

_A mãe de voces faleceram Plínio.

Eles começaram a chorar, mais ainda, a atitude deles não foram para Miguel como a atitude que sempre viram em outras familias, choro e desespero. Choraram baixinho, abraçados um ao outro.Enquanto isso Miguel chorando foi até o portão e encontrou a garota que socorreu Patrícia.Ela havia dito, que Henrique chegou da escola, bateu no portão e como ninguem atendeu ele enfiou a mão por debaixo do portão e levantou o trinco.Ao chegar na sala, viu sua mãe caída de bruços, o sentido da cabeça estava volta para a porta da sala.Ela, e o rapaz que também ajudou a viraram-na, tentaram fazer respiração boca a boca, mas foi possível, de sua boca saía um grande volume de espuma branca, e as pontas dos dedos já estavam roxeadas. O rapaz veio até eles e informou a Miguel que encontrou sôbre a pia da cozinha um frasco de veneno de cem miliitros, e restava apenas uns dez militritos.Ele achou que Patrícia havia ingerido uma dose alta daquele veneno e já fazia algum tempo.Miguel ficou sabendo depois que um vizinho a vistou na rua com um embrulho e debaixo de chuva mais ou menos nove horas e trinta minutos.Na opinião dele ela deve ter ingerido mais ou menos nesse horário, e se foi, até às doze horas seria impossível uma pessoa sobreviver, a menos que alguem tivesse socorrido na hora.

Entou pra dentro de casa, foi para seu quarto enquanto Nina conversava com as crianças sem saber o que fazer. Deitou de bruços em sua cama e chorava, não acreditava que aquilo acabara de acontecer, não podia perdê-la, ela não merecia. Sabia, juntos com as crianças que havia tentado fazer isso, Nina tambem sabia, mas não era necessário, as coisas estavam indo tudo muito bem.Não conseguia imaginar Patrícia lá no hospital sozinha, gelada, não sabia o que é que estava fazendo com as pessoas que ele mais amava no mundo, uma parte de sua vida tinha ido embora. Será que Patrícia fêz isso para aborrecê-lo? Imaginava. Levantou e procurou pela casa toda, dentro do guarda roupa, nas roupas de Patrícia, dentro dos armários de cozinha, algum bilhete de Patrícia, apenas um bilhetinho, pelo menos com uma linha, explicando o porquê da decisão dela.Não encontrou nada, nem uma palavra, não precisava ser para ele, podia ter deixado pelo menos para as crianças, imaginava. Patrícia não gostava de tempo nublado, e naquele dia estava bastante nublado e com garoa. Miguel sabia, que qualquer choque emocional, súbito, poderia alterar o pensamento de Patrícia.Lembrou naquele momento, que há dois dias Patrícia havia comentado com ele que uma freguesa foi até a loja para falar com ele, mas Miguel não estava. Era respeito de um cheque no valor de trinta e trêz reais,00, que uma freguesa estava reclamando, pois estava sem fundo. Migue sempre deixava os cheques assinados para Patrícia pagar os fornecedores, e como sempre todos eram pré-datados.Infelizmente aquele cheque tinha sido devolvido, e a freguesa precisava dele para dar baixa no banco. Miguel não sabia pra quem Patrícia havia pago as mercadorias, mas a estúpida mulher discutiu com ela na loja, aborrecendo-a. Miguel só ficou sabendo disso quinze dias depois do falecimento de Patrícia.A vagabunda da mulher deve ter aborrecido e amendrontado Patrícia de alguma forma, e Patrícia talvez achava que Miguel iria achar ruim pelo fato dela ter pago um fornecedor com o cheque daquela mulher

Ele não podia ficar alí resmungando, tinha que dar sequência na burocracia que o esperava. Com Nina e as crianças foram até o centro da cidade, não queria deixá-los alí e ligou para os parentes de Miguel. Foram até a mãe de Patrícia, Miguel não conseguia sair do carro, estava chocado, não deveria ter dirigido, a sua vontade era de entrar debaixo deuma carreta e pelo menos sairia dessa vida malvada, que nos traz surpresas desagradáveis. Pensava, principalmente nas crianças.Sua sogra como sempre comovida, mas o coração estava bastante arranhado de tristeza e dor, mas era forte, era dedicada a Deus, tinha fé,mais fé do que Miguel, que estava com o coração dilacerado.Desde que conheceu Patrícia sua sogra havia perdido a mãe, um filho, e um neto, isso em apenas três anos, e agora a filha, foi muito choque para toda a família, e uma de suas filhas mais querida.Miguel queria estar com Patrícia, para que eles não a tocassem, mas sabia que os faria só por fazer, não iriam aproveitar dela, seus órgãos que poderiam ser doados conforme a sua vontade, não podiam, estavam contaminados pelo veneno. Será que ela não pensou nisso? Que morrendo daquele jeito ninguem poderia ser favorecido com seus órgãos? Pensava. Como uma pessoa que sempre gostou de sí mesma, sempre dedicou ao esporte, sempre comeu e bebeu comidas saudáveis e naturais, agora bebe veneno, para acabar com a sua própria vida?

Miguel amava Patrícia como ninguém,  chorava como uma criança, se não fosse Henrique ele não se importaria de fazer o mesmo, Plínio já era grande, adolescente, sabia se virar, mas Henrique, ainda pequeno, será que Patrícia não pensou neles pelo menos? Resmungava consigo mesmo.Em duas horas, em duas horas que Patrícia ficou só foi o suficiente para fazer o que fêz, Miguel se arrependia de tê-La deixado só, ou poderia ter deixado Plínio com ela.Mas ela estava bem, não havia notado nenhuma diferença, se tivesse com algum problema, teria deixado Plínio em casa. Mas uma coisa Miguel não se arrepende, de ter aceitado o pedido dela, ela pediu a ele para ficar em casa naquele dia. Se não tivesse aceitado o pedido ela ia ficar na loja com aborrecimento, e ele teria ficado com a conciência pesada. Deixou as crianças com a avó e cunhada, e foram resolver a burocracia do velório. No cemitério já era noite, enquanto aguardavam o corpo , muitas pessoas presentes,  Flávio havia ido a Junaí buscar os pais de Miguel, sua irmã Neiva também estava presente .Miguel se isolara em um canto, bem perto da porta que dava acesso a sala de preparo dos mortos.Abriu a porta e ia penetrando pelo corredor, quando um dos funcionários o pegou pelo braço e o pôs para fora, aquele lugar era restrito. Estava inconformado, há mais de trinta e cinco anos que não acontecia nada,nenhuma morte em família, do lado de seus pais com ele foi a primeira. Não estava só.Seus sobrinhos, cunhadas o apoiava dando-lhe forças, conversando. Depois de meia hora, quando viu a porta abrir, Miguel virou as costas, não queria ver Patrícia daquele jeito, morta,todos caminharam até a sala do velório,Miguel só conseguiu aproximar com as crianças.Elas se aproximavam chorando com ele, sairam devagarzinho enquanto Miguel permanecia ao lado do corpo de Patrícia e sua sogra, e os parentes.Miguel olhava para o rosto de Patrícia e se beliscava, queria saber se era realidade o que estava passando naquele momento.Tocava em suas mãos, estavam geladas, seu semblante era o mesmo,o olhar natural. Estava agasalhada com um blaser preto e uma calça jeans comprida, Miguel havia levado para que vestissem-na, não queria que passasse  frio, ele sabia que ela sentia muito frio em vida. Olhava-a fixamente chorando e imaginava os bons momentos que passaram juntos.As viagens que fizeram, as brincadeiras, os momentos de carinho e prazer, a força que ela dava na loja o carinho que dava para as crianças, principalmente o Henrique, que gostava de sentar no sofá com ela a noite para asistir televisão. Isso não existe mais.Achava que estava só,mas não estava. As crianças e ele perceberam que o apoio que as famílias davam os fortaleciam.Não estavam sós, todos procuravam confortá-los da melhor maneira possível, os filhos de Jonas conversavam muito com Miguel antes do sepultamento, tão importante para Miguel conversar, não tinha condições,mas era importante sentir alí a presença deles. Ele não sabia se odiava Patrícia, se tinha pena, ou tinha paixão.Não aceitava a maneira com que ela fês aquilo, poderia ter demosntrado, escrito alguma coisa, um bilhete, afinal não existia apenas ele na vida dela, tinha que pensar nas crianças, escrevesse alguma coisa.Mas mesmo antes de morrer ela tomou as mesmas atitudes que antes, quando ia com as crianças para a casa da mãe e não deixava nenhuma mensagem para Miguel isso o deixava raivoso. Não o avisava onde estava ele tinha responsabilidade sôbre ela e as crianças, e não aceitava quando ela fizesse isso, esse tipo de comportamento.Se tivesse pena é porque era sempre inocente, uma pessoa que não tomava atitudes, não tinha coragem de reagir, de lutar, brigar pelos seus direitos, como fazem várias mulheres, grita, fala, briga...Ele queria que ela fosse assim, mas não a culpava por isso, foi uma excelente esposa e mãe,dona de casa. Tinham seus negócios, estavam indo bem, no entanto ele não aceitava tal atitude.Devia ter deixado no mínimo um bilhete.Continuava a abraçar os filhos, Plínio de um lado e Henrique do outro, cabisbaixo, Miguel olhava para o pequenino Henrique e percebia o seu descontentamento. Plínio já era diferente, Miguel ficou estarrecido, quando a sogra disse-lhe:_ E agora Plínio, sua mãe morreu, o que é que vamos fazer?

_Enterra, vó. Respondeu Plinio.

Miguel achava que ele não havia sentido muito, ou será que a cabeça dos adolescentes eram realmente daquele jeito? Como é que um filho podia pensar assim? Será que ele não gostava realmente da mãe,ou deveria estar chocado. Ou era realmente a realidade que os jovens aceitava e Miguel não. Henrique era a maior preocupação de Miguel, e ele sabia disso, e do apoio que o pai sempre lhe deu, era o xodó, como dizia a mãe. Inteligente, educado respeitador e tinha vontade de fazer as tarefas de casa e as tarefas escolares.Henrique já entendia a realidade da vida, estudioso, nunca havia repetido de ano, e sempre obedecia os pais. Quando estavam sepultando Patrícia Miguel só não chorava mais, não gritava, porque seria vergonhoso, mas se não fosse seus filhos, ele pularia alí dentro da cova com Patrícia, e pediria para enterrá-lo. A mãe dela tambem tambem se desesperava em não aceitar em perder a filha, as crianças ficaram mais de três dias na casa de Flávio, para distrairem um pouco, com as crianças dele, para não ter que enfrentar subitamente aque lar, sem a mãe. Flávio sempre apoiou na medidado possível os irmão e irmãs, que precisassem de alguma ajuda, Miguel envergonhava muitas vezes de lhe pedir uma ajuda, alguma coisa, mas sabia que ele jamais negaria, não tinha como, tinha de tudo, era trabalhador, e estava muito bem financeiramente.A primeira semana foi difícial para as crianças, e para Miguel, sua irmã Nina, foi trabalha rcom Miguel na loja e arrumar a casa, ganhava três salários mínimos.Mas no início do próximo ano as coisas começaria mudar a economia do país, a crise mundial estava de mal a pior. A quebra da bolsa do Japão, china, afetava tambem o trabalhador, com o alto índice de desemprego da política do governo fêz com que o dinheiro desaparecesse da praça. As vendas começaram a cairnos meses seguintes, Miguel negociou o aluguel do prédio onde estava a sua loja,contador, e diminuiu o salário de Nina.Muitos clientes iam até aloja, admirados pelo que aconteceu, algumas com lágrimas nos olhos, não acreditavam que realmente aquilo havia acontecido,dizendo que Patrícia era muito atenciosa e simpática com os clientes.Comentavam que Patrícia era uma pessoa muito boa, nunca aborreceu ninguém, atendia os crientes com simpatia e eficiência.

Miguel ficou imaginando como seria dali pra frente, ele não gostava, não tinha muito jeito pra atender no balcão,Patrícia já tinha experiência tinha mais jeito para vender.Ele achava que a queda das vendas poderia ser devido ao atendimento no balcão, mas era necessário que fosse assim, não tinha condições para contratar alguem para substituir Patrícia. A solidão começava a incomodá-lo, já tinha passado por isso antes, quando Patrícia o abandonou na última vez.Mas agora era pra valer, não tinha volta, comia descontroladamente, não queria passar fome como aconteceu antes,tinha que comer, as crianças teriam que vê-lo confiante, com energia, firme, sem problemas. Ao cair da noite era pior, sabia que ia dormir sozinho, não tinha ao seu lado a mulher que tanto amava. Ficava revoltado so de pensar que Patrícia não deixou nenhum bilhete, dando-lhe o motivo.Não aguentou, sentia pena,mas sentia revolta ao mesmo tempo.Em um final de semana dentro dos primeiros vinte dias do falecimento dela, foi dar umas voltas, pela noite de Mendonça.As crianças estavam na casa da vó, ela havia pedido carinhosamente para que Miguel não tirasse as crianças dos olhos dela.

Em um barzinho,encontro várias mulheres algumas acompanhadas outras não. Miguel ficou com uma delas por durante meia hora, foi para casa, não podia levá-la para casa, mas se fosse possível dormiria a noite toda com ela, não ficaria sozinho.Não suportava em saber que as crianças ficariam órfãs a vida inteira, tinha que arrumar uma companheira, achava que era fácil, bastava sair à rua e pegar uma por uma e dizer que era viúvo e procurava uma mulher para namorar, morar juntos ou até mesmo casar, não importaria, não queria é ficar sem uma mulher.Sua imaginação era voltada na única esperança de agora poder escolher uma mulher  do seu jeito, era viúvo, solteiro, queria encontrar uma mulher com as características de Patrícia, a mulher que o deixou. Sentia muita revolta, mágoas das atitudes de Patrícia, mas ele não foi capaz de apoiá-la, pois estava doente.Talvez a medicação não estava fazendo mais efeito e seria necessário mudar, voltar ao psiquiatra dela novamente, as vezes era insensível.Ou a sua rotina de trabalho não deixava-o pensar.

De madrugada,Miguel fazia o almoço e deixava para as crianças, enquanto ficava na loja. Plínio chegava da aula ao meio dia, almoçava pegava a bicicleta e ia para a loja. Henrique ficava sozinho até as dezenove horas, quando Miguel chegava. O comportamento das crianças estava como se nada houvesse acontecido. As atitudes e pensamentos normais,mas Miguel, apesar de confuso, procurava manter uma atitude sóbria e firme. Parecia que Miguel estava com duas personalidades, a primeira, ficava na loja descontente, chorando,triste e acabado, mas dentro de casa, se conportava como nada estivesse acontecido.Não tinha sono, após as crianças dormirem por volta das vinte e duas horas, ia para o quintal e ficava com o Thander e a Doly, Era suas companhia naquela noite e na madrugada. Chorando e bebendo cerveja que havia trazido sem as crianças perceberem bebia e acariciava os seus cães, mãe e filho, que ficavam deitados sôbre as pernas de Miguel. Foi bom ter aqueles dois cães da raça Boxer, eram amáveis, dóiceis e não violentos, as crianças gostavam da companhia deles. Miguel gostava muito,nos fins de semana brincar com as crianças e os cães,levando-os para dar uma volta, em volta do parque perto de sua casa.

Lendo um jornal viu nos classificados, uma coluna de recados, e uma agência para encontros pessoais, namoro e para futuro casamento.Ligou, a moça explicou-lhe como fazia para as pessoas se comunicarem uma com a outra. Ficou na expectativa e na primeira oportunidade foi lá pessoalmente, uma garota o atendeu, e miguel explicou, comentou, expôs a sua situação. Disse-lhe-a, que era viúvo a três meses, e que não tinha tempo para sair, para arrumar uma namorada e tinha a esperança de alí na agência encontrar uma pessoa que ele pudesse se simpatizar, e ter um relacionamento duradouro.Explicou a recepcionista, atendente, que sua esposa era linda, morena, de cabelos longos, e queria uma pessoa que se aproximava assim com ela, na aparência. Pagou uma pequena taxa de cadastramento  e recebeu após um mês seu livreto com as características das pessoas, e os seus dados tambem já se encontrava nele. Analisava qual a pessoa que ele ligaria, para manter um primeiro contato.Recebeu um contato no seu page maker da agência, e a recepcionista havia lhe dito que uma pessoa estava interessado em conhecê-lo. Pra ele era como estivesse recebendo um brinquedo, imaginou puxa vida, há uma pessoa interessada em mim, pensou. Entrou em contato com a garota pelo telefone, o nome dela era Regina, passou a Miguel pelo telefone as suas características, e como tinha carro marcaram um encontro que seria fácil para os dois se encontrarem.Miguel teria que sair de Pavina a Mendonça, e a lanchonete ficava no meio do caminho ao encontro com a pessoa que lhe havia ligado.Ficou esperando anciosamente na porta da lanchonete, e Regina estava atrasada quinze minutos, ele nem imaginava que tipo de mulher seria. Quando apareceu detrás de um carro, automaticamente o interesse de Miguel caiu. Era de altura um metro e sessenta e cinco, um pouco gordinha com os quadris bastante avantajados.Sentaram à mesa pediram uma pizza e dois chops. Miguel ficara apenas ouvindo,mesmo não interessado por ela, não queria falar muito para não falar besteira. A medida que ela falava, Miguel descobriu que ela era mãe solteira, morava com os pais, era professora e havia trabalhado em campanha política de um candidato em Pavina.Sabendo o nome do candidato pela qual Regina trabalhou, Miguel perdeu a fome, não era muito simpatizante por tal pessoa, mas continuou ouvindo para ver até onde aquela conversa iria terminar. Ele ainda não havia lhe dito que tambem foi candidato a vereador, queria descobrir alguma coisa, e ela falava com entusiasmo,com empolgação, porque o candidato dela havia ganhado as eleições  a vereador,mas Miguel não. Os assuntos sobre as atividades e alguns projetos do candidato de Regina não lhe troxe nenhuma surprresa, eram projetos pequenos, insignificantes para uma cidade de alta arrecadação. Para não ficar aborrecido e transparecer isso a Regina, achou melhor se despedir, trocaram numeros de telefone e foram embora. Ficou chateado por duas coisas, pela aparência, uma mulher que não lhe chamou atenção nenhuma, e além disso um assunto que Miguel nunca mais queria saber,  política. Queria uma mulher parecia com a sua, bonita, esbelta, nova,morena cabelos longos, e que fosse bastante atraente no primeiro contato, ficou decepcionado.No dia seguinte, ligou para a agência e pediu o telefone de uma garota que sua características estavam no livro, da agência. Maria Antonia era o seu nome, pelo telefone uma voz formidável, foram à noite em uma lanchonete ao centro de Mendonça.Enquanto a aguardava Miguel tomava um suco de laranja,preocupado com o que ia surgir, não queria se decepcionar novamente, ou não queria que as mulheres tivessem decepção com ele, caso tivesse rapidamente ele daria um jeito de se mandar daquele local.Ela apareceu,, morena, cabelos compridos, vinte e oito anos, era de outra religião, seu sorriso não era um dos melhores devido aos maus tratos dos dentes.Como era de outra religião, diferente da Católica, tinha que manter o cabelo daquele jeito, e parecia muito exigente, era balconista de uma livraria.Após duas horas de um bom bate papo, não foi possível chegar a uma conclusão satisfatória por parte de Miguel.Despediram-se, e Miguel foi o mais rápido que pode, para a sua casa. Não queria deixar as crianças sozinhas, já passava de meia noite. Quando ele saía a noite não falava as crianças onde ia, apenas dizia-lhes que ia ao encontro de algum tipo de negócio.

No dia seguinte,outra garota mandou-lhe um recado através do Bip,dizendo que queria conhecê-lo, esperava-o bem no centro da cidade aguardando-o em uma lanchonete.Miguel detestava ter que sair a noite e deixar as crinaças sozinha, mas Doly e Thander tomariam conta deles, seria no máximo até as vinte e duas horas, mas ele teria que andar quarenta quilômetros para conhecer estas garotas em Mendonça, estava deixando-o preocupado, com o gasto de combustíveis e as despesas com lanches, sucos e bebidas.Entrou na lanchonete e viu-a sentada à mesa saboreando um suco de tomate. Era morena, usava um óculo de lentes finas, bem cuidada, bem vestida, trinta anos e era secretária de uma agêcia de turismo.Fânia, era o seu nome mas tinha um semblante de garota orgulhosa, poucas palavras, mas não tinha muito interêsse por Miguel.Para quem conheceu vários paíse da Europa, flava inglês fluentemente, gostava de viajar, não iria gostar de um cara caseiro, pão duro, pensava Miguel. Não deu certo, e Fânia não tinha interêsse em ficar com o telefone de Miguel.

A cada noite que passava era um pesadelo para elel, acreditava que jamais iria  encontrar uma mulher como a que perdeu.Estava difícil encontrar uma namorada daquela idade, com outra cabeça,  não iria encontrar o que ele queria.Uma garota bonita, descomprometida, que tivesse mais de dezoito anos, e no máximo trinta anos, sendo que Miguel tinha  quarenta anos de idade.Não conseguia dormir naquela noite, e a cada filme chato que era obrigado a assistir nos poucos canais disponíveis da trelevisão, não conseguia continuar vendo a cena onde um casal estavam em clima de romance, beijando, abraçando ou em cenas mais sensuais, as imagens doía a Miguel,não tinha como fazer o mesmo. Olhava ao lado para Henrique que dormia na mesma cama de casal, e começa a chorar. Como era possível uma criança daquela idade ser órfão de mãe? Não tinha mais o carinho dela, ele mesmo tinha que ir no guarda-roupa e pegar a sua roupinha, tinha que calçar as suas meias, apenas o leite que Miguel esquentava, toda noite antes de dormir.Como é que ia ficar aquela situação? Será que iriam aceitar seu pai com outra Milher dentro de casa?Que tipo de mulher?Da maneira que Miguel se encontrava, bastava que uma mulher qualquer, desse uma olhada para ele, e ela simpatizando com ele, já era o suficiente para achar que ela seria sua futura esposa. Na situação atual não se podia confiar em ninguém, mesmo que conseguisse esta poderia trazer futuros aborrecimentos.A lei prevalecia ao lado dela pois sendo amasiada por três anos, e se vier a sair de casa e pedir idenização?Isso Miguel acha uma sacanagem, parava para pensar seria uma situação arriscada.No livro da agência viu uma característica de uma garota que lhe chamou a atenção pela idade, a mesma dele, trinta e oito anos, era de pele clara e cabelos castanhos, com o nome de Denise.Era sexta-feira, estava chovendo, Miguel deixou as crianças para passar um fim de semana com seus primos e sua sogra em Mendonça, e foi ao lugar que haviam combinado com Denise. Era um balão que ligavam várias avenidas, e à noite fica todo iluminado com o reflexo das luzes dos luminosos de várias lanchonetes do local. Denise pediu para aguardar na calçada em frente a uma pizzaria, que ela ia ao encontro dele de carro.Enquanto Miguel aguardava sob uma marquise,ficava contemplando vários casais que comiam cachorro quente em volta a um carrinho alí perto, observou que um carro com duas mulheres passava e ficaram olhando-lhe. Dalí a pouco aparece as mesmas mulheres, uma baixinha, nariz fininho e arrebitado, cabelo castanho claro curto até aos ombros,meio louquinha. A outra sua irmã, mais alta e dava grandes baforadas em seu cigarro.Encostaram tanto em Miguel debaixo daquela marquise para não se molharem da chuva, que quase o abraçaram para ficarem juntinhos.Ele ficou sem jeito, sem ação, já de cara, não havia intereêsse por parte dele,mas por elas,tudo bem.Elas puxaram assunto, convidaram-no para entrar na pizzaria que ficava logo em frente, tomariam um chopinho e comeriam uma pizza.Miguel não queria pagar mais nada pra alguém,principalmente para a pessoa na qual ele não simpatizasse, e sabia que iria sobrar pra ele pagar a conta, basta,pensou.Não deveria ter despedido da maneira que o fêz com as "garotas", mas mentiu dizendo que estava com pressa, e tinha que ir ao mercado fazer compras.Saiu nervoso e no caminho lembrava das crianças, achava que ele era bastante exigente com seus pertences, consigo mesmo, elas não aceitariam uma pessoa, se Miguel não aceitasse. Estava difícil, estava em desespero, achava que ia ficar sózinho para o resto da vida, e que mulher jamais,igual,ou quase parecida com a sua mulher, iria aceitá-lo?

A cada momento que lembrava Patrícia, sentia-se em baixo astral, achava que ela o fez para abandoná-lo, para deixá-lo sofrer no resto de sua vida.Sentia mágoas, achou que não deveria ter feito o que fêz, enquanto muitas mulheres vivem de pão e água para criar seus filhos, lavam roupa pra fora, fazem faxina, e Patrícia com uma vida razoavelmente bem, se mata. Isso ele não aceitava, achava repugnante tal atitude, culpava todo mundo, o mundo por isso. Mas, no fundo, no fundo ele queria fazer como ela, mas não podia, não queria que as crianças sofressem mais ainda, ia ser pior e ele não se acovardaria a tal ponto.Antes de fazer qualquer besteira sempre pensava nas crianças, podia o mundo desabar sôbre sua cabeça, mas os tendo ao seu lado, queria que o resto se danasse.As dívidas da loja crescendo, as vendas caindo, o dinheiro havia desaparecido da praça, mas não era só para Miguel, muitos de seus amigos comerciantes tambem haviam feito os cálculos e diminuíram seu faturamento, em quarenta e cinco por cento.Achava que não tinha mais sentido viver, já havia perdido uma parte de sua vida com a morte de Patrícia, se pudesse, se não fosse a burocracia do inventário demorar tanto, venderia tudo e ia para Junaí. Não se incomodava com o inventário, mais uma vez tinha que pagar taxas para o governo mesmo ele não ajudando em nada na morte de Patrícia.Paga-se para nascer, para viver, e para morrer, pior quando não morre por negligência do estado.Quando se morre nesse País, a primeira coisa que o cartório pede é o Título de eleitor, será um eleitor a menos.Não conseguia dormir, tenso achava que não ia dar conta de criar os dois filhos. Imaginava encontrar uma mulher na qual houvesse simpatia, e a convidaria para morar com ele.Mas havia a consequência das crianças não aceitar. As mulheres não querem compromisso nenhum, não querem se submeter a ninguem, querem viver independente,mas morrendo o que faria? Onde estaria? Mesmo morta, Miguel sentia ciúmes de Patrícia, e ele achava que ela sabia disso, mesmo estando em outro mundo.Se estivesse viva, e Miguel morto, ela faria o que sua irmã Nina lhe disse, venderia a loja, a casa seria quitada devido a sua morte, ela a alugaria e ia morar com seus pais.Isso Miguel não permitiria, pelo fato das suas cunhadas sentirem um certo orgulho de Patrícia, e algumas eram mesquinhas, poderiam prejudicar os meninos e ela. Ela viveria bem melhor que ele no momento, ela seria mais feliz sem  Miguel, caso se matasse. Ele ficaria revirando no túmulo, se soubesse que tudo isso estivesse acontecendo. Teria ciúmes caso suas cunhadas levassem Patrícia a um baile.Como não era assim o seu ciúme era tanto que mesmo estando morta, ela estaria bem, ela poderia encontrar alguém além vida, como dizem os espíritas.Ao mesmo tempo sabia que ela não faria, tinha os dois filhos e respeitaria-os, ela tinha moral e dignidade, assim como ela sempre dizia a Miguel de sua vó.Ficou viúva mais de cincoenta anos, e morreu víúva, sem ter tido qualquer outro homem.O mundo dela poderia ser melhor e Miguel morrendo iria simplesmente magoá-la, iria pertubá-la.E lá entando em outro nível, que seria diferente do nivel dela, ele não poderia encontrá-la, o nível dela seria melhor pelo fato de ela ser mais humana, mais generosa.Ele imaginava caso estivesse morto, e estando e lugar diferente, em outro plano espiritual eles jamais iam se encontrar, pois ele sempre imaginava com várias outras pessoas, em um jardim com várias flores, gramado havia corredores todos com o piso em pedras muito limpas, onde todos os dias as pessoas saíam para cuidar dos jardins e das plantas. Todos vestidos de branco, as mulheres com vestido de mangas longas e comprimento dos vestidos iam até o calcanhar, nos fundos avistava um castelo todo em branco e sôbre ele uma névoa bem fina que encombria a sua torre, talves dele sempre o ver de manhã.Patrícia vestia um vestido branco comprido, os cabelos solto negros sempre brilhava, enquanto uns varriam,outros com um cesto, pegavam as folhas secas.Os homens cuidava do cultivo e poda dos arbustos, era tudo bem limpo podia sentir o aroma do verde, das flores de limpeza e frescor.O local de onde Miguel e outras pessoas imaginavam estas cenas ficava em um terreno com sessenta centímetros mais abaixo, o que cercava eles dos outros era uma cerca, um alambrado, as pessoas que estavam do outro lado não os via, nem os ouvia.Quem estava com ele não podiam comunicar com as outras pessoas que estavam do outro lado do alambrado, uns gritavam, eram parentes, filhos, mães, avós, irmãos.Miguel não falava nada, sempre ficava no alambrado observando Patrícia, ela estava bem, sempre com o sorriso nos lábios, conversava e brincava com suas amigas.


CAPÍTULO IX                 Agência de Mulher

 

Quem estava com ele não conseguiam comunicar com as outras pessoas que estavam do outro lado do alambrado, alguns gritavam eram parentes, filhos, mães, avós,irmãos que se foram. Miguel não falava nada fitava o olhar em Patrícia,percebia que ela estava bem, sempre com um sorriso angelical conversava e brincava com outras colegas enquanto varriam o piso de mármore branco, as folhas sêcas dos ypês.Uma hora e outra Miguel se afastava daquele local ia para um local mais sêco e mais alto, ficar naque lugar doía-lhe as pernas pois ficava com os pés atolados naquela lama escura, no top onde se encontrava agora se sentia melhor, mas afastado de Patrícia, o seu cansaço fazia com ele deitasse no gramado e adormecesse. Suas roupas e das outras pessoas que com ele permanecia eram sujas, molhadas, rasgadas,maltrapidos, famintos, dormiam numa gruta que era quente e agasalhadora,para aqueles pobres coitados.Mesmo querendo falar com Patrícia, ele não podia, e caso pudesse, teria vergonha de chegar até ela, estava envergonhado, ele achava que a atitude dela foi pelo fato de não gostar de Miguel.Se ele morresse continuaria a sofrer na outra vida, então que sofrestes em terra, em carne e osso, apesar das dificuldades, estava difícil, mas acreditava que caso morresse, iria para outro plano, até amadurecer, se educar, se arrepender, e só depois de tudo isso ele poderia ver Patrícia frente a frente.Era como se estivesse em um prédio com vários andares, ela estaria no décimo oitavo andar e ele no segundo.Mesmo assim não estava aguentando, tentava ser bom para as crianas, tentava brincar, rir, mas era um sorriso de piedade, de pena, contava piadas para as crianças mas era umas piadas sem sentido, para não ser ridículo preferia trancar em seu quarto e deixar eles curtir a vida de criança da melhor maneira possível. O som que eles ouviam eram sempre alto, e mesmo assim Miguel nunca reclamou com as crianças, quando ouviam as músicas, ele tambem  ouvia alto, para aliviar um pouco a tensão. Mas tudo que fazia não estava bom, nem chorar as vezes não podia, na loja, chorava pensando em Patrícia, mas quando chegava algum cliente, corria até a pia do banheiro e molhava o rosto para disfarçar, não transparecer para os clientes as suas lágrimas.Evitava mostrar-se triste.Caso fizesse um seguro de vida e depois entrasse em seu carro e em alta velocidade provocasse um acidente, batendo em um poste, capotando em uma ladeira, caso provocasse um acidente, se viesse a falecer as crianças poderiam se sair bem, teriam um futuro garantido com o seguro, ele se sentia inseguro, mais inseguro ainda quando não encontrava um mulher que ajudasse-lhe na  vida dele e de seus negócios.O que adiantou Patrícia ler os livros espíritas de Alan Kardec que Nina havia lhe emprestado, e de ter participado ela de algumas reuniões espirituais? Patrícia sabia o que poderia acontecer caso viesse a falecer, ou com quarquer um de nós, ela entendia um pouco de espiritismo, mas a depressão que Patrícia sentia, a venceu. Tudo passava pela cabeça de Miguel, de céu a inferno, de alegria a tristeza, de capacidade a total incapacidade. Tentava de um jeito ou de outro a seguir em frente, a preocupação dele com as crianças era constante, fazia o possível para faze-las felizes. Não queria magoá-las de maneira alguma, fazia do impossível ao possível. Para sair da solidão nos fins de semana, ficou sócio de um clube de campo na cidade de Limeira, ai poderia pegar uma estrada nos fins de semana e poder ir nadar com elas. Sentado em um banco debaixo de uma árvore  espécie chapéu de couro, sempre atento as crianças. Pensava consigo mesmo, enquanto as crianças usavam o tabogã, e tentava imaginar  o que é que estava acontecendo. As crianças agiam de tal maneira, parecia que não havia perdido a mãe há três meses. Sorriam, corriam, comiam, sempre alegres, e ele sempre a pensar nas despesas da lojas, nos cheques que iriam cair, e teria que entrar no cheque especial. Como que, endividado, com poucas vendas e poucos lucros, poderia fazer mais dívidas? Como pagaria o carnê de mensalidades do clube de campo? Sendo que o gerente do banco sempre lhe informava, que precisava cobrir  tal cheque. Miguel não queria saber, como iria cobrir os cheques, queria ver suas crianças felizes, alegres, estudando. Ele sabia, e tinha conhecimento, caso houvesse uma outra oportunidade ele enfrentaria o vento, o sol, e a chuva.Alguns fins de semana Miguel levava Plínio e Henrique para visitar a avó, foi um dos pedidos que ela fêz a Miguel, levar quando possível as crianças para ela ver. Sempre levava em um fim de semana sim, outro não, mas não iria aborrecer a sogra, que, durante os últimos anos tem sofrido muito com todas estas mortes.

Nas suas passagens pelas bancas de revista sempre procurava alguma que pudesse lhe roubar o tempo. Pegou uma revista de encontros, e namoros. Levou-a para a loja e nos momentos ociosos lia-a com bastante curiosidade. Os anuncios de  que mulheres, solteiras, separadas, ou viúvas, procuravam um companheiro, para namoro ou compromisso sério. As vezes levava pra casa e ficava até de madrugada escrevendo cartas de correspondências com as mulheres que anunciavam na revista, sem que as crianças pudessem perceber a atitude do pai. Miguel ficaria envergonhado, caso as crianças souberem que ele estava a procura de uma namorada, ou outra mulher. Ele tinha maturidade para perceber que tal fato poderia magoá-las. Mas nele era visível, quem o visse, sabia, ainda mais as crianças dentro de casa, observava. Correspondia com várias garotas não adolescentes e mulheres, viuvas, ou solteiras. A solidão o incomodava, pegou seu livro da agência de namoro, folheou-o e após fechar a loja foi até um orelhão e ligou para uma moça.Miguel achava que as pessoas mais altas tinham um certo poder, força, decisão.Achava que se namorasse uma moça alta, de cara, não o aceitaria devido os seus, um metro e sessenta e cinco centímetros de altura.Mas arriscou em ligar para a moça, que dizia na revista, que tinha um metro e setenta e dois centímetros de altura, loura, olhos azuis, descendentes de italianos, carinhosa, estudou até o primeiro grau.No estado em que Miguel se encontrava bastava apenas uma mulher dar a ele um sorriso. Tinha uma grande admiração pelas mulheres de olhos azuis. Só ligou, porque ela disse que uma de suas características erta romântica, trabalhadora e caseira, ele ligou mais pelo fato de ela ser caseira, imaginou que seria uma moça de fino trato, mas, que não saía muito devido a sua timidez, ou não gostar, mas consequentemente antes mesmo de ele ligar, recebeu uma mensagem em seu page maker, da agência de mulher, onde falava que algúem queria falar com ele, a mesma pessoa, que na qual ele ia ligar. Assim que Miguel pegou no aparelho de telefone, ele recebeu conjuntamente a ligação da agencia. _Alô, é Renata que esta falando? perguntou Miguel.

-Sim, é ela mesma, de onde você fala? Respondeu a moça.

Pela voz, Miguel percebeu que ela era extrovertida, falava alto e de uma maneira decisiva, nenhum contragimento.

-Meu nome é Miguel, sou da agência de namoro, a recepcionista passou-me o seu número de telefone.

-Ah sim. Tô sabendo. Mas como você é? Perguntou a moça.

Miguel trêmulo, não sabia o que respondia, e tinha que ser rápido, os créditos do cartão de telefone sumia rapidamente, se respondia a ela ou se desligava e corria para a loja. Começou a dar-lhe uma tremedeira, suava muito, e as palavras pouco conseguiam sair de sua boca.Caso assumisse um compromisso com esta moça, ele seria capaz de arcar com as despesas de sua casa? com as crianças e com ela?Isso vinha em seu pensamento, deixando-o mudo. Ele seria capaz de mantê-la? Será que ela é gastona, só gosta de luxo? Será que as crianças vão gostar dela? Será que sua sogra com suas filhas não irão importuná-lo? Isso e tudo mais passou pela sua cabeça em menos de um minuto.

-Bem, meu nome você já sabe, sou viúvo, há três meses e gostaria de conhecer uma garota que esteja a fim de um namoro, ou um futuro compromisso.Sou branco, meio calvo, uso óculos e tenho um metro e sessenta e cinco. Respondeu Miguel.

-Mesmo antes que ele continuasse, Renata intenrronpeu em voz alta e decisiva.

_Ah não. Não vai dar ceto. Você só tem um metro e sessenta e cinco? e eu tenho um metro e setenta e dois de altura, não, não vai dar certo.Agradeço você por ter ligado.É melhor você achar uma garota do seu tamanho. Desculpe, mas tenho que desligar.Respondeu Renata.

Miguel ficou paralizado, e sem saber o que responder, mas era ele que estava batendo na porta dela.Deu uma risada maliciosa,ainda como o telefone no ouvido. Sou baixinho, imaginou. Que mulher estranha, esquisita, se ela nem me conhece como pode falar uma coisas dessas? Nem mesmo deu-me uma oportunidade de conhecê-la? Tudo bem, deve ser uma garota da nobreza. No mínimo mora em um bairro de alto luxo em Mendonça, ou em um apartamento luxuoso.Mas deve ser muito bonita.Olhos azuis, nunca tive uma namorada de olhos azuis. Como será transar com uma mulher assim? Você por cima dela e olhar olho a olho, já pensou sentir aqueles olhos azuis bem perto dos seus? Imaginava.Não importava, o que tinha que fazer é ir para casa e fazer a janta para as crianças, porque ele mesmo não comia, e a cada dia com as suas preocupações, estava emagrecendo, por falta de alimentação adequada e na hora certa. Não tinha Patrícia ao seu lado para preocupar com ele.Observou se as crianças fizeram os exercícios de casa que a professora havia passado, após ele ficar doze horas fora de casa, o momento era chegar ver se as crianças tomaram banho emquanto ele fazia a janta. Tinha que tentar dormir, se possível antes, dar um diálogo com as crianças, pois depois da resposta da Renata, mais pra baixo havia ficado Miguel. As mulheres que conheceu até o momento nunca havia igualado a sua altura com ele mesmo.Seu baixo astral caiu ainda mais, o silêncio tomava conta dele, andava pela casa e verificava se as crianças estavam dormindo bem.Às três horas da manhã, abria a porta da sala, sentava-se no piso preto e cinza, que havia colocado na sala, ligava o som, com amplitude baixa, e em companhia de Doly e Thander,mãe e filho, deitava em suas pernas enquanto ele assistia a tv, ou se pensava na solidão que o detestava naquele momento. Acordou com uma baforada de Doly em seu rosto, o nariz frio da cadela Boxer, fêz com que levantasse o mais rápido possível e arrumasse as crianças para  a escola, ou seja Henrique ficaria na escola e Plínio iria com seu pai para a loja, para apoiá-lo quando carregava o caminhão de brita areia e cimento. Começou a gostar mais da loja, pelo menos era uma momento de aliviar-se enquanto fazia alguma coisa.Mas quando a saudade, quando via a letra de Patrícia ou valor anotado em um pedaço de papel jogava-o fora, para não lembrar dela. Continuou a falar com várias garotas, algumas só pelo papo ao telefone, já imaginava pela voz que tipo de mulher seria, e não iria gastar gasolina ou com lanches ou bebidas para conhecer uma mulher, estava onerando-o.Conheceu vária mulheres, as que ele gostou não era de seu nível intelectual, eram psicólogas, outras totalmente indempendentes com seu apartamento montado e quitado.Analisou que as meninas até dezenove anos, queriam apenas ficar, sem nenhum compromisso sério, as de vinte a trinta anos já tinham um esquema de namoro traçado, planejavam alguma coisa na vida, um casamento por exemplo, as mulheres que tinham de trinta e um anos a quarenta anos imaginava ele que eram mulheres mãe solteira e já tinha no mínimo um filho e viviam tambem uma vida independente, e as mulheres acima de quarenta anos estavam aposentadas mas não serviam para ele.

Estava desesperado.Se tivese tempo pegava seu carro e ia viajar pelo seu país, sabia que lá no interior ainda existe garotas com o intuíto de um dia ser dona de casa, ter seu próprio negócio, um maridp, se casar.Eram diferentes das garotas de cidade grande, a cabeça delas era outra, respeitava o marido, o namorado, o noivo.Não havia o troca-troca de marido e de namorados, como acontecem nas cenas das novelas deste país, incentivando o divórcio, a separação dos casais, o incentivo das meninas ao sexo antes do casamento. Miguel acreditava que apesar de tudo o que acontece nos tempos atuais deveriam as mulheres, terem pudor, principalmente as meninas, que alcançam a puberdade.Ele não tinha tempo para ir atrás de namoradas.Admirava as mulhers de Goiás, de Mato Grosso, as Paulistas e Mineiras, as Cariocas e as Nordestinas, são mulheres que procuram o seu espaço.Baseou-se nas Nordestinas pela garra, coragem de enfrentar a vida, se tiverem uma oportunidade de trabalho e ascensão profissional correm atrás do sucesso. Gostaria de ter uma mineira ao seu lado, pela etnia, pela raça, pelas raízes, pela maneira de falar, manter um pouco de tradições comer o bife acebolado, com cebolinha e salsinha, comer o pão de queijo e o bolo de fubá, ouvir o vocabulário tradicional e as suas canções da terra.Ele queria uma mulher naquele momento, mas se fosse possível qualquer uma, queria uma mulher, precisava dela para administrar a sua vida, os seus passos, os seus atos, precisava de amor e carinho, precisava de dormir com uma mulher, uma mulher.Todas as morenas que passavam na rua em frente a sua loja  de cabelo longos e compridos, tinha vontade de pará-las e conversar, mas seria ridículo, seria uma falta de respeito,não queria problemas a mais para a sua vida no momento.Tinha paixão por estas mulheres, faria o possível para chegar nelas quando estivesse no sue auge.

Sua mãe Luiza havia lhe dado um empurraozinho, uma dica, para ele ir a Junaí quem sabe ele conseguiria uma moça boa, de família que quisesse namorar com ele, ou talvez até mesmo casar. Acreditava que daria certo, a mãe havia sido o cupido de Flávio, quando ele teve que se separar da primeira mulher e estava numa fase de tristeza em sua vida, e hoje está bem casado, com uma mineira, com filhos saudáveis. É claro que Dona Luiza deu uma forcinha, o prazer de mãe é ver os filhos felizes. Era terça-feira, Miguel estava ocupado em sua loja, tocou seu page make,mas não pode atender no momento.Após dez minutos,pegou-o na mão e verificou a mensagem:

_Favor ligar para a Renata, e na frente da mensagem tinha o seu numero de telefone.Ficou pensando, que Renata? Olhou na sua agenda e não tinha ninguém com êsse nome, olhou na agenda de ralação de fornecedores e também não o encontrou. Lembrou da moça da agência de mulher e ficou admirado quando era a Renata que na qual ele havia ligado na semana anterior, era a moça loura, de olhos azuis, era a moça de um metro e setenta e dois centímetros de altura.Nunca havia estado com uma mulher assim, não via a hora de dar dezoito horas fechar a loja e ir até um orelhão.O que ela esta querendo? Pensava.Deu-lhe um grande fora pelo telefone acho que ela quer tirar uma com acara dele,imaginou.Não sei se vou ligar.Vai ver que é uma espertona, uma sarrista, que vai querer me deixar contrariado, vai aborrecer-me com o meu tamanho, com a minha estatura.Seria melhor eu mão querer misturar as coisas, é melhor eu arrumar uma pessoa do mesmo nível intelectual, que seja de pouca intelectualidade, com pouco dinheiro, mas que seja do mesmo nível que eu, pensava assim Miguel.Ficava de cabeça baixa, pensando e resmungando ao mesmo tempo.Ficava remuendo dentro dele,mesmo sabendo o que a moça queria dele.Fechou a loia às dezoito horas e foi ao orelhão.Ansiosamente,pegou o telefone e ligou para Renata.

_Alô.Ouviu uma voz feminina agitada e trêmula do outro lado da linha.

-É Renata? Perguntou Miguel.

_Sim

-Quem está falando é Miguel, você me ligou.

-Ah sim. Desculpe-me daquele dia, acho que fui muito grosseira com você, pelo telefone. Diz Renata.

_Estranhei um pouco a sua atitude, mas não tem problema, respondeu Miguel.

_Como é?

_Nada, não importa, o importante é que você esta falando comigo, simplesmente achei que você não gosta de homem baixinho, eu não sou tão baixo assim.Respondeu Miguel.

_Não, não é isso, você não esta entendendo.Queria dizer pra você é que sou alta, mas estava analisando, eu pensei bem, você disse que tem um metro e sessenta e cinco, pra um metro e setenta e dois que é a minha altura, é pouca diferença, é sete centímetros apenas. Respondeu Renata, com a mesma voz de sempre, deixando Miguel ainda mais curioso e afoito.

-Tudo bem Renata, agradeço por ter me ligado.

-Só isso? você ja vai desligar?

Miguel parou, analisou que ela estava com algum tipo de interesse, no mínimo continuar o papo.

-Sim, respondeu.

-Mas você não quer me conhecer? Respondeu Renata.

Miguel ficou mudo, ao imaginar como seria essa garota, tinha medo de dar um fora, era impressionante em sua mente a fantasia que lhe trazia esssa mulher.

-Sim claro, se você quiser.Respondeu ele.

-Claro que quero,onde você acha que podemos nos encontrar hoje?

-Mas hoje? não da tempo já são quase dezenove horas e eu tenho que ir em casa, não tomei banho ainda.

-Não tem problema,podemos nos encontrar assim mesmo, sem problemas.Disse-lhe Renata.

-Amanhã se você quizer nos encontraremos à noite.

-Ah não,à noite não.Eu não gosto de dirigir a noite, tenho medo, disse Renata.

-Eu pego você em sua cada, se você quiser.

-Não. respondeu Renata.

Miguel tentando alcamar Renata, que parecia anciosa e nervosa para encontrar com ele.

-Vamos fazer o seguinte, você conhece a padaria Pão doce que fica lá no Castelo? Perguntou Renata.

-Sim. Conheço.

-Eu te espero lá depois do almoço, amanhã às treze horas. Tudo bem?

-Tudo bem.Respondeu Miguel.

-Não vai dar furo heim? Você vai? Certeza? Perguntou Renata.

-Claro. Pode contar comigo, quando eu trato um horário eu cumpro o compromisso. Respondeu Miguel, com as pernas trêmulas.

-Até lá então, disse Renata.

Miguel desligou o telefone no orelhão com tanta euforia, igual a uma criança que ganha um presente cobiçado no natal.Seu semblante mudara.Gostou do papo da garota.Uma voz linda, sensual,pensava.Como serrá essa garota? Bem, intelectualmente ela mesmo tem o mesmo nível que eu, aí não terá problema eu ficar retraído em falar com ela, quero conhecê-la a qualquer custo.Pensava assim Miguel, convicto que agora conhecerá uma pessoa que o fará feliz.Pediu a Nina que ficasse na loja pra ele,pois tinha que ir a Mendonça fazer umas compras para a loja, que na verdade ia aproveitar e trazer um pouco de miudezas para a loja, cotovelos caixas de descargas, e colas, que haviam acabado.Não queria dizer a ela ainda o que estava acontecendo, para não achar que Miguel estava deixando as crianças a noite sós e saindo por aí a noite gastando dinheiro com a mulherada. Não queria misturar as coisas, mas também não queria que Nina ficasse pensando isso dele, seria constrangedor, ele achar que sua irmã pensa que esta saindo e  queimando dinheiro por ai.Ele sabia o quanto era difícil ganhar, e quando gastava, comparava o seu gasto com o que ganhou, era difícil para ele queimar dinheiro à toa.Também não tinha êsse luxo, as vendas da loja estava baixa, e o pouco que vendia era para pagar duplicatas e investir na loja.Na noite anterior só ficava imaginando como seria aquela Renata, deve ser de pele clara, deve ser uma gatona, não deixava de pensar nela constantemente.Não queria dar nenhum furo com, falaria pouco, devagar, e procurava ter a voz firme, de galã, de conquistador, era seria dominante, tem um metro e setenta e dois centímetros de altura, seria portadora de ítens que seria capaz de enlouquecer qualquer homem.Estava um pouco inseguro caso ela o achasse baixo, mas como estava nesse barco, teria que remar contra a maré, iria fazer o possível para remá-lo contra as correntezas da vida.

Às treze horas, depois de deixar Nina cuidando da loja, com Henrique em sua companhia, chegou a padaria, estacionou seu voyage branco mil novecentos e oitenta e um no estacionamento da padaria, aguardando por Renata.Vários veículos estacionavam e saíam, era um movimento constante.Crianças que saíam da escola alí perto passavam na padaria e compravam sorvete ou algum lanche.Já se passava vinte minutos, mas a movimentação dos trausentes era tamanha que ele não percebeu que à sua frente estava estacionado um veículo volkswagen gol,cor cinza, quadrado.Após alguns minutos, depois de meia hora,percebeu que o veículoà sua frente, havia um motorista, mas êste não lhe dava sinal de que estava prestes a sair talvez estava esperando alguém, a preocupação dele estava nos veículos que chegavam. Encostou a cabeça no encosto do banco e ficou olhando pra frente, havia alguém no carro estacionado à sua frente.Percebeu que um par de olhos azuis o observava pelo retrovisor, ficou admirando e atencioso ao ver aquele par de olhos azuis refletindo-lhe.Depois de alguns minutos, abriu a porta de seu carro e desceu vagarosamente, desconfiado, para não demonstrar nenhuma ansiedade ou nervosismo.Assim que aproximou, percebeu que no interior do veículo havia uma pessoa,curvou-se e disse-lhe:

_Renata?

_Sim, sou eu mesma, e você é Miguel?

_Sim.Onde vamos conversar?

_É melhor sairmos daqui, estamos estacionados no local próprio para clientes da padaria.Disse-lhe Renata.

_Não, aqui esta bom, vamos entrar e tomar alguma coisa, um suco ou um sorvete. Respondeu-lhe Miguel.

_Você esta louco? Aqui não podemos ficar, é um entra e sai de gente. Falou Renata, preocupadamente nervosa.

_Esta bem. Vamos estacionar em uma rua mais tranquila aqui perto, assim poderemos conversar. Você vai à frente que eu te sigo. Disse-lhe a Miguel.

Miguel andava em seu carro seguindo o carro da Renada, e não acreditava que iria conversar com aquela mulher.Que mulher, analisava ele.Que boca, que olhos, que tamanho de mulher, ela é decisiva, parece ser autoritária.Quando estacionaram, os carros, em uma rua mais deserta, sob a sombra de uma árvore enorme, ele caminhou até o carro dela e sentou no banco de passageiros.Ela estava com uma blusa jeans, decotada e curta, e um short, tipo bermuda.Os seios estavam do jeito que Miguel gostava, estavam suspensos, deveria ser um southiem meia taça que ela poderia estar usando, estavam suspensos, as partes superiores deles pareciam saltar para fora da blusa, era tipo Sofhia Lorem, grandes.Suas coxas deveriam pesar trinta quilos cada, e como eram bonitos uma das partes que ele mais admirava, as panturrilhas, como eram grossas grandes e bonitas.Renata percebeu que ele a reparava bastante, ela sabendo disso fazia um certo charme, passando a mão nas coxas e pernas e um sorriso malicioso. Seus lábios carnudos, estavam pintados  com batom vermelho e a cor de suas unhas acompanhvam a mesma tonalidade. Como era bonito seus olhos.Que azuis! Que charme! Que beleza! Pensava. É a primeira vez que se aproximava, ou seja que tinha o direito de aproximar e falar de perto com uma mulher daquele tamanho, daquele jeito.Renata acendeu um cigarro, e perguntou-lhe se fumava._Não, eu fumei há bastante tempo, mas estava me fazendo mal e achei melhor parar.Estava dando-me gastrite. Respondeu Miguel.

_Você não se importa que eu fume?

_De maneira alguma, Renata. Voce é muito bonita.É charmosa.Respondeu Miguel,não deixando de fitar o seu lindo manequim.

_Obrigada. Respondendo a Miguel com uma baforada de fumaça que saía de sua boca, em sentido para a rua.

Conversaram sôbre a participação deles na agência de mulheres, não queria que Miguel fôsse pegá-la em sua casa devido ela não conhecer a pessoa, tinha medo de ser algum vigarista, é claro que se sentia insegura, pelo telefone é impossivel conhecer uma pessoa.Era solteira, namorou bastante tempo durante cinco anos, um empresário de Mendonça, no momento ela se sentia só, estava em estado de solidão, com a morte do pai falecendo devido ao alcoolismo, cirrose, e ter ficado durante três anos na cama, sendo Renata a única que podia cuidar dele e da mãe, ela o amava muito, deixou-a abatida e depressiva. Muitas noites, sozinha ia até o bar onde seu pai estava, já embriagado, mas conversando com os amigos buscá-lo.Como estava se sentido só aproveitou a oportunidade em que sua amiga lhe convidou para participar da agência de mulher, convidando a participar, e ter contatos com pessoas diferentes.Morava apenas com a mãe, e um irmão casado no sobrado acima. Miguel precisava voltar mas da maneira que Renata o pediu para ficar mais um pouco seria seria impossível um homen resistir, mesmo que um barco estivesse afundando.Ela pediu Miguel para que ele pudesse acompanhá-la até a sua casa, iria deixar o carro na garagem porque tinha mêdo de dirigir longe de casa, e assim poderiam conversar mais demoradamente. Ele a seguiu, vira aqui, vira alí, chegaram na casa dela, uma casa bem projetada, de esquina, tanto a fahada lateral quanto a principal, percebia que era uma casa bem cuidada.A casa dela ficava em um dos melhores bairros de Mendonça. Aparentando estar um pouco tensa, entrou no carro de Miguel e foram para um lugar mais tranquilo, conforme ela havia pedido, Renata não queria ficar alí perto de sua casa. Eram aproximadamente quinze horas, para Miguel tudo bem, onde ela quisesse ir ele ia com todo prazer, e que prazer.Foram para um lugar em Mendonça, onde os casais de namorados se encontravam a noite para namorar, mesmo durante o dia ficavam alguns carros parados, era um lugar mais tranquilo e seguro para conversar, havia muitos quiosques que serviam sucos e lanches.Estacionou seu carro sob a sombra de uma árvore enquanto observava Renata, com os olhos cobertos por um par de lentes para sol.Miguel pediu para que ela tirasse os óculos, queria contemplar os seus lindos olhos azuis.Ela o fêz.Falou um pouco de sua vida, conforme o anuncio da agência, ela disse que seria capaz de namorar uma pessoa caso ela gostasse.Miguel explicou a sua situação, estava viúvo, a três meses, tinha dois filhos menores e estava com a vida financeira estabilizada, queria uma pessoa para fazer parte da sua vida.Renata ficou calada por alguns instantes. Disse-lhe que filhos não queria ter. E casar não era o que se passava no momento a curto prazo  a possibilidade disso acontecer. Dizia e olhava fixamente Miguel, até que ele mudou de assunto, e percebeu que aquele papo estava sem interêsse pra ela, parecia que ele estava de papo furado.O que na verdade Miguel queria, o mais rápido possível, era conhecer uma mulher e já levá-la para dentro de casa, estava preocupado na educação das crianças, alguém que pudesse lhe ajudar na loja.Essa estupidez de Miguel não o deixava pensar, que não era bem assim que funciona.Tem o lado psicolígico das crianças. E caso elas não aceitassem que o pai arrumou uma mulher para substituir sua mãe? Para Miguel Patrícia é insubstituível, pois é a mãe de seus filhos. Estava apavorado, cansado, esgotado, não pelo fato de trabalhar, mas preocupava ele de ter que cuidar da casa também e a educacão dos filhos.Virou o corpo de lado e a observava com o braço para trás envolvendo o encosto do banco de onde estava Renata e disse novamente:_É,você realmente linda, Renata. E alta heim? Você é descendente de Italianos ou Alemães?

_Italianos.Respondeu.

_Sempre admirei os olhos azuis de mulheres, os seus são marcantes.

_E os lábios? Você não gosta?

Com aquela pergunta, deixou Miguel confuso. Não queria causar nenhum problema entre os dois, afinal estavam se encontrando devido a publicação na revista da agência de Mulheres, mas tinha que responder a pergunta dela.

_Claro, e os seus, combinam muito bem com você, são carnudos. Disse-lhe Miguel.

Miguel a olhava fixamente, estavam colados, e ela deu-lhe um pequeno sorriso, sem deixar aparecer os dentes.A medida que olhava ela deixou que eles se descolassem como se estivesse dizendo, venha. Ela passava a língua no superior, e mordia o inferior, e Miguel estava enlouquecido com essa situação. Não sabia se poderia ir ou não. A Agência pedia respeito um para com os outros e se ela estivesse usando-o, para prejudicá-lo. Pensava. Pode ser que ela havia mentindo quanto ao anuncio, seus dados poderiam estar errados, e se ela fôsse casada? Podia entregá-lo na agência dizendo que ele havia abusado dela.Caso ele a beijasse ela poderia pensar que era avançado demais, abusado, ia atrapalhar o relacionamento, e até o momento ele não queria perdê-la.Não, uma mulher daquela não se perde à tôa, ele aguentou. Olhava-a, e ela parecia estar bem a vontade, um par de coxas grossas, torneadas de cor clara, com seu semblante sensual os cabelos compridos louro prateado. Que vontade ele tinha de pedir para tocá-las. Com respeito. Os seios pareciam que estavam esprimidos dentro do southiem meia taça, no seu peito haviam as pequenas manchas "sarninhas", como deveria ser bonito mais embaixo. _Você gostou de mim? Perguntou Renata.

_Claro, você parece ser uma pessoa legal.

_E meus lábios? Você gostou? Perguntava a ele, repetindo a mesma pergunta anterior.

_São bonitos Renata, eu já lhe disse.

_Porque você não esperimenta? Olhando bem próximo de Miguel, rosto a rosto.

Não acreditava que estava ouvindo de Renata estas palavras. Fixou-a, sentia que o seu rosto esquentava, sua respiração tornava mais rápida, ele não sabia que resposta dar a ela, e nem sabia o que fazer, apenas fixava seus olhos aos dela, envolvia-a com seu olhar.Palpitava seu coração, estava acontecendo mais rápido do que Miguel pensava. Mas precisava prová-los.

_Quero experimentar, Renata.Como quero. Quero modê-los, quero eles pra mim.Levou a mão esquerda na cintura dela e aproximou devagarinho, fixando quase ao mesmo tempo os olhos e os lábios.Ela mantinha os olhos semi abertos e ele só a tocou com seu lábios quando ela fechou os olhos e pediu:

_Me beije.

Ele a tocou levemente, bem devagar, apenas a parte externa dos lábios carnudos.Ela queria mais, abria-os e Miguel beijou-a como se pudesse mordê-los, apertava-os de tal maneira que ela gemia de prazer, pareciam que não beijavam a tempo.Aproveitou e tocou a sua pele, beijou seu pescoço por debaixo de seus cabelos, beijou sua orelha, beijou seus braços e sentiu sua pele aveludada. Suave e macia, ficou beijando-a, descontando o tempo em que não tinha uma pele daquela para tocar, era nobre. Aproveitou e tentou abraçá-la, não era possível completar o abraço, ela era enorme, e dentro carro ficava mais desconfortável ainda. Pôde tocar em suas pernas, sentir ao máximo aquela carne, como era grande a perna dela, a panturrilha era firme e larga.Que prazer incontrolável, admitia Miguel.Acreditava que ela o aceitou, ela mesmo disse que ele beijava bem, isso veio a dar confiança a ele.Não falava nada para não sentir convencido perante ela.Deixou-a em casa, marcaram para sair no próximo domingo à tarde. Se sentia melhor, a depressão que havia tomado, ou está ainda com ele parecia haver sumido, pelo menos aparentemente, dormia um pouco melhor.Era uma paixão de adolescente, estava amando, apaixonado.Imaginou que ele não era de se jogar fora, era capaz ainda de amar outra mulher, mesmo ela sendo melhor que ele, teve confiança, teve mais controle de sua vida, tinha mais vontade de trabalhar, de viver. Comia as vezes demasiadamente, não queria passar fome como antes.Quando Patrícia o havia abandonado, precisava manter-se em pé, a vida apesar dos trancos e barrnacos, poderia ser vivida, bastasse como levá-la. Várias mensagens ele recebeu até o próximo encontro com Renata, eram mensagens de convite para sair, eram mensagens dizendo que estava com saudades.Começava a imaginar Renata sempre ao seu lado, vivendo com ele, poderia ajudá-lo na loja, dormiriam juntos, fariam amor a noite toda. Sentia que ela parecia gostar muito de sexo, era livre para tomar decisões, e independente.Planejava até casar com ela, é claro que ela precisava se possível parar de fumar, seria pertubador para as crianças a fumaça dentro de casa. Não tinha interêsse em conhecer outra garota da agência enquanto estivesse com Renata, para ele bastava só a Renata.No domingo foi encontrar com ela as dezoito horas, pediu as crianças que ficassem dentro de casa, que no máximo vinte horas estaria de volta.Procurou uma maneira deles se divertirem alugando algumas fitas na locadora de jogos e filmes.

Pegou-a em sua casa e foram para o lugar onde se encontraram a última vez.Estava linda usava um vestido solto que ia até abaixo dos joelhos, de um tecido fino, vermelho com desenhos azul, suas orelhas era ornamentadas com um par de brincos argolados grandes de cor dourada. Ela não queria ir em nenhum outro lugar que tivesse muita gente, já havia curtido muito a noite, e não suportava mais barulho, tumulto, queria conversar em um lugar tranquilo.Era noite, encostou o carro e falaram de suas vidas, das suas aventuras e de suas pretensões.Renata o adiantou, para que tirasse da cabeça a possibilidade dela ir morar com ele, ou casar-se, isso não estava nos planos dela. Eles precisavam era de companhia, eles não queriam é ficar a noite sós.Ela não podia beber,nem mesmo uma cerveja, e Miguel evitava beber em sua frente, mas ela fumava muito. A crise que tinha pensava Miguel, poderia ter sido devido a morte do pai, trouxe-lhe depressão, conforme havia lhe dito. Renata tomava calmantes para dormir, e vivia ansiosamente, tomando remédios para depressão. Tinha medo de algumas coisas como por exemplo dirigir em estradas. Muitas noites saía tarde de casa, às vezes sózinha aproximadamente mil metros até o bar onde encontrava seu pai antes de falecer. Via seu pai jogando truco com os amigos, outra hora bebendo, e outras já embriagado debruçado sôbre a mesa do bar. E muitas vezes ela o levava pra casa, segurando na cintura e outro braço envolvia os ombros, alguns amigos do seu pai ofereciam, mas ela dispensava a ajuda. Miguel ficou comovido com tal situação.Achava que a sociedade estava doente, o mesmo aconteceu com outra garota da agência, queria conhecer uma Nissei, mas por telefone ela comçou a reclamar, dizer que a vida não valia a pena. Percebeu qua a maioria das pessoas vivem em estado de solidão, mesmo morando em uma metrópole.A sociedade esta doente.Pensava.Não esperava ouvir ou sentir que Renata também passava por esse tipo de situação, psicológica.Como é que pode! Uma garota bonita, de classe média,poderia viver tranquilamente, mas vivia com a sua intranquilidade. Ele tentou ajudá-la,pedia para parar de fumar,mostrou-lhe-a os benefícios caso ela pudesse frenquentar uma academia de ginástica, de natação, fazer alguma coisa que ocupasse a sua mente, e não ficar apenas dentro de casa, cuidando da sua casa e mãe. Em cima morava a cunhada que não poderia ajudar devido o fato de não simpatizarem uma com a outra. Sendo para a saúde, pensava Miguel, ela poderia mais ainda moldar aquele corpão, de avião.

O tempo podia corrigir, quem sabe se ela o namorasse seria bom para aliviar a tensão. Miguel a abraçou, sentindo o tato de suas mãos que passavam em volta de seu pescoço e levava a sua boca até a dele. Abraçaram-se dentro daquele carro apertado, ele detestava aquilo, com quanta e quatro anos de idade, sendo que a metade da sua idade teve carro, mas nunca fez amor, ou transou dentro de um carro, devido ao desconforto, e sempre achava que a mulher merecia um bom lugar, uma cama, um lugar confortável, mas também sabia de colegas que havia feito amor pela primeira vez deitada sôbre capim no meio do mato, cada um tem seu fetiche. Beijou ardentemente Renata, podia ela era dele, eles queriam um ao outro.Passou a mão sôbre seu vestido e sentia a massa de seus enormes seios.Estavam no mesmo lugar de sempre, porém, era noite. Levou a mão por debaixo de seu vestido vermelho e tocou as suas coxas, com um pouco de dificuldades beijoul-lhe a panturrilha e as coxas, sentindo a maciez de sua pele.Desabotoou o vestido de baixo para cima, eram vários botões, até chegar onde queria, tirar aquele southien branco, todo de renda, enorme. Beijou os seios por cima do tecido e com a própria boca foi descobrindo-os. Beijou-os todo, sentido o cheiro daquela pele que estava até então pra ele em segredo.Ela estava deixando, sem fazer qualquer gesto repúdio,Renata respirava fundo, com a mão na cabeça de Miguel o forçava a fazer aquilo, a fazer seus caprichos, e ele mais que enlouquecido aceitava e queria sempre mais, ela já era dele a partir daquele momento. Seios enormes, firmes, ele os tinham em suas mãos, eram seus, ela lhe entregou, bastasse agora que a convidasse a fazer amor.Estava semi nua estendida por todo o banco reclinado do voyage.Era enormeo corpo dela cobria quase todo o pequeno banco, ele sôbre ela, ainda sobrava muito em ambos os lados. Ele não imaginava que ela iria entregar a ele tão repentinamente,mas aceitava a decisão de uma mulher adulta, eles precisavam e fazia parte de suas vidas.Não condenava as pessoas por isso, era necessário. As liberdades dela para com ele era tamanha que a convidou para ir em um motel. Recusava-se achando que ainda era cedo, o que ele ia pensar dela, que era uma garota fácil? Disse-a apenas que os dois eram de maiores e o sexo era para os dois, queria naquele instante. Depois de tantos beijos e abraços, foram a um motel perto de onde estavam, parando na garagem. Renata não queria entrar no quarto, dizia a ele que seu vontadde era transar dentro do carro, como sempre fêz. Miguel achava que não dava certo, ela era grande demais e o carro desconfortável. Ela ensinou-o como fazia, como deveria agir, como deveria proceder.As pernas, coxas dela eram muito grossas e Miguel custava a "caber" entre as duas pernas.Não tinha nem mesmo como ela esticar as pernas.Para satisfazê-la ele aceitou, com a proposta de depois entrar para o quarto. O carro estacionado na garagem do quarto do motel, com o toldo puxado na vertical puderam ficar mais a vontade dentro do quarto.Miguel envolveu o seu braço no pescoço de Renata, aproximou bem perto de seu rosto e pediu para que ela abrisse os olhos, queria ver o brilho deles ofuscando os seus. Ela quase não conseguia abrí-los de tanto prazer que sentia, estava com o rosto molhado de suor, e seu rosto parecia desfalecido. Ela oferecia sempre seus lábios para que pudesse ser beijados por Miguel.Bastante excitada, parecia não fazer há muito tempo, pedia para que ele a violentasse, passavas as duas pernas sobre o seu quadril forçando-o de tal maneira que em poucos segundos ele acabou.Após, perguntou a Renata se queria comer ou beber alguma coisa,não aceitou, ela queria apenas ele e o cigarro. Miguel gostava dela ssim mesmo deu-lhe-a mais amor, mas a preocupação que tinha para voltar fêz com que ela ficasse pouco tempo no motel. Renata tinha seus problemas e Miguel não se importava, gostava dela assim mesmo, não escondia sentimentos o que tinha que falar, falava na cara, era sincera. Era decisiva.Havia falado a Miguel que tinha medo, trauma de quarto de motel. Uma vez, com vinte anos, no ponto de ônibus, passava muitos carros, e um destes carros começou a dar volta no quarteirão para chamr a atenção dela.Até que um dia ela conheceu um vendedor, um viajante, apaixonou algum tempo com ele e entregou a ele num quarto de motel.Sofreu muito, o desgraçado havia bebido, e por alguns motivos eles discutiram, a ponto do safado bater nela, jogá-la sobre a cama e dar tapa na cara.Ficou frustrada.

A paixão que Miguel sentia por Renata era como ele mesmo queria.Saíram várias vezes, ela gostava muito dele, dizia que Miguel era diferente dos homens aos quais já saiu.Sabia tocar uma mulher, com carinho e sem pressa e uma coisa que ele sabia, o amor não é apenas antes e durante, mas deve continuar com carinho depois do relacionamento, ela achava-o carinhoso. Renata gostava disso.Ela não era mulher para casar, de tomar conta de uma casa, de molhar a barriga no tanque e secar no fogão.Tinha-a, mas sabia caso viesse a sentir ciímes por ela, haveria complicação.Não era mulher de apaixonar-se.Percebeu com o tempo, nos momentos se solidão sempretinha alguém para fazer companhia, todos a queriam, ela não media esforços pra isso,eles "corriam atrás dela, bastasse esperar um telefonema.Mesmo assim Miguel gostaria de de tê-la sempre, gostaria que tivesse um pouco mais dinheiro para gastar com ela, tratar de sí , pagar uma clínica, um médico particular que pudesse tratar dela a curto prazo. Propôs em pagar-lhe uma academia, mas não se interessou.Estranhou porque ela não saía com ele à noite, nas boates, nos clubes, sempre dava uma desculpa, que ele não podia gastar. Miguel desconfiava, que poderia ser vergonha, pelo fato dele ser mais baixo que ela, mas depois percebeu que ela gostava muito da noite, mas não era em todo lugar que sentia melhor com Miguel.Queria que ela fizesse como Patrícia, subisse sobre ele,mas ela a Renata não fazia como Patrícia, subia em cima, Renata não se mexia muito, não se viravsa muito na cama devido ao seu peso, e tamanho,mas a preocupação que tinha rem voltar pra casa para ficar em companhia das crianças Miguel sabia que Renata tinha seus problemas mas ele não se importava gostava dela assim como ela era não escondia os sentimentos, o que tinha que falar com ela falava na cara. Era decisiva, e para ele só queria aquela mulher incrivel com aquele corpo exuberante.


CAPÍTULO X                   Agência de Mulher

A paixão que sentia por ela ia ser como ele queria.Saíam várias vezes, ele percebeia que ela gostava dele, dizia a Miguel que ele era diferente dos outros homens que na qual já havia saído.Sabia tocar uma mulher com carinho e sem pressa, e uma coisa que ele sabia fazer, o amor não é apenas antes e durante, ele deve continuar com um tipo de carinho depois, ela achava-o carinhoso.Renata gostava disso.Ela não era mulher de casar, de tomar conta de uma casa, de molhar a barriga no tanque e secar no fogão.Tinha-a mas sabia qye se sentisse ciúmes por ela as coisas iam complicar, não era mulher de apaixonar-se.Mesmo assim Miguel gostaria de tê-la sempre, se pudesse, se tivesse um pouco mais de dinheiro gastaria com ela, tratar de sí, pagar uma clínica, um médico particular que pudesse cuidar dela a curto prazo.Propôs em pagar uma academia para ela, mas não se interessou.Estranhou porque ela não saía com ele a noite nas boates, ou seja, junto ao público.Ela sempre dava uma desculpa, de que não podia gastar.Miguel desconfiava de que poderia ser vergonha, pelo fato dele ser mais baixo que ela em altura, mas depois percebeu que ela gostava muito da noite, mas não era em todo lugar que se sentisse bem.A euforia em que Miguel vivia com Renata, ele jamais aceitaria uma mulher com o gênio, com a liberdade de vida de Renata para morar com ele.Ela não é a mulher ideal pra ele. Ciúmento, pocessivo e desconfiado, nunca largaria Renata só, uma mulher que sempre chama a atenção por onde passa.Na rotineira vida de Miguel sempre esperava um telefonema de Renata, e uma vez o assustou dizendo para que ele não a procurasse mais.Ficou desorientado, saíram várias vezes, conversavam bastante como poderia fazer aquilo? Pediu para que ele não a procurasse mais, pediu para não aborrecê-la. Miguel não gostava de "pegar no pé", ficar indo ou ligando para as pessoas, não queria ser intolerante, era sistemático em se tratando desse assunto.Sem mais nem menos ela não queria mais vê-lo.A preocupação havia lhe voltado, a tensão, angústia de ter perdido uma mulher daquela, que lhe havia dado atenção, carinho, no momento em que mais precisou, quando sentia solidão.Teve que esquecê-la e não ligar ou procurá-la para não causar nenhuma confusão.Mas também não explicou a Miguel qual seria o motivo da separação.Mas ele começou a entender como são algumas mulheres, e como a estótia de Renata com o pai foi triste, ele achou melhor não aborrecê-la.

Ligou para outra moça da agência, era solteira e trinta e um anos de idade, madura, independente, e morava só em seu apartamento no centro de Mendonça. Era um pouco menor que Renata, decidida, mas tinha um nível intelectual maior que o de Miguel, mas mesmo assim ele se sentia confiante, pois seu papo batia com o dela. Enquanto saboreavam um chopp e comiam uma pizza, conversavam sobre a possibilidade de ambos encontrar um parceiro através da agência.Queria fazer com ela o mesmo que  fêz com Renata, tinha uma boa aparência e seu vestido curto mostrava suas grossas coxas morenas.Levou-a até o lugar onde se encontrava com Renata, mas era impossível tocá-la, seu comportamento era outro.Aconselhou a Miguel a ter cuidado na decisão que estava querendo tomar, poderia ser perigoso.Era uma fase difícil, pois havia apenas quatro meses que havia ficado viúvo, e, era normal sentir solidão, mas isso não era motivo de querer levar qualquer mulher para dentro de casa, ele tinha filhos, não poderia apenas satisfazer seu desejo, seu ego. Após estas palavras de Tânia houve um longo silêncio entre os dois. Miguel percebia que Tânia não ia ceder. Ela apenas tentava ajudá-lo dizendo que a pessoa que ele procurava um dia ia pintar. Mas ele não se importava com aquelas palavras.Queria  ir mais longe, "atacá-la", queria que ambos pudessem se tocar com carinhos. Não queria que ela fosse embora antes de beijá-la, abraçá-la mas ela evitava-o. Miguel a deixou em frente ao prédio ao qual ela morava despedindo-se com carinho e gratidão.Perdendo um pessoa que ele gosta pra ele é um terremoto, seu descontrole emocional vem a flor da pele, ele não conseguia disfarçar.Saía às sextas-feira para comer um lanche com as crianças, para tirá-las um pouco de dentro de casa, elas mereciam,pensava ele. Eram estudiosas, educadas, e Miguel fazia o máximo para não aborrecê-las, pois bastava a falta da mãe.Na próxima sexta-feira, recebeu um telefonema de Renata, pedindo-lhe desculpas pelo que havia dito a ele, e convidou-o para sair. Só aceitaria o convite dela se fosse com eles comer lanche, aceitou.As crianças ficaram um tanto surpresa, mas Miguel fazia conta de mostrá-la a eles, um decisão que ele não deveria ter feito. Mas queria que as crianças pudessem orgulhar de seu pai a moça que pretendia namorar.

Miguel não queria mais, após ouvir Tânia, de assumir um compromisso com uma mulher, principalmente repentinamente, poderia ser desastroso.Deixaria que o tempo cuidasse disso. Mas quando? Pensava ele. Só saía com Renata quando ela o convidava, não queria ficar pegando no pé dela, ser intransigente. Mas queria sempre, e como não era possível entrou em contato com outra garota da agência, de nome Cristina.Morena, quarenta e dois anos, era de outra religião, econômica e bastante exigente, não adepta ao alcool, dizia ser conservada, apesar de sua idade. Ele queria ter uma experiência com uma mulher acima de sua idade, para saber que tipo de pensamentos elas tinham.Saíram após marcar um encontro na lanchonete, mas de cara ela já dispensou até mesmo um suco de laranja, era exigente na maneira de falar, observava Miguel.Parece que ela o havia achado simpático.Era secretária, vestia-se bem, solteira, sem filhos, independente, e não pretendia ter filhos enquanto vivesse, apesar de gostar de crianças, seria difícil prepará-las para viver num mundo desses, drogas, criminalidades, e outras coisas que pudessem atrapalhar na educação dos filhos.As palavras, as colocações verbais dela impressionaram-no, suas idéias, suas atitudes, seu pensamento e o planejamento do seu futuro. Era mais velha que Renata, porém não muito bonita, esbanjava simpatia. Era diferente de Renata, que não aproveitou seu tempo, não estudava, não dedicou a nenhuma atividade intelectual, não fêz nenhum curso para aprimoramento de seus conhecimentos. Cristina sim, fêz o colegial, fazia um curso de inglês, tinha cursos de informática, sabia algumas linguagens de computador e dedicava bastante a leituras e a escrita.Tinha até mesmo publicado poesias de sua autoria. Sua diferença impressionava Miguel, pela garra que existia dentro daquela pessoa.Perguntou-lhe porque ela dedicava muitos anos em cursinhos, e porque não partiu direto para uma faculdade?Mas ela achava que no país havia bastante pessoas com o diploma na mão, que estavam amarelando dentro de uma gaveta qualquer de sua casa.E tinha pessoas sem estudo melhor que aquelas que fizeram faculdades e o salário para quem estudou não era muito significante.Era capaz de assumir um lar com uma pessoa como Miguel, mesmo tendo filhos, não se importaria, só queria que fosse reconhecida pelo companheiro, que a amasse, desse-lhe atenção, desse-lhe amor e a considerasse como ser humano. Para Miguel uma pessoa daquela era importante, culturalmente transmitiria a seus filhos aquilo que ele achava que não tinha tempo, diálogo, educação, atenção. Seria difícil eles aceitarem-na, ele pensava, mas o tempo os moldaria.

Conversaram por mais de três horas, Miguel sentia em Cristina uma segurança, na qual ele precisava, era econômica e ideal para tocar sua loja.Êle até daria pra ela a sua micro-emprêsa em troca da atenção de seus filhos, caso desse certo.Bastava ele ir na casa dela pegar as malas e levá-la para morar com ele.Mas ambos sabiam, todo ser humano sabe disso, se não haver um pouquinho de interesse, de paixão, de atenção é difícil a convivência.Mesmo assim ela aceitaria, o importante era sair de dentro da sua casa onde pais e irmãos sempre desconsiderava-a, pelo fato de ter saído a trabalho para o norte do Brasil, e ter voltado após dois anos.Isso não havia por parte de Miguel, atração ele não sentia por Cristina.Êle sabia que a maioria dos casamentos oficiais são mais por interêsses financeiros, ou para manter laços familiares.Poderia até dar certo com Cristina em uma parte, mas em outra seria difícil manter um relacionamento a dois debaixo do mesmo teto.Os dois sentiam que alguma coisa poderia dar certo entre eles, mas faltava o mais importante, um pouquinho mais de interêsse por parte dele.Tinha vários irmãos mas mantinham uma relação pouco afetiva não eram de ficar em bastante contato.Miguel achava que isso era bom, evitaria futuros aborrecimentos futuros transtornos entre família.Mas que resultado daria, tirando uma pessoa do seu emprego e levando-a para dentro de sua casa? Haveria adaptação?Será que essa pessoa não iria aborrecer-se futuramente e culpá-lo?Achava melhor não.Ela estava bem no emprego, se tivesse desempregada arriscaria.Pagou a a conta e saíram.Cristina disse que morav em um bairro distante, e pediu para que Migue:_Se você puder, deixe-me no ponto de ônibus que iria embora sozinha.

_Mas é tarde Cristina, já passama das vinte e tres horas, você costuma pegar ônibus assim tão tarde da noite?Perguntou Miguel.

_Obrigada por se preocupar comigo, você é muito legal sabia, mas eu costumo sim?Respondeu ela.

Miguel percebeu que iria ficar sozinha no ponto de ônibus, ia esperar que se aproximasse alguém para fazer-lhe companhia. Ia dar um beijo no rosto de Cristina como despedida, mas ela virou de frente e o beijou na boca.Um beijo demorado, tornaram a repetí-lo.Percebeu que ela olhava-o fixamente e segurava a sua mão.

_Acho que aqui não é um bom lugar para ficarmos, vamos sair daqui? Perguntou Miguel.

_Sim, mas para onde vamos?

_Vamos andando, pelo caminho decidiremos. Respondeu Miguel.

Deu partida no carro e saíram daquele local. Achou aquele local inseguro para ficarem alí e levou-a no lugar onde os namorados se encontram à noite de carro, onde havia levado Renata.Disse a ela não se preocupar em voltar para casa porque ele a levaria.Abraçaram-se e beijaram-se dentro do carro, Miguel já não se preocupava com muito aperto, como dizia Renata, dava para ficar mais juntinhos.Acariciou Cristina e passou as mãos pelos seus pequenos seios, tinha um corpo realmente conservado, de garota de pouco mais de vinte anos. Estava com meias de seda e uma saia preta até os joelhos, teve a liberdade de levantá-la.Observou que estando com pouco mais de quarenta anos era uma mulher conservada, havia tido poucas relações com homens. Ela mesma o havia dito.O desprezo que teve com um namorado a impediu de aventurar-se e dedicou à sua igreja, a afazeres culturais e intelectuais.Mas naquele momento dizia a Miguel que precisava de um pouco de carinho, queria que êle a realizasse mais uma vez.Era diferente das mulheres que havia saído, e tinha tido poucas relações.Disse a êle que a tocava com satisfação, que gostou da maneira como a tratou, com carinho e dando-a muito êxtase.Levou-a até sua casa, Cristina pediu para que ele não a esquecesse dela.Renata parecia que ostava de agitar.Ligava para e Miquel pergurntava-lhe se estava namorando, porque havia sumido.Era curiosa,quando conhecia uma mulher ele ficava interrogando como saber como ela foi, eticamente ele não comentava, pois se tretava de pessoas com a caraccterísticas de Renata,morais. Saiu saiu várias vezes com Cristina,mantinha amizade com Renata.Nunca abandornaria, ela sempre ligava para contar o tipo de mediicamento que tomava al qual o médico lhe receitava, ligava para saber que o médico que trocou os medicamentos, ligava para saber que não estava se passando bem, ligava para lhe dizer que estava sozinha e precisava falar com álguem, ligava para dizer que o queria.Queria ter Renata somente para ele,mas um dia, conversando com a mãe dela, enquanto ela não estava em casa, ela mesmo disse, desista Miguel. Minha filha tem problemas emocionais, ela não tem condições de cuidar de uma casa, nem mesmo de criamças ela toma remédios diáriamente meu filho.Mas ele não desistia, apenas não gostava quando ela se assustava, quando transasava era para deixá-lo assustado, gritava, gemia de maneira escandalosa.Tinha esperança de um dia ela melhorar, e trazê-la para sí.Uma garota como ela,pesansava, acreditava, Miguel, precisava de atenção, carinho,muito papo, antes de não por a sua ignorância, não amenizava o seu sentimento, queria dar a Renata que ela o dava em troca muito sexo e prazer.Sua ignorância não percebia exatamente o problema de Patrícia e sua arrogância não amenizava o seu sofrimento, queria dar a Renata que ela lhe dava em troca muito sexo e prazer.Pensava ele, se um dia sua mãe falecer ficaria sozinha, mais triste e abanonada, apenas com seus animais de estimação, dois cães da raça Rotwarer.Saía uma vez com Cristima. e, outra vez com Renata, mas de pudesse levaria as duas para casa.Renata sendo o que era, nunca deixou a de ele encontrá-la em casa, todas as vezes que ligava em diferentes horários sempre atendia ao telefone, e é atravé dele que precebeu que ela desabafava as suas angústias,mágoas, depressão.Disse a ela uma vez que se tivesse conhecido antes teria-a para sempre.Namorando com um empresários, e que por resposta de Miguel chegou a dizer que usou até quando pode, e hoje a deixou-a abandonada, sem mesmo lhe dar um auxílio ou uma atenção maioir.Ele não gostava quando ela tocava no nome do ex-namorado em senhor do dobro da idade dela.Acreditava se ela fosse tão inocente poderia estar melhor.Achava que ele se entregou muito, para satisfazer as suas fantasias.Se fosse ele dizia no mínimo lhe um apoio para que pudesse compensar esse tempo em que a usou.Esse namorado causou-lhe muitos traumas.Sempre que levava Renata para o seu apartamento ele abusava dela,maltratava-a.Era por isso que Miguel percebeu que muitas vezes ela não queria entrar em um quarto de Motel, ela tinha trauma de ambientes fechados com um homem, de tanto apanhar dêsse safado, velho, canalha, de seu namorado. Como Miguel foi sentindo um pouco de vergonha, Renata nunca queria sair pra jantar em sua companhia, sentiu a necessidade de dar-lhe vez em quando um presente em troca do que ela fazia por ele, mais por consideração e carinho.Infelizmente de quem ele gostava sempre tinha um tipo de problema,mas não tinha medo de encará-los, como disse Renata uma vez, se ele não tinha medo de sair com ela e vir a sofre uma crise.Ele pediu a ela apenas que avisasse a sua mãe quando estava em sua companhia, e o convêncio médico que ela sempre carregava, tornava-se fácil, bastava socorrê-la no primeiro hospital que encontrasse, caso viesse a sofrer uma crise.Ele levava uma vida da melhor maneira possível, acreditava, como Patrícia lhe falava:_"Estamos aqui nêsse mundo de passagem, pois temos muito que aprender".

No entanto, quando Miguel enfrentava alguma dificuldade sempre lembrava dessas palavras, sempre procurou fazer o melhor sem danos, mas o que viesse de ruim era devido ao destino que tinha que passar aqui na terra.Com a queda das vendas, e as dívidas crescendo, rezava e pedia a Deus que o ajudasse a sair daquela situação, que não fôsse necessário vender o caminhão, era o seu ganha-pão. Era a principal ferramenta que tinha para o trabalho no depósito de materiais de construção.Caso não o usasse no depósito o usaria para fazer mudanças ou alguns fretes, e isso o ajudaria nas despesas de casa.Não adiantou, por mais que rezasse teve que vender o caminhão, uma das melhores ferramentas que tinha em sua loja.Tinha paixão pela sua F-4000, mas foi necessário vender "sobre pressao". Miguel devia dois metros de areia grossa para um senhor, fornecedor, que era, ou se é, ainda de outra religião, os que realmente andam com a Bíblia debaixo dos braços.Os dois metros de areia custavam aproximadamente duzentos reais com o frete, e o seu caminhão mais ou menos sete mil reais. O fornecedor não perdoou Miguel para que pudesse dar mais uns trinta  dias para que pudesse pagar, mas esse senhor não queria saber, só queria saber da dívida que Miguel o devia.Bastava apenas vinte dias para Miguel fazer o pagamento, mas o o fila da puta dêsse crente, fêz com que Miguel lhe vendesse o caminhão e descontasse na dívida.Entregou o caminhão aquele almadiçoado cara de pau e ele voltou o restante para Miguel.Por isso acho, que muitas igrejas têem em seus oradores pessoas falsas, uns canibais.Miguel chorou a noite toda  por não ser confiável a Deus, deu volta ao passado e analisou que desde criança sempre rezou.Com seus oito anos Miguel sempre pedia a seu anjo da guarda que o ajudasse.Será que toda criança fêz ou faz isso hoje em dia?Indagava.Sempre rezou, e achava que naquele momento poderia ter a proteção divina, pois se achava que estava sózinho. A oração que rezava era para o seu anjo da guarda e rezava toda à noite:_Santo anjo do Senhor,

Verdadeiro meu zelozo e guardardor,

Se a tí me confiar,

Tende Piedade de mim,

Sempre me rege,

me guarde,

me governa,

me ilumina.

Amém.

Sempre rezou, sempre que podia ia a missa, confiava em Deus e pedia a sua proteção.Mas quando não era atendido, sabia, que Deus sabe o que faz, e o que aconteceu foi pelas suas mãos, pela suas vontades.Não queria mais sofrer, tinha dois filhos graças a Ele e a Patrícia, no qual ele sempre os abençoaram, tinha uma mulher que tinha muito orgulho por eles e sentimentos de carinho, tinha sua micro empresa, que ia de vento em popa, mas que era o suficiente para tirar dela o sustento de seus filhos.O único sofrimento que tinha era a saudade angustiante de Patrícia, era o seu afeto, a sua presença, queria e não esquecia os momentos de prazer que ela lhe trouxe.E quando ele estava na pior situação emocional, tentava ser forte para enfrentá-la.Procurava ser pai, ser amigo das crianças, procurava tentar dormir mais cêdo.Mas quando estava só, e com as crianças na casa da vó, a casa vazia, apenas com Dolly e Thander, a solidão tocava-lhe o coração, e pensava na Arte de Calar e Não Ver de Huberto Holden:

_"Não te esqueças, amigo ignoto, de que todo homem, mesmo o mais positivo e dinâmico, é essencialmente fraco, indigente, necessitado de socorro.

Todo homem tem as suas horas de solidão interior, horas de trevas e desânimo, horas de desorientação e negro pessimismo.

É preciso que saibas adivinhar, nos olhos e na alma do próximo, essas horas noturnas...

Deves saber quando convém visitá-lo - e quando convém deixá-lo a sós...

Quando falar com ele - e quando calar com ele...

Quando o animar - e quando o tolerar, porque até os santos devem ser tolerados...

É preciso que saibas ver a seu tempo - e não ver a seu tempo...

É preciso que, saibas silenciar em face das suas derrotas íntimas - e fechar os olhos ante as suas fraquezas...

Quem será de seu imão perfeição absoluta cairá de decepção em decepção-e está sempre disposto a lhe tirar do olho o argueiro.

Há na vida de todo mortal momentos trágicos em que se apagam todos os faróis da praia, em que se eclipsam todas as estrelas do firmamento, em que vacilam todas as colunas sob a veemência do terremoto...

Há na vida humana transes de suprema angústia em que o pobre mártir do próprio ego tem de disfarçar com a serenidade dum sorriso convencional o cadente vulcão da sua tragédia interior...

Nem sempre a sociedade permite ao homem ser o que ele é...

Feliz de quem encontra uma alma compreensiva no meio da incompreenssão!

Feliz de quem sabe ignorar, na discreta reticência dum grande amor, aquilo que desune os homens e acende nas almas infernos de infelicidade!

Muitos são os homens que enxergam com admiravel precisão-poucos os que sabem ser cegos quando convém...

Eterno silêncio envolve os cumes excelsos das grandes montanhas - e as infimas profundezas do mar...

Mudos são os mais humanos e os mais divinos momentos da nossa vida - os abismos da dor e as alturas do amor.

Nas mais altas alturas e nas mais profundas profundezas do ser -o homem esta só...

E a sós consigo e com Deus tem de resolver os mais trágicos problemas da vida...

Ninguém o pode acompanhar nessa grande solidão...

Nem filho...

Nem esposo nem esposa...

Nem irmão nem amigo...

Ele só com Deus..."

Miguel tinha vontade de morrer, mas isso era besteira, não valia a pena, teria que viver novamente em outro lugar, espiritualmente.E o pior. Como seria a vida dos seus filhos? Morando com Tios, Avós? sendo decepcionados, humilhados? Isso que deu-lhe força para não bater de frente com a sua moto numa carreta, oportunidades é o que não lhe faltaram.Pelo menos aqui na terra estava sofrendo "vivendo" ao vivo, podia tocar nas matérias, podia sentí-las, lá não, seria mais sério as consequências.Estava só, queria ser forte, mas a solidão enfraquece.Estava longe de Cristina Renata e Patrícia.Não tinha coragem de ver as fotos de Patrícia e seus pertences, mas gostaria muito de falar com ela, ou escrever uma carta, caso ela pudesse ler, queria que ela soubesse tudo o que ele sente, tudo o que se passa aqui, na terra, queria desabafar,mas, isso ele faria adiante.Ele procurou uma procurar uma mulher que pudesse lhe trazer companhia difinitiva, visitava feiras,passava no meio de multidões, ia em bailes, principalmente em forrós uma tradição nordertina, em que muitas casa de shous apresentam em vários lugares do país.Lá, poderia enmcontrar uma morena de cabelos longos, negros, uma mulher que pudesse compartilhar com ele a sua vida, que pudesse endendê-lo, a a judar tomar conta de seu pequeno negócio e de seus filhos.Acordava animado muitas vezes, e a medida que a noite ia chegando para ele era um pesadelo, teria que enfrentar a sua solidão, a noite, teria que dormir só, sem uma companhia.Ao deitar na cama era como um tédio, até que o sono vinha, mas não deixava de matutar em seu cérebro como poderia fazer para encontrar uma companheira como Patrícia?Comprava rotinariamente um jornal para ler os anuncios dos classificados e ver se lá estivesse saído o seu anúncio na coluna de recados. Essa coluna era de pessoas que gostariam de se relacionar com outras pessoas, aprocura de um parceiro, namorada, encontro sério, ou mesmo uma mensagem de amor.Nesse dia ao ver o seu anúncio, no qual procurava uma namorada ou companheira, que fosse morena, com no mínimo um metro e setenta de altura, cabelos pretos, longos, e que tivesse conhecimentos na área de contas a receber e apagar, para ajudar um viúvo de quarenta anos a administrar uma micro-empresa.Havia saído, mas logo acima de seu anúncioi no jornal, leu, que uma senhora procurava um homem para namoro e futuro compromisso sério.Não importou muito.Mas o que lhe chamou a atenção é que ela colocava o seu amor e a sua casa como herança, àquilo não impressionou-o, mas mesmo assim anotou o telefone para contato na sua agenda,sabia que pelo ddd, àquele número não era da região de Pavina.Não deu importância, já estava cansado de andar às noites para encontrar com as mulheres da agência, gastar gasolina, com despesas em bares e dar em nada. Ele precisava desabafar, falar,conversar. Mas com quem? Com as crianças? Ela o entenderiam? Mas Graças a Deus Miguel sabia, que de um jeito ou de outro estavam criandos-os, e eles sabiam disso. Miguel procurava ser amigo deles.  E queria que eles estivessem sempre juntos com Miguel,pois a pior coisa que tem é ser humilhado, morar na casa de parentes ou alguma pensão com quarto dividido, estar dormindo e os amigos chegarem com porre e ter de acordar e você não poder fazer nada. Talvez na pensão não seja tanto, mas na casa de familiares é ainda pior, Miguel já passou por duas situações em sua vida, e isso o deixou muito humilhado. Perdia muitas vezes o sono, às vezes às três horas da manhã,  levantava e ficava andando pela casa, ia nos quartos via seus filhos com um sono tranquilo e maravilhoso, punha-se a chorar, de saber o que eles pensavam de seu pai. Queria saber na mente deles o que eles pensavam do pai.Meus Deus, eu sou bom para meus filhos? estou fazendo a coisa certar? Perguntava assim mesmo. Mas Graças a Deus, e ele o agradecerá sempre, que Miguel sempre procurava satisfazê-los, fazer de alguma forma a vontade deles. Ficou sócio em um clube há cem kilômetros de Pavina para divertí-los, o que eles tinham vontade de comer eles comiam, nada faltava dentro de casa. Os cheques sem fundo, assim que pudesse ele pagaria, queria ver seus filhos moços, pedia as Instituições Financeiras que ele devia que tivessem paciência com ele, que se Deus quizer um dia ele quitará as dívidas. Porque ele tinha o que receber do investimento que fêz em um Grupo de Peculio e Renda, na Aposentec, depois Asprevi, depois Previnac, depois Pan-americano, mesmo com conhecimento dos órgãos fiscalizadores do governo federal, depois de um investimento de dez anos, mais dez anos sem receber, tiveram a cara de pau de pagar a Miguel a importâqncia de R$600,00. Eles não tiinham os documentos que Miguel tinham. Tinha todos, inclusive os comprovantes do que pagou, a e "desculpa" do Grupo Peculio e Renda, é que houve uma inundação no vale do Anhangabaú em São Paulo, e os documentos se perderam...Miguel tem a cópia do Boletim de Ocorrência, havia ido a dois advogados para tentar "correr" atrás do que era seu direito, mas nenhuma tinha "força", para enfrentar o grupo.Pediu um contador para refazer os cálculos, e, em 2008 Miguel teria aproximadamente R$70.000,00(Setenta Mil Reais para receber), após um contador com registro CRC ter feito os cálculos com juros e correções. É coisa morta! Não só a Miguel, mas muitos Brasileiros foram enganados com esta falsa proposta, de depois de dez anos pagos, ou cento e vinte meses receberiam como peculio e renda um salário mínimo vigente.Miguel tem as provas de tudo que pagou, e o Grupo Peculio e Renda não tem. A empresa do governo responsável por estes títulos de capitalização, ainda dão o direito de outras empresa funcionarem, ela tem conhecimento do caso de Miguel, mas a única respostas que deram a ele era para procurar a justiça.Achava que para ele não haveria justiça, era um pobretão.No entanto Miguel pensava, o seguinte:Está devendo, mas há alguém também que o deve!

Sentado ao sofá, enquanto o sol não brilhava, pensava de alguma maneira em falar com Patrícia. Pois desde que ela faleceu ele ainda não havia sonhado com ela após um anos. E queria tanto, nem mesmo em ocupar seu tempo e escrever-lhe uma carta, caso ela pudesse ler, queria que ela soubesse tudo o que ele sente, tudo o que se passa aqui, queria desabafar, pois estava sufocado, sentindo-se sem ar, culpado, desacreditado de tudo. Resolveu escrever naquela quinta - feira às quatro horas da manhã. As imprudências que esta acontecendo no mundo, no Brasil, parecia que um dos sêlos do apocalípse começara a acontecer.Não sabia o que dizer na carta, mas a escreveu:

"Parícia,meu amor,

Sei que estou lhe pertubando, você passou por um sono profundo, mas sei como você havia me orientado esta bem espiritualmente, você fêz áquilo que Deus lhe havia planejado aqui na terra, fêz a sua tarefa.

Deu-me dois filhos maravilhosos abençoados por Êle.Talvez ele não tenha gostado da maneira com que você se foi, dizem aqui que êle não gosta de pessoas que vão ao encontro dêle antes da hora, como você foi.

Mas não tem importância acho que você já tem demonstrado aí o porquê, há muitos que vão de uma maneira mais horrível, mais sangrenta, mais angustiante, talvez fôsse melhor assim,isso e você sabe muito bem.

Não queria que isso tivesse acontecido, você sabe muito bem, me pegou de surprêsa, e eu detestava isso.

Estou fazendo o possívelpara cuidar das crianças como você sempre cuidou, não está sendo fácil, antes nós preocupavamos de Henrique ficar só em casa enquanto trabalhávamos, mas hoje está pior é apenas eu e eles, mas tenho certeza que Deus é a melhor companhia para eles.

Não falo com eles sôbre você,isso você sabe,para não chocá-los, para que não sofram nós todos, para que não lembrem.Pode ter certeza que estamos sentindo silenciosamente muito a sua falta, o Plínio está diferente, esta como deveria ter sido quando você estava entre nós.Tenho certeza que hoje ele se arrepende de não ter ajudado a lhe dar valor, são coisas de adolescentes, foi falta de minha maturidade, não conhecer atitudes de adolescentes. Mas hoje esta bem. Esta confiante, corajoso, ou seja o seu contraste é firmeTrabalha, arruma a casa e não reclama.

Trabalha, arruma a casa, faz o almoço para o Henrique e não reclama,Tava só sinto que parece que ele não tem muito sentimento, é de personalidade dura, mas não se preocupe, ele gostava e continua a gostar de você.Às vezes fui grosseiro com ele, dizendo que ele deveria colaborar conosco, mas isso era coisa de adolescente e que eu não conseguia entender.Lembra quando ele levantava "emburrado"? Procurava sempre me aborrecer, e como você se preocupava sobrava um pouco de minha raiva.

Mas adolescente era assim mesmo, ficava até  tarde da noite jogando vídeo-game e na hora de levantar cêdo para ir à escola amanhecia cansadão.Mas não conseguia entender que criança é a ssim mesmo.Mas não reconhecia que ele nunca repetiu de ano na escola!

Farei a minha parte, se Deus quer que eu passo por isso passarei.Pensei em estar aí ao seu lado,mas lembra quando você lia os livros espíritas de Alan Kardec e sempre comentava comigo como seria pós vida?

Sei que esta sempre ao meu lado, sei que esta vendo tudo o que eu faço, não dá pra esconder tudo, você é mais poderosa que eu.Desculpe se eu tenha tomado algumas atitudes que você não tenha gostado,mas sou seu humano, vivo em carne pensamentos e tenho, procuro, evito manter a necessidade dela.

Os clientes sentem a sua falta na loja, alguns choraram, outros sentem pena, e eu principalmente, você sabia lidar melhor do que eu na administração da loja, sabia lidar com as vendas com as compras, com o dinheiro da loja.É uma fase difícil,mas não esta acontecendo só comigo, é com o país todo.É a política Neo-Liberal que um safado de um governo Implantou, e que trouxe desilusões nos lares, o desemprego, o incentivo à prostituição, ao consumo da inflação, dívida externa junto ao FMI, as desiguldades sociais.Veja lá no estado em que você nasceu, RN, aqui se diz ser um país celeiro do mundo, mas também tem gente passando fome e sêde.Um governo que esta vendendo a nossa terra aos estrangeiros, não acredito mas quando estudava a nossa tera um professor meu dizia que trinta por cento do nosso país, das nossas riquezas, das nossas terras já não nos pertenciam.

É aí que me revolto "por pouca coisa" como você sempre dizia, mas diria a covê que era a favor do militarismo, apesar de ser uma política "dura" mas disciplinava o povo, defendia a nossa terra, os militares amava a sua terra, mas o seu povo não, acha que militarismo é tortura.O militarismo amam seu povo, se preocupam com o bem estar dele, protegem e reservam as suas riquezas, quer sejam naturais ou intelectuais.Parece-me, que naquele regime não havia tanta corrupção como agora,não havia devastação na nossa tão querida amazônia, não roubavam o órgão que deveriam apoiar e valorizar o aposentado? o INSS, eu digo-lhe meu amor, não me preocupo a mínima em recolher estas taxas para que eu tenha que me aposentar amanhã, se fôsse em outro pais talvez sim, lá eles consideram valorizam, e apoiam o aposentado, aqui como disse o Sr. Ex Presidente da República FHC chamou, os aposentados, de Vagabundos,mas ele se esquece que mesmo fora da presidência, ainda recebe um salário acima de R$18.000,00).Só pelo fato de ser ex-presidente.É o único Presidente do Mundo que chamou  àquele que ajudou a construir um país de VAGABUNDO.Mas a maioria do povo não sabe né!

Sancionaram uma lei aqui, de preservação ambiental, é proibido caçar, matar animais silvestre, mantê-los em cativeiros, mas não é proibido destruir o seu habitat, o desmatamento continua e muitos tapam os olhos para não ver, envolve muito dinheiro nisso.Liberam algumas áreas dentro da amazônia que podem ser desmatadas e as que ficarem serão área de preservação ambiental, IBAMA, e, FUNAI, ainda existem.Quantos jovens desesperados não conseguem trabalhar, fico com pena, porque eu na idade deles, sempre queria ter o meu dinheiro, sempre quis ter a minha roupa de grife, sair com os amigos viajar, como não há possibilidade, sempre há álguem que lhes oferece alguma coisa nojenta, destrutiva.?

Lembra-se do Juiz que me processou? Pois é, sempre lhe disse meu amor, se ele tivesse conhecimento de engenharia, não me teria me condenado, mas acho que foi devido a discriminação, somos católicos e éramos novatos em Pavina, e ele era daqueles que andam com a Bíblia debaixo do braço.Hoje, fica-se sabendo, através de algumas pessoas, que nos fins de semana ele arregaça as calças e ajuda a massar concreto para ajudar a construir a igreja deles, na Capital.Não tive condições de pagar um bom advogado para defender-me, foi injusto, o carro voyage que bateu em mim estava em alta velocidade, e o porta malas cheios de garrafões de pinga.Geová existe de verdade? Geová faz Justiça?

No entanto o Juiz ficou na cidade enquanto durou o mandado do prefeito,isso para mim é inadmissível, guardo um grande ódio por isso, o que é condenável por Deus.Tenho vontade de processar o governo por isso, mas definitivamente não acredito na nossa lei,é vergonhosa, tanto é que até agora após um ano que você se doi, ainda não fiz o inventário, é necessário mas não suporto em falar em juiz, em promotor em lei aqui em  Pavina.

Um dia eles terão o dia deles, um dia acontecerá alguma coisa com seus familiares, e aí a lei deles não servirá pra nada.

Juiz de direito, negro, não pode ser racista a outra religião e nem Imparcial.

Não tem problema meu amor, ele nos aborreceu muito, mas aqui é a lei dos homens, aí em cima é a lei de Deus, quem sabe um dia eu e ele estaremos num mesmo nível, num mesmo plano, de frente a frente, você sabe, sou egoísta, mas nos entendemos profudamente.

A nossa Bíblia da Igreja Católica Romana Apostolica Romana,(eu não sei qual é a Bíblia do Juiz que me condenou), diz que devemos respeitar uns aos outros, devemos respeitar as leis de Deus e a dos homens como:"Dê a César o que é de César", respeitosamente é uma frase da Bíblia.

Não consigo tirar do meu coração o ódio que sinto por áquele Juiz que me condenou sôbre a batida do carro, no dia a dia, noite após noite penso que ele nos desustruturou, ele me condenou politicamente, e acabou com a estrutura da nossa família.Ele nos deixou doente, a mim a voce, o Juiz negro, que deve ter sido corrompido

Espero não encontrá-lo em minha frente...Sinto saudades de você, como sinto.

Estou fazendo o possível, tudo que você possa imaginar para tentar sobreviver nêsse país, governado por um Democrata FHC.Nunca passou por minha cabeça,tenho vontade de mudar de país, ir para Cuba ou para o Afeganistão, sinto muita admiração pelo último, e não me pergunte o porquê, mas acho que é pelo fato deles lutarem, defenderem suas terras, seu país seu povo e sua etnia e a sua moral, principalmente, é um país que não se deixam dominá-los.Pois Deus está com Eles.

Um povo,um país não se deve deixar se dominar, a fazer o que áqueles que se acham "poderosos" dominarem.Admiro o Afeganistão por isso, um povo lutador e onde tem mulheres como você, morenas, dos olhos e cabelos negros, são lindas.A União Árabe deve acontecer o mais rápido possível, só assim os povos árabes poderão manter a sua integridade moral, força, respeiro, cultura, tradição e principalmente a sua força, e provavelmente o resto do mundo respeitará e aprovará.Não sei porque pessoas do mesmo sangue lutam entre sí, como eles, descendentes de um único pai e mãe.Seria um orgulho caso eles viessem a se unirem e tornar-se uma só nação, a NAÇÃO ÁRABE.Povos pobres, como os Afeganistaneses, e outros paises alí perto foram massacrados, pela nação que criou a Rosa de Hiroxima.Mas os seus Deuses começam a reagir, a natureza tomará conta dessa nação, sem mesmo jogar sôbre ela uma bomba aniquilizante, mas sim o furor da natureza, vulcões, tempestades, tsunamis, tufões,destruirá esta nação. O restante dos povos desta nação que estarão espalhados pelo mundo, serão caçados como raposas pelos filhos das nações Árabes.Não sobrará um de sua descendência, nem na terra, nem no mar, nem no ar, assim como algumas tribos barbaros desapareceram há séculos.

Outro dia,num domingo, estava só em casa a tarde, as crianças estavam na casa de sua vó. Peguei uma latinha de cerveja e fui tomar lá no meu sitiozinho(fundo de quintal),Quando aproximei-me do pé de goiaba, havia uma galho que cresceu horizontalmente, e lá várias formigas negras passeavam (chatas) percorriam o galho lentamente.Miguel ficava observando a calma que elas conviviam naquele lugar tranquilo.De repente, ele passou o dedo com força no caminho delas, sem que percebessem.A primeira formiga que alí passaria, parou, cheirou, sentiu aquele lugar, e começou a andar desesperadamente de um lugar para o outro, mas não ultrapassou o lugar onde Miguel havia passado o dedo.Todas as formigas que vieram atrás pararam, entraram em contato uma com as outras e foi um alvoroço(desespero), uma confusão muito grande.Algumas ulrapassaram o local onde ele passou o dedo, e quando encontraram outras formigas paravam comunicavam a elas e estas iam correndo ate o local. Subitamente apareceram formigas enorme, formigas pequenas como se fossem as filhotinhas, iam até o local e se encontravam com as outras e corriam de um lado para outro procurando o "inimigo".Acredito qu as formigas enormes seriam os "soldados", os protetores daquele habitat.Podia observar formigas de vários tamanhos, até as "mães" sairam de suas casas para ir até o local, mas como não encontraram nada voltaram a sua rotina normal.

Parece-me, que as formigas defendem mais o seu território do que O Presidente do Brasil que deixam qualquer um "invadir", como algumas falsas ONGs, que ficam localizadas no Amazonas apenas para "traficar nosso tesouro que é a fauna e flora, peixes ornamentais e plantas medicinais, deixam que os exploradores entrarm em seu país e levam os seus recursos naturais tudo embora, é ouro, pedras preciosas, madeiras, tecnologia, biodiversidade, até mulheres para prostituição, e nossos "soldados" não defendem seu povo. Alguns políticos governam por interêsses próprio.Quantas mulhesres são exploradas meu amor, tem a ilusão de lá fora encontrar um homem que possa lher dar tranquilidade, estabilidade, mas quebram a cara.A imprensa tem mostrado casos assim.Eu aqui, só, a procura de álguem de uma mulher que seja pobre, mas que tenha vontade de vencer, lutar, para conseguir alguma coisa.Infelizmente não tenho tempo.Farei a minha parte, não consegui comprar a mata virgem com a cachoeira, que sempre lhe pertubei, vendi o caminhão e mem mesmo o que sobrou dele deu para comprar ou investir em alguma coisa para o futura das crianças, investí e paguei investimentos da loja.Perdi um pouco o pique de trabalhar, há de perceber que não tenho a mesma disposição, algumas dores musculares e de cabeça me afetam, mas não irão me derrubar.

Seus pertences, a maioria pedi para que sua mãe e irmãs a levassem para as suas casas, você sabe, seriam melhor aproveitados, e fiquei apenas com o seus óculos, o par de sapatos brancos, que sempre gostei que você usava com a calça jeans, e as fotos, como sempre, sorridente. Arrependo de nunca ter valorizado esse sorriso, esse belo sorriso, sincero, que sempre carregou.Arrependo de não tê-la respeitado, de não tê-la com carinhos em meus braços.Mas querida, tudo isso ´a maldita necessidade de morar em cidade grande, como sempre lhe disse.Tem que "correr" atrás do dinheiro, o aluguel, as contas, despesas que, de uma forma ou outra temos que pagar.Acho que estou diferente, não há mais moralidade nas pessoas honestas, são poucas pessoas hoje em dia que conseguem pagar suas contas no vencimento, cumprir com seus compromissos.Eu estou desacreditado.Sinto muito, às vezes não durmo a noite, porque tenho dívidas.E o pouco que durmo, quando acordo estou suado, e com pensamento nas despesas e nas crianças. Mas quero que se danem, metem a mão no INSS, como no caso Georgina, e em outros órgãos  governamentais repletos de corrupção, eu não vou deixar de tirar o arroz da boca das crianças para pagar dívidas, também tenho conta, dinheiro a receber e não me pagam, como a extinta APOSENTEC, ASPREVI,PREVINAC,PANAMERICANO. Se eu tivesse cabeça pra pensar, na época teria ido para Junaí, teríamos comprado lá um sítio, viveríamos mais tranquilos, eu plantaria, cultivaria a terra, mas sei, isso nunca passaria pela sua cabeça meu amor, você deixar sua família em Mendonça e ir morar a mais de trezentos quilôometros de distância deles, entendo você, mas acho que eu estava é tentando fugir, estava com medo de não dar conta de cuidar de você e as crianças, o saldo da loja estava  sempre negativo mensalmente.

Hoje, entendo, que nunca lhe valorizei Patrícia, acho-me perante a você um animal irracional, o trabalho a preocupação que sempre tive com vocês me pertubava e me impedia de enxergar o mais importante, o amor.O amor, o carinho, tú sabes, eu era um pouco durão, e você muito sensível.Olho, quando me da coragem, para as suas fotos, e não consigo imaginar como conseguí te perder! Fiz uma promessa, sabia? Para a Santa na qual você era devota e hoje acredito que você deve falar com ela.Prometí a Santa na qual você era devota, Santa Rita de Cássia, contra a vontade de Deus, é pecado eu sei, que no ano de dois mil e nove partirei daquí, isso se alguma coisa não me aqcontecer e que daça com que eu vá antes, mas você sabe, gente ruim não morre logo.Fiz os cálculos Henrique estará com vinte e um anos, e Plínio com mais de vinte e cinco anos, serão homens formados, firmes, e fortes, Graças ao Bom Deus, tenho certeza que não sofrerão muito, procuro fazer o melhor possível para deixar alguma coisa pra eles, no mínimo um teto.

Tenho ciúmes de você.

Se você estivesse aqui, estaria melhor que eu, se eu estivesse aí estaria não onde você está mas tenho certeza em outro nível talvez um pouco pior.Você estaria aqui com seus parentes, com as crianças todos juntos, sorridentes, eu não pensei nisso, senão teria planejado alguma coisa, para que eu fôsse e você ficasse, para viver como sempre quiz, sorridente, feliz.Talvez assim seria melhor para você e as crianças, mas meu amor, eu tinha muita vontade de viver e trabalhar, você sabe e viu.Nunca passou isso pela minha cabeça. Quantas, milhares de pás de areia frossa, fina, brita, eu joguei com os meus próprios braços na carroceria daquele caminhão, ficava sujo, suado, mas sentia prazer que estava trabalhando para nós todos.À noite chegávamos em casa, eu todo sujo, ia brincar com a Doly e o Thander, gostava de brincar com os nossos cães.

Assistí através de um programa de televisão, alguns médiuns explicando a vida pós morte, apossibilidade de aí você viver também entre o verde, e até conhecer um companheiro, uma amiga, sinto ciúmes disso.Cuide-se.Mas seja Feliz.Aí não tem canalhas como existem alguns aqui na terra.Mas desculpe-me, prefiro que você esteja aí, a nossa terra esta ficando pôdre, falta sentimentos de Patriotismo de alguns políticos, amor, há um egoísmo e interesse muito grande financeiramente e economicamente, destroe devido ao dinheiro.Mão podemos ter amigos, sinto-me sinceramente que esta sendo feliz.

Tem observado o que eu tenho feito por aqui?

Sabe sim,, me conheces e sabe como sou.Sou safado, mulherengo não digo, a minha timidez não permite isso, as minhas atitudes não prejudicam ninguém.Reconheço que nos dois últimos anos você havia mudado em relação ao nosso contato, em relações sexuais, você mudou, desculpe eu dizer isso.Você tinha razão, mas não reconhecí de imediato, apenas nos últimos meses antes de você partir foi que analizei.Até esquecia que estava em trantamento psiquiátrico. Sempre respeitei as suas vontades, fui um grande imbecíl traindo-te.Fui um mau caráter ao seu lado, mas tinha motivo, me perdoe por isso, saía sim com outras mulheres, mas sempre com cuidado de nunca contaminá-la.Quando eu for, não se preocupe, creio que estará muito bem, não te aborrecerei como aqui, não a pertubarei só quero a sua felicidade esteja onde estiver, sei que Deus esta com você e com muitas outras pessoas boas que foram daqui, sua vó, seu irmão, seu avô, seui pai, e seu sobrinho, acredito que já os viram.Deves saber das minhas atitudes, estou desesperado, estou correndo atrás de uma pessoa que possa fazer companhia para mim e as crianças.Se puder, ajude-me, que seja sincera, que goste deles, que nos dê carinho e após isso, faça-me que mude para melhor. A Renata, a Cristina, são pessoas como eu, precisa de álguem, vivem só, vivem na solidão.Apareceu várias mulheres querendo casar ou morar juntos, mas não as levaria para a minha cama, dentro de minha casa e dos meus filhos, uma mulher que tenha passado pelos braços de      outros homens.Se isso acontecer, prefiro ficar só.Muitos homens aproveiram de alguma mulher, usam, usam-na de quaquer jeito de jogam-nas por ai para outro pegar.Algumas são inocentes, tentam procurar a felicidade, mas esbarram numa decepção, outras fazem apenas para curtir.

E eu sempre achei que devemos curtir, aproveitar o máximo(com cautela), a vida, porque quando formos embora não nos arrepederemos.Tenho-as, mas faço de uma maneira que não as prejudique futuramente! Será que você tivesse aqui no meu lugar iria resistir a muito tempo a isso?Acredito que sim.Confiei sempre em você e sei a moral séria que tem.Mas você era jovem, bonita, tenho certeza que arrumaria um homem, um companheiro,maduro, para cuidar de você e das crianças, para te amar, quem sabe, casar.Mas, não esta fácil, tiro estas análises por mim mesmo, homens e nulheres estão muito livres, muito a vontade, não querem assumir compromisso sério, parecem que a vida como esta tá bom demais.Só querem coinhecerem, e, se houver alguma afininidade se transam e tchau!Parecem que tem medo, as coisas mudaram os direitos tornaram-se iguais, quem já passou por um relacionamento tem medo de passar por outro e isso traz insegurança nas pessoas e fazem com que elas sintam isoladas.Solitárias.

Isso dá, parece-me, insegurança ao homem, no entanto, homens e mulheres, preferem viver assim, sós, mas quando precisam desabafar procuram uma parceira para conversar e descarregar o seu tesão.Tenha certeza e você sabe disso, se for para eu morar ou casar com uma mulher que não me ame, prefiro viver só. Sabe que sou exigente, gosto e admiro mulheres bonitas, e não aprovo mulheres que passam de mão em mão, e depois quando ninguem mais as querem tentam arrumar alguém para sustentá-la, geralmente àqueles de preferencia mais velhos, para se casar.Reconheço que perdí uma grande mulher, pequena de tamanho, mas uma grande mulher, e conservada, lembra-se? Quando você foi fazer o exame vaginal de laboratório, a moça do laboratório disse-lhe que você era uma mulher conservada?E depois eu ficava tirando sarro de você, brincando.Que era conservada.Que era casado com uma mulher conservada, era sim, diferente das outras mulheres, você parecia uma menina.Desculpe-me me eu falar assim, só fico imaginando que tipo de homem você teria, caso tivesse, acredito e sempre conhecí você, sei que seria capaz de até viver o resto da vida sem ter um, assim como sua vó mãe Mena, lembra-se?Que você me disse, desde que seu avô morreu ela nunca se interessou por outro homem, ficou viuva há mais de cincoenta anos.

Continuo te amando.

Renata é uma coitada, tem o mesmo problema que você tinha, toma medicamentos forte, tem crises, mas é muito carinhosa, é sofrida, é romantica.Quando mais nova, acredito que foi muito bonita, mas, hoje, esqueceu de sí mesma, não se cuidou, acredito na minha maneira de pensar alguns homens aproveitaram dela enquanto era mais jovem e mais bonita, faziam questão de tê-la ao lado deles, mas agora a abandonaram.É uma pessoa que merece carinho, meu amor.Nos piores momentos de minha vida, de minha solidão, de minha insegurança, foi ela que me socorreu, dando-me companhia, carinho e sexo.Eu ia mesmo quase a fazer uma besteira, quando recebí o telefonema dela, estava numa fossa lá na loja, ainda mais sem a sua presença.Ela é diferente de você, desculpe-me dizer isso, mas parece que ela é maníaca por sexo, e você sabe, isso me pertubava muitas vezes eu tambeum gosto, não sei se é doença ou não, tenho isso mas nunca prejudiquei ninguém eu é que sou prejudicado.Perguntei a ela uma vez por telefone, se ela não queria namorar comigo para casar. Disse-me me que um dia fosse casar não seria comigo, não casaria com um homem baixinho, careca, e além disso não me amava, queria-me apenas, para companhia quando ela necessitasse.Pensei comigo,  que ela queria para ser usado apenas pelos seus caprichos, apenas para ocupar o tempo dela até ela arrumar outro, e aí começaria tudo novamente com outro.

Poderia procurar um terapeuta, um psicólogo, mas você sabe, a primeira e última vez que precisei de um, fiquei aborrecido, pois a única coisa que achei é que ele colhia os dados de seus pacientes para escrever depois seus livros.Não, não dá, a única receita que ele me indicou, foi a livraria onde eu poderia encontrar o livro dele que na na capa estampava um Elmo, encontri o livro em uma livraria em Mendonça.Sei que estou precisando de ajuda, como estou! Não esqueço da força que você me dava, tenho dificuldades em levar os negócios à frente, mas é como o ditado, fazer corretamente e com todas as forças para ver o que dá.A maior preocupação que tenho são as crianças o futuro delas, penso assim como qualquer outro pai ou mãe, gostaria de deixá-los bem.Sinto-me as vezes incapaz de fazer alguma coisa, pedi a Nina para ajudar-me na loja, queria que ela fôsse como você, cuidasse do recebimento, dos depósitos sempre tinha dinheiro sobrando lembra-se? Quando você estava conosco? Mas pareceu-me que Nina não tinha muito interesse, sinceramente fiquei aborrecido, mas ela não tinha culpa, afinal tinha que ser uma pessoa bastante "íntima" para mexer com dinheiro.Fique tranquila, de vez em quando levo as crianças para ficar com sua mãe, lá tenho certeza que ela sempre leva-os a missa no sábado a noite, tenho levado o Henrique em Pavina no domingo.Esta fazendo a primeira comunhão, sinto tanta pena deles, de estar sozinhos, sem a sua companhia,não tem mais o seu  carinho, a sua companhia, imagino que sentem saudades da sua voz, do seu abraço, de tocar em você, deitar com você no sofá da sala para assistir televisão, só Deus sabe o que estou passando, lembrando dessas coisas.Mas, se estou nas mãos dele, se é para eu passar por isso, Ele vai perceber que irei até o fim, sem desistir, do meu destino que foi traçado por Ele, como todo homem depende da sorte, mas também da vontade Dele.Procuro ler a palavra Dele, sempre que posso pego a Bíblia e leio um evangelho, cada dia procuro ler um capítulo, lá tenho certerza que poderei achar uma palavra de conforto.

Sinto saudades, e desculpe-me mais uma vez das minhas atitudes aqui, farei o possível para ser feliz com as crianças e tenho certeza que um dia conseguirei arrumar uma companheira que não vai te substituir nunca, mas que nos trará companhia.Hoje estou fazendo o primeiro aniversário após a sua morte, você sabe como sou, não gosto de festas e comemorações, não recebí nehum abraço, as crianças estão na casa de sua mãe, e se você estivesse aqui tinha certeza mesmo antes de eu levantar da cama teria dado-me os parabésns, e um abraço, o que você sempre fazia durante os nossos anos de casados, meu amor.É claro que as crianças não tem nenhum interesse ou obrigação de saber das datas de aniversários, mas eu os lembrei após chegar do trabalho em casa, ainda bem que cheguei cedo, às doze e trinta, é domingo.Chamei-os para almoçar-mos fora, ou passear, mas preferiram ficar jogando fut-sal no clube que fica perto de nossa casa, mas procurei caprichar no almoço.Tomei uma latinha de cerveja, almoçei e após isso fui deitar-me um pouco para descançar.

Não conseguí.

Comecei a imaginar coisas, você deitada ao meu lado, e eu abraçado a você te fazendo um carinho.Olhava mais uma vez a sua foto na parede e via você ao lado do Henrique sorrindo.Passou várias coisas pela minha cabeça, pensava em ir para o Norte, para ver se encontrava uma garota como você, morena, cabelos longos, e linda, muito linda.Mas o dinheiro restante do caminhão  que vendí estava acabando, e um dos meus sonhos após você tambem ir lá e buscar uma garota, que gostasse de mim.Mas tudo isso era impossível, primeiro pela falta de tempo, quem iria cuidar da loja?Deu-me um desespero, precisava de alguém do sexo oposto para conversar, abraçar, e, se desse daria amor.Tenho dificuldades em mim expressar com alguém, principalmente mulheres, não vou em bailes porque sozinho tenho medo de passar vergonha.Muitas vezes saí sozinho, ia até a porta de um salão de baile, chegava e comprava o ingresso, mas, não tinha coragem de entrar.Chegava em casa e ficava revoltado, comigo e as vezes com você.Se tivesse comigo, não precisava passar por isso.Avisei as crianças que ia sair, no outro dia à noite, e que iria encontar com Renata, mas era mentira, fazia um mês que não encontrava com nenhuma mulher, principalmente da agencia de mulheres, nem com Renata, nem com Cristina.Acabou o interêsse que eu tinha por elas.Mas seria ilusão, gostei muito da Renata.Liguei em uma casa de massagem para falar com Joana, o telefone havia mudado, e tinha que ir até lá.Mas não a encontrei, ela voltou para o Estado de Mato Grosso.Queria encontrá-la de qualquer jeito, a primeira e última vez que tive com ela após você ir, ela foi muito delicada, atenciosa, e até beijou-me na boca.De boa aparência, cabelos compridos, ruiva, alta, de seios grandes, e um corpão, assim como toda mulher Matogrossense..Ela não estava, havia ido embora para a sua terra.Fiquei sem jeito, de falar com outra garota e saí da casa de massagem, pensando com quem eu iria conversar, quem eu ia procurar?Ninguem.Miguel não conhecia mais ninguém, se ela voltou para o Mato Grosso é porque havia juntado algum dinheiro e acabaria de pagar o terreno que sua mãe havia comprado, onde os seus pais no momento estava morando.Trabalhava para um político, mas como não foi reeleito, perdeu o emprego, e não queria tambem perder o terreno que estava quase pago, como precisava de dinheiro foi para Mendonça, trabalhar de "massagista".


CAPÍTULO XI                  Agência de Mulher

Tinha que falar com alguém, fui até a vila de mulheres de programas de Mendonça, não tinha muitas mulheres, era domingo a noite, e as poucas que haviam não eram como "graciosas".Não ia gastar dinheiro com uma mulher, uma prostituta se não me agradasse visualmente.Passei em uma rua  e vi uma garota quase da sua altura, pernas grossas, cabelos compridos, morena, estava mostrando os seios para quatro homens que estavam dentro de um carro, riam, e brincavam com ela, e pelo retrovisor percebí que um passava-lhe as mãos.Contornei a quadra e voltei para o mesmo lugar, o carro não estava mais lá, e senti uma boa oportunidade de falar com a garota.Parei o meu carrro  e chamei ela nem se levantou da cadeira que estava sôbre a calçada, precisei quase que  implorar para que ela viesse até o meu carro, um voyage branco 1981.Com má vontade ao chegar perto perguntou-me se eu ia fazer um programa ou se ia dar uma volta.Percebí  que naquela hora não havia simpatizado com a garota, nem mesmo com uma prostituta, senti, rebaixado. Ela olhava-me com pouco interesse, com certo desprezo.Disse a ela que ia dar uma volta e sai dalí.Fiquei bastante chocado, e pensava porquê  ela o tratou daquele jeito, daquela maneira?O que está acontecendo? até mesmo com as prostitutas?Mesmo elas estando lá para sobreviver, ainda escolhia os homens para levá-los para a cama?Eu imaginava, será que estava tão velho?Tinha seus quarenta e quatro anos, mas aguentava muito bem o tranco, e você sabe disso.Percebi,meu amor, que muitas mulheres querem um homem apenas por interesse, para depois pertubá-lo na justiça reividicando alguma coisa financeiramente.Sempre fui contra aborrecimentos, e pensando nisso achei melhor eu continuar com a minha vida só, apenas com nossos filhos, e, quando eu conhecer uma menina, ou uma moça do interior eu quero viver dignamente.Porque as mulheres de cidade grande não acho que são tão confiáveis, não são como você, a maioria ama, e respeita seus maridos, a maioria pensam pelo menos trair-lhes uma vez.Não estou aceitando você ter ido, está muito difícil pra mim, estou sentindo muito ódio das coisas em minha volta, tenho vontade de desaparecer, não acredito em mentiras de políticos que enganam o povo para contrair votos, acho que estou sendo anti-patriota.

Tenho vontade de deixar êste País da Corrupção, e ir para outro onde haja justiça, onde o seu povo luta pelos seus direitos, defendem o seu país e não deixam que especuladores "poderosos" os dominam.Fui e sou  contra o que aconteceu com alguns paises que deixaram o Comunismo, hoje seu povo passa por fortes sanções econômicas, crises de bolsas de valores, seus exércitos estão sucateados e não tem mais moral para impor respeito, ordem, e o seu povo vive como pode. A União das Repúblicas Soviéticas, cedeu, às vontades do seu governante que tem uma mancha na testa, hoje, que seria uma das nações mais fortes, poderosas, fortes e com seu exército, esta sucateato, sem forças. O Povo Russo é um dos mais "lutadores" dêste planeta, muitos imperadores tentaram conquistar suas terras, até mesmo Hitler não conseguiu.A União Soviética deveria estar como politicamente era, Socialista. O que adianta a Democracia? Na Democracia o povo trabalha pra sustentar o governo, onde setenta por cento do salário do trabalhador vão para impostos, e lhe sobra apenas trinta por cento para a sua sobrevivência.A Democracia é um regime onde o povo dá liberdade ao governo para "roubar" veja quanta vergonha é o congresso nacional do Brasil.A partir do momento que os caras pintadas saíram às ruas pedindo Democracia, simplesmente deram o aval para o Governo fazer o que quer.Roubar, desviar dinheiro de obras públicas, e outras mesmices.Assim como essa terra em que vivo, na época dos militares era forte, não existia corrupção, desvio de dinheiro, deputados colocando Real na Cueca, nas Meias, o INSS sendo um meio de "corrupção", a nossa amazônia sendo desfacelada, queimada, roubada, aos olhos dos políticos que achei que poderiam defendê-la.Enganei-me, e muito.O povo da União Soviética, cedeu, corrompeu-se, entregou-se, um dos povos mais fortes, mais patriotas que sempre admirei, deixou-se entregar ao liberalismo. Assim como no Brasil, quando o povo saiu as ruas pedindo diretas já, simplesmente, ordenou, liberou, deu liberdade para que a corrupção se Instalasse no Congresso Nacional e se Generalizasse. Como Goring,chefe da gestapo, de Hitler, deu uma entrevista na Revista Veja, há muitos anos atrás, disse, que a Democracia corrompe o povo. Setenta por cento de sua renda vai para o Governo, para as despesas do Congresso Nacional, e o povo se vira com os trinta por cento que lhe sobra, como já havia escrito acima.Se eu pudesse saía dêste país e ia para o Afeganistão, la o povo vão "cede" aos caprichos de outras nações, são forte, orgulhosos, e lutadores.Querias caso pudesse pegar em um lança míssil e lutar a favor deles.São povos que estão só, mas não se entregam facilmente.A hora chegará,a, como já disse, a Nação que lancou o Cogumelo sôbe duas cidades japonesas, tem tanto medo, que o uníco interesse dela é se armar.Armar para defender seu povo?Tirando dinheiro do seu povo e investir em novas tecnologias de Guerra?O mundo hoje já esta consciente, em paz, não querem guerra, e sim o bem estar do seu povo.Mas essa nação "que mostrou" os cogumelos, será destrída não por armas, ou bombardeios.Ela será destrídas pelas forças da natureza, tufões, tempestades, tsunamis, Furacões.E isso empobrecerá, e quando não tiver mais o poder que tinha, as nações na qual ela os odiou, aniquilandeo sweu povo, acabrá com ela com grandes bombardeios, fuzilamentos, ou seja aniquilará o seu povo, E, os que sobrarem pelo resto do mundo, em suas "tocas", aí será as vezes dos homens de turbantes caçarem, homens mulheres e crianças, não deixando nem mesmo um com o sangue de sua geração.Correrão o mundo, de norte a sul, de leste a oeste, procurandos-os, com sêde de vingança.

Àquele que sai às ruas dêste país pedindo Justiça, aumento de salário, Pedindo Ordem e Progresso(O que esta escrito na Bandeira Brasileira), deve ir para sua casa e aceitar a sua festa, a Democracia do Brasil. Chore, mas não demonstre, a seus filhos e vizinhos, pois deu a alguns políticos a liberdade de corromper-se.

Feliz é Cuba!

Feliz é China!

Feliz é a Corea!

Vocês são indempendentes, Ricos, Socialistas, poderosos, e não precisam ser subordinados à ninguem.

Se algum dia, eu tiver que pegar uma metralhadora e lutar por um dêstes países, lutarei com muito orgulho, pela defesa, amor, e moralidade à sua terra.

Infeliz é o Afeganistão! 

Êstes paises acima citados não se deixem dominar, tem o seu feijão com arroz, mas não devem nada a ninguem, seu povo tem o que comer, e conseguem dormir a noite porque não devem para os banqueiros internacionais.Não tem dívidas que cobram seu povo para pagar os Fundos Monetários.Acho que a pior coisa num pais é a corrupção, ela seria pior do que qualquer guerra civil.O dinheiro desviado poderia ser revertido às obras sociais.

A História registrará o pior Presidente que o Brasil já teve. Foi como Idi Amim Dada, só governou para os ricos. No Entanto o Partido dele e seus corregionários, temos que pedir a Deus, que nos livre de suas governanças.Vendeu, a maioria das nossas empresas, só faltava ele vender o Brasil para o FMI, não teve a capacidade de pagar a dívida externa, só ia lá pedir dinheiro emprestado, fazendo, forçando nós o povo Brasileiro aceitar as "regras" cabulosas do FMI.

A Falta de carinho, a falta de uma companheira esta me deixando com o coração duro, não é correto isso, não quero ser assim, estou com tanta mágoa,, que tudo que olho para mim não tem valor, como você dizia, que daqui não se leva nada.Tenho raiva de tudo e de todos, mas não quero ser assim, a Biblia nos diz que devemos nos conformar, que devemos ser forte, porque Deus quer homens fortes e determinados, que acha bonito tudo que se vê que saiba admirar a luz do sol e o brilho das estrelas.

A Renata foi a quinta mulher que contactei na agência, mas futuramente conhecerei outras, pode ser que um dia conhecerei a minha cara metade.Hoje, é sexta-feira, lembra quando lhe disse que gostava da sexta-feira? Um boêmio gosta de sexta-feira.Muitas vezes te chamei para sairmos juntos.Mas você sempre achava que não podia deixar as crianças sós.E, hoje estou aqui, numa sexta-feira, sentado ao computador lhe escrevendo, é ano 2000.As crianças estão na casa de sua mãe, ela pediu para que eu os levassem lá, estava com saudades e iam no sábado no casamento da irmã de sua amiga, a Margarete.Quando eu lembro eu choro, vocês eram muito amigas.Se estivesse aqui tenho certeza que você e as crianças estariam lá. Estou só Patrícia.Você me deixou só. Já faz dois meses que não tenho contato com outra mulher.Isso pra mim é sufocante, pareço-me biato, mas é necessário, tenho lido vários trechos Biblicos, e sinto muita raiva, e muito ódio de mesmo de não ter procurado as palavras, pensamentos e atitudes corretas, no passado, principalmente no Deteurônio. Só estou me encontrando através da leitura da bíblia. E me pergunto, por quê?  Só agora depois dos meus quarenta anos que estou sabendo disto? Das palavras e atitudes que devemos tomar, tá escrito.Te confesso, que estou muito arrependido, antes mesmo de você ir, um mês antes, foi um senhor simples, mais de sessenta anos lá na loja e pediu para que eu fizesse um carreto pra ele, você se lembra?Havia comprado meio metro de brita e pediu para que eu buscasse algumas tábuas para ele, ou seja, para que eu fizesse um carreto.Mas você sabia meu amor, o caminhão estava com um problema de freio, estava freando apenas em uma das rodas traseiras, mas arrependo-me que isso não era motivo para que eu não fizesse o carreto.Por eu achar que o genrro daquele senhor poderia buscar as tábuas ou pagar-me antecipado, não fiz.Arrependo-me, hoje dezessete de outubro, ainda lembro-me.Estou arrependido! Meu coração estava espedaçado, naquele dia.

Àquele senhor disse-me lá no balccão da loja:

_O Senhor podia fazer êsse carreto pra mim, depois eu acertava com o senhor, é que estou precisando muito das tábuas, senão não vai dar  para eu usar nem mesmo as pedras que comprei aqui do senhor.

_Faça isso por mim, moço, por Caridade!

Nunca, ninguem havia dito isso para Miguel, nunca, ninguem havia dirigidido a mim essa palavra, Caridade.Mas ele sabia que esta palabra estava escrito nas escrituras.Eu, não sabia, o porquê não fiz o carreto para àquele senhor.O Freio do caminhão não teria problema, caridade, não tem preço.Deus teria o ajudado, não precisava sentir-se medo.Eu preocupado com problemas no  freio do caminhão tinha a preocupação de causar-lhe mais prejuizo. Achava que o carreto não compensaria o conserto do caminhão.Não fiz. Hoje, eu peço a Deus a todo momento que me perdoe, por não ter lhe dado a caridade àquele senhor.Estou muito arrependido, e aceitarei algum tipo de castigo de Deus, para que eu me arrependa.

Eu fiquei sabendo disso após ler a Bíblia, não me lembra o capítulo, mas que Deus quer que  fazemos  três coisas admiráveis por ele: Fé;Esperança e Caridade.

Fiquei envergonhado quando li aquele capítulo que continha estas palavras, e quando procurei encontrar o senhor para de uma forma ou de outra pedir-lhe perdão, ou fazer alguma coisa que pudesse recompensar do seu erro, para consigo, com ele e Deus. Mas, eu não conseguiu encontra-lo o senhor que me havia pedido a caridade.Fui até a casa dele, mas a família havia me informado que, enquanto tomava banho, encontraram-no dentro do banheiro, já, morto. A solidão me acompanhava, não procurava aventuras lá fora estava chateado com muitas coisas, muito preocupado com alguns cheques que voltara para a empresa, estava dormindo muito pouco, e, sonhava muiro, e quando acordava ou era para ir ao banheiro vomitar, ou estava muito suado, estava muito envergonhado, um homem como você dizia honesto, que gostava das coisas muito certinhas.

O que me tranquiliza que Henrique e Plinio dormiam bem. Isso fêz com que eu procurasse a ler cada vez maiz a nossa bíblia, além de tranquilizar-me, arrependia-me a cada palavra que lia no Eclesiástico.Isso fêz, com que eu procurasse a ler cada vêz mais a nossa bíblia, além de tranquilizar-me, arrependia-me a cada palavra que lia. Se soubesse, teria lido bem antes, essa parte da bíblia nos ensina muito, o comportamento, pensamento, atos e palavras, envergonho-me perante Deus, pelo fato de não saber antes, de não ter me intereressado de ler as suas palavras.

Pedí a Santa Rita de Cássia na qual você é devota  que me iluminasse, para que ela pudesse encaminhar-me  uma mulher que gostasse de mim Patrícia,  estou só e isso está me magoando muito.Minha preocupação é muita, e quero que essa pessoa não goste apenas de mim, goste também das crianças.Se for para eu a  aborrecê-la, prefiro ficar só.Elas precisam de companhia.

Estou só, Patrícia.

Muitas coisas passam por minha cabeça, faz trê meses que não tenho contato com uma mulher, tenho dedicado a ler a bíbçia e pedir a Deus que me corrija, que me ensine, que demonstre-me o caminho correto.Se não tenho inteligência suficiente para sair dos meus problemas que me ajude através das palavras.Posso dizer-te que ele tem me revelado com alguma coisa, com certeza.Tento tiraro sexo da minha cabeça, tenho pedido a Ele, tenho sido atendido, acredito que a mente respeita, devido a fé, mas o corpo não aguento meu amor, eu fico muito excitado, claro que você se lembra, mesmo fazendo amor com você trêz vezes ao dia, não era suficiente para me sustentar, no dia seguinte tinha que pegar algumas fitas na locadora e assistia sózinho só para não acordar você.Mas,nunca fui sacana com você, não assistia os filmes e depois ia descontar em você, tinha vergonha de acordá-la, para me satisfazer, queria vê-la dormindo, descansando.Às vezes dou um giro pela zona de Mendonça,não para gastar dinheiro,mas apenas para divertir-me, para sair de casa.Fico andando para um lado e outro.

Quando vejo uma "menina" bonita, para pergunto o valor do programa, se ela é simpática pergunto o que é que está fazendo alí, apenas para ouvir uma voz.Ví, uma morena alta, linda, de cabelos pretos, os lábios carnudos pintados de vermelho, perguntei-lhe:

_Desculpe-me eu te perguntar, mas qual é o motivo que leva você a ficar aqui?

_Trabralhando, trabalhando, aqui. Respondeu.

Mas você, é muito bonita, deve ter uns trinta anos, porque não arruma um homem e case, ou more juntos? Talvez seja melhor.Perguntou-lhe-a. _Deus me livre,acha que eu quero um homem para me perturbar enquanto eu durnmo?Levantar todo descabelado andando pela casa? Eu heim? Respondeu-me.Despedí dela e saí dalí. Envergonhado.Parecia que àquelas palavras estavam servindo pra mim.Então, imaginei que as mulhes não querem de saber de compromisso sério álgum.E sim de dinheiro.Precisam sobreviver a aqualquer custo.Não aguentava mais, era um homem casado, ativo, já lhe disse irro, e naquela mesma noite tive que procurar uma mulher, não suportava mais a ficar três meses sem mulher, sem ver, tocar o corpo de uma mulher, para amá-la, transá-la, ou ou usá-la.Andando de carro pelas ruas de Mendonça, ví uma avenida movimerntada de mulher,morena, de cabelos até os ombros e pareciam ser conservadas.Peguei-a fomos para um motel alí perto da esquina.Imaginando em tem uma noite de carinho.Os dez Reais pagos era apenas por uma hora.E a cada momento ela cobrava o horário à mais, eu detestava àquilo.A cada momento que ela falava que estava vencendo o tempo, para mim era um pesadelo.Quando estava ereto, as vezes não conseguia manter como antes.O corpo dela também não ajudava, após ter tirado a roupa, parecia um monte de bexigas muxas.

Ficava imaginando que uma prostituta devesse saber algum coisa a mais, mas não existe o relacionamento como antes.Elas deveriam saber, o homem que as procuravam são por carinho, elas deveriam saber que os homens que as procuram são por carinho, por necessidade de um bom papo com o sexo oposto, maiss isso também, acabou, é o capitalismo.

Meninas de quatorze anos, hoje já são velhas, para homens que as procuram sexo na rua. Existe governo, fiscalização pra isso? Não. Apenas o Brazil o é o melhor país onde onde Americanos, Italianos, Alemães podem vir e Estruprar as meninas Nordestinas e indíginas, com a conivência de Políticos e autoridades, porque não há impunidade, apenas uma denuncia na imprensa, mas nem a cara dos estrupadores a mídia mostra, com isso se torna fácil. Quantas garotas de doze a quatorze anos foram extrupadas dentros de barcos, veleiros de luxo, em troca de dez dólares. Seria incompetência do governo? Em processá-los e adquirir cinquenta por cento de seus bens como multa? Não. Dexe o barco correr...tampam os olhos para isso!

Prometí que nunca mais iria gastar por um programa que mesmo poderia ter feito no banheiro, só. Sem o que havia procurado,meu pensamento voltava sempre a você,nunca gostei de fazer às coisas as presas, poderia estar a seu lado, deitados nus nas cama, e vagarosamente as coisas iam acontecendo.Gostava tanto de acariciar os teus seios.Com isso tudo que aconteceu comigo.Será que cometí tantos Pecados? na minha adolescência?O que foi que eu fiz de tanto errado?Lembro apenas que não fui um mau moleque, sempre respeitei meus pais, cumpria com as minhas obrigações, rezava o que sabia. O meu santo anjo do Senhor.Não, não admito ser castigado, se for por causa da minha adolescência, admito que só se for por causa disso.Acrediro que eu tenha feito algumas maldades pra álguem.Deus poderia me castigar assim.Não tenho culpa de ter passado por algum momento na adolescência, de não ter aceitado alguma coisa, isso pode ter me causado rancor, aborrecimento, e deve ter me transformado em um egoísta.Ou será que era a gordura de vaca que eu comia quando criança no açougue do meu pai? as gosrduras que eu mesmo as preparava lá no açougue do meu pai?Na Bíblia há algumas palavras de que o homem deve evitar a comer gorduras e o sangue do animal.Não meu amor,, só eu e Deus sabe no momento em que estou pensando, e não há ninguem que eu possa pedir socorro, é como se eu estivesse num barco no meio do oceano, estou só.Essa solidão está acabando comigo.Meu Deus, a única coisa que me segura aqui na terra são as nossas crianças, o único bem, e o único patrimônio, e a única Herança que Deus nos Deixou.O Henrique, o Plínio, já sabem se virar, Graças ao Bom Deus e seus Protetores São Bento Abade.Ajude-me.Sei que talvez, ainda não pode, mas por favor, faça alguma coisa por mim e principalmente por eles.Quando criança sempre rezei para o meu anjo da guarda.Não esqueço, que , quando estava dormindo no colção de palha de milho, que minha mãe fazia, e a cabeça sôbre o travesseiro de capim, rezava, sempre rezava, sentia que era uma obrigação, a respeito a meu Deus e ao Meu Anjo da Guarda.

Um homem que sempre foi louco por sexo, por amor, depende como você interpretará, pode ficar sózinho?Não sei entrar em um bar, barzinho, ou mesmo em  uma festa para comemorar ou beber alguma coisa.Minha vida esta sendo entre o trabalho e a nossa casa.Quando Henrique dorme, fico deitado apenas pensando, sinto que tudo isso passava consigo, enquanto eu dormia você estava acordada.Tenho mêdo de cair em depressão.Mas quando isso tenta me afetar pego a bíblia, como você fazia, e leio.Gosto muito da parte da Bíblia, Deuterônio e Euclesiástico.Acho que muitosos jovens deveriam ler, apenas para se auto-educar.Lá, se aprende muita coisa, e hoje alguns atos, palavras e pensamentos são feitos quando penso nêstes capítulos.Pedí as crianças para lerem, mas não obrigá-las.Espero um dia encontrar uma mulher que possa ajudar-me a educá-los.Mas está difícil, antes pensava em trazer para casa uma, que bastante gostar de mim, mas não é bem assim, não depende apenas de mim.Hoje acho, que mereço uma mulher digna, de família, sinmcera e fiel como você sempre foi.Peço a Deus que nunca encontre uma mulher que possa me dar dor de cabeça, jamais aceitaria uma mulhr que me traísse.Casaria com uma pura, nem quje isso demore anos.Não vou querer uma mulher para casar sendo que passou pelas mãos de outros homens.Isso não aceitarei. Pois seria mãe de meus filhos e minha esposa.Demorará sim, mas um dia aceitarei, encontrarei, existem ainda muitas moças que querem ter uma família, que ter um casamento digno, sério, e sem vergonha nenhuma, poder usar um véu e uma Grinalda na entrada à Igrreja, e que também casam,por tempo duradouro.

Pelo país há casos que por dois reais e cincoenta centavos, ou um lanche com pão e presunto é capaz de disvirginar uma moça,uma menina.Enquanto um canal de tv mostrava um programa sôbre prostituição infantil, numa sexta-feira à noite, eu estava só em casa, as crianças estavam na casa da vó.Como isso poderia acontecer? No nosso país existe milhares de mulheres, no mundo milhões, e ele alí, só tinha dinheiro, mas não tinha coragem de sair.Queria ter uma menina daquelas que apareciama na tv seu lado, queria uma daquelas suas conterrâneas,morenas de cabelos longos, para que não precizasse ir em busca de aventuras enganosas em outros países.Queria ter uma mulher, que pudesse amar, que pudesse dar a ela o que estivesse ao meu alcance, ter condições de fazê-la andar bonita, ir no cabeleireiro, na manicure, se cuidar.Queria que se aprendesse a dirigir, estudar, para que lhe pudesse lhe ajudar.Queria tê-la para que pudesse pegá-la e descer com as crianças para o litoral, curtir o que ele mais gostava, uma praia, e desde que você se foi, deixei de fazer o que mais gosto, vai fazer dois anos que não piso na areia de uma praia.

Hoje não tenho mais êsse prazer .Porque?Olho-me no espelho quando estou arrumado, acho que não sou tão feio assim, mas falta em mim alguma coisa relacionada a alguma coisa.Quando a gente bate os olhos em uma pessoa e ela se torna interessante, acho-me um homem apagado.Que não conquista ninguem.Isso me causa loucura às vezes, penso em arrumar um psicólogo, mas tenho certeza que não vai adiantar, tenho medo de fazer alguma besteira.Tenho vontade de deixar tudo, pegar um navio e ir para o lugar mais distante que houver no planeta.Mas tenho a responsabilidade que Deus me deu, tenho temor a Êle, tenho que cuidar dos frutos que você me deixou.

Sentado no sofá da sala, olho para o cruxifixo pendurado na parede e começa apensar.Comprou-o mais ou menos por volta de mil novecentos e oitenta, pediu para o padre benzê-lo.Pedia a Deus para que protegesse a casa, pedia a Deus para que lhe dava inteligência para que pudesse levar adiante a sua vida até quando ele não querer mais.Dizia para o cruxifixo onde estava a imagem de Jesus e perguntava-lhe:_Porquê deixou que tudo isso me acontecesse? Sempre nos acompanhou, sempre seus atos e atitudes dentro de casa.Mas analizava que ele estava alí apenas para enfeite.Acusava-se, ou seja,que tenha honrrado a imagem na parede, que não tenha respeitado as leis de Deus.Achava,envergonhava-se de todos os seus erros estava em Deus, nas imagens nas orações, nos atos não cumpridos.Te chamei  Patrícia para ir para a loja no dia seguinte, mas ela queria ficar em casa, voce se lembra?Mas meu amor, aconteça o que for, a última coisa que me aconteceria seria fazer o que você fêz, oportunidade eu tive, mas não quero, sinto que dentro de mim existe força, e quero realizá-las.Sinto-me desesperado, às vezes acordo de madrugada e quando penso nas minhas dívidas começo a suar, suo tanto que molho até a camiseta, se puder, ajude-me.

Gostaria de lhe dizer um fato que tem acontecido agora depois que você foi, esta acontecendo constantemente.Lembra-se que eu lhe dizia que no mínimo três vezes por noite eu sonhava com a minha prima Izaura? Já falecida?Até que você respondeu-me que sonhar é normal.Às vezes que sonhava nem comentava com você, ficava apenas guardado dentro de mim.Ela era uma criança ainda, pois eu tambe era, tinha que me erguer nas pontas dos pés para ver o rostinho dela e as mãozinhas, e em volta do calchão flores brancas e um véu branco cobrindo-a.Meu tio Alvim, debruçado sôbre o colchão chorava como uma criança, e os irmão dela tambem, meus primos praticamente a mesma idade que a minha.Sei que fui no sepultamento assim como meu pai que era tio dela, e sei que foi sepultada em um túmulo ao lado de uma capela.Fiquei muito triste.

Aí, eu me revolto com alguns governos, e é em vão, porque uma andorinha só, não faz verão.

                                                                                                                   Seja feliz meu amor, te amo."

Miguel continuou a procurar uma mulher que pudesse lhe trazer companhia definitivamente, visitava feiras, passeava no meio de multidões ia em bailes, principalmente em forrós, porque lá poderia encontrar uma morena de cabelos longos como os de Patrícia, uma mulher que pudesse compartilhar a sua vida com ele, que pudesse entendê-lo, ajudar a tomar conta de seu pequeno negócio, sua loja.Acordava animado muitas vezes, e a medida que a noite chegava para ele era um pesadelo, teria que enfrentar a solidão, perder noites de sono, dormir só, sem uma companheira.Ao deitar na cama era como um tédio, até que o sono vinha, mas não deixava de matutar em seu cérebro como poderia fazer para encontrar uma mulher.Comprava rotineiramente um jornal para ler os anuncios dos classificados, e ver se lá estivesse saído o seu anúncio na columa de recados.

Essa coluna era para pessoas que gostaria de se relacionar com outras, a procura de um parceiro, namorada, ou mesmo uma mensagem de amor.Nêsse dia ao ver o seu anuncio, no qual procurava uma mulher ou companheira, que fosse morena, com um metro no mínimo de altura, cabelos longos, e que tivesse conhecimento em áreas de contas a pagar e receber, para ajudar um viúvo de quarenta anos a administrar uma micro emprêsa.Havia saído, mas logo acima de seu anuncio leu um anuncio de uma senhora que procurava uma homem para namoro e futuro compromisso sério.Não importou muito.Mas o que chamou-lhe a atenção é que ela colocava o seu amor e a sua casa como herança, àquilo não o impressionou,mas mesmo assim anotou o numero do telefone para contato na sua agenda, sabia que pelo ddd, aquele número não era da região de Pavina.

Após uma semana, resolveu anunciar também em um jornal, que fosse longe de Pavina e Mendonça, bem no interior, e anunciou no jornal de Junaí, procurando uma morena clara de cabelos longos, negros, um metro e setenta de altura, que fosse simples e que assumiria um namoro sério com um viúvo.Esperou quinze dias, e não recebeu nehuma carta, nem de Junaí e nem de Mendonça e região, onde os jornais circulavam.Aproveitando em que estava em um orelhão, telefone público, resolveu ligar para a mulher que deixava seu amor e sua casa como herança.Miguel estava pouco ligando para os bens, a casa, por herança, ele se preocupa com o amor, em arrumar uma companhia, sabia que daquela vida que levava não levaria nada após morte, queria é terminar o resto de sua vida com sua vida feliz e ver os seus filhos moços.Ligou, uma voz bastante feminina atendia do outro lado da linha, uma mulher de quarenta e dois anos, dizia ser morena com os olhos e cabelos pretos até os ombros.Miguel sentia pela sua voz, que ela era culta,educada e muito carinhosa.Conversaram  durante uma semana, as ligações telefônicas para Miguel ficaram um pouco onerosas, gastava mais de trinta impulsos por noite.A mulher estava convencendo-o,mas ele,pelas esperiências anteriores achava que seria mais uma tentativa sem sucesso, gastaria muito dinheiro, e no final não seria possível a afinidade.Era ancioso, queria conhecê-la, ela sugeriu que fosse até Santa Margarida para conhecê-la, com a seguinte opção:

_Êla dormiria na cama dela em sua casa, e ele dormiria no sofá, na sala.Ela mesmo sugeriu a Miguel, que a irmã dele ficasse na loja com Plínio, assim ele poderia viajar tranquilo.Miguel não sabia como mais pedir êsse favor a Nina, ter que viajar e ter que dormir fora. Êle só esperava que ela não o indagasse o porquê da viagem.Miguel pediu a Nina que ficasse tomando conta das crianças e da loja, iria viajar e teria que dormir fora.Isso estava acontecendo pela primeira vez , seria uma loucura, ficava imaginando Miguel.Precisava de todo jeito conhecer essa mulher, queria conhecer Ana Aparecida.Pegou o ônibus e foi até a Santa Margarida, uma cidadezinda, muito bem cuidada, suas ruas eram de paralepípedos,pareciam que haviam passado graxa e depois dado brilho.Da rodoviária ligou para Ana Aparecida, e quando ela atendeu o telefone disse-lhe que estava no banho, e até ele chegar em sua casa ela já estaria pronta para recebê-lo, explicou-lhe o caminho e ele seguiu em frente.Caminhou aproximadamente mil metros, dobrou a esquerda e avistou logo à sua frente o muro branco com o portão cinza, no qual ela havia dito.

O portão era de correr, para a esquerda, ele o empurrou entrou e perguntou se havia alguém.Por detrás da cortina transparente do quarto, avistou um vulto que gritou para que ele fosse entrando.Avistou uma casa nos fundos, uma edícula, o quintal era livre na frente, existia uma piscina, percebeu que era mal cuidada com a água escura, e poucos objetos no quintal.Assim que Miguel chegou a varanda, a mulher disse para ele entar pela porta da sala, da frente, e aguardar.Miguel abriu a porta, sentou-se no sofá e aguardava, para ver a mulher, que mulher seria?como seria? Estava ancioso. Parecia um mistério para ele, porque ela estava demorando a aparecer.Era uma casa pequena, bem cuidada, e na estante via-se alguns livros de direiro civil, constitucional, e outros relacionados a área de direito.Na estante estavam três fotografias, em é, encostadas nos livros, uma era de um senhor de aproximadamente quarenta anos, calvo, a outra era de uma senhora que aparentava cincoenta anos, e outra de uma senhora aparentando também um pouco mais jovem, aproximadamente trinta e cinco anos, mas, estranhou o seu olhar.

Miguel concentrado nas fotos em pé em frente a estante, enquanto a porta do quarto de Ana Aparecida permanecia fechada, imaginava que o senhor poderia ser um advogado que ela disse que morava com ela, a segunda poderia poderia ser sua mãe, e a terceira ele torcia para que fôsse irmã de Ana Aparecida.O ventilador estava ligado, sentia-se abafado alí, a casa estava toda fechada, os vitrôs e as janelas e portas, e o cheiro forte de incenso indiano, sabia que o ventilador era para espalhar a fumaça da sala.Não via a hora na qual a porta do quarto que dava direto para a sala abrisse alí a morena de cabelos pretos até os ombros que ele aguardava, queria que fosse uma mulher conservada e madura.Sua preocupação era se chegasse mais cedo, ao meio dia ou as catorze horas, caso não fôsse o que imaginava, poderia pegar o ônibus de volta, mas Ana Aparecida fazia conta que ele dormisse alí com ela.Sentia muito calor, e o ar estava sufocante.Poderia trabalhar no domingo e faturar um pouco mais, as dívidas da loja estava ficando grande, o resultado era apena receber e pagar as duplicatas.Sentia que não estava tendo vantagem nas vendas, as contas sempre aumentavam.E as crianças? como estariam? Miguel se sentiu um louco em deixá-las sós. Mas estava bem alimentadas e sós, e o Boxer dele o Thander os vigiaria-os com certeza.Achava não justo deixar as crianças sós em casa para encontrar uma mulher.Mas ele precisava de alguém que o ajudaria na loja, estava se sentindo receio de não dar conta de ir em frente como empresário.A ansiedade tomava conta dele, quanto à sua casa como a casa dessa mulher que não saía do quarto nunca. O que estaria fazendo? Será que estava maquiando para demorar tanto? Ela o aceitaria? como seria? Pra êle naquele momento seria um mistério, não a conhecia nem mesmo a sua maneira, a sua personalidade,o seu comportamento.Teve vontade de ir ao banheiro, e Miguel, sem pedir, ou bater na porta do quarto dela para pedir autorização, usou-o, assim mesmo.

Voltou rapidamente para o sofá.De repente a porta do quarto se abriu repentinamente, e uma mulher apareceu.Miguel nunca havia visto um tipo de mulher igual àquela.Pele branca, cabelo pretos até a coluna lombar despontados.Miguel a achou estranha, mas por respeito não demonstrou nehum espanto, tentou conversar com ela com moderação e educação, e respeito.Já de cara, sabia que não era mulher pra ele.Estava bem vestida, com uma saia bege de seda transparente com forro por baixo que ia até aos joelhos, e uma brusa do mesmo tecido combinando e calçava sapatos brancos.Miguel estava sentado no sofá para dois lugares, e ela deitou-se no sofá para três pessoas bem a vontade esticando as pernas, pedindo para que Miguel fizesse o mesmo para descançar, para que ficassse no sofá onde estava para descansar.Para agradá-la, tirou apenas os sapatos, Ana Aparecida conversava anciosamente, reparou que era uma mulher tensa.Falava rapidamente, como se quizesse falar tudo naquele momento.Ele só queria ter chegado mais cedo para poder ir embora mais cedo, aí não precisava dormir na casa dela. Ele a achou muito estranha.Ficou admirado pelo corpo dela. Um corpo totalmente "torneado", parecia que foi feito sôbre medida.Quando Miguel olhou para as fotos da estante, ela disse que aquele homem foi o que a abandonou-a, e esta tentando encontrá-lo.Miguel perguntou a ela se a primeira foto exposta na estante era da sua irmã, e a segunda sua mãe. Sem graça, ele ouviu de Ana Aparecida uma resposta única:_ Aquelas duas fotos era de uma única pessoa, sou eu. Respondeu ela.

Ficou espantado, engoliu sêco, ficou calado por alguns minutos.O rosto dela, a pele, parecia daquelas monecas de cerâmicas que encontramos nas lojas, todo seu corpo era assim, parecia com as imagens de santas que temos nas igrejas.Ela disse-lhe que havia feito duas plasticas no rosto, mas que o corpo era o mesmo de uma mulher de quarenta anos, pois para Miguel pareceia ser de trinta anos.Miguel não perguntou, mas queria apenas que ela tirasse aquela máscara, parecia um creme que estava sôbre a pele do rosto, olhando-a, parecia uma boneca de louça.Conversaram até as nove horas da noite, quando ela o chamaou para a cozinha, iria preparar uma comida para ele, mas Miguel insistia em não querer, em não comer, mas por educação aceitou que ela fizesse um um pouco de macarrão instatâneo.Quando Miguel se dirigiu ao vitrô da cozinha para abrí-lo, ela deu um grito...nâaaoo!.Ele estava com muito calor, estava numa casa, uma edícula, muito abafada.Perguntou a ela porque não abria as janela e vitrôs, e  as portas para ventilar.Ela disse que não, detestava moscas e pernilongos, sempre dormia e mantia a casa e todas as lampadas acessas durante vinte e quatro horas. Tinha medo, e não queria ser picado por um pernilongo ou mosquito.A Pele daquela mulher parecia de porcelana, Miguel nunca tinha visto aquilo, até brilhava. As pernas bem cuidadas e o rosto, imaginava o restante do corpo.Foi aí que ele ficou mais chocado, Ana Aparecida vivia unicamente em função de manter a sua forma física, alimentava-se apenas de vitaminas e sucos fabricados exclusivamente, sob medida em um laboratório, exclusivamente para ela.O corpo era perfeito, as pernas desde os tornozelos até o quadril era como ele gostava, perfeitos e grandes, bem moldados e uma pele de menina, não tinha em nehum lugar naquele corpo sinal de flacidez, nenhuma, nenhuma varize.

Miguel comia o macarrão enquanto conversavam, falando de seus planos(que eram sempre os mesmos), sôb aquela lâmpada semi apagada de sessenta volts, o passado não era muito bom, não gostava de lembrar do primeiro casamento, onde o marido a fêz sofrer muito.Depois separou-se, encontrou outro homem que a protegeu durante onze anos, e depois a deixou na mão sem mais nem menos, estava desesperada.Conheceu-o através de um anúncio de uma revista.Ela queria a qualquer custo ter um companhia, vivia só naquela casa, Miguel sabia como era difícial viver na solidão, ele ainda tinha os filhos, e ela não tinha ninguém, apenas Deus, se ela acreditasse.O homem que havia abandonado-a não deixou nada que ela pudesse um dia encontrá-lo, nem mesmo os parentes dele sabia do paradeiro, para irnformá-la.

Ela comentou a Miguel, vários assuntos relacionados a casa em que morava, sôbre o direito adquirido, estava com papéis na justiça, parecia aos ouvidos dele que ela estava com algum problema, que, so o desaparecido poderia resolver.Miguel so não podia aceitar como uma pessoa que trabalha numa área de investigação não consegue encontrar outra?Logo após meia noite, Ana Aparecida se dirigiu a ele dizendo que ele dormiria na cama dela, e ela na sala.Miguel perguntou-a se estava falando sério, se realmente ela ia fazer aquilo, sendo eles maiores de quarenta anos iriam dormir separados, mas ela insistiu e pediu para que ele não tentasse nada.Pronto, a decepção de Miguel com mais uma mulher. Ela era, parecia uma mulher intocável, casso você a abraçasse, ela se quebraria toda. Ela não deixou Miguel chegar perto nem mesmo para dar um abraço de boa noite.Como ele já sabia como ela era, ficou quieto, comportado.Como ela era escrivã  de Polícia, Miguel não tentou nada, sentido aborrecido, disse-lhe-a com educação que ela podia dormir na cama, ele ficaria alí mesmo no sofá.Bem que ele gostaria de agarrá-la e tocar em suas coxas de tão convidativas que eram.Ela colocou as cobertas e um travesseiro para ele no sofá e entrou para o quarto fechando a porta, trancando-a.Miguel sentia-se humilhado alí, se pudesse sairia dalí e pegaria o ônibus de volta para Pavina, apesar de não haver horário.Mas deitou no sofá, sentindo aquele calor enorme, não podia abrir o vitrô da sala para ventilar um pouco, tirou a camisa mas não conseguia dormir. Esperava que ela pudesse fazer-lhe um convite para ir para a sua cama.Muito bonita de corpo principalmente, ela havia deixado transparecer as coxas levantando a saia, simplesmente para que Miguel visse como ela era, em toda sua vida, nunca havia visto um corpo de mulher daquele jeiito, de tamanha beleza e cuidado com sua pele. Se ela tinha pavor de mosquito e pernilongo, imagina ele dando um abraço apertado nela e beijando-a com pegação, achava que iria deixar marcas no corpo de Ana Aparecida.Já era tarde da noite, de vez em quando levantava e olhava pelo buraco da fechadura, mas o danado do burado estava fora de foco da cama dela.

Demorou a dormir, apagou a luz da sala e do banheiro e da cozinha, acreditava que Ana Aparecida estava dormindo  a lâmpada de seu quarto acessa, estava sim, ele percebeu pelo buraco da fechadura.Miguel não conseguia dormir, o vento batia no portão lá fora e fazia barulho, sentia medo daquela mulher, achou-a estranha.Mesmo antes das oito horas da manhã já estava em pé.Logo Ana Aparecida saiu do quarto, e anciosamente foi para a cozinha fazer o café pra ele, estava com a mesma roupa do dia anterior, estva muito bonita, mas o creme estava sôbre a pele do rosto, parecia uma boneca que havia acabado de passar um creme e que foi lustrada, aquilo para Miguel era uma espécie de máscara, não podia ser, mas era os cremes que ela passava para proteção.Miguel percebeu que ela estava tensa, anciosa, percebeu que ela estava com vontade de que ele fôsse embora, mas percebeu mais tarde que a preocupação dela era para ele não perdesse a votação do primeiro turno das eleições naquele ano.Trocaram poucas conversas durante o café, pegou sua mochila e ia saindo.Acompanhou-o até a esquina mais próxima, antes porém na sala, Miguel "forçou" uma despedida mais calorosa, puxou-a em seus braços e a abraçou.Ela procurou manter-se afastadadele, queria tê-la alí mesmo de manhã, queria enfiar a mão sôb aquele vestido de sêda e levá-la até onde podia.Partiu, saiu dalí certo de que encontraria mais uma mulher da agência, mais uma amiga, mais uma pessoa que tinha os seus sonhos, suas ilusões, decepções e carência de carinho.De volta em retorno dentro do ônibus, traçava planos em sua cabeça com a possibilidade de Ana Aparecida poder morar com ele em Pavina e continuar ambos uma vida a dos.Miguel lutava,procurava por uma mulher, por um mundo que nunca existirá. É apenas so o mundo dele.Na segunda-feira, esperou uma ligação, não a recebeu, esperou terça-feira até às vinte e uma horas, e tomou a decisão de ligar para ela.Estava com sua voz trêmula no telefone, já sabia que aquela era mais de uma das suas tentativas fracassadas, esfriou.Ana Aparecida havia lhe dito, que ia ficar livre dele, ela acabara deconhecer um dentista, e que achava uma possibilidade de dar certo.Ele porém a agradeceu por ter conquistado mais uma amizade, desejando-lhe-a flicidades, desligando o telefone frustadamente.

Àquela resposta era a única que ele não queria receber, depois de deixar seus filhos dormindo só, pegar o ônibus para conquistar uma mulher que ele achava em dar tudo certo, foi por água abaixo.Ficou frustado, aborrecido, sedacreditado, decepcionado.Passou uma semana como um bagaço de cana, como àquele que o garapeiro passa na máquina uma vez, depois passa novamente para extrair cada vez um pouco de caldo. Sentia, lá em baixo, com baixa estima.Sentia-se assim, esbagaçado, seria pelo fato de não ter dado certo, ou pelo fato de não ter tido-a.Ou, Maria Aparecida talvez achou que Miguel apareceria em sua casa em uma carro do ano.

Domingo próximo, levantou-se cedo e antes de abrir a loja, levou as crianças na casa da vó, haveria uma aniversário não queria atrasar em abrir a loja.Ficou muito decepcionado, por ter vendido muito pouco naquele domingo, das oito às onze horas, mas sabia que o resultado era aquele mesmo.Chegou em casa, abriu uma latinha de cerveja e foi fazer os afazeres da casa, lavou alguns tapetes, principalmente onde o Thander dormia, percebeu algumas gotas de sangue no tapete, mas naquele momento não deu tanta importância.Pegou um pedaço de coxa de frango e uma lata de cerveja e foi saboreá-lo debaixo do pé de abacate, era novo, ainda não tinha dado nenhum fruto, pisava descalço na terra e olhava ao redor o pé de limão, o pé de pinha o pé de mandioca, o pé de goiaba o de mamão e alguns outros pés de frutas, todos plantados em uma área de apenas seis metros quadrados.Encostou no pé de goiaba, olhava as formigas "chatas" que andavam pelos galhos da goiabeira.Lembrava que, quando criança, com seus doze anos, ajudava o seu pai a cortar lenha, quando sentia o cheiro das árvores mortas.Gostava do cheiro das resinas, mas era um cheiro de prazer e ódio.A cada formiga que circulava naquele tronco de goiaba, ele considerava a cada árvore que seu pai com o machado cortava.O tronco do pé de goiaba nascia verticalmente e depois dobrava horizontalmente por uns quarenta centímentros, era o local, onde Miguel via as formigas chatas passarem.Observava com muito carinho aquele movimento, achava muito natural, elas iam até a goiaba, capturavam um pedaço do fruto e levavam para o abrigo delas, a toca.Ficava contente, de ser do seu quintal algum tipo de vida, vida àquelas que as câmaras de Deputados do seu país não faziam nenhum esforço em preservar.De repente, Miguel esfregou o dedo indicador no tronco da goiabeira horizontal onde as formigas "chatas" passavam, para ver o  que aconteciam, se era possível observar alguma coisa.De repente cada formiga que passava, achava estranho, parava, "cheirava" observava alguma coisa estranha e andavam desesperadas de uma lado para o outro.Vinha uma e mais outra, aquela que passava dava sinal para a outra, e de repente várias formigas paravam e logo após arrancavam desesperadas do local, encontravam com as outras davam sinal e algumas voltavam para trás.De repente, segurando firmemente a lata de cerveja em sua mão, observava uma grande confusão naquele tronco de goiabeira branca.Muitas formigas se aproximavam para ver o que estavam acontecendo, "soldados" foram acionados e grandes formigas vieram uma atrás das outras e ficavam rodeando o local onde Miguel passara o dedo.Houve um movimento muito grande naquele local, até as formigas filhas,pequeninas vieram, como se fossem crianças. para analisar o que estava acontecendo alí, no seu habitat.Após fazerem várias análises do local,voltaram normalmente, continuaram seu trabalho rotineiramente.

Para Miguel é como acontece no seu país, todo mundo invande, mete a mão e ninguem faz nada para defender o que nos pertecemos.Analisou as formigas naquele momento, em que o "país" em que ele vivia eram diferentes das formigas, elas defendem o seu território. Os políticos brasileiros, defendem apenas os seus interesses, quer usufruir do "poder" que tem, para mandar seu filhos a estudarem nas melhores faculdades do mundo. Mas a terra no qual deveria defender, amá-la, que se fôda.Madeiras, ouro, pedras preciosas, bioversidade, animais sendo mortos na calada da noite, riquezas sendo levadas embora com animais silvestres, para serem vendidos lá fora.ONGs falsas, que se instalaram na amazonia apenas para "roubar" a nossa bioversidades, mandam nossas ervas para fora, patentiam, e depois fazem medicamentos. Essas ONGs tem que ser expulsas do território Brasileiro.Nossos políticos não tem senso de patriotismo, que não fazem nada para defender o que é o nosso patrimônio.Mas porque eu deverei reclamar? A Corrupção depois das Diretas Já, depois da Instalação do pior Sistemas de Partido no mundo se intalou em um país chamado Brasil, que é a Democracia. Mas chorar, agora porque? O que alguns "coitadinhos" saem a rua pedido ABAIXO A CORRUPÇÃO", NÃO FORAM ELES QUE SAIRAM ÁS RUAS PEDINDO DIRETAS JÁ???!!! Agora Aguentem. Deram o aval para a corrupção poder ser instalada no Brasil, isso. tambem porque o congresso tem medo de "mexer" mudar o código penal, isso afetaria a eles.Enquanto isso se mata, e fica por isso mesmo.

Miguel esta por tudo a perder.Nada lhe interessava mais, Deus fêz tão bem feito que lhe tirou a espôsa e deixou-o com os filhos, e ele não seria capaz de abandoná-los, sabia que as crianças principalmente Henrique iria sentir muito, caso fosse embora para algum lugar.Queria se pudesse, chamar todas as nações que defendem seus interêsses a moral de seu povo, que lutam com vontade e da valor a sua pátria, queria uní-los, unindo eles seriam fortes e não deixaria que qualquer nação os ameaçasse.Queria muito a união árabe, a união palestina, queria uma pátria única entre aqueles povos, queria o que ele sempre falava "Nação Nobre", honesta, respeitadora da moral e dos costumes.Queria que árabes, chineses, japoneses, coreanos se unissem, são povos na sua concepção que tem moral, costumes, e dão o sangue para defender seus direitos, sua pátria.Juntos seriam a Nação mais forte e poderosa do mundo, porque defendem suas mulheres suas crianças e tem orgulho do sangue que correm em suas veias.Vocês podem. Basta querer, e ainda dá tempo.Unem,-se sejam poderosos, deixem o ódio, o rancor, a raiva, esqueçam-na, e construam um mundo onde só vocês poderão trazer a moralidade ao restante das nações do mundo. Por exemplo:::_O que adiantou derrubar o muro da Russia, da União soviética? Hoje lá existe o capitalismo(imposto pela Democratica), existe prostiruição, e o pior, o exército Russo esta Sucateado. Àquele homem com a mancha na testa entregou o povo Russo a Deus Dará, assim como entregaram o Brasil a corrupção, imoralidade, e roubalheira...Vocês seriam uma potência, seriam poderosas, defenderia os paises sufocados em dívidas internacionasi, seria uma nação exemplo para o mundo, porque nelas existem a imoralidade, sequestro, roubo, prostituições, corrupções, e não se entregariam a interesses internacionais do capitalismo.Miguel, se possível pegaria numa arma e ir para o campo de batalha, queria defender a todo custo a vontade da realização de um sonho.Queria que o anticristo do capitalismo selvagem e interesse de alguns países caísse por água abaixo, como tudo que existe não é eterno, ele sabe, que as potências grandes, sufocantes um dia cairá por terra, se não fosse pelo capitalismo, ou por guerra, seria pela própria natureza sábia que sabe dar o troco através dos tufões, tempestades, terremotos.

Todo império um dia cai. O Império Persa, Macedônio, O de Napoleão,Império Romano,o de Gengis Kan, caiu...tudo cai um dia. O País que mostrou ao mundo a força dos dois cogumelos cairá por mais bem armado que seja.Porque você acha que a única preocupação dessa nação é se armar? Porque ela mesma sabe que é odiada por sessenta por sento dos países da terra. Na próxima Guerra que talvez(Só Deus sabe) um dia acontecer, vários países estarão tão bem armados, que destruirá  nação. Todos queimarão, suas bombas serão insignificantes, e os sobreviventes desta nação serão caçados por povos de outras nações como se caça uma raposa. Até que um dia, não sobrará nenhuma geração dessa nação.Nem Bomba Atômica, nem armar modernas a salvará, a destruição virá através da natureza, tufões, tempestades, abalos císmicos, catástrofes naturais!

Infeliz é a Nação Afeganistã, mas seu Deus dará em troca a vingança, vingará a cada país que matou seus pais, seus filhos crescem com o ódio de a qualquer momento vingar as mortes de suas famílias, mortas covardemente a mando de um anticristo,filhos hão de reagir. E seus descendentes viram as mortes de seus soldados, mães irmãos, e seus corações estão machucados. Mas, não deveis se preocupar, pois as nações que feriram-lhes, mataram seus irmão e pais, não dormirão por cem anos!

Vocês devem criar, desenvolver-se culturalmente e religiosamente, criariam os guardas eletrônicos, que controlariam o mundo, haveria uma central única de informações de todo o planeta.Os guardas eletrônicos seriam as esferas voadoras, do tamanho de uma laranha, voariam a velocidade da luz, conteriam posições de câmeras de filmagens que levariam informações até a central, e esta decidiria sôbre as decisões a serem tomadas.Nesta mesma esfera, haveria seis canhões de laser, que seria usados de acordo com a necessidade, de exploração ou adormecimento, êsse último, adormeceria a vítima até a chegada do policiamento humano.Tudo, e toda atitude, ecológica, agricultura, mineração, e de governo deveria ter a aprovação desta central de informações, dirigida pelo conselho das "nações humanas desenvolvidas na paz".Seria formidável, humano e coerente. Não haveria corrupção, roubos, assantos, deliquências, e nem corrupção generalizada como acontece no Brasil. Isso era tudo um sonho, uma fantasia, um desejo de realização, que ficava apenas na cabeça de Miguel, não tinha ação, não podia tê-la e nem realizá-la.Pensava apenas numa sociedade igualitária, onde todo pai de família podia ter o seu trabalho, poderia realizar o sonho de teu filhos, realizá-los como homens, com uma boa faculdade.Mas estava em Pavina, era alí que tinha que ficar para educar seus filhos, para ver Henrique crescer, ai sim, depois ele podia ter um bom trabalho e ir para onde ele se achasse mehor, com saudades minha.O pensamento que elevava a Patrícia entristecia-o as recordações boas mas sempre vinha a sua cabeça, não aceitava a morte dela, não queria perdê-la.Mas na conciência dele, não soube amá-la, poupá-la, reconhecê-la.

Não conseguia ficar longe de Renata, tinha saudades dos seus beijos, dos abraços, de seu corpo.Estava muito tempo só.

Como havia anunciado no jornal de Junaí, uma pequena cidade, ficou surprêso quando recebeu uma carta de uma moça morena.Muito simpática através da fotografia, teve o incentivo da mãe para escrever a carta.Não houve simpatia por parte dele, mas mesmo assim respondeu agradecendo-a, enviando de volta a fotografia.Se fôsse feliz em achar uma mulher em Junaí ele voltaria com mudança e seus filhos, ficaria perto dos irmãos e dos pais.Após uma semana,num sábado, recebeu outra carta,com cheiro de perfume francês muito carinhosa, mas com palavras de carinho, pedindo sigilo.Leu ansiosamente a carta, que de imediato lhe trazia um pouco de tranquilidade.Parecia ser uma pessoa culta, vivida, de responsabilidade.Disse-lhe que não tinha a idade dele, havia perdido o anuncio através do jornal, mas era jovem, de cabeça.Caso ele respondesse na próxima carta receberia as fotografias. Respondeu o mais rápido possível, queria saber quem era a pessoa, quem é que estava afim de ser amada como sempre foi, pelo ex-marido.Ela pediu isso, se fosse para amá-la teria que ser um amor verdadeiro.

Na segunda carta que Miguel recebeu havia três páginas e quatro fotografias de Inácia, uma senhora de sessenta e sete anos, Miguel tinha pouco menos, mais ou mesno vinte e seis anos.A primeira impressão de Miguel achou-a bastante sorridente e culta.Havia dito-lhe que conhecia a sua família, de ambos, e sabia qual era os seus primos, a sua família, pois sempre estava em contato.Poetiza e fraterna, preocupada com as pessoas carentes com um coração aberto a ajudar a quem lhe procurasse.Bastante preocupada nas suas atividades, culturais, cristãs.Através do telefone que lhe enviou, comunicou-lhe a imediatamente sôbre o recebimento das cartas e das fotos que lhe enviou.E uma delas comunicou-lhe que gostaria de conhecê-lo imediatamente sôbre o recebimento das cartas e das fotos.Inácia queria conhecê-lo a todo custo, pediu que fôsse a Junaí na primeira oportunidade.Respondeu o mais rápido possível, quem era a pessoa, quem é que estava a fim de ser amada como sempre foi, pelo ex-marido.Ela pedia isso, se fosse para amá-la teria que ser um amor verdadeiro. Miguel respondeu o mais rápido possível, queria saber quem era a pessoa, que é que estava tão afim de se amada como sempre foi, pelo ex-marido.Ela pedia isso, se fôsse para amá-la teria que ser um amor verdadeiro.

As ligações de Miguel, na qual fazia através dos orelhões eram constantes, havia dia que gastava quarenta e nove impulsos, num pais explorador.Tinha que solucionar o seu problema de solidão o mais rápido possível.Poderia ir até em Junaí, mas precisava primeiro conhecer a pessoa.Não podia abandonar a loja Plínio não podia fechá-la ou abri-la, sozinho.Deixou as crianças no sábado e foi viajar, não abriria a loja naquele domingo, ia fazer falta o dinheiro que entrasse naquele dia, mas tinha que pensar em sí, tinha que solucionar o seu problema.Após seis horas de viagem chegou a Junaí, com bastante saudades, era a cidade em que nasceu.Ligou avisando Inácia que havia chegado.No banheiro da rodoviária ele escovou os dentes, lavou o rosto, pegou um táxi alí na rodoviária e foi até o endereço.Estava tenso, era no centro da cidade, e aquela rua era conhecida muito bem.Abriu o portão da frente da casa  e entrou no alpendre apertando a campainha.Seu coração batia velozmente, quem abriria àquela porta daquela fachada enorme?Tocou a campainha.De repente abriu a porta. Uma senhora delicada, bem vestida, bem produzida com maquiagem, perfume fancês e bastante jóias nos dedos e pescoço.

_Inácia?

_Sim. Respondeu ela. Entre.

_Pegou-lhe em sua mão para comprimentá-la, e levou a sua boca beijando-a. Nunca havia feito áquilo com mulher alguma, mas nos filmes, a gente sempre aprende alguma coisa, e Miguel era um homem romantico, na medida do possível.

_Como você esta? Chegou bem? Disse Inácia.

_Sim, a viagem é longa, mas deu para dormir um pouco.Dentro dêstes ônibus modernos faz muito frio, com ar condicionado.Se soubesse teria trazido um cobertor.Disse Miguel.

Com a voz trêmula e um pouco nervosa, Inácia convidou-o para sentar-se no sofá, naquela sala enorme e com móveis antigos de madeira de lei.Ele a observava, som surprêsa, era bem mais velha do que ele, mas esbanjava simpatia, era uma mulher muito alegre, sorridente.Miguel nas três cartas que lhe havia  enviado, disse a ela uma parte de sua vida, cabia a ela fazer algumas colocações.Descendentes de espanhois, e tradicionais naquela terra seus pais permitiam apenas que casassem com um homem que fôsse de sua descendência,Espanhola e acabou casando com um primo,manteriam as mesmas tradições, e os laços de familia permaneciam.Mostrou-lhe muitas fotos, contou-lhe sua vida, seu passado, que empolgou Miguel, como ele sempre gostava de coisas antigas, observava as fotos de Inácia nos seus quinze anos, quando casou-se.Foi uma mulher muito feliz, de posses, terras, gados, fazendas, e amama loucamente seu marido, dava para observar várias fotos, onde os dois se abraçavam e beijavam-se.A casa de Inácia era enorme, o quintal grande, duas suites, e os quartos reservados para a filha e os filhos e netos quando viesse visitá-la.

Miguel ficava admirando as fotos onde os dois se beijavam, caso assumisse aquela mulher teria que ser igual ao comportamento do marido, imaginava, tinha que amá-la com fervor.Foi um linda mulher, inclusive havia ganhado o concurso das pernas mais lindas da cidade, parecia pelas fotos ter sido de uma mulher bonita, bem cuidada.Ela havia colocado vários álbuns de fotografia no colo e sentou-se ao lado de Miguel, mostrando-lhe as fotos dos filhos, das suas viagens pelo Brasil e pelo mundo.Era só, e para não cair em depressão estava sempre viajando com as irmãs e amigas de sua idade.Inácia era uma mulher delicada, era um pouco mais baixa que Miguel, apresentava aproximadamente um metro e sessenta, magrinha, usava óculos e tinha os cabelos tingidos de cor cajú claro.Eles estavam sentados bem próximos, inocentemente não percebiam que os ombros estavam encostados, e Miguel sentia a fragância  de um perfume que nunca havia sentido, era cativante, era tão bom sentí-lo, era tão suave.Nas suas mãos continha vários anéis, brilhantes, e no pescoço um cordão de ouro trançado, jóias caríssimas, estava muito bonita, muito produzida, e seu semblante parecia que estava conversando com uma garota  com mais de vinte anos.Sentia pela declaração dela , que foi muito feliz mesmo, e muito amada. Passou um mau período em sua vida, assim como todo ser humano, com acidentes que ela mesmo sofreu, com a perda de um genro, de um filho e do marido.Contou-lhe das terras adquiridas pelos seus pais, parentes, assim que chegaram da Espanha para fixarem residência no Brasil, como tinham bastante dinheiro, e, sabendo que, para o país onde tinha ido morar, havia muitos diamantes e ouro, então começaram a comprar o máximo de terras às margens de rios e riachos, eram centenas de alqueres.E ainda herdara alguns pedaços de terras de outros doaram para os filhos e netos.Foi uma mulher muito batalhadora, inteligente, não fêz nenhuma faculdade, mas conseguiu estudar formar todos os seus filhos, apenas uma filha ela ficou admirada, havia feito cinco faculdades, e queria fazer mais uma.Foi uma mulher feliz, se não era naquele momento fazia o máximo para transparecer.

Chamou Miguel para a cozinha para tomar café, tudo estava pronto, arrumado sôbre a mesa que na qual a empregada já havia deixado, nunca tinha visto tanta coisa para comer e beber em cima de uma mesa, apenas para um café.Havia dois tipos de bolos, um de fubá e outro de farinha de trigo, pão de queijo, queijo minas fresco, suco de laranha, , leite, café, broas de fubá, e algumas frutas.Ele era muito simples, bastava uma xícara de café e um pãozinho de sal.Não importou, em casa de mineiro era assim mesmo, muita fartura, Graças a Deus.Conversaram mais um pouco, foi até o terreiro, o quintal era enorme, parecia que estava dentro de um sítio, muitos pés de frutas, e alguns utensílios domésticos antigos.Podia ainda se ver uma cisterna com um sarí.Inácia reclamava, estava só e era difícil arrumar uma pessoa para cuidar da horta, do quintal, e quando arrumava não fazia o serviço bem feito. O objetivo de Miguel, era conhecê-la o máximo possível, seu tempo era curto e precisava voltar para Mendonça naquela mesma noite.Ela queria que ele ficasse, era impossível, sua preocupação com as crianças podia ser notada no seu semblante por Inácia.Mas aquela mulher o fascinava, não sabia, o que era, mas aquela mulher chamava-lhe à atenção, era bem de vida, recebia a pensão do ex-marido, tinha as suas terras que produziam, sabia dirigir,mesmo após o violento acidente que deixou-a com sequelas, era vivaz, charmosa, carinhosa, atenciosa, ele havia notado nela que ela tinha todas as boas qualidades possívéis em uma mulher.Era, abençoada por Deus, pela caridade que fazia nos órgãos assistenciais na qual trabalhava voluntariamente,na igreja, participava e fazia as suas doações sem reclamação.A única coisa que a incomodava, e que não deixava transparecer, era a sua perna, havia muito metal, e isso fazia com que fosse necessário tomar medicamentos diáriamente, devido ao acidente automobilístico.

Para Miguel, apesar de ser uma senhora, uma anciã de oitenta e três anos, parecia uma garota.Ela havia lhe dito, que muitos homens a procuraram nêstes últimos quatro anos em que ficou viúva, inclusive, empresários espanhois, com idade próxima a dela, mas que ninguém chamou-lhe a a tenção, muitos apaixonavam-se por ela, mas não pelo seu corpo, mas pela sua cabeça.Era maravilhosa.Era uma mulher brilhante em educação e etiqueta.Transmitia para àqueles que conversavam alegria, bem estar, simpatia, confiança e muita fé em viver.Seria uma injustiça, Miguel ter ido até alí ter conhecido uma que não existe e não ter-lhe dado nenhum beijo.Estavam encostados numa mesa na varanda do quintal feita de uma roda de carro de boi, e os olhares carentes entre os dois pediam, no fundo do coração um abraço, um beijo sem recliminação, estavam só, e Miguel numa profunda solidão.Ela contou-lhe toda a sua vida a ele, caminharam para a sala, chamou-lhe para mostrar-lhe a sua casa, com vários quartos, dispensa, quarto de empregada, banheiro com banheira, e seu quarto era uma suíte.Ela sempre teve suíte, achava que todas as suas intimidades deveriam acontecer alí.Mostrou o quarto de seu neto-filho, no qual o chamava, que estava fazendo, estudando medicina na Argentina.Ela o amava muito, pela foto Miguel percebeu que seria na verdade um bom rapaz.Tinha que partir, antes passaria na casa de seus pais para visitá-los, pensava Miguel, estar na mesma cidade onde seus pais morava, e não visitá-los seria uma atitude incoerente. Mas percebeu que Inácia fazia o possível para segurar Miguel ao lado dela.Miguel percebeu uma foto na estante de um rapaz que aparentava uns trinta e cinco anos, de barba, e deveria ter um metro e oitenta de altura. Perguntou-lhe a Inácia quem era. E tristemente ela disse que era o filho que perdera com problemas de saúde devido ao cigarro.Migiuel agradeceu a sua hospitalidade despediu, agradeceu e foi para a casa de seus pais.

Ficaram surprêsos ao ver o filho chegar tão de repente, Miguel disse que foi visitar a namorada.Estavam morando em uma casa enorme, tinha até suite no quarto de sua mãe.Acharam melhor morar alí pagando aluguel, em benefício do irmão mais novo, para que evitasse a beber, com os maus elementos "pingaiadas" que o acompanhava.Onde moravam antes, haviam muito bar, e quando seu irmão mais novo não trabalhava, bebia muito, quinze dias seguidos, até a quase por pra "fora" seu fígado, causando preocupação para sua mãe.Miguel percebeu que sua mãe continuava a mesma, sentia feliz por eles terem aposentado, sua mãe e o pai, o que ele não se importava muito era com a sua própria aposentadoria, o irmão bebedor não se importava em pagar o seu carnê de contribuição ao INSS, para que depois a máfia ia lá e roubava tudo, tipo a máfia da Georgina, que deu um prejuízo de mais de cento e cincoenta milhões aos cofres do INSS. O melhor, e mais fácil órgão para roubar o dinheiro dos trabalhadores do Brasil. Depos da Georgina, muitos outros casos aconteceram. Mas no Brasil, você paga os seus direitos, para os outros meterem a mão.Não sei se ele mesmo alcoolizado disse a Miguel, o que adianta aposentar nêsse país onde o aposentado é maltradado, injustiçado, e desvalorizado.A mãe de Miguel continuava trabalhando, com mais de sessenta anos permanecia uma mulher firme, invejada por muitas outras de sua idade, e ainda ambiciosa.Sua mãe conseguia tudo o que sonhava, com seu trabalho.Nada a abalava, era uma mulher forte com os seus oitenta anos, dificilmente poderia encontar, perceber, uma tristeza em seu olhar, sempre alegre e sorridente.Não deixou que Miguel saísse sem tomar alguma coisa, e preparou-lhe um café.Não aprofundaram no assunto, ela sabia que o seu Gênio não permitia ficar interrogando, mas gostaria de perguntar o que ele foi fazer alí de verdade, o que estava acontecendo pelo fato dele visitar Junaí.Quem era a pessoa? Miguel achava que, enquanto não tiver tudo formalizado, não deveria apresentar a sua futura namorada pra ninguém, nem mesmo para a família, para não haver decepção, caso não desce certo.Despediu de seus pais e Nanci que estava lá com sua filha.Disse que se voltar novamente, apresentará a eles a sua namorada.Seu pai doente, há mais de dez anos com esofagite, e permanecia a amior parte do tempo na cama.Caminhava pouco. Partiu.

O frio do ônibus o incomodava, o ar condicionado não o deixava dormir.Estava empolgado com Inácia, era de uma família que toda a Junaí conhecia, filha e esposa de fazendeiros tradicionais, e depois tornou-se- com seu marido um dos maiores fazendeiros da cidade, criadores de gado de corte, produtores de leite e café, foi fundador do sindicato rural.Estava admirado, como uma mulher daquela, iria gostar dele, era ilusão que se passava na mente dele.Miguel morava em uma casa popular, da Cohab, apertada, pagava prestações, e o seu sustento era tirado do pequeno lucro da loja.Sabia que não ia dar certo, era uma mulher, "anciâ", sorridente  como Patrícia, alegre, cheia de vida  e com muita vontade de viver, não, não ia dar certo, pensava ele.Miguel poderia apagar o brilho dos olhos de Inácia, poderia entristecê-la com as suas atitudes de preocupações.Ele mesmo sabia que estava vivendo numa depressão, e não queria que Inácia participasse com ele nisso.Era uma madame, ele poderia sentir dificuldades em relacionar com os filhos dela, sentiria vergonha tinha de vez em quando um semblante triste, magoado, não tinha esperança de poder dar-lhe-a felicidades.Não iria aceitar seus filhos, e corria o risco deles se magoarem com o pai.  

Chegando antes das seis horas da manhã daquela segunda-feira, foi trabalhar.Haviam trocado os números de telefone, acreditavam se houvessem interêsses de ambas as partes um ligaria para o outro.Só na loja, ficava pensando que Inácia jamais pela sua idade iria acompanhá-lo, no seu dia-a-dia.Êle precisava de uma pessoa que o ajudasse na loja, dirigisse para quando puder ir até Mendonça buscar algumas mercadorias.Sua vida era agitada, e a de Inácia muito calma, com bastante tranquilidade, não tinha muita pressa, e nem precisava, sempre tinha alguém pra fazer tudo por ela, pagava-se.Miguel gostaria, mas não podia por alí na loja uma funcionária que pudesse cuidar de sua contabilidade, para não deixá-lo cair em dívidas,pois o mesmo já estava endividado, para não deixar que a emprêsa fugisse do contrôle financeiro.Estava ficando aborrecido, de trabalhar, trabalhar e não ver resultados.Estava endividado, e achava que a viagem que fêz até Junaí para ver Inácia ja havia  onerado o caixa da emprêsa.E se fôsse para Junaí com as crianças?Começou a traçar planos na sua cabeça, começou a fantasiar-se.Poderia namorar com Inácia e aí eles iriam para Junaí, venderia a loja, a casa e montava algum negócio lá, ficaria perto de seus pais, onde poderia ajudar a olhar as crianças não precisava trabalhar aos domingos, e ficaria perto de Inácia.Poderia cuidar de uma das suas fazendas, como gostava de mexer com terra, viver no meio do verde, de riachos de águas límpidas, estar no meio das criações.Boa idéia, uma grande oportunidade.Pensava. 


CAPÍTULO XII                 Agência de Mulher

Como não havia clientes na loja no momento, foi até o orelhão perto de sua loja e ligou para Inácia, queria saber como ela estava.Gostou dele ter ligado e disse-lhe que estava indo para a capital naquela semana para fazer umas aplicações na perna.Achava que aquela perna estava incomodando-a.Nas semanas seguintes houve várias trocas de correspondências, vários telefonemas, vários assuntos, havia por parte de ambos solucionar de uma vez só o ploblemas que os afetavam, a solidão.Inácia dizia pelo telefone que estava muito cansada com as suas atividades, queria dar um tempo, sair para viajar, refrescar a cabeça, e convidava Miguel para acompanhá-la, impossível.Ela queria que ele deixasse a sua loja para que Nina tomasse conta para que eles pudessem ficar juntos.Era um absurdo, deixar os filhos com a melhor irmã dele, para que pudesse "curtir" a vida.Miguel convidou para que Inácia visitasse Pavina, a sua casa, para ver se era possível a adaptação dela, para ver como era complicada a sua vida, como era corrida.Ela aceitou.

Buscou-a seu carro estava com o motor baqueado, um o voyage, ofereceu o dela e trouxe-a até Pavina.As crianças já a conhecia pelas fotos, mas a recebeu, mas a recebeu com a educação que os pais lhes deram. Ela encantou-se com eles, crianças educadas, carinhosas, e não aborreciam ninguém.Ficou uma semana, acompanhava Miguel algumas vêzes até a loja, mas tinha ambos a preocupação de que ela não se machucasse, para que não se ferisse, Miguel tinha preocupação dela poder escorregar e cair.Agradeceu a ele o excesso de preocupação com ela, tanto dentro de casa como na loja, sempre com um pano ele enxugava o piso da cozinha ou da área de serviço, mêdo que Inácia pudesse escorregar.Foi necessário para que Miguel providenciasse o mais rápido possível uma empregada doméstica.Com o passar do tempo Inácia fazia uma pequena reclamação, não a ponto de magoá-lo, a casa era pequena e as várias malas que ela trouxe não cabiam nos guarda-roupas, ela tinha que ficar abaixando para retirar suas peças de roupas finas da mala que ficavam no piso no quarto.Nas folgas, quando as crianças estavam brincando na rua, tinha um tempinho para namorar, beijar-se, abraçar-se.Inácia comentava com dificuldades para não aborrecê-lo, que a única coisa que a incomodava era aquela perna, ela foi quase toda esmagada, no acidente automobilístico na qual sofreu, há enxerto de ossos pedaços de ossos do corpo, às vezes tem alguma reação contra as várias placas de platina, doía muito.Tinha que tomar remédio diariamente para evitar coagulação, ela dizia.Perguntava a ele se realmente tinha condições, força para ficar ao lado de uma pessoa naquele estado.Se teria coragem de quando, se um dia cair de cama ele ficaria alí ao lado dela.O seu maior mêdo seria êsse, um dia ser abandonada, doente numa cama.Miguel ficou quieto, pensativo,ela deitada no sofá e ele ajoelhado abraçava-a.Pensativo, por alguns minutos e disse-lhe, que sua vida era o que ela estava notando.Não era rico, tinha muita força de vontade de trabalhar e agradecia a Deus pela saúde que ele os dava a ele e seus filhos.Poderia cuidar dela, mas ficava tranquilo pelo convênio médico que ela possuía e dava direito de ser atendida a qualquer lugar do país em qualquer situação com que ela pudesse se encontrar fisicamente.Isso veio a tranquilizá-lo.Nina a conheceu, gostaram muito uma da outra pela simpatia de ambas, e ela disse que Inácia o amava muito, ele talvez não percebia mas ela o amava.Uma mulher entende a outra, e Miguel não entendia os sentimentos que Nina notou em Inácia os sentimentos dela para com ele.As crianças, Graças ao bom Deus, pela educação que Patrícia os deu, a recebeu com carinho, discrição e com alegria.As crianças talvez mesmo não querendo que seu pai arrumasse outra mulher para ficar dentro de casa, não transpareciam, talvez achasse a necessidade do pai em ter uma companheira. Mas Miguel não queria na verdade uma companheira para ajudar na loja, ele estava pensando mais era nas crianças, mêdo de algum trauma, pelo fatos deles as vezes ficarem só dentro de casa.

Num sábado, pediu para que Plínio pudesse ir abrir a loja pra ele, e ficar lá até as cinco horas, pois tinha que sair de madrugada para levar Inácia a Junaí, ela deixou na casa de Miguel alguns pertences, disse que voltaria, tinha que estar na capital Belo Horizonte para fazer uma nova aplicação, isso estava atormentando-a, estava tirando a liberdade dela.Mas era um tratamento necessário, com bastante cuidado médico, não podia deixar pra outro dia.Tinha que ser na segunda-feira seguinte.Plínio não se importou em abrir a loja, enquanto Henrique ficava cuidando de casa e do Thander e Doly. Miguel disse a Plínio, que se sentisse fome, pegasse alguma coisa sadia pra comer no mercado que ficava a cem metros da loja.Antes de chegar na casa de Inácia em Junaí, passou na casa de sua mãe para deixar um recado de Nina, não havia como mostrar Inácia à sua mãe, de que não acreditava que Inácia estava com o seu filho namorando.A alegria das duas foram mútua.Já se conheciam a muito tempo, Luiza já havia trabalhado para Inácia lavando roupas.A bondade de Luiza sua mãe, não quiz que fossem sem entrar em sua casa, prometeram voltar naquela noite antes de Miguel partir para jantar com com ela.Inácia ficou surprêsa, mas não comentou a êle como conhecera sua mãe, era uma mulher de classe, muito educada e sabia colocar as palavras na boca na hora certa, ele é que não sabia, e de vez em quando ela o corrigia, carinhosamente, pelas suas palavras, atos e atitudes grosseiras.

Tomaram banho, na casa de Inácia, e foram até a casa dos pais de Miguel para jantar, como sempre a preocupação de sua mãe em arrumar a mesa.Nanci estava lá para ajudá-la, Miguel sabia que no mínimo sua mãe pediu a Nanci a ajudar fazer a janta, arrumar a mesa, talheres, copos e outros mais.Enquanto jantavam em volta daquela mesa redonda, toda orgulhosa de ver seu filho alí com uma dama de Junaí, de pessoas descendentes de classes virtuosas.Seus pais ficavam observando, conheciam muito mais a família de Inácia do que o próprio Miguel.Ele não sabia quase nada da vida dela, ele não era interesseiro por dinheiro, fazendas, minas de diamantes, gado de corte, terras.Ele queria, e precisava de uma mulher na educação de seus filhos, Henrique e Plínio.Sua mãe, Luiza, era sabia que era uma das mulheres mais ricas de Junaí, conhecida na cidade por ser uma mulher dedicada as causas sociais, religiosas, com um programa na rádio diáriamente, fora os prêmios que tem ganhado de um Banco pelo fato de concorrer e ganhar prêmios referente a poesias.Estava alí, recebendo a viúva de um dos maiores fazendeiros que Junaí já teve, um homem com seu dinheiro que ajudou a fundar clubes, grêmios, associaçõs, cooperativas, sindicatos rurais.Miguel ainda não sabia quem era de fato, na primeira vez ficou muito restrito a algumas palavras de Inácia, e ela por educação, ética e disciplina não lhe disse coisa que deveria saber na primeira vez que se conheceram. Enquanto jantavam, Miguel pensava em Plínio, como será que foi lá na loja, será que eles estão jantando tambem, comendo alguma coisa? Iriam dormir lá em Pavina naquele sábado à noite só. Plinio, Henrique, Deus e o Thander e Doly, que a judariam a protegê-los.

Miguel não teve, ainda, oportunidade de conhecer nenhum dos filhos de Inácia, apenas pelas fotos, eram pessoas bem sucedidas, sua filha mais nova cuidava da administração de suas teras e gados.Várias viagens Miguel fêz até Junaí, para namorar com Inácia, ele sabia que ela o amava e o queria muito, sabia que ela não queria perdê-lo e Miguel percebia nela uma oportunidade de voltar para Junaí.Não queria magoá-la em momento algum, queria que ela fôsse feliz a seu lado, mesmo não tendo recursos financeiros.Inácia morava só, a empregada só trabalhava durante o dia e ia embora, e seus filhos poucos a visitava, assim como os sobrinhos e netos, e ela dormia só naquela mansão.Comprou um par de alianças e pediu para que ela fôsse para Pavina para ficarem noivos.Sua filha, Lindalva, advogada a levou, era um motivo para se conhecerem, pessoas ricas, mas simples, e o que não preocupava Miguel em recebê-las em sua casa era o fato de serem fazendeiros, mesmo sua casa não sendo bonita, sem conforto sabia que elas seriam bem vindas e não reparariam a casa de Miguel, pelo tamanho, estilo e decoração.Foi com Inácia até a Igreja de Santa Rita de Cássia em Mendonça, uma das santas na qual Patrícia era devota.Após a missa pediu o padre que benzesse as alianças e fizesse alí naquele momento o noivado deles, colocando cada um a aliança em seus dedos.Saíram orgulhosos daquela igreja, com Lindalva e as crianças, Miguel podia ver no rosto de Inácia uma satisfação muito grande, muita alegria, estava feliz, bastava agora marcar a data do casamento, no civil e religioso, pois os dois eram viuvos.Foram todos a uma pizzaria de Mendonça para comemorar àquele noivado.Miguel ficava preocupado em estar naquele lugar alí em Pavina com Inácia carregada de jóias, chamava muita atenção, as roupas jóias que estavam usando era para uma ocasião importante, e Miguel poderia levá-los apenas alí,mas estavam todos a vontade.Sua filha Lindalva precisava voltar para Junaí e Inácia ia ficar em Pavina mais uma semana. Miguel sabia, que a filha de Inácia tinha ido nesta viagem com a mãe para Pavina, para conhecer Miguel sua família e o que  Miguel realmente era, o que fazia, local de moradia, ou seja, fazer um tipo de "investigação", afinal não poderia deixar sua filha sair de um bom lugar e ir para outro pior.Miguel , para ele seria muito bom, tinha alguém para fazer-lhe companhia, tinha alguém para cuidar da casa, não precisava ficar preocupado com as crianças, sabia que tinha alguém em companhia deles.Sua depressão parecia que havia acabado.Chegava em casa após o trabalho, mesmo com a roupa toda suja, encontrava Inácia toda vestida, limpinha, perfumada, fazia questão de abraçá-lo,mesmo estando imundo.Seu perfume tomava conta do quarto, na maioria das vezes em que chegava em casa a encontrava deitada na cama ou no sofá, com as pernas apoiadas em dois travesseiros..A cama estava tão bem arrumada que dava vontade de dormir e não levantar mais.Ela havia trazido várias roupas de cama, lençóis, edredons, e travesseiros novos, ela vivia no conforto e procurava fazer da casa de Miguel um lugar um lugar onde poderia ficar com prazer.Muito higiênica, ficava admirado de ver como mantinha os seus pertences muito bem organizados e limpos, a cada bebida ou alimento que consumia, escovava os dentes.Inácia reprovava o estilo de vida de Miguel, muita preocupação com as crianças, com a casa, com trabalho, vivia agitado, podia perceber algumas vezes ansiedade e nervosismo.Os negócios não indo bem, acumulava-se sôbre a sua loja, várias duplicatas, contas de luz e relação de cheques que estavam para cair no banco, não tinha como não mostrar preocupação, obviamente, não falava dos seus problemas para ninguém, principalmente Inácia.Ele não conseguia olhar pra cima e ver os pássaros.A preocupação deixava-o com o coração duro, e nem percebia que Inácia havia contratado uma empregada, e sempre quando ele estava em casa ela queria apenas ele, mesmo sujo, com as barras das calças sujas de areia, camiseta suada e toda suja de cimento, ela não importava, importava apenas de que queria ele perto dela para conversar, tocá-lo.

Inácia achava a a casa pequena, apertada, e estava incômoda em usar o banheiro único que havia na casa, havia dito a Miguel que tinha vergonha de entrar no banheiro quando as crianças estavam na sala, e ele foi descobrir mais tarde que o mesmo estava acontecendo com as crianças.Comprou um pouco de material para construção básica e começou a fazer uma suíte em sua casa.Parecia-lhe  exagerado, o quarto teria cinco metros e cicoenta pois seis metros, e o banheiro três metros por dois metros cincoenta centímetros.Queria fazer para Inácia uma suíte onde ela poderia circular livremente, sem ter que bater as pernas em algum móvel.Estava fazendo aquilo para satisfazê-la, não tinha condições financeiras para tanto, mas o pedreiro amigo facilitaria o pagamento.Apenas a avisou que não iria ficar pronta rapidamente, talvez demoraria seis meses, iria construir aos poucos para não onerá-lo.Quando voltava para Junaí, o pedreiro já havia começado a construção.Miguel sentia que Inácia queria ficar alí com ele, abandonaria as suas instituições de caridade abandonaria seus trabalhos em Junaí, suas amigas de classe social, que a cada dia se reuniam uma na casa da outra às três da tarde para tomar chá,para ficar com ele, mas a sua casa não era o suficiente para acomodá-la.Ela tinha muitas saudades quando estava longe, e ele caía em depressão.A única coisa que o salvava era as suas orações na Bíblia que lia todo dia e pedia a Deus para iluminá-lo, ajudá-lo a tomar decisões, estava passando por um período difícil de sua vida, parecia que as suas responsabilidades que tinha, não havia mais jeito, e tantas mulheres que apaixonavam por ele.Não estava se preocupando em pagar as contas, tambem não podia, não tinha como, sentia-se envergonhado quando olhava no espelho.Se pudesse venderia tudo pagava as sua contas,também não podia não tinha como.Se pudessem pagaria as suas contas e se mandava para Junai. Pedia algum tipo de orientação ao contador da firma, mas êsse não parecia se importar, talvez pelos fatos de Miguel estar pagando em atraso os honorários da contabilidade, Miguel achava quem deveria tomar a responsabilidade da emprêsa seria ele. Pois Patrícia era do comércio equando ela estava entre eles a empresa ia muito bem, ela tinha controle de venda, compra, contas a pagar e receber.Estava desesperado, mas não podia abandonar tudo de uma hora para outra.Tinha seus filhos para criar.Queria solucionar de uma vez ou outra seu problema de solidão ou ficar com Inácia em Junaí ou ela ficar com ele em Pavina.Propuseram em vender seus bens, se Miguel vendesse primeiro iria ficar com ela em Junaí, e se ela vendesse a casa em Junaí iria ficar com ele em Pavina, não na mesma casa, ela compraria uma maior e mais confortável.Concordaram.A situação econômica do país não estava boa, o dinheiro desapareceu, e estava difícial negociar.Ambos estavam impacientes, os contatos com Miguel havia esfriado, não escrevia mais para Inácia, ela sempre lhe telefonava, ele sabia que ia demorar.Plínio havia lhe dito que  preferia ficar com a avó Maria,mãe de Patrícia em Mendonça, não queria ir embora para Junaí, Miguel percebeu o mesmo em Henrique queria o mesmo mas como era pequeno e não tinha nem podia ter poder de decisão para agradar o pai, o acompanharia.Essa era mais uma preocupação que Miguel sentia, as crianças juntos da vó. Eles não sentiriam bem, a casa de D.Maria já estava "lotada" de filhos e netos. Miguel os definiria os seus primos e tias como um pouco de desprezo, eles viveriam alí por favor e seriam desprezados, a vida toda. Isso Miguel não queria.A maioria das tias, cunhadas de Miguel, o odiava, por elas Patrícia já deveria ter abandonado-o, largado Miguel há muito tempo, elas não gostavam dele. E aí? E caso isso tivesse acontecido? Patrícia seria desmoralizada, decepcionada com as crianças dentro da casa da mãe, e ainda seria obrigada a trabalhar o máximo possível, para colocar comida dentro de casa. Isso, pra Miguel não era novidade. Ele a amava pelo esforço que ela tinha, quando solteira trabalhar e entregar o dinheiro todo para a mãe, que na qual fazia as despesas da casa, sendo que alí a maioria não trabalhavam, nem alguns homens nem algumas mulheres. Mas a baixinha, a amada de Miguel trabalhava sorrindo alegre e com satistação, mas o restante da família comia com o dinheiro que ela ganhava, isso Miguel só ficou sabendo depois de dez anos de casados com Patrícia, no entanto, mesmo quando separada, ela trabalhava, sim, tinha os filhos e não dependiam totalmente dos pais.Uma tal irmã dela com apelido de Dadara é que "controlava" a casa, parecia ser a chefona da família, mandava e desmandava, e não passava de uma mascarada, que sugou a mãe e pai durante muitos anos morando de graça dentro da casa dos pais, ou seja, no mesmo terreno nos cômodos dos fundos, e tinha um casal de filhos.Não poderia de maneira alguma deixar as crianças com a avó, seriam maltratados, judiados, e desmoralizados, isso jamais Miguel iria permitir.

Muitas noites sem dormir deixava Miguel irritado, não queria de forma alguma descontar nas crianças, eram os que menos tinham culpa, mas muitas vezes as crianças o pegavam chorando em seu quarto.Envergonhado por tudo que se passava em sua volta tinha vontade de deixar as crianças com a avó, assim mesmo e sumir.Abandonaria tudo, não tinha condições psicológicas para continuar, raciocionar, pelo telefone Inácia um dia achando ele um pouco abatido pela sua voz, pediu para que procurasse uma psicóloga ele estava precisando falar com álguém.Como? mais gastos? Seria desnecessário! Mas Inácia disse, se quizesse ficar com ela precisava se curar, precisava estar bem, porque ele estava muito tenso, preocupado e nervoso.Mesmo não podendo Miguel combinou com a psicóloga que pagaria de uma só vez o tratamento que faria durante um mês com cheque pré-datado, aceitou e disse tudo o que queria para a psicóloga.Após um mês sentiu que iria gastar muito dinheiro, era um tratamento de doze a dezoito meses.Não tinha dinheiro para gastar com aquilo.Preferiu desistir, pedindo a psicóloga que segurasse o seu cheque pré-datado por mais alguns dias.Analisou quem poderia ajudá-lo naquele momento seria apenas Deus, estava escrito, em todas as palavras da Bíblia é capaz de achar uma salvação, bastava ter fé.Procurava ter fé,procurava rezar com dedicação pedia a Deus desculpas de tudo que fês de errado no passado, esqueceu de pensar em sexo, ser promísculo, que achava que isso o prejudicava, queria ter a confiança de Deus, queria uma salvação.Procurava rezar com afinco, porque Inácia disse-lhe que ele não sabia rezar.Isso o preocupou, mas lhe disse como é que rezava.Não importava, ele descobriria.Mas sabia que alguma soisa estava errado, rezava, rezava, e parecia e parecia que não obtivesse resposta, não estava tendo retorno, mas sabia que Deus o observava.A Doly cruzou, não com o Thander, pois devido uma doença quando nasceu, os testículos dele não desceu, e não era possível produzir, mas sentia ereção.Miguel deixou a Doly cruzar com o cachorro de um amigo um Boxer também com pedigree.Ela conseguiu parir seis cachorrinhos.Miguel teria que vendê-los, e assim que nasceu levou ao veterinário para amputar o rabo, o quinto dedo dianteiro.Após dois dias depois de Doly parir, ao chegar em casa, percebeu que não estava nada bem com ela, alguma coisa estava acontecendo.A cadela que o acompanhou desde a outra casa, sua amiga, estava doente.Não sabia o que fazia, saía um líquido amarelo da sua vagina e com cheiro forte.Miguel não tinha dinheiro para pagar veterinário, mas daria um cheque pré-datado.Pois no dia seguinte ela não mais conseguia levantar.Levou-a ao veterinário e colocou-a sôbre a bancada, examinou Doly e disse que pelo fato dela já ter dez anos, não teve forças para espulsar o último cachorrinho, que já estava putrefado dentro dela, onde causou-lhe uma infecção.Antes dela morrer, ainda mexeu a cabeça e olhou para Miguel, que chorava.Perdera a sua amiga Doly, companheira sua e de seus filhos, a guarda de sua casa, aquela que o acompanhava e fazia-lhe companhia nas horas angustiantes da madrugada, quando ele tomava uma cerveja sentado no piso da sala assistindo tv, e ela debruçava a cabeça sôbre as suas coxas. Vendeu todos os seis filhotes.

Deixando as crianças em Mendonça,na casa da vó Maria, para lhe fazer companhia,na volta para Pavina, diminuiu a velocicidade do carro em frente a uma igreja, e deu-lhe uma vontade louca de entrar,não ia fazer nada em casa, então podia ficar alí, visitaria primeira vez a igreja.Não estava com muita coragem, nunca havia entrado naquela igreja, estava tímido, tinha medo de passar vergonha, como iria encarar aquelas pessoas todas estranhas para ele? Pensou em Deus entrou,na casa de Deus não precisava ter vergonha.Na entrada um senhor pediu-lhe o nome, e Miguel disse que estava alí para fazer uma visita pela primeira vez. O senhor o acompanhou até o salão, indicou-lhe o liugar onde deveria sentar-se.Via-se muitas pessoas orando, observou que nos bancos ao lado esquerdo sentavam as mulheres e do lado direito os homens.Todas as pessoas de uma simplicidade muito grande, sentiu-se bem em estar alí, ouvia-se o pastor muitas palavras de fé, de esperança, de dedicação a Deus e seu filho Jesus Cristo.Sentia-se bem alí, sentia conforto em ouvir aquelas palavras, houvia os depoimentos revelações das pessoas que pegavam no microfone iam lá na frente e contavam um pouco de usa vida e o Deus fês de bom na vida delas.  

Miguel,  mais observava as  moças com cabelos compridos, de saia longa, com pouca maquiagem, sombracelhas grossas, que na palavra do pastor.Elas eram bonitas, e aqueles vestidos os fascinava, elas eram lindas.Miguel queria ter fé, estava procurando um meio de tê-la, aquelas pessoas alí em oração com convicção, queriam ter Deus no coração, para ajudá-los a solucionar os seus problemas e fazê-las felizes também.Ouviu uma frase do pastor quando ele falava para todos naquela assembléia:

_"Se você quer uma mulher de Deus, primeiro você tem que ser de Deus, tem que ter Ele no seu coração".

Miguel gostava de ver as moças que participava da igreja, bem vestidas, ou seja, vestem realmente como mulher, bem femininas, semples e dedicadas.A maioria usavam cabelos longos no qual ele admirava.Em casa orava toda noite antes de dormir, percebeu que é o mínimo que um homem pode fazer, tem vinte e quantro horas no dia, seria impossível se não pudesse tirar no mínimo dez minutos para orar, começou  a fazer as suas orações, e tinha fé, acreditava que sua vida poderia se transformar para melhor.Levava seu pensamento um pouco atrás e percebia quantas pessoas estavam em pior situação, ele ainda podia levar o pão de cada dia pra casa. Queria mudar e estava fazendo tudo para isso, sentia-se melhor, percebia que mesmo conversando com as pessoas era diferente, faziam conta de dar-lhe a atenção, basta ter o que ele tinha antes, simplicidade.Isso ajuda a qualquer pessoa, queria deixar o orgulho de lado, queria retribuir dando um pouco o que tinha para o necessitado, contribuía com o dízimo da igreja, mas achava um meio de como pudesse fazer mais alguma coisa, iria conseguir.Percebia que estava havendo uma mudança, primeiro acreditava que Deus testa as pessoas, ver se tem realmente tem paciência, mas aos poucos ele vai ajudando.Estava mais sensível com as crianças, ouvia-as, não chamavam constantemente atenção, não aborrecia mais com pouca coisa.Apenas gostaria de entender se realmente a revelação de Deus para ele estava acontecendo, sempre deixava a página da bíblia marcada com um papel para depois continuar a leitura, e várias vezes da manhã, encontrava com a página virada.Sempre que estava orando, pedia a Jesus que o perdoasse de qualquer mal que tenha feito mesmo em pensamento.

Havia marcado o casamento com Inácia, ela ia a Pavina dalí doze dias, para se casarem, seria uma cerimônia simples, tanto é que não seria realizado no altar da igreja, e sim na capelinha ao lado, já sabia, mas no momento estava em tratamento no hospital de Belo Horizonte, seu filho havia levado-a após uma visita em Junaí.Mas e as crianças, que pareciam não aceitar em morar com a Inácia dentro de casa, e também não iriam morar em Junai? Com criança, com adolescentes não se brinca, Inácia propôs até a pagar a faculdade de Plínio, mas Miguel achava que ele estava descontente, seu pai também não queria magoá-los, seria a última coisa que faria, depois que perdeu a mãe.

MIguel recebeu a visita de sua mãe à noite, foram até até Mendonça, pedia uma ajuda a Flávio e Jonas, para que pudesse ajudá-la re- formar a casa, precisava colocar lajes, e eles se comprometeram em ajudá-la.Antes  de partir Miguel, eles queriam saber como estavam o namoro com Inácia.Comentou um pouco sôbre ela sua mãe a conhecia bem mais do que ele, inclusive toda a família.Comentou sôbre o passado dela, dizendo que ele merecia ser feliz e com ela principalmente, ela era uma pessoa caridosa, e tinha posses podia ajudá-lo de alguma forma.Apoiaria caso passasse por um momento difícial, quer seja através de uma conversa ou no último caso financeiramente.Dizia que Miguel precisava deixar o orgulho se lado, tinha que aprender a aceitar o que os outros estavam lhe dando.Sua mãe na frente de Flávio e Jonas, falou do passado de Inácia, que sempre trabalhou, lutou, e hoje tem quem trabalha para ela, com vários empregados,Miguel apenas ouvia, com pouco interêsse, sabia qual seria o resultado, a não aceitação das crianças.Os irmãos ainda brincavam com Miguel:_E aí meu irmão, agora vai virar fazendeiro heim? Miguel dava apenas um sorriso simples e frio. Inácia não precisava mais disso, ela podia pagar, pagar para alguém fazer alguma coisa para ela.Não precisava lavar louça, roupa, não precisava, lutaram pra chegar onde chegou.  

Miguel a olhava com o pensamento ao longe, fitava seus olhos na cumeeira da casa, com as mãos na nuca, com o pensamento ao longe, sempre acreditando que o conselho de mãe era sempre bem vindo.Entrou em detalhes sôbre a família de Inácia no qual sua mãe conhecia muito bem.Inácia era parente do Dr.Vitor, no qual seu pai não gostava muito, da família dele e quem era realmente.Inácia lhe havia mesmo lhe dito alguma coisa a respeito dêsse doutor Vitor, era na época do Militarismo ele era um mandatário de Junaí, era advogado e era como um "espião" do governo federal.Tinha poder para tudo, para tirar ou colocar pessoas em cargos importantes na cidade, de mandar em juízes condenar tal cidadão ou não.Luiza dizia a Miguel receiosa, que tinha filhos e filhas e que um dêsses filhos é que desonrrou Neiva, ou melhor dizendo, estrupou-a, com dezesseis anos.Disse-lhe que ela estudava a noite, tinha aproximadamente dezesseis anos e ao sair do colégio um dos filhos dêste filha da puta"poderoso Dr.Vitor, a forçou a entrar no carro dizendo que ia dar uma carona, e na verdade levou-a para o meio do mato e a estrupou. Miguel não acreditou, já se passava vinte e cinco anos e a imagem ainda vinha a sua cabeça, quando viu sua mãe cuidar de Nina em Mendonça, há muitos anos atrás.Na oportuninidade que Jonas e Flavio os havia levado para Mendonça, para começar uma vida nova.Então era por causa disso, é por causa disso que teve que morar em casa emprestada na Capital,é por causa daquele safado, e é por êsse motivo que Nina disse uma vez a Miguel que  para Junaí nunca maisvoltaria.Sua mãe lhe dizia para não comentar nada com Inácia, não devia dizer aquilo a ela.Mas ele aceitou, comovido, com revolta, com pena de Neiva.Após sua mãe sair, ficou comovido, pensativo, como isso poderia acontecer com sua irmã?Claro, o fila da puta era filho de papai, filho de mandatário da cidade mandado por militares, indicado pelo governo federal, talvez seu pai até poderia ter reagido,mas poderia ter recebido ameaça de morte.Estava revoltado, não sabia se casava com uma pessoa que era madrinha dêsse estrupador.Como ia falar com Inácia?Não.Ele não falaria para não magoá-la de uma assunto que talvez ela nem sabia, ela se chocar tanto quanto a ele, ela estava com pouca saúde, esquecera da maioria dos problemas que já havia passado, e ele não teria de dizer mais nada que pudesse magoá-la.Não.Só se for no último caso.Não magoaria agora, não teria coragem.Sua mãe havia lhe dito o nome dêsse estrupador para Miguel.Num dos encontros com Inácia, tomando uma cerveja na qual ela gostava, na mesa feita com roda de carro de bois, Miguel procurou fazer algumas indagações a Inácia.Perguntou quantos eram, quais eram, e um dêsses fila da puta que era sobrinho dela sofreu um acidente automobilístico quando voltava da faculdade, hoje anda mancando, é um juiz aposentado.  

Miguel queria falar com um padre, para quem sabe aconselhá-lo como adquirir mais fé, paciência, caridade, ter mais determinação, precisava falar com álguem,queria pedir comselho a alguem estava confuso. Não tinha nenhum amigo confidente, e não acreditava na sua família.Uma amiga, freguesa, havia lhe dito que alí em Pavina tinha um padre que também era psicólogo, e tinha conhecimento de psicologia, não sabia exatamente o que era, mas seria bom falar com ele.Ela havia dado-lhe o nome, mas como havia esquecido, foi até a casa dela.Nêste dia seu carro estava com uma placa de vende-se, era necessário vendê-lo para pagar algumas dívidas.Bateu no portão e Rosangêla apareceu, estava com um terço na mão fazendo as suas orações.Mãe solteira, vivia com seu filho de onze anos, trabalhava o dia todo e não tinha como deixá-lo com álguem, por isso ele ficava só.Não eram tão estranhos, assim que Patrícia faleceu, saíram para passear em Mendonça juntos com os filhos, Miguel havia percebido que ela era simpática, só, e seu filho dificilmente saía de casa para passear.Passearam o dia todo no Domingo, e foi válido para ambos, puderam naquela época se conhecerem um pouco melhor.Ele havia propôsto a ela uma união, mas Rosangêla achou que estava passando por um período de solidão, pois acabara de perder a espôsa.Ficaram de sair novamente,mas devido algumas fofocas de amigas sôbre Miguel ela havia desistido de continuar saindo.Para não magoá-la evitou ir até a sua casa.Miguel percebeu a atirudes das crianças, Plínio e Henrique pareceu-lhe  que eles não estavam muito a vontade, ou seja, não gostaram daquele passeio. Disse a ela para que não precisava abrir o portão, mas ela educadamente abriu e o comprimentou:

_Como vai? que surprêsa.Você não morre mais.

_Porquê, disse-lhe Miguel.

_Estava orando, estou fazendo a novena, e sempre penso em você, Miguel, e as crianças.

_Não acredito Rosângela, na última vez que ficamos de sair você não deu resposta? disse ele.

_Mas você não sabe o porquê, disse ela.Na última vez fui lá na loja eu te falei, que era por causa de algumas fofocas que fizeram sôbre você.Fiquei muito arrependida.Como você disse, quando procuramos a felicidade, sempre tem alguma coisa que atrapalha.

_É.Eu até fui grosseiro com você, me desculpe.Mas disse-lhe que você pra mim não servia.Porque mulher pra mim tinha de ser decissiva, tinha que ter decisão própria e você não teve Rosângela.Achou melhor ouvir os outros. Dizia estas palavras com carinho para ela, com sentimento de culpa.

Ela o olhava com um semblante de arrependimento, sabia que ele não havia gostado da atitude dela, pediu-lhe perdão.Deu-lhe o nome do Padre, pediu para que ele o procurasse no seminário onde morava.Miguel ia se despedindo quando ela puxou-o pelos braços procurando mais algum assunto, percebeu que não queria que ele fôsse embora naquele momento.

_Não posso pedir para você entrar, estou só, meu filho esta para a escola, e vizinhos você sabe como é né?

_Tudo bem Rosângela, eu entendo a situação.Dependendo do bairro que a gente mora, é difícil alguém não se preocupar com a vida dos outros.Disse Miguel.

_E aí? já arrumou casamento? Perguntou ele.

_Bem, teria sido com você.Olhou-o sorrindo.

_Mas você não quis, deu-me um fora por causa das fofocas das suas colegas.Disse-lhe ele com a cabeça baixa.

_Esta bem Miguel.Vamos encerrar esse assunto.Te peço perdão novamente, sei como você é.Não vamos tocar mais nesse assunto. Promete? Respondeu ele, prometo.

Depois de alguns minutos de silêncio, ambos querendo se tocarem um ao outro,no mínimo um abraço, mas os olhares fixos que os mantinha um no outro, dizia tudo.Miguel disfarçadamente, olhava ao redor, pelos lados, e percebia que sempre tinha alguém os observando.Claro, uma mãe solteira que ficou oito anos apenas cuidando da casa e do filho, e indo fazer suas orações e novenas na igreja, era de se estranhar.

De repente Rosângela disse alguma coisa:

_Miguel, tenho vergonha de falar-lhe, mas tenho que dizer.

_O que é Rosângela? Pode falar, ou você seja sincera ou guardará isso para o resto de sua vida?Ele disse-a.

_Ta bom. Disse ela. Assim que você estava chegando, eu rezava, como lhe disse estava fazendo a novena, e sempre pedia a Virgem Maria que me encaminhasse alguém, porque eu tambem sou ser humano, sou de carne e osso, e as vezes bate a solidão.Você pode não acreditar Miguel, mas sempre pedí isso a Santa, e por incrível, por muita coincidência, hoje, agora mesmo, assim que eu faço o pedido, você bate em minha porta.

_Você tem pedido mesmo Rosângela? E é isso que você realmente quer?

_Sim, Miguel.Decidí que não quero ficar mais só, quero arrumar alguém, que também me entenda,meu filho já esta com oito anos, conversso muito com ele, parece não gostar, mas eu também preciso pensar em mim. É triste, é sofrido viver sem um companheiro, quantas noites perco o sono e fico chorando.

_Você vai conseguir sim, Rosângela, enxugando com suas mãos as lágrimas que corria pela sua face.Você merece, é bonita, me disse que tem apenas trinta e oito anos, é trabalhadora e acima de tudo tem e dá moral aos outros.Não é mesmo?

_Acho que sim.Respondeu ela.

_E ai? Não tem levado o Henrique para passear lá em Mendonça?Meu filho não vê a hora da gente retornar, nunca havia ido naquele parquinho, olha para os pés, estou com as meias de lá lembra?Que ganhamos para entrar?

_Riram tanto. Sim, é verdade.Vamos um dia voltar lá Rosângela.

_Mas agora vai ficar um pouco difícil, parece que você esta vendendo o carro.Disse ela.

_Sim, preciso, infelizmente vender.Mas daremos um jeito, nem se for de ônibus nós iremos.Mas apareça lá em casa, leve seu filho para brincar com Henrique._OK, disse ela.

_Tudo bem,um dia estarei lá.E sábado? Depois de amanhã, vão estar lá?

_Sim.O Plínio vai viajar com os primos numa excurssão e ficarei com Henrique.

_Ta bom, se você não se importar, irei sábado com meu filho.Disse Rosângela.

_Ok. Estarei esperando vocês ansiosamente, mas dêsde já lhe falo, não arrepare a casa, se não der tempo de arrumar, agente dá um jeito.Miguel pegou-lhe na mão e despediram-se.

Miguel estava achando muito estranho Rosângela se interessar em ir a sua casa.Porque não foi antes? Ele sempre a admirou, mas não queria forçar nada, não queria nenhuma complicação com mulher pra cima dele, principalmente de fôsse de Pavina.Já estava muito revoltado com muita coisa que já lhe aconteceu, e se pudesse ou seja ja havia dito a Rosângela que colocou a casa e a loja a venda.Ela achou um absurdo.A caminho de casa, ficava pensando, que ela era uma mulher do jeito que ele gostava, admiraca, era tudo, tudo, o que ele queria independente dos seus filhos quererem aceitar ou não, ou mesmo o filho dela, ele faria o possível para dar certo.Não era morena, era branca, mas bonita.Cabelos longos encacheados, com um par de brincos tipo argola ficava mais sensual ainda encorpada, quadril largo, a largura dos ombros dela ultrapassava os seus, tinha um par de seios enormes, digo, grandes e firmes.Bem, não iria pensar muito para não cair em tentação.Ela será feliz, encontrará alguem que goste dela, deles, afinal o filho dela é muito educado, e sempre respeitou Miguel.Ela não era feia, o mais importante o mais importante é que as duas se parecem espiritualmente, Inácia também é bastante dedicada a orações, isso é muito importante.Estava a caminho de casa, era mais de dezoito horas e trinta minutos, tinha a preocupação de deixar Henrique só.Sua preocupação com Plínio era de estudar à noite o deixava incoformado, Miguel ficava preocupado.Havia contratado a empregada apenas por tres dias por semana, para reduzir as despezas com o salário.Estava cortanto todas as despesas que eram supérfluas, precisava economizar o máximo.Estava devendo o cheque especial no banco, tinha duplicatas para pagar, vencidas, as vendas caíram, mas isso não estava pertubando-o tentava manter-se a calma, estava fazendo sempre suas orações, sabia que um dia ia dar tudo certo.Nem mesmo a cerveja que gostava de tomar assim que chegava em casa depois do trabalho foi cortada, e além disso procurava lembarar das orações e da disciplina do pessoal da Assembléia de Deus, no qual, um dia ele teve oportunidade de assistir, ouvir, o pastor, os seus aconselhamentos.

Conseguiu vender o carro, como sempre, com um menor valor, seu voyage, isso o preocupava, andar a pé era difícil, de ônibus não daria certo, mas com a empolgação das crianças comprou uma moto financiada,o dinheiro do carro era apenas para pagar as dívidas, cheques especiais, duplicatas, algumas notas do contador, Darf, e por ai afora.Após trabalhar sábado, chegou em casa e disse a Henrique que Rosângela ia levar o filho para brincar com ele. Gostou, iriam jogar video-game, ja tinha uma companhia naquela noite.

_A Rosângela é legal né pai. E o filho dela também né, falou Henrique.

_Sim, filho.O menino dela também, é bastante educado, eles merecem vir aqui, pelo menos saem um pouco de casa não é?

_É mesmo.Respondeu Henrique.

_O senhor não namorou ela, pai? Uma vez vocês saíram? Perguntou Henrique.

_Vocês não, nós.Não lembra que fomos em Mendonça, andamos em volta da lagoa, vocês brincavam enquanto eu e ela conversavamos?E depois fomos lá no parquinho?Disse-lhe Miguel.

_É mesmo.Mas o senhor vai namorar com ela?

Miguel observava Henrique, enquanto ajeitava a casa, ele brincava separando as cartas do baralho.Miguel sentou-se no sofá admirando-o, e surprêso com alguma coisa que lhe estava chamdo a atenção.Disse a Henrique:

_Henrique, você sabe que seu pai namora a Inácia?

Respondeu Henrique fazendo uma cara de reprovação, sem que o pai pudesse notar.

_Então nó vamos mesmo para Junaí, pai?

_Sim filho, lá talvez seja melhor, é cidade do interior, há menos risco e vamos ficar perto de sua vó Luiza, você com nove anos de idade poderá estudar no colégio perto da casa da vó.Afinal Inácia mora lá.

_Mas eu vou ter que morar com o senhor e ela?

_Porque? Respondeu Miguel admirado.Achando já que, Henrique não admirava morar na mesma casa com Inácia.

_Eu não posso morar com a vó Luiza, enquanto o senhor mora com a Inácia?

Miguel encostou no sofá, abatido por ouvir aquilo.Sua respiração aumentava e veio-lhe uma preocupação.Porque seu filho guardou isso o tempo todo?Quer dizer que não fôsse aquele momento alí iam para Junaí contra a vontade de Henriquee de Plínio?Pensou Miguel.

Meu Deus, será que irei fazer uma besteira? Pensativo Miguel com os olhos cheios d água, com as mãos na cabeça, enquanto Henrique separava as cartas de acordo com os nypes do baralho.

_Pode filho.Pode sim.Onde você achar melhor.Respondeu Miguel.

Miguel levantou do sofá e foi para o quarto pensativo.Se pudesse ia dormir, estava cansado fisicamente e psicologicamente, mas mesmo se não tivesse visitas no momento tinha que ficar com Henrique na sala fazendo-lhe companhia.Não gostava de ir dormir e deixá-lo só, para não pensar que Miguel estava abandonando-o mesmo dentro de casa.Miguel deitado na cama, não sabia o que fazer da sua vida.Mas Patrícia ele sabia, que era a dona do negócio, era comerciante de profissão, ele não entendia, como foi perder uma pessoa que lhe daria uma vida promissor a sua família.A sua estupidez, a sua falta de valorização ao ser humano, o seu mau humor e falta de conduta com sua família,ele mesmo trouxe a destruição da sua dignidade humana com sua esposa e filhos.Grosseria, estupides, mau humor, e falta de valorização com sua família.Só pensava em trabalhar e não dár um pouco de lazer a família, quando mudou para aquela maldita cidade de Pavina.

Toca a campainha, Henrique foi atender, pois sabia que Rosângela e seu filho iria chegar.Miguel, também foi ao encontro até o portão, estava bonita, seu filho educadamente fêz questão de comprimentá-lo, e foram logo os dois para a sala brincar.Os dois maiores, deram um tempo alí no abrigo e conversaram por uns cinco minutos.

_Vamos entrar Rosângela, vamos até a cozinha, estou preparando alguma coisa que nos satisfaça a nós e as crianças.Vocês já jantaram?Perguntou Miguel.

_Sim, não se preocupe Miguel. Respondeu Rosângela.

_AH éh? Pois eu os convidei para vir jantar aqui, ou comer alguma coisa aqui, beliscar, e tomar uma bebida, um refrigerante para as crianças e pena que não comprei o vinho que você gosta.Já são quase dezenove horas, Rosângela, vamos deixar as crianças aqui e vamos até ao mercado.O asfalto estava molhado pela pequena garôa que havia caído meia hora antes, no entanto tinham que se apressar.Miguel comprou um vinho tinto suave para ela,pois, a última vez que comprou um litro de vinho para ele e Patrícia, os dois haviam discutido, e ele estava com medo de tomar vinho tinto.Levou o vinho tinto para ela e meia dúzua de latinhas de cerveja para ele, contrariando a sua conciência, porque queria parar de beber por toda a vida.Seria indelicadeza dele, caso não acompanhasse Rosângela.Ah, Chegamos.

_Como você esta Cansada Rosângela.

_Preciso emagrecer um pouco, não estou acostumada a andar tão depressa, disse a ele.Preciso parar de tomar refrigerante, estou abusando.

_Esqueça você esta linda dêsse jeito.Tá um pouco gordinha, mas nem tanto.Com o tempo você perde essa barriguinha que tá crescendo  aí.Falou Miguel.

Sentaram à mesa, conversavam enquanto as crianças assistiam televisão.Alí ela já esteve uma vez, sentada no mesmo lugar, quando levaram as crianças em Mendonça para passear.Olhava-o, fixamente.Miguel queria fazer o máximo para não beber tanto e sair do sério, queria respeitar a Inácia, estava comprometido com ela, seria um peso na sua conciência, havia naquela semana rezado e pedido a Deus que o perdoasse, que queria respeitar Inácia, que ela seria a única na sua vida.Não sabia porque Rosâgela com seus trinta e oito anos estava alí, e Inácia?Caso viesse morar em Pavina?

_O que você esta pensando Miguel?Perguntou Rosângela.

_Eu? Nada.

_Conte, fale um pouco de você, parece que você esta quase casando?

_Quase?Respondeu ele.

_Eu sabia, Miguel. Percebe-se, esta aliança no seu dedo não passa de uma aliança de compromisso.Vai me falar com quem?

Miguel ficou calado.Fixava a latinha de cerveja e, com a ponta do dedo, descia a gota dágua que escorria da lata de cerveja devagarinho de cima abaixo até tocar à mesa.Olhava as crianças risonhas na sala, alegres, jogando baralho, assistindo televisão.Rosângela fixava-o nos olhos, era sua amiga, ou mais que isso, ele queria tê-la, mas as suas preocupações era outra, sumir de Pavina.Ele não queria falar a ela o que estava acontecendo, ela era sua amiga, sofrida como ele, como não havia marcado ainda um horário com o padre, sentia nela uma meio de desabafar.

_É com uma senhoira , Rosângela, de Junai. Onde eu nasci.

Contou-lhe, como era Inácia, tudo, das dificuldades que ela tinha em relação a sua saúde.Rosângela ficou surprêsa e começou a chorar, levantou-se, pegou um pano que estava pendurado alí perto da geladeira para enxugar o plástico que forrava a mesa devido o degêlo, da garrafa de vinho e das latas de cerveja que haviam consumido.

_Não acredito que isso é pura verdade Miguel. Falava ela preocupadamente.Como é que pode Miguel?Como é que pode ser verdade, toquei no assunto brincando e você veio falando isso? Sério?Olha pra mim, olha para os meus olhos, é verdade isso? Diga-me.

_Sim.Respondeu.

_Miguel, acredite se quiser.Falava-lhe Rosângela, segurando firmemente o seu braço, e fixando-lhe o olhar.

_Quando você esteve lá em casa, e abrí a sala da porta e o ví, assustei-me.Fiquei muito feliz vendo você alí.Eu disse que fazia minhas orações para a Virgem Maria, acho que o sonho de qualquer mulher que se encontra tambem só como eu, é encontrar um companheiro um dia para que se possa casar.Foi muita coicidência Miguel.Mesmo se você não tivesse aparecido alí, naquele momento eu ia lhe procurar, isso já estava em minha mente, é claro que sou mulher e não ia sair por ai procurando alguem.Tinha vergonha, de ir la na loja e falar-lhe alguma coisa.Não acredito o que esta me falando não pode ser verdade.Falava Rosangela com lágrimas escorrendo pela face.

_Mas é Rosângela.Respondeu-lhe Miguel.

_Por favor não vá se aborrecer Miguel, algum dia, ou alguma hora eu tinha que lhe falar isso, mas eu quero ficar com você.

_Rosângela! O que é isso.Não posso, esqueça, não é possível.Disse Miguel.

_É possível você dispor de tudo aqui, vender tudo, ir morar, casar com um senhora, de mais de sessenta e cinco anos?Miguel, olha pra você, você ainda é môço, você tem quarenta e oito anos, tem um corpo de um rapaz, de um ex-atleta, corpo atlético, o que esta acontecendo meu Deus do céu.

Miguel percebeu que o "clima"entre o casal estava um pouco alterado, resolveu disfarçadamente empurrar a porta da cozinha que dava para a sala, para que as crianças não percebessem.Mas com uma das mãos segurando a cabeça apoiada no cotovelo direito, ficava a pensar que com Rosangela não era possível, ele tinha dívidas impagáveis em pavina, em fornecedore, não tinha condições, ele precisava e queria é sair de pavina, e pagar as suas dívidas quando puder, inclusive tinha que fechar sua firma que o valor das taxas era absolutamente impossível naquele momento.

_Continuou Rosângela.Você já perguntou se as crianças querem ir?Se querem ir lá morar com ela?Elas as suportará e vice-versa?Ela tem sessenta e sente anos Miguel, onde você esta com a cabeça?Desculpe-me, mas não quero intrometer na sua vida, mas quero o seu bem, pense, pense bem.

Miguel abaixou a cabeça, pegou a lata de cerveja e depois começou  a andar de um lado para outro dentro daquela copa, esfregava a mão sôbre a cabeça olhando fixamente Rosângela.

_O que você quer que eu faça Rosângela?Apoiou as duas mãos sôbre a mesa e a olhava tensamente.Fui atrás de você, te procurei, estava a fim de você, era para você estar aqui hoje, mas você brincou, achou que a minha proposta era brincadeira.Disse Miguel.

_O que nós prometemos? Não esta lembrado? Não iríamos tocar nesse assunto.Ela levantou e aprouximou-se, olhou-o e disse-lhe:

_Por favor, perdõe-me mais uma vez, acho que eu realmente errei, fui na conversa dos outros, poderia estar sendo feliz aqui.Fique comigo, eu amarei você e as crianças.Suplicava Rosângela.

Miguel apoiava a cabeça sôbre os braços cruzados naquela mesa de mármore, ouvindo as palavras desesperadoras de Rosângela não sabia o que fazia.Era a mulher que ele queria, mas como iria sustentá-la com as dívidas da loja? Ele queria era sumir daquela desgraçada cidade de Pavina,  onde foi demitido da Cohab, pelo fato de apenas ter sido candidato, um direito da constituição brasileira, onde foi condenado injustamente, politicamente por um juiz,ou seja de ter sido discriminado e perdido a eleição junto com o seu prefeito, fêz com que sua demissão fôsse concretizada, desrrespeitando a constituição, pois o diretor de expediente Punot, o havia dado-lhe um pé na bunda e o demitido.Miguel não queria processar a Cohab, pelo simples fato da diretora ser uma mulher de coração "grande" a Dona Any. Mas o diretor Dr. Hamilton, onde Miquel aqui declara um grande apreço de consideração e agradecimento.Mas o Diretor no qual ficou ao seu lugar apenas demitiu funcionários há mais de quinze anos da Cohab, e trouxe para a Cohab os seus funcionários do extinto banco Econômico.É um dos canalhas que fazem parte da diretoria.Estava bem na Cohab, com dezessete anos e meio de atividades, êsse Punot puniu os trabalhadores que lá lutavam como sempre pediu a presidente, e levou para lá àqueles seus subordinados do banco falido Econômico. 

_Rosângela, por favor pare! Aumentou um pouco o tom de voz não queria que as crianças ouvissem o que estava acontecendo, enconstou um  puco a porta que dava aesso a sala, novamente.

_Agora não dá mais.Tenho casamento marcado daqui há quinze dias, não, não dá, esquece.Falava preocupadamente Miguel.

_Me ouça, sou daqui de Pavina, sou uma mulher simples, tenho tambem um filho, sou mãe solteira e o pai do meu filho nem vem visitá-lo, só deposita o salário do qual ele tem direito no banco, só vivo disso, e não quero aproveitar do que você ganha, só quero o seu amor e sua companhia, pra mim já basta.

_Aceita? Como você já disse isso a ele, como você confirma uma coisa que não pode dar certo?Ele sabe que eu gosto de você Miguel, eu sou mulher, tenho que dar respeito ao meu filho, e a mim mesma.Fala-lhe, firmemente, Rosângela.Você precisa de uma mulher que o ajude, que vá para o tanque, que pegue uma esponja e lave os pratos, que pegue o ônibus e vá para a loja te ajudar.Você precisa Miguel, de uma mulher com saúde.

_Como você fala assim dela Rosângela?Parece que você esta passando por cima, você não a conhece, não quero magoá-la.Nervosamente dirigiu a Rosângêla com mágoas.

_Magoe agora, para você não ser magoado futuramente, antes que seja tarde, peça-a para dar um tempo, desmarque o casamento.Falava a ele como se estivesse implorando.

Miguel não sabia o que fazia, o que falava, ou se matava-se alí mesmo.Abaixou a cabeça, envergonhado, enquanto Rosângela ia para a sala brincar com as crianças.Ele parecia que estava só. A vontade dele era ir para as Farcs, ou ir para o Afeganistão, ajudar aquela gente que estava sendo massacradas inocentemente, e nenhuma nação tinha a coragem, não tinha forças, ou era covardemente proibidas de ajudá-los.Neste projeto/livro, peço a Deus que os ajudem os afeganistãos, pois outras nações foram covardemente impotentes em ajudá-los, porque tiveram, mêdo, receio, de ajudar um povo sofrido, mas que, apenas uma parte, infelizmente foi "forçada" a expor o seu escravismo, a sua submissão.Todo império um dia Cairá.Meu Deus, o que é que estou fazendo?Ela não merecia issso, é uma pessoa dócial, caridosa, conselheira, é uma pessoa vivida, que jamais me dará dor de cabeça, não me fará e não me dará motivo de eu ter ciúmes dela, e o mais importante que achei, e que estou achando agora, e sinto-me muito orgulhoso, é quando uma pessoa gosta da gente.Perdoe-me Senhor, não sei o que faço, por não sentir capaz de resolver no momento essa situação.Infelismente faltam poucos dias  esta em cima da hora.

A nação, que fêz com que a rosa brotasse sôbre Hiroshima, para mostrar que poderia ser superior as demais, o seu destino sofrerá.Quando a próxima guerra existir, ela será aniquilada, pela maioria das outras nações, pelo ódio que causou ao mundo, e os povos de turbantes brancos aniquilinaram, todo os povos restantes, serão caçados como se fosem raposas, pelas maldades que fizeram a outros povos.Em todo o mundo, de leste a oeste, de norte ao sul, todo que aquele que se tornou filho, da chamado nação "das armas" do "poder" será caçado, destruído, dizimado, aniquilado em todo planeta terra. Que Deus os proteja. Mas, que, serão caçados como se caça uma rapoza.

_Rosângela, é uma pessoa dócial, caridosa, conselheira, é uma pessoa vivida,  que jamais lhe dará dor de cabeça, não fará e não me dará motivo de ter ciúmes dela, e o mais importante, que achei, e que estou achando agora,  e sinto-me muito orgulhoso, é quando uma pessoa gosta da gente.Perdoe-me por não ser capaz de resolver no momento esta situação.Infelizmente faltam poucos dias esta em cima da hora.Falava com lágrimas nos olhos Miguel.

Pegue o telefone e ligue para ela.Ligue e diga para não vir, diga, diga que você esta ajeitando alguma coisa, esta tomando uma decisão junto a seus filhos, tenho certeza que ela não vai se magoar, eu entenderia. Dizia Rosângela desesperada, após tirar o telefone do gancho.

_Entenderia, você não sabe da minha situação Rosângela.Respondeu-lhe Miguel.

_Estou falando para o seu próprio bem, e para o bem de seus filhos e para o bem dela.Futuramente você vai ver que não era isso o que você queria, as crianças poderiam ficar magoadas, futuramente poderá cair numa depressão que não dará conta dela, ela vai olhar para você verá que está triste e ficará magoada, e aí não terá volta.Não terá como você voltar, e a casa de seus filhos?Você me disse que esta casa é o único bem que eles um dia poderão herdar, e ai?

A cada palavra que Miguel ouvia, encaixava com as idéias de Henrique.Será? Pensava.Se fosse para Junaí estaria magoando-o, estaria dispondo do pouco que Deus lhe deu,mas era um lar.Mas como ficaria as promessas que havia feito a Santa Rita, e a sua conciência?Acreditava em Deus, e achava que tudo aquilo que passava com ele era obra do Altíssimo.As duas pessoas que o amava eram dedicadas a Deus, Inácia e Rosângela, eram oradoras, bondosas, só não entendia porque  Rosângela fazia aquilo.Pedia a Deus para ajudá-lo, a mostrar-lhe o melhor caminho, para que Inácia não se magoasse.Não tinha condições de resolver seus sentimentos, mas acreditava na Rosângela, estava perto dele, era uma mulher que poderia ajudá-lo em tudo em casa e no serviço.Estariam perto das crianças.Miguel estava era fora de sí, o desespero e não saber tomar decisões, em não saber negociar, o deixava realmente, incompreensível.Estava fora de sí, queria é estar o mais rápido possível longe de Pavina.

Ligou para Inácia, explicou-lhe que era impossível continuar o namoro com ela, havia uma diferença em tudo, entre eles, pediu perdão a ela sôbre alguma coisa que a afetou-lhe, disse a ela para que fôsse feliz.Ela não aceitava, queria-o de qualquer maneira, achava injusto até o que ele havia feito a ela, ter deixado-a esperançosa.Ele disse, que alguma coisa não estavam batendo, um de seus motivos para ele ir morar em Junaí é porque queria viver no meio do verde, e ela apesar de ter as suas fazendas não queria mais saber de mexer com mato, de viver no meio do mato, de cuidar das criações.Queria agora é prazer, e pagar os outros para fazer pra ela.Miguel, novamente disse,para ela ser feliz, mas não com ele, ela precisava conhecer uma pessoa que fôsse aposentada, que tivesse dinheiro para acompanhá-la nas suas viagens de lazer, uma pessoa que pudesse ficar ao lado dela dando-lhe-a carinho e atenção.Despediram-se.

Mas quase toda noite ela o ligava, procurava não atender o telefone e pedia que as crianças para falar que seu pai não se encontrava em casa.Miguel queria que Inácia o esquecesse, tudo havia acabado para ele, suas esperanças, tudo, tudo, era necessário se unir rapidamente com outra pessoa, os seis meses que esperou com Inácia foi em vão, gastos com viagens, restaurantes, e tempo, muitas vezes não abria a loja aos domingos, isso veio a deixá-lo um pouco onerado.Procurava informar Rosângela de tudo, para que, com a sua opinião pudesse ajudá-lo.Ia sempre a noite com Henrique em sua casa, isso fazia com que o filho dela pudesse também conhecê-los um pouco mais.Miguel percebia  que Rosângela gostava muito dele, e estava a fim daquela união, havia pedido a conta do emprego onde trabalhava de doméstica para cuidar de alguns assuntos relacionados ao futuro deles, do comércio, das crianças, da casa, ou seja, do matrimônio.Ela queria alugar a casa dela para ajudar na renda com o seu filho, ou seja, para não ter que pedir a Miguel algum dinheiro.Queria assumir o lar de Miguel, e ele ainda ficava desconfiante de alguma coisa, ela  também tinha o direito e a necessidade de arrumar um companheiro, mas isso também lhe causava insegurança, tinha mêdo de alguma coisa não dar certo.

Miguel acordou alegre num sábado, faltaria vinte dias para o casamento no religioso com Rosângela, abriu sua loja com muita fé e esperança de que tudo ia dar certo, iriam vender bastante, pedia a Deus que lhe desse forças, ele acreditava no que estava pedindo e sabia que havia uma esperança, um retorno.Próximo às nove horas,Miguel pegou uma cadeira e ficou sentado próximo a porta que dava acesso para a rua, percebia que o tempo começava a fechar e esfriar, algumas nuvens cinzas começavam a tampar o sol e o tempo começou a escurecer.Foi batendo-lhe uma solidão muito grande, as crianças haviam ficado em casa, seu semblante entristecia, estava ficando para tráz a alegria com a qual havia se levantado de manhã.E se a luz acabar? Como as crianças vão fazer, devem ficar com medo da escuridão.Voltou, foi até a sua agenda pegou um envelope e sentou-se novamente onde estava.Abriu o envelope e começou a olhar as fotos de Patrícia, enquanto suas lágrimas começavam a escorrer pela sua face, e dizia para sí mesmo, não acreditava que havia perdido aquela linda mulher, como pôde isso acontecer?Como era linda, seus cabelos negros longos, lisos e bem cuidados, assim como ela, que era uma mulher vaidosa, mas ele nunca percebeu, ou mesmo lhe oferecia dinheiro nos fins de semana para que pudesse ir na manicure. Ela fazia o máximo que podia, para não pedir dinheiro a Miguel.Queria era ter continuado é com aquela mulher, não tinha esperança de encontrar outra com a mesma fisionomia que Patrícia.Havia vendido o carro olhava para sua moto que estava estacionada alí perto e tinha vontade de fazer uma loucura.Queria fechar as portas da loja, montar naquela moto e dalí mesmo ir para o Norte do país, quem sabe lá onde Patrícia nasceu não poderia ter uma garota parecida com ela?Lá existe muitas garotas simples, que passam dificuldades, poderia trazer uma e em Pavina cuidar dela, fazer com que ela estudasse, se informasse, ou seja, daria um trato naquela que seria sua futura esposa.Chorava e ficava muito nervoso porque não podia fazer isso, não tinh ninguém para ficar com as crianças,não queria incomodar sua irmã Nina, que trabalhava, e seria muita responsabilidade deixar Plínio com apenas quinze anos cuidar na loja, naquele bairro não muito tranquilo.Tinha raiva do seu mundo ser apenas aquele, de sua casa no serviço e vice-versa, sem dinheiro para usufruir um pouco mais, investir em casa, nas crianças em um curso de línguas.As poucas vezes que ia até Mendonça e andava pelo centro da cidade, ficava admirado de ver tanta garota bonita, algumas pareciam ser do jeito que ele queria, tinha vontade de chegar perto, mas sabia que poderia levar um fora, sua idade não permitia fazer tais aventuras, ainda mais querer aproximar-se de garotas bem mais novas em idade que ele.Gostava de ver as mulheres de cabelos longos e pretos, vê-las por traz, o comovia e o apaixonava.Queria tocar aquele corpo, tocar naqueles cabelos, se revoltava por saber que não iria conseguir, já procurou até mesmo em algumas mulheres de programas, mas era impossível compará-las.Essa revolta o corroía, tinha Patrícia a qualquer hora, a qualquer momento.Pelas fotos podia observar a beleza de seu corpo perfeito, de uma mulher que se preocupava com a beleza.Ele a comparava com Thereza Collor.

Não tinha vontade de voltar pra casa, se pudesse desviaria seu caminho e iria para uma estrada sem fim, mas sabia que tinha dois filhos para criar, seu ódio por Pavina era grande, depois de tudo que aconteceu, não era para ele estar mais alí.As marcas foram grandes, revoltantes, e para largar tudo era impossível, para vender seria demorado.Recebeu Rosângela e seu filho em sua casa naquele momento, num sábado, ela imediatamente percebeu que Miguel não estava bem, não disse nada.Ele caminhou até a cozinha enquanto ela e as crianças estavam na sala, Miguel ia preparar um lanche para eles, quando Rosângela aproximou-se e deu-lhe um beijo no rosto.

_O que está acontecendo?

-Nada.Respondeu Miguel, com a cabeça baixa enquanto picava uma cebola de cabeça sôbre a tabua de bater bife sem olhar pra ela.Ele continuava a fazer o lanche sem olhar pra ela, e sem tocar algum tipo de assunto.Rosângela se afastou, calada.Ele continuava a criar fantasias em seus pensamentos, e era nítido o que estava pensando.Se tornava até mesmo impossível um diálogo naquele momento.Depois de dez minutos ela volta para a cozinha e fica ao lado de Miguel sem dizer uma palavra, ou seja, ambos.Mas Miguel não se conteve em ficar com o que tinha que falar a ela dentro do seu peito.

_Você não acha que se precipitou um pouco Rosângela, ter pedido a conta do emprego?

_Acho que não, Por quê?

_Sei lá, às vezes acho que você esta com uma expectativa muito grande do nosso casamento!Disse Miguel.

_Como?Respondeu Rosângela.Não é isso que você quer?Ou seja, que nós queremos?Já conversamos sôbre isso e pra mim esta tudo certo.Você ainda tem alguma dúvida?

Miguel parecia tenso, nervoso, aos olhos de Rosângela, andava na cozinha de um lado ao outro, enquanto a salchicha e as batatas cozinhavam, para os cachorros quentes que iriam saborear.

_Olha Rosângela, eu te respeito, as vezes tenho vontade de lhe dizer alguma coisa, mas acho que acabaria te afetando, te aborrecendo.Mas tenho que te dizer, caso contrário ficarei remuendo isso dentro de mim por muito tempo.

Ela percebeu que Miguel estava nervoso, com as mãos no bolso da calça jeans, andava de um lado para outro dentro daquela cozinha de cabeça baixa.Rosângela apenas observava, e as crianças mesmo jogando video game na sala, não deixava de estranhar o que estava acontecendo com os dois na cozinha, mas sentiam certamente o aroma dos ingredientes do lanche.Deu um tempo, naquele anda, anda, olhpu para ela e disse:

_Porque comigo tem que ser assim?Porque tem que casar comigo primeiro para depois termos relação?Você não havia morado com outra pessoa durante quatro anos? No entanto você não casou, não teve que casar.Disse-lhe Miguel.

_Porque? Respondeu Rosângela, surprêsa com aquelas palavras,  encostada na geladeira com uma das mãos sôbre a pia.Isso está te incomodando?Será que êsse momento aqui com suas palavras irá nos afastar Miguel?O que eu quero agora, o que estou sentindo, é que o nosso relacionamento vai tornar uma coisa segura pra mim, estarei casando e não amigando ou namorando com alguém, com homens totalmente estranhos.É diferente.Se pudesse entraria na igreja em vestido de noiva com véu e grinalda.Ela falava-lhe, enquanto ele permanecia encostado no armário de cozinha e observava que ela estava com os olhos lagrimados.

_Quero sim casar.E quero sentir com você Miguel, o que eu ainda não sentí numa primeira noite com um homem, definitivamente.Apesar de eu ter um filho com o primeiro homem que amei, e eu ter morado com outro durante quatro anos, pensando que poderia dar certo, ainda nenhum dêsses dois relacionamentos me trouxe prazer.Toda mulher sonha isso, e com você parece ser diferente, não quero e não vou me entregar a você, quero sim, na nossa primeira noite após o casamento, mesmo que espero que isso não aconteça, caso o nosso casamento não der certo.Quero sentir uma mulher, quero saber como é, porque não tive ainda essa oportunidade, e será com você.

Enquanto Miguel permanecia calado, preparando os cachorros quentes, mas pensando, pensando bem na sua exigência nas quais seriam as mulheres que namorariam ou casariam.Não aceitavam, as mulheres que transavam, transavam sempre, sem escolher parceiros certos. Era apenas uma saída de baile nos fins de semana.Amigos de Miguel, já teve grandes problemas familiar, depois de filhos estarem com cinco anos de idade.

Em uma festa na qual estava Miguel e seu amigo que casou, mas o convite a Miguel faltou-lhe, não por isso ficou aborrecido.Êsse seu amigo havia encontrado a sua esposa em uma cidade distante de Mendonça.Antes de casar, ter uma família, no qual era o sonho dele, mas estava alí apenas por estar naquela festa, apenas para marcar presença aos olhos das pessoas.Seu amigo chamou Miguel para conversar nun canto do salão de festas dizendo que tinha uma filhinha de cinco anos, mas os papeis do divorcio estava já em andamento.Miguel ficou surprêso:

_Mas já, vocês não tem ainda nem dez anos de casado e além, disso tem uma filhinha.Nós homens somos um idiota Miguel.Dizendo seu amigo. A gente pega uma mulher que faz o papel de atriz, comportada, não se entrega facilmente aos carinhos, e sempre diz que quer ser feliz com um casamento.E eu trouxa, fui casar com uma vagabunda.

_Sim e aí?Perguntou Miguel.

_Eu casei com uma puta, descobrí, coincidentemente numa festa também na cidade de São Paulo, através de uma amigo, que contou-me a estória dessa vagabunda, ela trabalhava em uma casa de massagem.O pior que ainda se engravidou, mas amamos a nossa filhinha.Ela veio de São Paulo para o interior, arrumou um trabalho, e deu uma de difícil em cima de mim.Fui obrigado a namorar com ela um ano, e duvido se dentre êsse um ano ela não saiu por aí pelas ruas de Mendonça. Vê se pode Miguel.

_É. Eu sei meu amigo, mas por isso nunca passei por tal situação, e nunca vou passar.Mas não se preocupe, caso vocês se divorciem, encontrará outra, mas cuidado para não se decepcionar.Respondeu Miguel preocupadamente.

Da cozinha Miguel Gritou:_ olha o cachorro quente saindo...! Devoraram num instante, pelo jeito deveria estar bom, pois Miguel sabia cozinhar bem.

Na cozinha sentados à mesa para seis pessoas, estavam Miguel e Rosângela, muito estranhos um ao outro, mas ainda estavam num clima suportável.

_Desculpe Rosângela, mas minha cabeça não aceita isso, eu ter que casar com uma mulher que já passou pelas mãos de outros homens.Sei que somos de carne e osso temos necessidade como seres humanos assim como tudo que respira e vive nessa nossa pobre Planeta Terra.Não me sentiria bem.Alguma coisa me disse que isso não está certo.Mastigava o lanche com agonia enquanto falava isso para Rosângela.

_O que você quer? Uma Virgem? Tudo bem, é um direito seu.Acho que você deve dêsde já, arrumar uma menina de dez anos, e cuidando dela até ela chegar aos dezoito anos, assim você poderá casar.Porque hoje em dia é difícil você encontrar uma mulher que chega aos vinte  e cinco anos virgem.Respondeu Rosângela, com determinação, com bastante nervosismo.Miguel preocupou-se ante de conversar com ela, fechar a porta de acesso da sala para a cozinha, onde estavam as crianças.

_Você é egoísta.E você só teve uma mulher?Duvido. Nem por isso estou te recriminando!Diz ela furiosamente.

_Acho que não devia casar com um mulher assim.Não aceitarei.Isso me corrompe, isso mexe com a minha moral e com a minha personalidade, tenho certeza que poderá futuramente trazer-me aborrecimentos.Por exemplo, amanhã estou com você na rua, no supermercado, no shoping, o idiota que fêz amor com você vai dizer, ou pensar:_Olha lá a mulher que eu já traçei, que eu já fudí, que já foi minha um dia.Se eu ouvir isso, não sei o que faria, mas que eu ou ele, não íamos ficar bem.A minha primeira esposa era virgem e com isso eu sentia muita segurança com ela, nunca me aborreceu, apenas alguns ciúmes, quando algum vagabundo ficava olhando-a nacaminhando pela rua.Você entende, Rosângela?

_Deixe de ser bobo Miguel.Nunca ví ou ouví nenhum homem pensar nisso.Se fôsse assim muitos homens e mulheres não casariam, isso é egoísmo, isso é tolice.Disse ela.

_AH é? Faça uma pesquisa, e depois me diga. A maioria de separações de casais depois do casamento, é que, com o tempo o homem, vai desgastando, vai se lembrando do passado dela, o que será que ela já fêz na cama, talvez até um menage a trois.Disse Miguel.Tudo bem Rosângela, vamos dar tempo ao tempo.Se a data for definida pela Igreja a gente prorroga, isso pode dar-me um tempo para pensar, analisar.

_Você não esta bem Miguel, você está depressivo.Vou me embora, em outra oportunidade, conversaremos.

As crianças comeram os lanches, gostaram, disputavam seus jogos no video game.

Ela deu-lhe um beijo no rosto e se despediram.Ele não fêz força para mantê-la alí por mais tempo em sua casa, para fazer-lhe companhia, deixou que ela se fôsse, e ficou chorando no sentimento de solidão.Após as crianças tomarem banho e ir deitar, fechou as portas dos quartos e ligou para Inácia, explicando-lhe que estava tudo acabado, e que o relacionamento entre os dois era impossível.Ela não aceitava, sem explicação, sem nenhuma hipótese.Para acalmá-la, não deixar que pelo fato dela ser rica e querer mandar nos outros, com atitudes de coronelismo, para deixá-la consciente de que ele havia razão, disse-lhe-a, o que seu sobrinho que o safado é advogado e juiz aposentado,havia feito a sua irmã.Àquele maldito, havia estrupado uma de suas irmãs quando ela estava com quinze anos.Inácia para intimidá-lo, disse-lhe que pegaria um avião e iria para outro país, moraria lá por algum tempo com seu neto, onde estava estudando medicina, para tentar esquecê-lo.Ele agradeçeu-lhe-a e desligou o telefone.Parecia naquele momento que estava saindo de um sufôco a menos, menos um proplema a ele.Rosângela visitava Miguel, amava-o fervorosamente, apoiou em dar-lhe condições de manter uma vida sem problemas, dando grande força na loja, havia trabalho e tinha condições de cuidar das contas a pagar e receber.Não deixou de acreditar em Deus,foi Néle que ele encontrou a sua salvação, pode repartir um pouco que ganha com os necessitados, doando algum tipo de benefício.Rosângela cuidaria disso,fazia parte da comunidade da igreja, e tinha mais facilidade em saber quem precisava mais.

Miguel vivia com suas fantasias, seus pensamentos, ora otimistas, ora pessimistas, vivia no seu mundo.Disse a Rosângela, para dar um tempo, não queria no momento casar com ninguém.Ela ficou surprêsa com aquela com aquelas palavras, e não o procurou mais.Ele casar sim, mas não com Rosângela, para dar um tempo, não queria no momento não casar com ninguém.Ela ficou chocada com as palavras dele, e não o procurou mais.Ele queria casar mas com uma morena, como era Patrícia, ele queria era uma morena clara, dos cabelos longos, uma mulher bonita e com o perfil de Patrícia, uma mulher que ele poderia amar e não ser amado.Ele queria uma morena como foi a sua, que não havia passado nas mãos de vários homens, queria uma mulher como foi a sua, que houve apenas ele como namorado e marido.Sabia que não iria encontrar, estava enlouquecido, estava como se fôsse uma bomba, seu estopim estava dentro de sí,não sabia  e não tinha com quem conversar, aborrecia-se com seu contador, havia passado a ele todos os problemas que havia com as dívidas da loja, e Miguel não recebeu nenhum apoio ou conselho por parte da sua contabilidade.Àquilo lhe cansava, tinha que de algum modo contornar aquela situação.Pensava muito nas crianças, mas sabia, que Graças a Deus, elas estavam sendo alimentadas, estudando e tinha onde e com amiguinhos confiantes para brincar.Mas sua rotina o cansava, tinha que de algum modo contornar àquela situação.Passou numa banca de revistas e procurou saber se havia algum tipo de revista onde pessoas procuravam pessoas para compromisso sério, ou apenas para se corresponderem.O banqueiro informou-lhe da mini revista.Lá, encontrou várias garotas, mulheres, homens, rapazes, que queriam se corresponder.Enviou dezesseis cartas, imediatamente, recebeu apenas uma agradecendo-lhe, mas a pessoa já estava casada.

Miguel sempre escrevia as cartas sôbre a mesa da cozinha, quando as crianças estavam dormindo,ou na sua loja, enquanto não aparecia fregueses.Na segunda revista, mensal, achou mais de cincoenta anúncios, estava tão eufórico, como um noivo antes do casamento.Mandou vinte e sete cartas.Recebeu algumas, duas ele não queria esperar, queria conhecer as pessoas pessoalmente, e, já, no próximo domingo a tarde, pegou sua moto, saiu de Pavina, e foi até Porto Feliz, uma cidade mais ou menos cem kilômetros de Pavina.Viagem perdida.Não encontrou a pessoa na qual havia correspondido, a morena clara de um metro e setenta e cinco, trinta e oito anos, solteira,não estava, esperou mais de duas horas e a casa permanecia fechada.Aborreceu-se.Uma longa viagem pra nada.Não tinha como deixar a carta, não havia uma caixinha para coleta de cartas dos correios.Dalí seguiu viagem até Atibaia, mais ou menos cento e cincoenta quilômetros de Pavina.Esquecendo de parar em Itú, lá havia uma divorciada com dois filhos moços.Em Atibaia, aguardou a garota tomar banho enquanto esperava lá fora, Miguel estava sentado na calçada, de calça Jeans, camiseta brança, a sua blusa de couro no qual gostava, e já usada há mais de cinco anos fazia vergonha quem a visse usando.De repente Regina, muito desinibida, pele clara, cabelos longos compridos, mas não tinha interesse de casar imediatamente, apesar de ter recebido quarenta e sete cartas com aquela que Miguel acabara de lhe entregar.Suas viagens foram em vão.Mas não desanimou, tinha planejado que no dia sete de setembro, após fechar a loja às doze horas, iria até Santo Antonio da Posse, conhecer uma garota.Mas queria ir também rapidamente,caso não desse certo iria até Limeira, onde estariam acampado uma equipe dos sem terra, lá tinha esperança de encontrar uma mulher, que tivesse vontade de sair daquela vida "cigana", uma mulher que poderia amá-lo, comendo arroz com feijão.Talvez seria uma comunidade alí instalada comandada por um líder.Que já havia ter sido prêso, pela luta dos sem terras no Brasil.Miguel achava estranho, muitos líderes no Brasil levantam a bandeira e depois deixam-na cair. Êsse lider parece que sumiu, ou será que sua luta foi em vão? Sua luta não era como a do Chico Mendes, que morreu defendo a Amazônia? Quantos posseiros perderam suas terras roubadas por fazendeiros como Darlí Alves, e os outros safados que mandavam matar os pequenos agricultores para ficarem em suas terras, ou seja a piãozadas faziam o serviço arrebentavam a cerca e os fazendeiros mandavam os peões soltarem o gado em terras roubadas.O Pior é que muitos políticos sabem disso e não fazem nada, porque a Corrupção emana, ela é forte, os grandes frigoríficos e  fazendeiros "compram" políticos.Miguel chegou com sua moto alí no município de Limeira, entrou, estacionou sua moto. Achou muito simples àquela vida que as famílias alí levavam. Suas casas eram feitas de lona preta e de estacas.Mas para Miguel viver alí com eles já seria o melhor. De repente apareceu um rapaz de aproximadamente trinta anos com um facão na mão.

_Boa tarde!Disse Miguel.

_Boa tarde.Respondeu o rapaz, com o semblante de que não parecia ser uma pessoa necessitada, bondosa, precisando de ajuda, e sim, parecia marginal.

_Quem é o chefe aqui?Perguntou Miguel, para poder ver a possibilidade dele poder conviver com eles, porque Miguel achava que não daria mais conta de tratar de seus filhos.

_Aqui não é nenhuma tribo não cara, aqui não tem chefe.Respondeu o rapaz, com um cigarro na boca.

_OK.Tudo bem, obrigado.Disse Miguel, montando em sua moto para ir embora.

_O que você quer? o que você veio fazer aqui? Indo com o facao em direção a Miguel.

_Nada moço, não se preocupe que eu não sou nenhum fiscal oficial, eu sou como vocês, eu tô pobre, e achei que poderia morar aqui tambem.Falando Miguel, dando partida em sua moto e dando fora dalí.Teve mêdo de até ser assassinado, não conhecia ninguém daquelas cabanas.

Arrancou com sua moto, o mais rápido possível, assim que andou cem metros pela estrada de terra barrenta, após virar uma curva à direita, tinha mais de dez crianças com pedras e paus na mão e começaram a atirar nele.Não imaginava que eles seriam assim.Até concordava pelas atitudes deles, porque no governo de FHC, não houve muita preocupação com êsse povo necessitado, com os pobres, com os sem tetos, com os micros-empresários, com o povo, o povão, àquele que anda de trem e de ônibus lotados, que pagam seus impostos.Miguel se achava inferiorizado, o acúmulo de suas dívidas, o deixava incopetente até mesmo para arrumar uma companhia.No entanto queria uma mulher simples, que juntos pudessem melhorar de vida.O tempo ia passando, e a solidão  aumentava.

Estava há mais de noventa dias sem tocar em uma mulher, olhava no espelho e não acreditava no que estava acontecendo, nem com um preso acontecia o que estava acontecendo com ele.Não saía de casa, nos fins de semana enquanto as crianças ficavam com a vó Maria, voltava para casa tomava uma latinha de cerveja ou as vezes mais, ligava a televisão, deitava sôbre o piso da sala, chamava o thander e pedia para ele deitar,vinha mansamente deitava com a cabeça sôbre o peito de Miguel enquanto o acariciava, às vezes amanhecia alí mesmo os dois, o dono e o cão.Também, tinha mesmo é que dormir, não podia ver um casal na televisão se abraçando ou beijando-se, que era motivo para o desgôsto cair sôbre ele.


CAPÍTULO XIII                Agência de Mulher

Mulher tinha muitas, que pintavam no "pedaço" àquelas que queriam apenas uma noite, ele a queria sempre, queria dormir ao lado, acordar de manhã e fazer amor.Não queria mulher de programas ou que passava de mãos em mãos, queria levar para dentro de casa uma mulher digna de suas paixões, que pudesse aceitá-lo como é.Acreditava que o seu sucesso dependia de uma mulher, e era o primeiro passo que  queria dar, com Renata não foi Possível, com Inácia e Rosângela também não, mas quem seria essa mulher que um homem procura para fazer-lhe os seus caprichos?Não tirava Patrícia de sua mente, mas o mesmo não fêz por muitas vêzes a vontade dela.Pouco acontecia o que estava acontecendo ao seu redor, pra ele interessava as crianças, não queria abandoná-las ou deixá-las com a avó sua sogra, ele sabia que ela as aceitariam com muito carinho.Isso fazia com que suas responsabilidades caíssem, suas dívidas aumentavam, e não procurava saná-las, não tinha como.Uma contribuição que dava direito de ter família, dar educação, alimentação,saúde e lazer aos filhos, só que o "sistema capitalista" não deixava,ele deixava de "pagar" o governo e alimentava seus filhos, nada mais justo.Seu "mundo" continuava o mesmo, do trabalho em casa, de casa ao trabalho, passava meses sem  visitar parentes e amigos, Nina e o seu marido Dino, visitava-o rotineiramente, pelo fato de ser padrinho de batismo de Plínio,  e talvez ele sentian na "pele" o que Miguel, ou eles as crianças estavam passando..Através de uma mini-revista, que encontrou nas bancas achou vários anúncios de pessoas que procuravam amizades, amor e companheirismo com compromisso sério.Achava que aquela opção poderia ajudá-lo, e enviou mais de sessenta cartas, para várias mulheres de todas as idades que o interessava, em todo lugar do Brasil.A primeira carta que enviou seria como um bilhete, sabia que algumas seriam dispensáveis, com os dizeres:

_Tenho quarenta e um anos, viúvo, canceriano, sincero, branco, com um metro e sessenta e sete de altura, humilde, comerciante, nível colegial, e trabalhador.Procuro mulher acima de vinte e cinco anos para compromisso sério, se puder responda-me com uma foto e logo devolverei.E assinava como Miguel, colocando o endereço da loja.O endereço da loja ficava mais seguro, caso fôsse em casa as crianças poderiam desconfiar de tanta carta que o seu pai estava recebendo.Não queriam magoá-los, Miguel, sentia que só Deus que o ajudava, pelo fato de serem órfãos de mãe, as crianças pareciam ser "fortes", na mente humana, mas Miguel sabia que na mente do Todo Poderoso Pai, Filho, e Espírito Santo estava, pode ser com as crianças, mas não com ele, Miguel sabia que era um pecador.Mas achava porque os gestos das crianças não eram de tristeza como ele sentia? Brincavam dentro de casa, às vezez só, ou acompanhados,às vezes com as crianças dos vizinhos.Será o que estava incomodando?Geralmente as crianças ficam tristes com a morte da mãe ou do pai.Estranho, achava Miguel,êle vivia triste, na fossa, com saudades imensa de Patrícia,sentimentos que o rodeava dia e noite, e as crianças na "delas", estudando,tirando boas notas, na escolinha de futebol, iam ao clube que ficava a quinhentos metros de casa nadavam, jogavam bola, e sem nenhum rancor, sem nenhuma tristeza.Para Miguel isso era bom, mas porque eles não sentiam a falta da mãe?Porque? Isso também, o preocupava.A mãe, Patrícia era carinhosa com eles, amava-os, saíam com eles para passear, um fim de semana no Shopping, na outra na casa da vó, na outra na lagoa do Taquaral outras vezes iam todos à missa em Pavina.Miguel não conseguia entender, ele parecia estar fora de contrôle.Era tão idiota, que achava que as crianças deveriam estar como ele? triste, humilhado, na fossa, chorando aos cantos da casa, pelo fato de ter perdido a mãe? Isso é porque ele era mais fraco que as crianças, sadias, fortes, compreensivas!

Escrevia freneticamente as cartas na espectativa de receber respostas.A ansiedade era tamanha, as cartas na expectativa de receber as respostas.Verificava, fiscalizava sempre a pasagem do carteiro.Recebia várias cartas, algumas com fotos outras sem, algumas com cartões, outras com decalques, com carinho, outras com perfume, como as cartas de Inácia.Procurava receber as cartas no mesmo dia, o acúmulo de envelopes e papel de carta sôbre a mesa era grande, muitas vêzes fechava a loja e ia até o centro de Pavina colocar as cartas já escritas com expectativa nos correios.Vários dias, várias noites, lendo, escrevendo, recebendo e repondendo as cartas.Algumas fotos de mulheres, outras de garotas, solteiras, viúvas, mães solteiras.À medida que recebia as fotos, na impossibilidade de uma simpatia, alguém desistia, mas escrevia agradecendo a oportunidade de ter conhecido pelo menos pela foto.

Viajava para toda cidades limítrofes de Mendonça, a fim de conhecer as mulheres que responderam as suas cartas.Viajava com sua moto uma CG 125 cc.Viajava as vezes mais de quatrocentos quilômetros, seiscentos quilômetros, nos fims de semana.Fechava a loja aos domingos ao meio-dia, ligava em casa para saber se as crianças estavam bem, se precisasse de comer alguma cois era só ir lá no  supermercado, que o Sr.Aurélio convidava-os a comprar o que quiserem.Viajava e voltava às vêzes à uma hora da manhã de segunda-feira, muitas viagens sem sucesso.

Uma carta no qual recebeu chamou-lhe muita atençao.

_Oi Miguelm tudo bem?Espero que sim se por um contra tempo não estiver, bom, venho até a sua carta para lhe agradecer, e lhe por me escrever.Tambem sou canceriana, sou de treze do sete, e você?Lhe escrevo com a possibilidade de dar tudo certo, é bom saber que você não brinca com os sentimentos dos outros, pois esta onda de "aproveitar" a vida, de ficá, esta acabando com os jovens do Brasil, pois esta onda esta levando muitos jovens as drogas e aproveitar, acho que não é bem assim, pois se isso é aproveitar não quero jamais aproveitar minha juventude.Quero aproveitar de uma forma que não me faça mal, com alguem especial de cara limpa sem estar drogado ou alcoolizado.Bom, deixe-me parar por aqui,pois o assunto não tem nada haver.Miguel adorei receber sua carta, só me desculpe pela demora é que leio e respondo a todas as cartas que recebo a noite por isso demora.Prometo fazer com que a próxima seja mais rápido.Deixe-me falar mais sôbre mim.Prepare-se, tomara que não se decepcione comigo, tá?Meu nome/pseudônimo, é Clarinha, nascí em treze do sete de mil novecentos e setenta e sete, signo câncer, esdado vivil,solteira, dependentes um, um metro e setenta de altura, estatura simples, comum, aparência boa, cor da pele morena clara, cabelos e olhos pretos, preconceito nenhum, residência, moro com minha mãe, profissão, trabalho de balconista num varejo, rica só de saúde, defeito físico nenhum, religião católica.Desejo ser feliz, ter minha casa e alguém para mim amar, sonho encontrar alguém que me ame e não brinque comigo.Temperamento, sou calma, atenciosa, carinhosa, meiga, e amiga.Bom, já sabe um pouco de mim.A foto fica para a próxima carta.Assinado, Clarinha!

Clarinha?Que mulher é essa, com lindas palavras e sincera?Pareceu-lhe muito misteriosa.Essa carta apaixounou-o.Imediantamente, após as crianças dormir, pegou papel e caneta e escreveu o mais rápido possível, e pediu que Clarinha enviasse a sua foto, com possbilidade de devolver na próxima carta.

Muitas mulheres ligavam-lhe, à noite em sua casa, algumas queriam conhecê-lo pessoalmente, mas pelo papo Miguel já lhe agradecia.Algumas fumantes, algumas com quatro filhos, outras com filhos já casados e algumas já eram avós.Algumas simpáticas, como Míria de Belo Horizonte, tinha quinze anos a mais que Miguel, e, queria de todo jeito conhecê-lo, mas pela foto não houve muita simpatia por parte dele.Era uma senhora com boa aparência, mas era o suficiente para tocar o coração de Miguel.Respondia e devolvia todas as cartas,mas a mair vontade era de conhecer Clarinha, que ficava na região de Cachoeira Paulista, no Estado de São Paulo, na cidade de  Lavres, e de Pavina até lá era aproximadamente quatrocentros quilômetros.Miguel "Namorava" o mapa tinha um meio de visitar Clarinha, conhecê-la.Com moto a economia que fizesse, ainda era de mexer no seu bolso, estava a zero, financeiramente.Mas, poderia arrumar uma mulher que o ajudasse a levantar a sua vida, Míria já foi comerciante, e parecia ser uma mulher firme, mas não era ainda o que Miguel queria.Era organização financeira, ordem, mas ao mesmo tempo, só ia para a cama se realmente  amasse uma mulher.

Enquanto esperava a resposta de Clarinha, que demorava o suficiente para o incomodar, preocupá-lo, recebeu uma carta, uma carta bastante perfumada, que, quando o carteiro colocou com outras correspondências sôbre o balcão, imediatamente sentiu o cheiro do perfume.Era o mesmo que Inácia usava.Leu imediatamente a carta, era uma mulher só, sem família, loura, trabalhava em uma boa profissão, e parecia ser bastante descontraída na foto ao lado de seu BMW.Trocaram correspondências, falaram por telefone, ficaram de se conhecer na metade do caminho, ela sairia de sua chácara e se encontraria com Miguel, queria conhecê-lo.Quinze dias antes, Miguel ficou de marcar o encontro no domingo que antecederia finados, na terça-feira, ligaria dando-lhe-a as coordenadas do encontro, mas isso impediu quando recebeu a segunda carta de Clarinha, dizendo:

_Oi Miguel!Me perdoe pela domora pois, como já sabe eu trabalho e estudo, tenho muito pouco tempo para responder as cartas mas hoje estou recebendo a sua, resolví apressá-la.Pois não gostaria de magoá-lo.Percebí que você escreve para várias pessoas e diz que a minha carta é quem mais lhe chamou atenção, pois então obrigada,por mim considerar a primeira carta, realmente sou uma pessoa determinada, e organizada.Miguel,como lher disse, sou sincera,, pois então eu não sei se escrevi na primeira carta que tenho um filho, pois  se eu não lhe disse eu lhe digo agora, eu tenho um filho homem de três anos e oito mêses, e mora comigo.O pai dele não faz visitas, a mais de um  ano, desde que nos separamos e nunca se preocupou, e eu não o preocupo por causa disso, acho que assim é melhor, e nem procurei justiça para que ele desse a pensão do filho, não quero problemas.

Miguel ficou intrigado com isso.Um pai que gerou um filho através de uma moça, ou mulher, e não tem interêsse em visitar a mãe e ao filho, só pode ser um canalha. Um safado, um, um filha da puta!

_Continuou Clarinha.Agora vamos para a segunda etapa de sua carta, bom, não pode casar no civil , porquê?Com certeza você merece encontrar alguém que o faça feliz o e o respeite, pois você parece ser uma pessoa fiel.A respeito de eu ser mais nova que você isso não quer dizer nada, quando se começa um relacionamento não importa a idade, o que importa é o sentimento que um sente pelo outro.Responderei suas perguntas referente a última carta que me enviuo-me:

_Com quem eu moro? com minha mãe, tenho três irmão que moramos juntos, todos trabalham,estudo no segundo grau, se pudesse fazer faculdade, faria, mas gostaria de ser policial, ou investigadora de polícia, ou enfermeira padrão. Miguel,analisei bastante as suas fotos e achei-as super simpático, mas no momento não é fácil  em lhe dizer o que irá acontecer entre nós, pois está sendo a nossa primeira carta de conversa, temos que nos conhecer melhor, e não depois do que eu lhe escrevi se você vai querer continuar a escrever as  nossas cartas e tambem não sei sei se minha foto lhe agradou.Essa na foto sou eu, estou ao lado do meu filho, estou no meio, ficou um pouco apagada, pois tirei xerox e escura é que a luz estava apagada, eu sou um pouquinho mais clara.Miguel gostaria que da mesma forma que lhe devolví sea foto, peço que devolva a minha.Depois que você me enviá-la, e se quiser continuar as nossas correspondências eu lhe darei uma de presente.Quando eu estarei sozinha e de corpo inteiro.Pois irei revelar um filme no final do mês no qual tenho ótimas fotos, que eu tirei para que pudesse também enviar a algumas cartas, e,se caso você quiser continuar nossas correspondências com certeza eu lhe enviarei uma em especial a voçe! Vovê me perguntou o que acontece? Porque demorei a lhe responder.Eu trabalho das seis da manhã às dezoito horas, e ainda estudo das dezenove às vinte e três horas, eu tenho pouquissimo tempo, mas aproveito êste tempo para escrever as cartas.Recebí seu sedex no dia vinte e cinco, foi no dia em que meu irmão estava se casando e foi sorte dos correios ter me achado em casa, pois eu tinha vindo trocar de roupa, mas adorei sua carta.Você esteve em Aparecida do Norte, mais um pouco você estaria aqui,mas não iria me encontrar porque trabalhei o dia todo.Caso um dia você queira vir aqui para me conhecer teremos que marcar tudo certinho, pois já que você sabe onde fica, e daí onde você mora é muito longe.Bom, espero que me entenda, e me perdoe pela demora, não foi por querer.Quero lhe perguntar, e se quiser responda-me.Disse ela._Tem filhos?.O que achou de minha foto?.Se viesse aqui em Lavres como viria?Carro ou ônibus?E qual dia?Sábado ou Domingo, ou so no Domingo?Miguel, mais uma vez perdoe-me pela demora, farei de tudo para que a próxima carta seja mais rápida.Atenciosamente, Clarinha.

Após ver a foto de Clarinha, e ler a sua carta, Miguel ficou impressionado com a beleza daquela "menina".Não conseguia fazer mais nada, ligou uma lâmpada 220v num bocal que estava alí perto e chegava a foto dela o mais perto possível para enxergar a beleza daquela garota.Naquele momento, a única mulher que existia pra ele era ela,Clarinha.Olhos negros, lindos cabelos compridos, e o vestido longo moldava o seu corpo de modelo.Atrás daquele sorriso, daquele semblante meigo havia um mistério que Miguel queria descobrir, custava o que for, mas ele queria descobrir.Alta, pele morena, era a mulher que ele procurava, pouco importa se ela soubesse tocar um comércio ou poderia ajudá-lo financeiramente, no momento não imaginava, talvez não, mas sabia que ela era organizada.Mas queria primeiramente amá-la, e ele já estava amando-a naquele momento pela foto.Seu filho parecia ser um garoto bastante ativo,e poderia dar certo com os seus, principalmente com Henrique, que era o menor.Era Clarinha que Miguel queria, faria o possível para conquistá-la, a sua única dúvida era se ela colocasse no lugar dele quando namorava Inácia, isso porém era uma dúvida que começa a pensar.Era dezoito anos mais velho que Clarinha, mas como ela disse seria capaz de aceitá-lo desde que houvesse amor.Miguel era "Atleta", corredor de rua e maratonas durante quinze anos, tinha o corpo definido, principalmente as pernas, sua panturrilha era de dar inveja a muitos jovens, suas coxas eram grossas.Respondeu o mais rápido possível a carta de Clarinha, antes de devolver a foto tirou uma xerox, para ficar com ele, mas havia comunicado a ela na carta.

Em casa após o trabalho e deixar a janta pronta para as crianças, tomava um banho e ia para a mesa da cozinha responder algumas cartas, não com tanta vontade como antes, antes de conhecer Clarinha pela foto.Procurava um meio melhor de melhorar àquela situação, como será a vida dela?A casa onde ela mora, seria melhor que a dele?Se veste bem, se vestir será que teria condições de sustentá-la?E se ela vier a gostar dele?Como iria encarar esta situação?Pensava nas suas dívidas, que fazia com ele se recuasse sempre em alguma coisa que queria fazer.Não sabia o por quê, mas sempre acordava sem mais sem menos às madrugadas, e muitas vêzes estava suado, a sua camiseta estava úmida pensava numa maneira de estabilizar-se financeiramente.Há algum tempo que tem procurado ler a Bíblia Sagrada, procurava se aconselhar lendo o Deuterônio, alí encontrava palavras que poderiam ajudá-lo, a ser um homem honrado, competente, humano.Evitava praticar sexo com prostitutas, procurava colocar em sua boca palavras sãs, queria evitar o pecado, quando leu no capítulo de Jo 14,21 "Àquele que retém os meus mandamentos, e os guarda, êsse é o que me ama.E aquêle que me ama, será amado por meu Pai, e eu o amarei(também) e me manisfestarei a êle".Queria ser perdoado pelo Pai dos pecados que havia cometido, inclusive com Patrícia, não queria que isso acontecesse com a sua futura esposa.Procurou uma igreja Plebisteriana onde começou a congregar, a ficar mais pertos dos "irmãos", um ser humano não podia viver isoladamente as escrituras procuravam o ser humano por essa necessidade.Se sentia bem,pedia a Deus, ao Pai, ao Seu filho Jesus Cristo, que o ajudasse, fazia as suas orações, procurava limpar sua mente das impurezas que o atormentava, procurava de um modo ao outro seguir o que diz Ec 2,34:"Deus comtempla àquêle que exerce a caridade, e lembra-se dêle para o futuro, e no tempo da desgraça encontrará um apoio".

Miguel procurava viver uma vida que não incomodasse ao Pai para que para que Êle pudesse ampará-lo, porque acreditava em sí, sabia da força e vontade que tinha pra viver com seus dois filhos, e acreditava e achva que podia ser feliz, era injusto, não acreditava o meio de que estava vivendo.Muitas vêzes perguntava a sí mesmo:_O que foi que eu fiz de tão grave para merecer essa vida?Quantas pessoas praticaram a iniquidade, a prostituição, a desonestidade, e vivem e tem coisas nelhores que elê?Sabia que para ele era um pensamente mesquinho, pois sabia o que Deus dá, Deus Tira, o importante é amar ao próximo, ter caridade, evitar a mentira e enganação.Procurava entregar nas mãos de Deus, seu destino,queria ter paz, alegria, queria conquistar Clarinha, mas o que realmente o fortalecia, em tudo era a palavra, a palavra de Deus, e lia sempre em Filipenses 4, 4-20 "Alegrai-vos incensamente no Senhor, outra vez digo, alegrai-vos.A vossa modéstia seja conhecida de todos os homens;O senhor esta perto(e comtempla-vos).Não vos inquieteis com nada, mas em tôdas as circunstâncias manisfestai a Deus as vossas necessidades por meio de orações, e de súplicas, unidas à ação de graças.E a paz de Deus, que esta acima de todo entendimento, guarde os vossos corações e os vossos espíritos em Jeus Cristo.Quanto ao mais, irmãos tudo o que é verdadeiro, tudo que é honesto, tudo que é justo o que é santo, tudo o que é amável, tudo o que é de bom nome, qualquer virtude, qualquer(qualquer coisa digna de)louvor da disciplina, seja isto o objeto dos vossos pensamentos.O que aprendestes, e recebestes, o ouvistes, e vistes em mim, isso praticai:e o Deus da paz será convosco.Muito me alegrei ao Senhor, porque enfim vi reflorescer os vossos sentimentos de outrora a meu respeito;é certo que os tínheis. porém, só vos faltava a oportunidade(de os manisfestar).Não digo isto, levado pela minha necessidade, porque aprendi a me contentar-me com o que tenho,Sei viver nas privações, sei também viver na abundância(em tudo e por tudo fui habituado) a ter a fartura, e a passar fome, a estar na abundância, e a padecer necessidade.Tudo posso naquele que me conforta.Contudo, fizestes bem em tomar parte da minha tribulação(socorrendo-me).E vós também sabeis, ó Filipenses que, no princípio do Evangelho, quando partí da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo a dar e receber, senão vós sómente,porque até a Tessalônica me mandastes uma e duas vêzes o que me era necessário.Não é que tú busque dádivas, mas busco o fruto que vá aumentando a vossa conta(diante de Deus).Agora tenho tudo e estou na abundância;estou cheio, depois que recebí o Epafrodito o que me mandastes, como cheiro de suavidade, como hóstia aceita, agradável a Deus.O meu Deus, pois cumpra todos os vossos desejos, conforme as suas riquezas, com a Glória em Cristo Jesus.Seja dada glória a Deus Pai nosso por todos os séculos dos séculos.Assim, seja"!

Miguel teria que estar em melhores condições caso Clarinha o quizesse, caso contrário cairia numa total depressão.Naquela sexta-feira, arrumou a janta para Henrique, deveria acabar de jantar e Miguel o levaria para a casa da vó Maria, Plínio já estava lá e ficariam até o feriado de finados que cairia na terça-feira.Estava abalado, preocupado, na quarta-feira próxima ia cair um cheque de valor alto, teria que trabalhar inclusive no domingo e feriando para ver se o faturamento dava para cobrir o cheque.Miguel detestava algumas atitudes que tinha perto das crianças, principalmente de Henrique, àquele semblante de preocupação, nervosismo, irritabilidade, tentava o máximo se controlar, queria deixar isso, tinha receio de deixar também as crianças preocupadas.Queria amar uma mulher com respeito e consideração, que ela se tornasse a única , queria fazê-la feliz.

Após o jantar, ajudou Henrique a arrumar sua mochila, as suas houpas, colocou-o na garupa da moto e levou-o na casa da vó Maria até Mendonça.Ele gostava de moto, para tanto não havia tempo ruim, vento ou chuva, sol, calor ou frio,Henrique queria mesmo é andar de moto.Miguel evitava que ele ficava ansioso ou esperançoso demais, na aquisição de uma moto maior, quando folheava a revista onde tinha várias tipos de fotos de motos.Miguel dizia a ele que quando as coisas melhorassem compraria uma moto maior, uma CBR600, que era o sonho de Henrique.Se contentava com sua CG125, Miguel achava se tivesse de fazer com aquela moto o que faria com outra, ou com o carro, provavelmente êstes últimos não aguentaria.Ficava satisfeito com a economia de combustível que consumia, e a resistência do motor que aquela pequena moto lhe proporcionava.

Após chegar na casa da Vó Maria, comprimentou-a e agradeceu pelo fato dela receber os seus netos alí.Era carinhosa, e gostava de seus netos.Apenas as filhas não iam muito com a cara de Miguel, e ele sabia disso.Apenas tinha uma das cunhadas orgulhosas. Àquelas tipo pessoas que nasceram pobres, e invejavam as outras pessoas, ela detestava Miguel, Orgulhosa, Egoísta e Mesquinha.Não sei como conseguia criar seus filhos, que poderiam ser negados a eles um pedaço de pão amanhecido, essa Tia deles se chamava Dadadinha.Houve conflitos entre Miguel e sua querida Patrícia. Isso ele não negaria nunca.Casal novos, ele, com personalidade de adolescente, e ela, gostava de curtir o que ele curtia, pois Patrícia não teve oportunidade na vida de curtir as "baladas", e muitas vezes frequentava o Clube Concórdia em Mendonça.Miguel sabia que todos naquela casa o olhava com desconfiança, muitas vezes deixava as crianças na calçada e voltava para casa.Os primos eram frios com Henrique e Plínio.Mas Miguel não deixava por isso, a levá-los à casa da vó Maria, uma pessoa forte e religiosa, apesar de ter um dos joelhos com problemas e a impedia de andar a longas distâncias.Miguel gradeçeu a Dona Maria sua sogra e foi para casa.

Para chegar em casa, de volta, abriu uma latinha de cerveja, e, preparava o seu prato para o jantar, com a preocupação que teria de ficar naquela casa só.Sua apatia era visível, sua inquietação era grande, e não tinha nenhuma mulher para lhe fazer companhia, e os aproximadamente sessenta dias sem ter uma mulher, o deixava nervoso, irritado.Evitava ver as cenas de televisão onde mulheres bonitas, se exibiam na TV, imaginava em estar com elas.Quando se preparava para tomar banho, aproximadamente vinte horas tocou o telefone:

_Alô!

_Miguel? Perguntou a mulher que estava do outro lado da linha.Aqui é Clarinha, tudo bem?

Surprêso, mais que depressa Miguel respondeu:_Tudo, Um minuto.Miguel não acreditava que iria falar com Clarinha, correu para diminuir a amplitude do som da TV e correu para pegar de volta o telefone.

_Que surpêsa Clarinha, não via a hora de você me ligar.Estou muito contente.

_Recebí sua carta, obrigada por ter enviado de volta minha foto.E aí? como estão seus filhos, perguntou ela.

_Tudo bem Graças a Deus, Clarinha,E o seu, sua mãe, os irmãos, estão tudo bem?Respondeu ele.

_Tudo ótimo.Respondendo ela como se estivesse bem à vontade ao telefone, um orelhão que ficava a uns cem metros de sua casa.

Ficaram trocando conversas por mais de vinte minutos pelo orelhão.Miguel percebia que Clarinha tinha algum tipo de interêsse, em continuar, havia motivo para os dois estarem ali conversando, eram de câncer, o signo dos dois, será que isso os influcienfaria?Pensava, Miguel.Será que ela tinha o mesmo pensamento que êle? as qualidades?o comportamento?

De repente, Clarinha, o perguntou:

_Como a gente vai fazer para se conhecer?Eu quero te conhecer pessoalmente.

_Como, como você é?Você sabe, eu trabalho aos domingos, e no próximo feriado terei que trabalhar, no entanto ficará um pouco difícil pela distância.Respondeu Miguel.

_Mas você poderia deixar de trabalhar no domingo e vir aqui.Aí você fica o dia todo, e a tarde eu não iria trabalhar, para a gente conversar.Pedia Clarinha.

_Olha meu bem, respondeu Miguel.Nêste domingo realmente não vai dar.Faremos o seguinte:_Eu farei o possível para ir na terça-feira, no feriado, eu trabalharei até meio dia e de lá já saio direto, devo chegar aí às dezesseis horas, tudo bem?

_Tá bom.Mas acho que não vai dar muito movimento, lá onde eu trabalho tenho certeza que não terá muitos freguêses na padaria, eles vão é querer ir ao cemitério pois é finados né?Trabalhe até às nove horas ai você vem.Pediu Clarinha.

_Oh Clarinha, tenha certeza que eu irei, se eu não for ligarei no telefone que você me passou.Estou louco pra te conhecer.Você é muito bonita, é linda mesmo.

-Obrigada.Achei vocçe também muito simpático.

_Você acha?Perguntou Miguel?

_Claro, senão eu não estaria falando agora com voce, e de mais de cento e cincoenta cartas que recebí, você esta sendo a primeira pessoa que estou convidando para vir até aqui, para mim conhecer.Disse ela.

Miguel achava aquelas palavras muito especiais, será que ele merecia mesmo tanto carinho? tanta bondade?Poderia trovvoar, relampiar, cair um pé dágua, ele iria de qualquer maneira.

_Tudo bem Clarinha, pode me esperar, eu irei fazer de tudo para conhecê-la.OK.Tchau! Um beijão.Respondeu Miguel.

Por ele não desligava aquele telefone, queria se pudesse continuar pela noite toda, mas o tempo já estava prolongado, e ela já teria gastado muitas fichas telefônicas.Não acreditava que pudesse ter recebido àquele convite, tão especial, tão carinhoso, tão meigo.Miguel trabalhou até às onze horas daquela terça-feira, e retirou rumo a Lavres, seria uma loucura, ficar sôbre uma moto quatro horas, ainda mais ter que pegar a Via Dutra e andar por mais de duzentos quilômetros nela.Mas valeria a pena, as ferramentas da moto estava tudo em ordem, caso furasse um pneu ele mesmo arrumaria com o kit de ferramentas.A viagem longa, fazia e dava-lhe muito tempo para pensar, era só ele, o barulho do motor da moto, e a estrada.Sentia-se inferiorizado, caso Clarinha quizesse ir morar com ele, casar com ele, que, quando percebeu a velocidade da moto havia caído, sua mão afroxou-se no acelerador.Imagina, que, com tantas dúvidas como é que uma menina daquela iria morar com um cara"duro"?Não queria mudar o semblante perto dela, e sua preocupação é de um dia levasse uma mulher pra dentro de sua casa e ela se entristecesse, vivesse num descontentamento, não queria jamais que isso acontecesse, como aconteceu com Patrícia.Procurava um meio onde procurar um serviço à noite, aí poderia aumentar a sua renda e pagar todas as suas contas, queria viver ao lado de Clarinha com tranquilidade.Pensou na Boate onde havia trabalhado há alguns anos quando estava com Patrícia, ou na digitação do banco à noite, ele sabia que força e disposição e profissionalização ele tinha , agora era correr ir ir atrás, não seria fácial havia muito desemprego, e o mercado saturado e competitivo, Brasil devendo milhões de dólares Graças a política de FHC, em governar uma Pátria rica de produtos vegetais e minarais o levava apenas a subordinação a outros países.Não queria era passar vergonha com Clarinha.Sua vida com as crianças era simples, o alimento provinha da vontade de Deus, era pouco, mas o suficiente para alimentá-los.Havia cinco meses que não havia compra cheia num supermercado, isso o envergonhava perante as crianças, mas se sustentavam com o pouco que tinham.Não havia quem pudesse "socorrê-lo", dar uma orientação sôbre o que estava acontecendo com a sua emprêsa, pelo fato de estar endividada.Seu contador não o orientava, não o visitava, e nem perguntava-lhe como estava indo as coisas na loja, mas sabia que as dívidas de Miguel para com êle estavam aumentando.Miguel procurou o órgão que orienta as pequenas empresas, mas por três vêzes que lá esteve, no Sebrae, não houve nada que pudesse orientá-lo, um micro empresário em fase de decadência não poderia pagar curso de trezentos ou seissentos reais.Miguel achava que o Sebrae, um órgão governamental de "ajuda" as empresas, era toda a orientação gratuíta.Pois achava que tudo não passava de um meio de estorquir o pequeno empresário que esteja começando.As orientações do Sebrae, para poucos empresários já bastam, àqueles que fundaram as suas empresas e tiveram sucesso com a sua administração. Nos meados de 2009 à 2011, houvge corrupção no Sebrae, onde seu presidente de olhos puxados um japonês, teve que sair devido a má gestão e roubo dentro do Sebrae.Eu não confio nêsse órgãozinho que só quer cobrar das pequenas empresas taxas altas para apenas participar de cursinhos chulos. Um dos orientadores do Sebrae o recebeu em sua sala, mas quando Miguel disse que estava apenas começando, com dívidas e cheques sem fundos, sentiu um determinado desprezo daquele orientador.Percebeu que êsse órgão é apenas para micro-empresários endinheirados.

Mas isso tudo não o intimidou, não o impediu de ir ao encontro de Clarinha, sua vida se baseava nisso.Encontrar a sua mulher, era o que lhe interessava, dalí pra frente seria outra etapa, de colocar sua vida em ordem.A viagem estava lhe cansando, mas o aliviou quando viu a placa da cidade de Clarinha.Saindo da Via Dutra, pegou uma nova estrada que dava acesso a Lavres, do alto podia ver a cidade, há uns cinco quilômetros, situa-se num vale, e bastante arborizada.Via-se não muito longe, montanhas que as circundava.Logo abaixo, para chegar a cidade atrasvessa-se uma ponte com um rio de aproximadamente cincoenta metros de largura, e água não tão poluída.Se Clarinha gostasse de mim e me quizesse, eu viria morar aqui, pensava ele sôbre a moto.Miguel poderia morar alí, arrumar alguma coisa para trabalhar para dar sustento a ela e as crianças.Após alguns minutos achou  o endereço de Clarinha, e bastante empolgado e anciosamente chegou a sua casa.Em frente havia uma área de lazer mal cuidada, e a rua em que era localizada a sua casa era de terra.Era uma casa simples.Era aproximadamente quinze horas e quinze minutos.A casa dela situava-se entre duas outras casas bonitas, sobrado, o muro da frente não era mais que alguns paus de eucalípitos, já gastos com o tempo e com quatro fios de arame.A casa, recuada apenas dois metros da divisa frontal, era toda em volta com platibandas, de modo que não se via o telhado de telha de cimento amianto, todas as paredes emboroladas, pinturas desgastadas pelo tempo e todo o quintal era de terra.Podia-se, se ver, como órfã de pai, os irmãos talvez não tinham renda suficiente para dar apenas uma pintura externa naquela casa.Bateu palmas e esperou um instante.De repente, apareceu uma senhora alta, morena, cabelos compridos, com poucos cuidados amarrados tipo "rabo de cavalo", e com poucos dentes.

_Boa tarde.Disse ela com um semblante simples, humildemente, simples.

_Boa tarde Senhora.Respondeu Miguel. A Clarinha está?

_Ah sim, aguarde que eu vou chamar.Ela virou camalmente e caminhou pra dentro de casa pela porta da sala.

A mãe de Clarinha já sabia que Miguel chegaria, e acabara de conhecê-lo, e no entanto não perguntou o seu nome, provavelmente ela já o conhecia pelas fotos.Enquando aguardava Clarinha, Miguel Ficou alí fora aguardando.Suado, devido ao forte calor e com a sua blusa de couro já surrada.Ouvia-se uma voz de alguém lá dentro da sala que brincava com uma criança, talvez seria ela brincando com seu filho, ela sabia que era Miguel.Saiu o menino branquinho e franzinho, mas esperto, pegou uma bola e chutava de um lado para o outro naquele pequeno espaço do recuo da casa, Miguel ainda falava-lhe, cuidado para você não furar a bola, olha a cêrca de arame farpado.Pelo estilo da casa de Clarinha suas condições financeiras e de sua família não devesse ser das melhores, isso não o abatia.Ela seria capaz de aceitá-lo também pela simplicidade.Era simples a casa dela, estava agitado, ancioso, queria vê-la logo.Estava de costa para o portão brincando com a criança, de repente ouviu um barulho no portão de madeira e olhou para tráz.

_Oi, disse-lhe, Clarinha.

Miguel procurava manter a calma e discrição, ia se aproximando dela devagar, tocou em sua mão e ela o comprimentou com três beijinhos no rosto.Sua mãe mantinha em pé encostada no pilar da casa.

_Como vai?Olhou para a mãe dela e disse.A senhora tem uma filha bastante bonita.Ela deu um sorriso e entrou para dentro, enquanto a criança brincava alí perto com a bola.

_Desculpe fazê-lo esperar, estava dormindo, achei que você não viria mais.Disse Clarinha.

_Mas eu lhe prometí que viria, como diz o ditado, promessa é dívida, mas fêz bem a você, pelo menos deu para descansar um pouco, respondeu Miguel.

Clarinha estava com uma bermuda até aos joelhos e uma blusinha blanca de tecido fino, que definia os seus seios.Não grandes, médios.O sol da tarde batia-lhes em frente, não havia uma árvore perto que eles pudessem conversar à sombra.Seria preciptação ela o chamar para dentro de casa, pensou ele.

_Há algum lugar aqui perto, uma lanchonete onde possamos conversar Clarinha, e tomar um suco?

_Sim, nós iremos lá.Espere um pouco, eu vou trocar de roupa e já volto.Respondeu a Miguel.

Miguel voltou o sentido para a criança e chamou-a para jogar bola.Enquanto jogava, não acreditava que esteve de frente de uma garota tão linda, era o que ele queria, tudo o que ele queria de uma mulher, da perfeição a inteligência.Pedia apenas a sua "cabeça" que não o deixasse falar besteira, que não deixasse por um momento aborrecê-la, fazer ou falar alguma coisa que a magoasse.Como é linda essa garota, quero levá-la comigo, se Deus quiser, pensava.

_Vamos.Disse Clarinha, saindo com sua mãe, para pegar a criança.

_Vamos.Não se prerocupe que não irei raptar sua filha, disse brincando para a mãe dela.

_Se raptar eu busco, eu tenho aqui seu endereço, disse a mãe de Clarinha para Miguel.

Enquanto Clarinha subia na garupa da moto após guardar a mochila de Miguel, ele olhou para a criança e percebeu  que esta se encontrava abraçada a bola e encostada no portão de cabeça baixa, com um semblante de reprovação.Miguel voltou para ela e disse:

_Olha, não chore tá, eu vou tomar um suco com a sua mãe e logo estaremos aqui, eu vou trazer balas pra você. Tudo bem?

_A criança continuava com a cabeça voltada para baixo chorando, Miguel não gostava de ver aquela cena.No caminho para a lanchonete ficava imaginando o que estava se passando na cabecinha daquela pobre criança.Perguntav a Clarinha onde é que ficava a lanchonetee ela perguntava-lhe que tipo de local que, ele gostaria de ir e que tipo de bebe,ida ele gostava de tomar.Respondeu-lhe-a  que poderia ser um lugar simples, desde que tivesse mesinhas com cadeiras

_Você toma cerveja?Ela perguntou-lhe.

_De vez em quando, principlamente às sextas-feira depois do trabalho.Mas hoje prefiro não tomar, a menos que você queira.Quero nhoje apenas conversar com você, e como quero.Disse-lhe Miguel.

Enquanto andavam sôbre a moto,Miguel percebeu que ela fazia o possível para não encostá-lo, e perguntou a ela se já havia andado de moto.

_Eu não tenho medo, respondeu ela.

_Pode chegar mais pra frente e encostar em mim.Se quiser pode passar os braços na minha cintura..Mas ele queria é sentir os seios dela nas costas dele, conforme fosse a maciez, ele sabia como seria o formato.Queria ele.

Pararam a moto em frente a uma padaria, e Clarinha perguntou-lhe se elí estava bom, para Miguel qualquer lugar estaria, ainda mais com aquele mulherão, o que ele queria era ficar com ela, não via a hora de poder sentar frente a frente e poder falar e ouvir.Escolheram uma mesa, e deixou que ela escolhesse a bebida através do cardápio que o garçom havia trazido gentilmente até à mesa.Ela pediu um guaraná Antarctica, e ele pediu para que o garçom trouxesse dois, o guaraná Antarctica era a sua bebida predileta, produzida, exclusivamente no Brasil.Ele sentado frente a frente, contenplava calado, e ela fixava os olhos no dele.É bastante longe Clarinha de Pavina aqui, mas você seria capaz de fazer qualquer coisa.O que aconteceu com seus cabelos?Perguntou Miguel.

_Eu os cortei, mas estou arrependida.

_Por que cortou?

_Estava muito comprido quase chegando no umbigo, as pontas estavam quebradiças e a cabeleira achou melhor cortá-lo para fortalecê-lo.Disse ela.

_Bem na verdade ela não o cortou, apenas aparou as pontas, mesmo assim ficou ótimo.Talvez seja melhor.Dizia Miguel.Cabelo cresce logo, e você tem bastante cabelo.

_Bem Clarinha, fale-me um pouco de você, sinto muito ter que voltar às pressas, mas ficarei com você até aproximadamente vinte e um horas, se você não se opor.Falou Miguel.

_Claro que não.São quatro horas de viagem de moto, mas estou feliz por estarmos juntos e termos o primeiro contato pessoalmente.Ela a olhava, fixando-lhe os olhos enquanto saboreava o guaraná.Respondeu ela.

_Olha Miguel, quero ser sincera o máximo com você, sou mãe solteira, e tenho uma criança de quatro anos no qual você já o conheceu lá na porta de minha casa, mas sou muito recatada, não sou dessas mulheres que ficam hoje com um homem e amanhâ com outro, por isso me desculpe, pra mim não tem êsse negócio de "ficar".Quero como disse na carta e você também tem compromisso sério.

_Respondeu ele.Eu se Clarinha, falava-lhe devagar, para não tropeçar nas palavras.Se você não fôsse o que era eu também não estaria aqui, você não acha?Espero que você não me decepcione comigo, pela fotos somos uma coisa, mas pessoalmente, depois de ouvir as palavras o comportamento da pessoa, percebemos e temos outra noção.Você pra mim, até o momento é uma excelente pessoa.Tem um corpo escultural, é bonita elegante, simpática e meiga.Gosto de você por tudo que já me disse.

Conversaram interessando em saber um do outro, a sinceridade de Miguel às vezes, o magoava, era sincero até demais, não queria responde-lhe-a a pergunta de como Patrícia faleceu, mas acabou dizendo detalhes por detalhes.Ela começu a namorar com catorze anos, com dezenove teve um filho e para não magoar a mãe, para os outros não pensarem que era mãe solteira, foi morar com o pai da criança, em cidade pequena as "más" línguas sempre tem o que dizer.Após um ano de união surgiram várias brigas, até mesmo usando força física por parte do pai da criança com ela, tudo isso por causa de fofocas e intrigas de amigos dele, do pai da criança.Pelas palavras dela, Miguel percebeu que ela queria sair de Lavres, por tudo que já passou.Não era diferente de Miguel querer sair de Pavina.Ele não sabia pelo fato dela ser uma moça bonita, amigou, porque não casou?Mas ela lhe disse que seria pior caso tivesse tido casada.Ela aborreceu-se com alguns amigos dele que faziam fofocas dela, Miguel tentava explicar o mesmo que acontecia com ele e Patrícia em Pavina, uma cidade do tamanho na qual ela morava, infelizmente existem algumas pessoas da sociedade que vivem para tirar a felicidade dos outros, ele tentava contornar a situação.Mas achava que ela deveria ter casado e como não foi possível, perguntou-a diretamente que então ela moraria com ele?Disse-lhe que caso houver um conhecimento maior e caso desse certo ela diria um dia.

Mas na cabeça dele ela jamais ia abraçar outros homens, explicou a ela que jamais iria deixar ele passar por uma situação constrangedora, mas não queria mesmo, queria tê-la só para ele.Clarinha fazia os seus gostos, não era uma garota de frequentar barzinhos, quando saía para se divertir ia com os irmãos mais velhos, mas as vêzes a abandonavam alí, e ele envergonhada ia para casa, A única vez saiu de Lavres foi para uma cidade a oitenta kilômetros levar seu filho para tratamento médico.Nunca saiu de casa, e pelo fato de levar cantadas de rapazes e pelo fato de não dar a eles confiança, havia fofocas mentirosas a respeito dela, e isso fêz com que ela desgostasse da cidade onde morava.

_Quer tomar outro guaraná?Perguntou a ela.Não quer comer alguma coisa?

_Depos, respondeu ela.

Ela mantinha os braços cruzados sôbre a mesa, Miguel aproveitou um instante e tocou em seu braço fazendo um pequeno carinho, ela retribuiu pegando em suas mãos.Ele achava um jeito de aproximar um pouco mais daqueles lábios morenos, vermelhos, carnudos, quer aproveitar o saber que eles reservam.As garrafas de refrigerantes que estavam sôbre a mesinha da padaria impediam uma aproximação maior.Miguel com uma das mãos as empurrou  para um lado da mesa e avançou sôbre os lábios de Clarinha,um beijo rápido, mas agradaram-lhes.Pediu a ele para que pudesse sentar ao lado dela, e ele aceitou.Deu-lhe um abraço, e a beijou novamente, um beijo demorado, um beijo gostoso, um beijo de "lingua", que fazia a vontade dos dois.Vários beijos aconteceram alí discretamente, só havia os dois sentados àquela mesa naquela hora.A conversa estava se tornando mais íntima, necessária, e uma dessa conversas ele a perguntou como os jovens daquela pequena cidade fazem para ficarem mais a sós.Ela respondeu que tinha um hotel alí perto, onde alguns casais alugavam por um período menor um quarto.

_Você quer ir até la? Perguntou Miguel.

Clarinha fixou os olhos nele e disse-lhe:_Eu já lhe disse Miguel, sou uma pessoa recalcada, e não acho justo isso acontecer agora.

_Desculpe-me, não queria magoá-la.O seu corpo, você, êstes beijos que demos, você é maravilhosa, te quero um dia.Respondeu-ele.

_O que você quer comer?Você me disse que de vez em quando acompanhada gosta de tomar uma cerveja,  o que quer?Perguntou Miguel.

_Bem, respondeu-lhe-o.Então você escolhe a comida e eu escolho a bebida.

_tudo bem.Respondeu ele.

Ela pediu uma cerveja em garrafa, e Miguel fixava os olhos na relação de lanches do cardápio.Ela não o olhou os lanches em sí, a sua preocupação era com o preço.Ele pediu uma porção de provolone.Enquanto comiam conversaram e traçavam planos, Miguel pediu a ela que levasse seu filho para passar o Natal com ele e suas crianças em Pavina.Ela sairia de Lavres ia até Mendonça, e lá ele a esperava na rodoviária.Queria que ela conhecesse pavina, talvez gostasse, aí ele faria o que fôsse possível para ajudá-la apoiá-la em seus estudos, ajudaria a ser a investigadora ou enfermeira padrão que tanto quer.Já passava das vinte horas, as luzes da praça acessas iluminavam vários jovens em grupos que alí conversava, e o carrinho de cachorro quente estava a todo vapor, deveria ser bem prazeroso, pois havia até fila.Beijavam-se, tocavam-se, abraçaca-se, e o tempo paraq Miguel só encustando, tinha que voltar para Pavina, e teria que viajar à noite, de madrugada talvez, só.Continuaram a beliscar o provolone e a tomar a cerveja.Você não quer ir lá mesmo Clarinha?

_Onde?Respondeu-lhe.

_No hotel, poderíamos ficar mais a vontade, quero ter você.Respondeu ele.

Ela fixou os olhos nele como reprovação, e disse-lhe:

_Desculpe, mas isso eu não vou fazer com você e com ninguém que vier aqui me conhecer, através das cartas.E pela sua cara percebe-se que você não gostou da minha resposta.

_Não é isso Clarinha, respondia Miguel.É seu direito a única coisa que não aceitarei é se você não fôsse comigo, e fôsse com outro.Mostrando insatisfação.

_Eu se que você não gostou.Disse ela.

_Bem.Vamos alí para a praça, sentaremos num daqueles bancos e conversaremos mais um pouco.Disse- Miguel, e olhando sempre no relógio que já marcava vinte e uma horas.

_Sim.Respondeu ela.

Na saída da padaria, Clarinha disse-lhe:

_Eu já sabia o que você ia me falar.

_Como assim?Perguntou Miguel.Falar o quê meu bem?

_Nada.Esquece!

Ficaram por algum momento sentado no banco da praça, em frente a Igreja Matriz.As luzes já todas acessas viam-se um quantidade enorme de jovens, no carrinho de cachorro quente havia fila, deveria ser muito saboroso.Entreolhavam-se, e Miguel via no rosto de Clarinha alguma coisa que não sabia descobrir, estava receioso e nervoso de ter convidado-a a fazer o que ela não queria.Apoiando os cotovelos sôbre os joelhos e levando as mãos na cabeça, pedia a Clarinha que o perdoasse, pelo convite que lhe havia feito, estava arrependido.A partir daquele momento tudo para ele não teria saído o encontro como havia planejado.


Capítulo XIV                     Agência de Mulher

Estava insatisfeito não por Clarinha, mas pela sua atitude, sua maneira de falar, agir, odiou a sí mesmo, não deveria ter bebido aquela cerveja.Culpava a cerveja.Não queria que Clarinha percebesse o estado dele, aquele estado de tristeza, de reprovação.Pediu-lhe-a se pudesse levá-la, porque teria que voltar a Pavina.No caminho a de volta a sua casa, ela ainda trocava assunto com ele, sentada na garupa da mota, que andava em pequena velocidade.Ela já encostava um pouco mais em Miguel, e ele gostava, em sentir os seus seios encostado em suas costas, mas a preocupação o abalava, precisava voltar, mas na cabeça dele não era só isso, ela não podia ver seu rosto, pelo fato dos capacetes serem com viseiras,mas ele estava nervoso, irritado, alguma coisa o magoara, mas ela não podia ver e ele não conseguia demonstrar a ela através da viseira.

Chengando na casa de Clarinha, a primeira coisa que ele fêz foi tirar as balas do bolso da jaqueta surrada de couro, e deu a criança.Arrumava a pequena bagagem na garupa da moto, enquanto conversava com Clarinha, os dois irmãos que estavam sentados alí na guia, sua mãe e seu filho para que ele rasgasse o papel do chocolate e das balas que havia levado para o filho de Clarinha.Despediu de todos, enquanto se afastavam, ficou Miguel e Clarinha a sós.

_Pense no que lhe disse Clarinha, de você puder ir em Pavina, e, desculpe-me se te magoei, eu não deveria ter lhe feito aquele convite, por favor desculpe-me.Dizia a ela enquanto vestia o blusão de couro rasgado, todo remendado, que havia comprado assim que começou namorar Patrícia há dezenove anos.

_Tudo bem, vou pensar.Mas será que seus filhos não se importaram de eu continuar fumando?

_Acho que não, temos uma área enorme  no qualtal, lá se você não se importar poderá fumar fora de casa.Disse ele.

Aproximaram-se, à luz da lua cheia e deram três beijinhos de despedida.

Infelizmente ele não poderia levá-la, agora tinha que pensar na estrada tinha que rodar quatrocentos kilômetros de volta, a noite não é   como o dia para viajar de moto, tinha que ter coragem, mas Miguel sempre carregava as ferramentas e uma câmara de ar caso o pneu furasse na estrada, mas pedia a Deus que o acompanhasse-o.Levava dentro de sí uma mágoa, uma mágoa muito grande só iria sentí-la exatamente quando pasar alguns dias longe de Clarinha na sua "solidão", à noite, principalmente antes de dormir.A semana continuava, os dias eram sempre os mesmos, se Clarinha tivesse alí no seu trabalho talvez pudesse melhorar, talvez ele pudesse ter um semblante melhor de alegria em sua face, inspiração, alegria, mais vontade de trabalhar.Logo que chegou a Pavina, escreveu uma carta para Clarinha, dizia que verificou em Mendonça algum concurso para investigador de Polícia, ou para Polícia militar, mas no momento não tinha, era provável para o próximo ano.Após dois dias da chegada de Miguel de Lavres, abateu-lhe uma preocupação um arrependimento, não sabia porque estava pasando por tal situação.Clarinha só receberia aquela carta no sábado ou  na segunda-feira, e pediu para que ela lhe telefonasse, conforme fosse o papo, ele sairia de Pavina no domingo a tarde e ia novamente vê-la.Ia pedir-lhe mais uma vez o perdão.Ia perguntá-la porque o beijou?Não entendia.Miguel foi bem recebido na casa de Clarinha, na primeira vez que a visitou.Havia sôbre o rabo de fogão à lenha, maionese e uma macarronada saborosa, feita especialmente pra ele, ela dizia..Pena que almoçaram apenas Miguel Clarinha o filho e e a mãe.

Chegava em casa à tarde, preparava um lanche para as crianças, sentava ao lado do telefone enquanto Henrique dormia na esperança de Clarinha lhe telefonar.Ficava colocando "minhocas" na cabeça, ficava sofrendo antecipadamente, uma característica que Inácia havia descoberto nele, antes mesmo das coisas acontecerem, Miguel sofria, pessimamente.Por que ela me beijou?Por que ela me abraçou?Perguntava a sí mesmo.E se fôsse com outro cara?Será que ela faria o mesmo?Será que ela teria ido para o hotel com ele?Não, não, não!Não queria aceitar isso.Arrependia-se, irritava-se por não ter um carro naquela hora, aí poderia ficar com ela mais a vontade.Não queria pensar que, o próximo que fôsse lá visitá-la, pudesse ter um carrão, um carro do ano, ai poderia levá-la para um lugar onde pudessem ficar a sós, e lá seria abraçada, beijada, seria talez abusada, não, ele não queria isso e não queria pensar nessa possibilidade, se pudesse queria que ela desistisse de todas as cartas que recebeu e que ela o aceitasse unicamente.Queria que Lavres pudesse ficar mais perto, para poder vigiá-la.Tinha ciúmes e se irritaria consigo mesmo, queria que na próxima vez que fôsse lá ia de carro, enforcar-se mais, endividaria mais, entraria em um financiamento no nome da empresa, ou alugar, mas não compensava, o aluguel era caro para ele.Ficava alí muado no canto do sofá, com aquela cara de tristeza, de solidão, de preocupação, roendo  as unhas dos dedos até que se tornassem carne.Uma preocupação idiota, um sofrimento sem nexo, sem necessitade, um exagero de pensamento de fatos que talvez jamais aconteceria com ele e Clarinha.Mas não aceitava tal situação, seria uma loucura caso ela dizesse não pra ele que não daria certo.Não queria pensar, mas ficava imaginando qual, como seria o próximo que iria visitá-la?E se ele fôsse mais bonito?mais elegante?Fôsse de carro, pagasse um lanche caprichado, ou a levasse para jantar, e não para comer uma porção de provolone numa padaria?Agora era tarde, a sua preocupação de não ter podido gastar não deixava que ele pudesse fazer isso, poderia pelo menos na primeira vez ser mais gentil, cavalheiro.E se ela se empolgasse?Dentro de um carro se faz muitas coisas, queria estar lá,lá para protegê-la, daqueles safados aproveitadores, que só querem transar e depois a abandonam as mulheresm muitas vêzes grávidas.Miguel não queria desuiludir Clarinha, não queria enganá-la, queria-a só para ele, bastava o que ela já passou nas mãos do primeiro namorado, no qual teve que conviver durante uma ano.Era muito linda, um corpo perfeito, que faria inveja a qualquer homem.Não queria que ela se tornasse mais uma daquelas que passam de mão em mão, não queria que Clarinha tornasse um depósito de esperma, ela merecia futuramente ser encarada como uma mulher casada.

E se ela aceitasse?Até poderia, o cara não seria de lá, mas ele cobriria-a de carinhos, nem que seja por uma hora, e ela poderia escolher com quem.Assim como as Fêmeas da fauna escolhem seus parceiros, tem que ser fortes, bonitos, cativantes,conquistadores, e ele?Considerava-se raquítico, careca, usa óculos, e deixou de cuidar dos seus dentes nos últimos dois anos?Nem mesmo tinha carro.Isso o corroía, de pensar se ela estivesse em outros braços.Arrependia-se de ser pobre, arrependia-se de não poder trazido ela.Como já se viu, uma moça daquele tamanho, bonita, andar, passear com frio numa moto 125 cc?Vivia naquela angústia, não conseguia dormir, mas não levava em vão os seus pensamento na palavra de Deus, na Bíblia, para que pudesse lhe confortar, ser o que Deus pede a seus filhos, ser Paciente.Não queria passar por tal situação, mas sentia ciúmes de Clarinha, mesmo estando há quatocentos Kilômetros de distância.Meu Deus, espero que ela tenha sentido alguma coisa por mim.Pensava.Se beijaram na boca, é porque alguma coisa há, algum sentimento ela deve ter por mim.Uma prostituta pode ter mil homens, fazer sexo oral, vaginal, anal, dupla penetração, o que for, mas acredito se ela dentre mil beijaria apenas, provavelmente é porque o que ela escolheu, talvez ela assim tenha sentido um pouco mais de admiração pelo cara.Acho que dificilmente uma prostituta beija na boca.Não, não quero dizer em hipótese alguma em comparar com Clarinha com uma dessas mulheres, mas como mulher ela poderia ou não ter deixado ser beijada.

Das mulheres que conhecera na Agência de Mulher, mais de vinte, a única foi Renata, a loura que ele aceitaria se ela tivesse sâ, da revista recebeu mais de cincoenta cartas, e a única que lhe apaixonou foi Clarinha.A morena que ele queria, os cabelos dela, a pele, o corpo escultural, não se importava se era mãe , se amigou com outro, não importava se ela era mãe solteira, não importava, ele a amava, e como amava.Queria trazê-la para sí, queria cuidar dos dentes dela, arrumá-los, queria fazer com ela fazesse o curso que que ela gostaria, colocar seu filho junto com Henrique numa modalidade esportiva, queria amá-la, não trabalharia aos domingos, como ela mesmo disse, que o domingo era para a família.Ele queria amá-la não trabalharia aos domingos, como ela mesmo disse, que o dominfo era para a família.Miguel ia amá-la, pedia a Deus por isso, que a entregasse em seus braços, e com isso prometia a Ele que respeitaria-a.Casaria com ela na igreja, para receberem a bençãp de Deus, para que ambos pudessem respeitar ainda uns aos outros.Casaria com ela na igreja, para receberem a benção de Deus. Miquel queria ser feliz, prara issso, apenas, bastava.Não aceitava a desunião entre casais, viver angustiado, o seu primeiro  projeto era extruturar a família.Não aceitava a drparação dos casais, parabenizava-os os que já tinham quinze anos de casado, e não queria que homens fizessem o que fazem com as mulheres, as suas esposas, trocam-nas, como trocavam de roupas, usam-nas e depois as abandonam,mesmo com filhos pequenos, isso para ele era inadimissível.

Pensou em ir em Lavres novamente, a garota da Congregação, que lhe enchia os olhos de lágrimas aos domingos, quando sempre passava em frente a sua loja, o comovia.Como era uma garota séria, não namorava.Miguel não queria pertubá-la, incomodá-la, e aproveitando aquele domingo quando a irmã de Vanir foi até a loja comprar uma torneira de metral 3/4, pediu para que lhe entregasse uma carta a Vanir, mas se possível devolver a Miguel.Vanir era morena clara, cabelos longos pretos, e olhos verdes.Dificilmente via-a conversando com alguma pessoa na rua.Na carta ele pedia para que ela o devolvesse pessoalmente, ou pelos correios, ou se pudesse escreveria-lhe.Miguel já conhecia a casa dela, semi-acabada, era enorme, e o piso era apenas de condreto liso, conhecia também seu pai que era pedreiro, parecia calmo, consciente e tranquilo, sua casa faltava apenas o acabamento, pisos azulejos pinturas.A casa de Miguel  não era como antes, um lugar onde pudesse chegar depois do serviço e descançasr, curtir a família, o seu espaço, o seu habitat.Não tinha alí, naquele domingo as crianças estavam para a casa de Jonas, não tinha uma mulher para fazer-lhe companhia à tarde, após o almoço, sempre gostava de ir para o seu quarto acompanhado e puxar uma soneca.Fazer carinho podia beijar, abraçar, fazer amor depois.Isso não existia mais para ele, a única coisa a fazer era montar em sua moto e sair de casa, caso contrário entraria e tédio, depressão, tristeza.

Foi até Mendonça à tarde, a lagoa estava repleta de pessoas que corriam, caminhavam, tomavam um chopinho, conversavam, as crianças corriam atrás de uma bola, outras soltavam pipa, outros brincavam com aeroplanos e o sol brilhava no céu sem nenhuma nuvem a incomodar-lhes.Miguel não descia da moto, queria ir até a um daqueles quiosques e pegar uma bebida, poder sentar a uma mesa, mais havia muita gente, e ele detestava aglomerações de pessoas naquele momento de tristeza.Passava duas morenas, ele brincou com elas, elas retribuiram-lhe, pediu para que pudesse falar com uma delas, mas não aceitaram, tentou dar-lhes o telefone mas não aceitaram.Incomodado, sentiu-se jogado às traças, e foi embora, chateado.Na saída de Mendonça, estava com a velocidade diminuída, pensativo, avistou uma mulher que andava pela calçada à sua frente, morena, ruiva, cabelos armados longos e com um andar exótico.Estava vestida como se estivesse saído de uma academia, e uma mochila nas costas.A viseira do capacete estava levantada.Deu-lhe uma piscadinha, ela retribuiu com um sorriso, jogando com as mãos o cabelo para tras, provocando-lhe.Mais que rapidamente,Miguel contornou a quadra, e ficou aguardando-a num lugar discreto, numa pracinha, esperando ela passar.Não sabia o que falar a ela, caso parasse, mas pra casa ele não queria ir, sem antes falar com aquela morena, ele estava sentado sôbre a moto, queria transar ou se possível transar com àquela mulher.Ela apareceu na esquina há uns dois metros onde Miguel estava.Miguel acenou, após tirar o capacete da cabeça, para que ela viesse até ele, mas ela não quiz, fêz com os dedos uma indicação que seria só um minutinho, ela se aproximou.

_Tudo bem?Desculpe se estou lhe aborrecendo, mas estou só, e gostaria de falar com álguém.Disse-lhe-a Miguel.

_Mas agora? Estou saindo do serviço agora, e estou com um pouco de dor no maxilar.Respondeu, Inês.

_Tudo bem sinto muito, mas a sua dor não passaria com um anti-inflamatório.Disse ele.

_Sim, acabei de tomar antes de sair do serviço.Mas podemos ir até aquela sorveteria alí na frente, podemos nos conhecer melhor.Disse ela.

_Tudo bem respondeu Miguel, empurrando sua moto desligada a uns cincoenta metros.

Escolheram uma mesa com quatro cadeiras, ao lado de vários jovens que estavam saboreando, sorvetes, sucos e refrigerantes.

_Tudo bem? Respondeu Miguel, após já sentados em uma mesinha na calçada.

Inês era seu nome.Morena bonita, quarenta e cinco anos, tinha um corpo definido apesar de ter tido três filhos.Era separada, a dor que sentia no maxilar inferior foi consequência de briga com o ex-marido que lhe havia  lhe deferido um murro no rosto, quebando o seu maxiliar.Sofria com aquela dor há bastante tempo, mas o tratamento que estava fazendo por pouco terminaria, dalí uma semana  aliviaria daquele incômodo.Trabalhava em teatro, junto a sua equipe de dez elementos e sua sacola estava cheia de roupas e apetrechos de palhaço, que usava, ela fazia o papel de palhaço para o teatro infantil, sôbre a carroceria de um caminhão, teatro itinerante, e cantava musica popular para o público adulto.Sua renda baseava-se do teatro e no meio de semana fazia faxina em casas de família.Era muito extrovertida, gesticulava bastante, era sorridente e atraente, a ponto de alguns gestos que ela fazia, levava Miguel à loucura, naquela calçada pública.Ele queria é vê-la fazer seus exercícios, alongamentos, como nas peças teatrais.Ela assustou, quando lhe perguntou qual era o seu sígno, e quando ele respondeu que era de câncer, ela assustou, assustou porque seu ex-marido era canceriano, e achava que os cancerianos tinha um gênio péssimo.Era ciumento, possessivo, às vezes arrogante.Miguel acreditava, que seria difícil viver com uma mulher como nela, por isso a pessoa teria que aceitá-la como é, exatamente, desde que houvesse respeito.E Ela não foi a única em flar-lhe que o ex-marido tambem eram canceriano,Regina.Beijaram-se, ela parecia que Miguel queria, ele pedia a ela se não poderiam tomar um banho juntos alí perto, ela achou que não é o sexo primeiro que manda numa relação, porque o homem o que pensa primeiro é a cabeça de baixo, e quando a de cima tem condições de pensar, as coisas mudam de água para o vinho.Bastou o sexo.Ia levá-la em casa, já se passava das vinte e duas horas de domingo, mas Miguel insistia para que eles fôssem a outro lugar.Parou a moto alí perto, no escuro, no acostamento  da estrada e beijou-a, depois de saírem da sorveteria.Estavam num lugar escuro.Ela sugeriu que fôssem curtir um baile country que estava acontecendo alí perto.O local era deserto, saindo do asfalto andava mais um kilômetro onde chegava no rancho, com uma varanda enorme, ao lado o curral com bois que estava sendo preparados para montaria dalí duas horas.Ainda havia pouca gente, e o que estavam alí eram apenas casais jovens, e isso fêz com que eles escolhessem o quiosque para tomar uma cerveja.O tempo passava e o lugar enchia de automóveis, motos, várioas pessoas chegando se "ralando" com um forrô que tocava lá na sala, a cincoenta metros onde estavam.De vez em quando. Inês pedia para ir ao banheiro, Miguel fazia as suas necessidades de urinar alí perto onde estava, onde estavam no meio de eucalípitos, o rancho era todo rodeado com plantações de eucalíptos, e os carros tinham dificuldades em estacionar.E poucos rapazes encontravam em "rodinhas"com algumas meninas.Alguns rapazes ficavam dentro do carro.Miguel tinha que aceitar os abraços de Inês alí mesmo em pé, sentia a sensação de tesão e ela sabia disso, queria tocar os seios, tocar o seu corpo, deixá-la nua.Não importava se alguém estava vendo, estava satisfeito com o momento.Inês havia lhe dito que era muito simpático, inteligente, atraente, mas ele agradecia-a pela sua companhia.ouviu, sabia o acontecido com Miguel, o seu passado, ela também procurava alguém um alguém especial, depois que deixou o marido não teve mais ninguém, a sua maior vontade era conhecer um homem que levasse-a para tomar sorvete, acordá-la de manhã e fazer amor, que ligasse para ela todos os dias, que desse a ela uma vez por semana uma rosa, como símbolo do carinho que teria por ela.

_Eu quero lhe dizer uma coisa não sei se você ira aceitar, e se você realmente irá suportar.Perguntou-lhe Inês.

_O que é?Inês.

_Eu até que iria com você no motel Miguel, mas desde que você me promete uma coisa, eu gostei de você, gostei mesmo, estou sendo sincera, mas poderíamos ir tomar um banho, nos beijar, mas lhe peço que não haja penetração.Você aceita?

_Sim claro.Mas porque não a penetração?

_Ela pode até acontecer mas não agora.Disse-lhe Inês.Nós vamos sair mais vêzes, vamos nos encontrar, então poderá acontecer naturamente, Certo?

_Certo!Eu respeitarei, será difícil pra mim, mas há outros meios.

Pediram outra cerveja, Miguel não queria perder a oportunidade, mas já haviam gastado com meia déuzia de garrafas de cerveja,  com o sorvete e aquelas bebidas que estavam consumindo naquele momento,mas poderia ficar para uma próxima vez, acertou com ela isso aconteceria no próximo fim de semana.Ela concordou.

Arrumaram seus pertences para irem embora, antes de subirem na moto, que estava no meio dos eucalíptos, em um lugar ermo, aproveitaram a trinta metros do local, em pé, abraçaram como dois adolescente.

_Se não fôsse Henrique estar em casa só, Inês, ficaria com você a noite toda.

_Você tem que pensar que é de carne e osso, não pode se deixar de viver Migue!

Beijava-o ardentemente!

_Você esta sentido êsse cheiro?Perguntou ele.

Miguel abraçado a ela inspirava fortemente, para ver se capitava o cheiro de algum pastel fritando, ou de algum churrasco.

_Não.Não estou sentindo cheiro diferente algum, Inês.Respondeu ele.

_É maconha, disse ela!

_O quê?Afastando um pouco o rosto dela, e olhando assustada.

Miguel assustou-se, e indagava a sí mesmo.Como ela sabe?

_É que você não conhece.Você nunca experimentou?perguntava Inês, agarrando-lhe e não soltando os seus lábios.É como tomar uma cerveja.

_Não.Nunca experimentei, sinceramente nunca sentí o cheiro, e não saberia definir o cheiro da maconha do cigarro.

_Você nunca provou. É bom, você vive em outro mundo.Como tomar uma cerveja, você fica relaxado.

_Porque me diz isso Inês?Perguntou-lhea assustado.

_É que eu já experimentei, há muito tempo.Você gostaria de experimentar?Perguntou ela.

_Porque? você carrega isso na bolsa? Aí agora?

_Não, claro que não.Se eu quiser, eu sei aqui onde comprar.Inês respondeu.

_Agradeço-lhe, mas se for para eu fumar isso prefiro fumar um cigarro, me daria "prazer", assim como a maconha dá o "prazer" aos outros.

Com estas frases de Inês, Miguei murchou, tudo murchou.Havia sido enganado, olhava para os lados e percebia se os caras atrás deles os estava observando, ou se assistia o show.Ficou assustado.Será que era para isso?Será que ela consome?Pensava.Queria sair dalí o mais rápido possível, assim que subiram na moto, coincidentemente um dos cara saiu também apressado em sentido ao show.Miguel pensou:_Vai nos seguir, será que ela esta aprontando uma pra êle?

_Não inês.Não gostaria.Desculpe-me mas não gosto disso.Respondeu ele.Nunca ví, nunca toquei, e nem sei como se faz,isso jamais passou pela minha cabeça.

Olhava-a e não acreditava, poderia ter feito uma besteira, e se tivesse ido para o motel com ela?O que poderia acontecer?Sabia que ela não havia fumado nada, os lábios dela só tinha o cheiro e gosto da cerveja, Miguel achava que as idas dela ao banheiro poderia se para as fumadas, mas não era, ele sentiria o cheiro quando ela estivesse perto dele.E se ela tivesse com alguma coisa alí na mochila?Poderia comprometê-lo.

_Se fôsse para você fumar, você fumaria?Disse ela a Miguel.

_Claro.Porque não.Não muito, só para dar um relaxamento.Respondeu ela com a fisionomia de risonha, beijando-a.

_Se for para relaxar tome uma cerveja.Isso só prejudica moralmente, financeiramente, socialmente, e acabaria com a sua saúde.Ele falava-lhe, como se estivesse a educá-la.

_Tá bom.Não se preocupe.Faz tempo que fumei.Mas é que os caras alí ta fumando, tá?Respondeu ela.

Saíram às pressas daquele local.Miguel queria ficar livre daquela mulher o mais rápido possível.Dexá-la-ia em sua casa e se mandava.Mas ela não desgrudava dele, queria que ele entrasse em sua casa a todo momento e já se passa va das duas da manhã, mas  a partir da ação dela de desligar a moto e querer pegar a chave isso veio a aborrecê-lo.Ela pediu desculpas.Insistiu que ele entrasse, se entrasse sabia que alguma coisa ia rolar entre os dois, sugeriu ele que no próximo fim de semana encontraria com ela novamente.Miguel a beijou e saiu dalí desesperadamente, queria chegar em casa o mais rápido possível, ela poderia colocá-lo numa fria.Não queria saber disso, arrependia do que tinha feito.Claro que já fumou, sempre gostava do cigarro Free, e dificilmente fumava um maço de cigarro por dia, era apenas quando solteiro e com amigos tomando uma cervejinha ou um refregerante mas faz tempo que parou de fumar.Tentou encontrar uma mulher que poderia conversar, e olha onde se meteu! Não queria confusão pro seu lado, tinha dois filhos, não queria que Deus o castigasse por isso, mas não houve nada demais entre eles, não chegaram a transar, entrar na casa dela, beijar achava que não era pecado.Lembrou-se de um passagem bíblica que diz em Eclesiástico 42,12-14:"Não fixes os olhos sôbre a beleza de ninguém; e não faças assento no meio de mulheres;porque pois dos vestidos sai a polilha, e da mulher a maldade do homem.É melhor a malvadez do homem que a bondade da mulher, quando esta é um motivo de confusão e de vergonha".

Quase pecebí, Pensava ele.Que loucura, onde fui me meter, queria tanto uma mulher hoje, agora talvez terei que espera um, dois, ou talvez tês meses.Mas essa preocupação momentaneamente acabou, tinha é que livrar daquela roupa.Assim que chegou em casa, Henrique dormia no seu quarto e Plínio no outro, seus tios os haviam levados para casa.Miguel mais que depressa ligou o chuveiro e se atirou em baixo com roupa e tudo.Queria tirar de sí, da roupa aquela fornificação.Lavava peça por peça.De repente o telefone tocou, tocava, Henrique gritou do quarto, pai, o telefone ta tocando.Miguel saiu do banheiro e esperava que não fôsse Inês, só atendeu porque poderia ser Clarinha. Mas às três horas da manhâ?Colocou uma bucha de papel higiênico na bôca para disfarçar a atender o telefone, e enrrolou-se numa toalha.

_Alô!Disse Miguel.

_Oi, é Miguel?Perguntava Inês.

_Não.Respondeu ele.

_Ah tá bom.Queria saber que se ele chegou bem em casa.Disse ela.

_Tá bom.Respondeu Miguel.Com a bucha de papel higiênico na boca e a voz indefinida para Inês.

Do quarto, Henrique olhava-o assustado sem falar nada e sem entender porque seu pai estava alí na sala em pé com cueca, tênis, meias e todo molhado.Miguel correu para o banheiro para terminar seu banho.Outra hora poderia juntar Plínio e Henrique e contar-lhes o que aconteceu com aquela mulher.Não queria esconder isso deles.Estava preocupado.Perdeu uma chanche de tê-la, e como queria tê-la.Mas mesmo assim, mas queria que ela achasse que ele havia enganado-a, dando a o telefone a ela errado.Ligou no dia seguinte de manhã e disse que foi um vizinho já de idade que havia atendido o telefone.Não queria aborrecê-la.Ela agradeceu-o, ele pediu-que, quando tivesse um ensaio de alguma peça teatral na qual ela fazia parte do elenco, se quizesse ela poderia convidá-lo.Na noite seguinte, ela ligou, pedindo para ele ir ve-la, era num sábado,não queria, já era tarde e Miguel não queria deixar Henrique e Plínio sós.Ela pediu, se quizesse ir eles conversariam lá na casa dela mesmo, sentiu confiança nele, e estava com saudades, se não quizesse ficar na calçada ele poderia entrar e conversar no quarto dela.Estranhou, a cozinha semi-acabada, passaria por um corredor de mais ou menos dez metros de comprimento, onde alí na parede que seria um guarda roupa embutido, dormia um amigo dela que fazia faculdade de Filosofia.Sua filha de catorze anos estava também ao telefone, e reforçava o convite de sua mãe.Mas Miguel estava desconfiado de Inês, pelas palavras que havia lhe dito no primeiro encontro.Tentava escapar dela, queria evitá-la, mas não queria ficar só,Clarinha ainda não havia dado-lhe resposta, tinha pelo menos Inês para sair com ele, para lhe fazer companhia, estava perto dele, em Mendonça.Clarinha talvez seria mais uma que teria conhecido sem sucesso, mas sem sucesso sificiente.Inês tinha cinco anos a mais que Miguel, ela sentia-se bem vendo-o do jeito que era, não era alto, estatura média, mas tinha um porte físico de um rapaz de vinte anos, havia se cuidado devido ao esporte que praticava, cooper.Ela o queria.Ele disse que não ia poder ir naquele dia, mas sim no convite que ela havia feito a ele sôbre a apresentação de uma peça de teatro musical público, na qual ela ia apresentar, isso ele prometeu-a a sua presença que ia acontecer na próxima sexta-feira.O primeiro encontro Miguel não queria.Inês era atraente, bonita, sensualidade excessiva, seu comportamento era demais, seus beijos ardentes e convidativos, excessivamente, expressiva.O encontro estava marcado, ele não a decepcionaria, queria assistir sua apresentação no teatro.Na sex-ta, que ntecipava a apresentação.Ficou maravilhada, pela organização que Inês tinha.Seua suite era toda decorada, e em uma das paredes haviam prateleiras feitas de madeiras de pinho natural.As calcinhas, os southiens, ou seja, as blusas, eram todas passadas e empilhadas na pratelheira.Uma de suas filhas casadas moraca no terrenos ao lado, a de menor morava com ela.Tomaram banho juntos e depois fizeram o que ele mais queria.Após descansarem, ela entendia que ele tinha que ir embora.Tinha que empurrar a moto desligada hás uns vinte metros até à rua, para não acordar o pessoal.

Após levantar de manhã naquele sábado, disse a Plínio que eles não precisavam ir para a loja, ficavam em casa, e faziam um omelete com pão ou outro lanche.Sempre falava com eles, cuidado com o fogão.Miguel montou em sua moto e foi para a loja.Mesmo antes de abrí-la já havia ficado surpreso, tinha uma carta jogada na entrada da loja do lado de dentro.Mais que rapidamente abriu e leu:

_Miguel,

Recebí a sua carta e como eu já havia lhe escrito antes de receber a sua, aqui estou novamente com o maior prazer.Em primeiro lugar, esqueça sôbre o convite que me fêz, como eu já havia lhe dito eu já esperava que isso iria acabar acontecendo, pois tanto como você como eu já não somos mais crianças e sentimentos vontade de poder conhecer alguém as vezes mais intimamente, e eu que lhe peço, desculpas, pois infelismente ou felismente eu sou assim, para eu ir poder ir para a cama com alguém, eu só vou quando eu já o conheço muito bem a pessoa.Quando há um relacionamento mais sério, pois para tudo há seu tempo e quando chegarmos neste tempo tenho certeza que irá ser bom para ambos, pois a melhor coisa que existe é você fazer amor com uma pessoa querida, e não somente transar, pois transar  é muito mais que isso você sabe disso  e não somente transar, pois para transar é muito fácil, e sei que você quer e deseja alguém que seja especial pra você, no entanto você merece, você sendo muito simpático, meigo, e transmite ser um homen carinhoso, com certeza você conseguirá uma que amará a você.Pois agora, encerramos esta parte não gostaria que me escrevesse mais sôbre este assunto (convite), já esta perdoado desde que esteve aqui.Não achas que é muito cedo para dizer que me ama?Bem eu já lhe disse o que achei de você quando esteve aqui, mais uma vez lhe digo te achei super legar, simpático, carinhoso, meigo, amigo, amoroso e, em seus olhos percebí que és um homen triste, ou solitário.Sabe, alguma coisa em seus olhos, falta um brilho, uma alegria.Tirando essa tristeza de seus olhos, você é um homem maravilhoso, nota dez.Bom eu quero sim poder ser investigadora, mas disse-lhe que só no ano que vem que vai ter concurso, aí, mas não faz mal quem sabe o ano que vem eu vou até ai Pavina.Aqui em Lavres, para o ano que vem vai ter também foi o que me disse uma escrivã da delegacia, e todas as inscrições serão feitas aí em Mendonça, ela ficou de me dar uma "força", é a profissão tão sonhada que tenho em meus sonhos.Não dizem que Deus escreve certo por linhas tortas? as vezes  não era para eu ser enfeemeira, mas obrigada pela informação se caso ficar sabendo de alguma coisa me escreva, tanto para investigadora, policial civil ou militar, ou carcereira, qualquer um destes já me farás muito feliz e será o começo de um sonho meu.Ah..eu estou com a sua rosa, até hoje, engraçado, ela ainda está nova, tenho mantido-a dentro de um vaso com água.

_Até a próxima.

_Beijos, Clarinha".

Não esperava, sinceramente não esperava tão doces palavras, era o que estava esperando, da certeza de que poderia ser amado, de quem alguém o amava, gostava dele.Sua preocupação era de como poderia livrar-se das dívidas para trazer Clarinha ao seu encontro e morar em sua casa, não queria estar endividado, como fará com Inês agora?Não podia ficar com as duas, estaria enganando-as principalmente Clarinha que havia conhecido-a primeiro, mas tinha ainda o encontro com Inês, no teatro.Clarinha que o havia conhecido primeiro.

Saíram de casa, nas sextas-feira para ir ao teatro em Mendonça após o telefonema de Inês, mas o tempo estava nublado e armando chuva, Inês, insistia pedindo-lhe que fôsse, mas na metade do caminho começou a chover e Miguel retornou, para casa, mais tarde, antes da meia noite, ela ligou novamente, pedindo para que fôsse.Plínio e Henrique estavam na casa da avó.O teatro era nos fundos de uma chácara, parecia-lhe que um local restrito, muitos estudantes frequentavam, muitos "bichos" grilhos", casais, famílias maiores de idade era um local de descontração, e o proprietário morava numa casa à frente do lote e era um crânio, uma pessoa muito inteligente e bastante expressivo.Inês e ele podiam conversar vinte e quatro horas por dia e Miguel tinha certeza que eles arrumariam assunto para tudo.Inês cuidava do barzinho  e da bilheteria, enquanto Miguel ficava em pé na porta de entrada observando, ela e os atores, quase ao mesmo tempo.De vez em quando ela ia até ele e o abraçava beijando-o.Após a apresentação da peça teatral, atores, atrizes e diretoria, fizeram um cículo com as cadeiras eram maios ou menos trinta pessoas.Inês deleicadamente pegou uma dadeira e pôs para Miguel sentar atr´s dela, se modo que poderia tocar em suas mãos.E no final enquanto todos iam embora, dois casais se reuniram e conversavam na sala do teatro, enquanto inês ficava com Miguel sentado à uma mesa no jardim tomando cerveja, isso depois dela ter fecharo o caixa, fazer a contabilidade das vendas de bebidas e ingressos.O tempo permanecia nublado, não tinha como ele voltar debaixo de chuva, e dormiria só.Como Inês trabalhava para o dono do teatro, ela sugeriu que Miguel pudesse passar a noite alí com ela, onde se guardava os instrumentos musicais, e as fantasias e vestimentas dos atores do teatroera uma bagunça, só.Havia um sofá cama, eles poderiam dormir lá, aceitou, sem importância do que os donos poderiam pensar.Ele não iria perder uma oportunidade dessas, de poder dormir com Inês, não dispensava os seus carinhos, e o seu corpo torneado.A chuva caía lá fora, fazendo barulho nas folhas no pé de caquí, que ficava encostado na veneziana de madeira.Inês tirou toda a roupa, toda, e a pouca claridade que chegava pela janela da lâmpada que ficava no poste,podia observar a pele morena daquele corpo, ela não ia dispensá-lo, abraçou-o e puxou-o para cima dela.Era irresistível àquele momento.Fizeram amor durante toda a madrugada, pouco dormiam, e quando,Miguel às vezes acordava e ela sempre nua deitada naquele colchão, com aquela pele morena, Miguel se deu conta era mais de sete horas, e tinha que ir até Pavina para abrir a loja naquele domingo.Inês pediu para ele ficar com ela ao domingo todo.Inês pedia para que ficasse com ela o domingo todo, mas o idiota sempre dizia que tinha que trabalhar, o irracional não tinha cabeça para pensar, estava chovendo, não compensava o risco que correria e as vendas seriam poucas.Inês procurava manter contato com ele através do telefone.Miguel tentava evitá-la, achava que estava errado, o que estava fazendo, estaria enganando-a, evitava-a.Tinha que de uma forma ou de outra, tentar falar pessoalmente com Clarinha, para ele formalizar um namoro sério, não queria desde já, a traí-la, já estava traindo-a.Traçava um plano para poder ir até Lavres para encontrá-la, a distância já começava a magoá-lo, e de moro era desconfortável.Mantinham-se contato através de correspondências.Isso não dava tempo, ela ligava constantemente para Miguel, ele não resistia aos seus convites, estava só, estava com medo da solidão, para esquecer seus problemas, para ter com quem ter que fazer sexo tinha Inês.Sabia que, caso Clarinha o quizesse, não seria como continuar como Inês, já havia possuído-a, tentava esquecê-la, achava que pela maturidade que ela tinha numa noite de amor não iria machucá-la, magoá-la, era uma mulher experiente, procurava afastar-se dela, seus convites eram sensuais, românticos, convidativos para uma noite de amor.Miguel tinha com Inês sexo a qualquer hora, ela era gostosa, satisfazia-o, em todos os sentidos e ela o queria, com seus quarenta e cinco anos, e tido quatro homens em sua vida, achava que Miguel a satisfazia em todos os sentidos na cama.

Clarinha também, fazia conta dele, não passava uma semana sem escrever, mas até que formalizasse um compromisso sério, Miguel precisava de outra mulher para satisfazê-lo, até encontrar uma que pudesse amá-lo, e levá-la para a cama.Em uma das ligações à noite,Inês disse-lhe que o achava inseguro em uma parte, mas que ela ainda não conseguia decifrar êsse mistério.Muitas vezes Miguel não conseguia entender o "sentido da coisa", e isso confundia-a, deixava-a nervosa, tentava explicar-lhe, esclarecer-lhe, o melhor possível, achava-o inocente em alguns assuntos, mais delicados, aqueles assuntos carinhosos que mulheres gostam de ouvir, segurança, carinho, gentileza, atenção.Miguel estava doente e não sabia.Não sabia qual era a sua doença.Nunca procurou um médico para decifrar o que estava acontencendo com ele.O único psiquiatra que procurou, apenas receitou a ela um livro escrito por ele.O fila apenas ia perguntando para Miguel o que acontecia, e ele mais que depressa escrevia em sua agenda. Só olhou nos olhos de Miguel depois de dar-lhe a "receita" do livreo que ele escreveu, um livro no qual em sua capa tinha como arte um elmo.Foda-se.Miguel ficou revoltado quando folheou o livro em uma papelaria.Ele precisava de uma resposta de Clarinha, fazia uma semana que ela não respondia a sua carta, resolveu mandar-lhe um telegrama:

_Sinto Saudades!....Miguel.

Com certeza ele sabia que ela receberia, com a eficiência que sempre depositou nos correios, e a noite, numa quinta-feira, sem menos esperar, o telefone toca, abaixou a amplitude do som da TV e foi atendê-lo.

_Alô!...Clarinha?

_Sim é ela mesma, respondeu.

Pela voz, Miguel sabia que era ela.

_Como foi bom vpcê ter ligado, esperava por esta ligação a qualquer momento Clarinha.Respondeu Miguel.

_Pois é, recebí seu telegrama agora a tarde.Também estou com saudades.

_Clarinha, estou com tanta saudades de você, fiz duas tentativas em ir aí há quinze dias atrás, mas como você sabe, no final de ano chove muito, e na última vez que tentei fui até a rodovia D.Pedro I, mas após rodar cinco kilômetros voltei, ventava muito e o vento não estava a meu favor, batia de frente, com isso a velocidade da moto diminuía.Falava-lhe-a emocionado.

_Eu entendo Miguel, mas pode ter certeza que eu acredito no que esta falando.

_Quem está aí com você?Perguntou MIguel.

_É meu filho Juninho.

_Que bom. Posso falar com ele?

Do outro lado da linha, Miguel ouvia as instruções carinhosas que Clarinha dava a seu filho, de como pegar ao telefone.

A criança carinhosamente conversava com Miguel, e Miguel disse quando fôsse visitá-lo, que levaria no Natal um presente pra ele, adiantou-se e pediu a Miguel um carrinho de carregar bois.Como faria isso?Qual a melhor maneira de levar êste presente sem danificá-lo?Pensou, cortaria um tubo de cento e cincoenta milímetros colocaria o brinquedo dentro, tamparia as extremidades com dois caps, isso mesmo, depois amarraria com a cordinha na garupaq da moto, a criança ia adorar, isso mesmo.Após falar com Juninho seu filho, Clarinha pegou o telefone.

_Você não está mais correspondendo com outros não é mesmo, Clarinha?Perguntava Miguel.

_Não.Confirmava Clarinha.Estou apenas respondendo, por educação algumas cartas, mas estou sendo sincera com você, ainda continuo recebendo cartas.

_Bem, desde que, espero que seja apenas por amizade.Disse-lhe ele.

_Tenha certeza Miguel.Respondeu ela.

Falavam de trabalhos, dos estudos dela, havia-lhe enviando um postal a Miguel, que ele receberia dalí dois dias, Migual a agradeceu.Despediram-se, com bastante saudades, na expectativa no Natal os dois poderem se encontrar.Inês, acreditava ele, não lhe ligaria mais, até que ele tomasse atitude e pegasse no telefone e ligasse pra ela, coisa que ele não faria tinha que manter o compromisso com a pessoa que ele amava, Clarinha, Inês ficaria como uma mulher que passou em sua vida, mas nunca iria desprezá-la, com grandes fetiches encantadores, fetiches que o conquistaria, fetiches que lhe dava prazer na hora que ele precisava, dava-lhe carinho, dava-lhe conselhos de vida, de saúde, de como se cuidar, de trabalho, de organização.Mas não queria a mais.Após dizer àquelas palavras lá no show que foram, não gostou do experimento que no qual Miguel não gostava.Ela era uma mulher segura, que pudesse entrar e sair de uma situação sem ele se preocupar.Era uma mulher vivida, cheia de saúde, sabia se cuidar, mãe de três filhos, experiente, trabalhadora, e rodeadas de pessoas cultas, do teatro, professores de faculdades, estudantes, organizadores de eventos, cantores, mas Inês podia ter tudo, mas não era o amor dele, não era ainda o amor de Miguel, havia acabado depois dela lhe dizer que havia experimentado àquele tipo de cigarro.Era diferente de Clarinha, com seus vinte e dois anos, calma, simples, humilde,"nova", linda!Mas Miguel as vezes se sentia inseguro quanto a isso, como ela se viraria em Pavina, não teria amizades imediatas, ele acreditava que ela seria em sua vida como foi Patrícia, motivo de preocupação, de ansiedade, de não deixar faltar nada dentro de casa, preocupação de ciúmes, que ele nunca queria sentir dela.Tinha medo de Clarinha sofrer em Pavina, os negócios os segurava alí, não tinha como escapar, sua cara seria difícil de vender, o comércio mais ainda, e isso o enlouquecia, não queria levar, começar uma nova vida com Clarinha em Pavina, para não haver aborrecimento por parte dela futuramente.Será que ela acostumaria ficar longe da mãe e dos irmãos? como sentia Patrícia?Estava em uma situação delicada, gostaria de ter continuado seu tratamento com a psicóloga, talvez assim pudesse tomar uma decisão certa e duradoura, pensava em Renata, mas ela não havia condições de ajudá-lo.Caberia a ele apenas a ele, tomar essa decisão.Só tinha receio de uma coisa, aborrecer ou magoar Clarinha, com quem, com certeza, iria casar no civil, e no religioso, para que tornassem uma só família, fazer um recomeço de vida, com amor, carinho, dedicação, compreenssão e acima de tudo, paciência, era o que ele mais precisava.Mas como? Se estava endividado até o pescoço, e nos próximos seis mêses não conseguiria talvez, saldar tôda as suas dívidas.Isso o inquietava-o, jogava-o pra baixo.

Logo agora que havia encontrado após um longa busca uma "moça" que gostava dele, do jeito que ele queria, mas achava que tudo isso estava por perder.Mas não iria dizer a Clarinha nada do que estava acontecendo, para não incomodá-la e deixá-la insegura, sabia que sairia dessa situação custava o que fôsse, nem que arrumasse um emprego e trabalhasse noite e dia.Queria acima de tudo, ter uma família completa, com dignidade, queria ter uma mulher, e acima de tudo bonita como Clarinha.O postal que ela o enviou chegou em suas mãos pelo carteiro, ele o mais rápido abriu antes que pudesse chegar algum freguês na loja, e dizia:"Felicidades Miguel, gostaria de lhe desejar a você e toda a sua família toda a felicidade do mundo, e que seja muito feliz.E que, no ano novo seja de renovação em sua vida,Feliz Natal e um ano 2000 repleto de felicidades.Recebí sua carta, infelizmente eu não poderei ir ai, mas sei que você entenderá pois eu talvez irei trabalhar no Natal.Mas se você quiser venha aqui pois minha casa está a sua disposição a sua adorável visita.Bom, encerro por aqui.Mais uma vêz Feliz Natal e um ano novo cheio de paz e alegria e que você alcance seus objetivos e sonhos. Abraços, Clarinha".

Como manteiga que era Miguel, acabou chorando assim que acabou de ler, e falava em voz alta pela loja, empunhando a mão erguendo-a para cima:

_Hei de vencer! Ainda hei de vencer Clarinha, se Deus Quiser.Acho que mereço tê-la isso é uma promessa de minha consciência,você me ajudará a mudar, quero você!

Andava de um lado para outro, chorando, tenso, e persistente nas suas atitudes, mas tinha que ir até a pia do banheiro molhar o rosto, para não dar a entender a algum cliente que chegasse o percebesse que estava chorando.Tinha que deixar Inês, mas ela o envolveu de uma tal maneira que havia deixado a promessa de sua consciência, que não teria outra mulher caso Clarinha o quisesse.Inês dava-lhe segurança, se um dia ele viesse a "quebrar" ela o deixaria morar em sua casa, conseguiria até mesmo um emprego pra ele, ela gostava muito de Miguel e ele sabia disso, mas não a amava, ela era apenas para dormir com ele, não, ela não merecia que ele pensasse assim.Arrumaria uma situação que pudesse sair dela sem constrangimento.Havia prometido a Clarinha que passaria o Natal com ela, e assim o fêz.Deixou as crianças, como elas queriam, na casa da avó em Mendonça, fechou a loja na sexta ao meio dia e foi para Lavres, era a primeira vez depois de três anos que deixaria sua loja fechada por três dias, mas ele sabia que valeria a pena, comprou tantos presentes possíveis, na palavra de Deus, na Bíblia ele sabia que dizia isso, dê presentes, é bom para quem recebe e para quem distribui.A viagem em sua CG continuava bem, andava bem sua moto, mas o incrível veio a acontecer quando chegava ao trêvo da Via Dutra que dava acesso a Lavres, a tampa do cárter da sua moto havia se perdido, há mais ou menos dois ou três kilômetros atrás, sentiu quando sua bota começõu a esquentar e o barulho das válvulas do moto estavam diferentes, o óleo havia derramado todo pela pista.Começou a empurrar a moto à frente, mas seria dez kilômetros até Lavres, a benção de Deus foi grande, apareceu um furgão, colocaram a moto dentro e chegaram até Lavres.Na oficina o mecanico não tinha um tampa nova, mas colocou uma usada e disse que seria ideal fazer, ou seja trocar anéis e pistão, pois chegou a danificar um pouco.Miguel pediu para ele colocar óleo que iria andar devagar, sem forçar o motor.

Chegando na casa de Clarinha, sua mãe o recebeu no portão o tempo estava nublado, chuviscando, após alguns assuntos referente a viagem a mãe dela disse-lhe que ela estava trabalhando, e pediu para que ele ligasse assim que chegasse, na padaria onde ela trabalhava, para dizer a ela que havia acabado de chegar, e Clarinha do outro lado da linha, anciosamente pedia-lhe para que fôsse buscá-la dalí uma hora.Sua mãe pediu para que ele entrasse, distribuiu os presentes para ela e para o filho de Clarinha.Foi até o Hotel deixar sua mala e foi rapidamente ao encontro dela para buscá-la e levá-la pra casa.Na porta da padaria via-se ela a atender os freguêses, mas ambos se olhavam mas não podiam falar nada, apenas o coração batia mais rápido e as respirações tornavam-se ofegantes, de paixão.Ela estava muito nervosa, Miguel percebeu isso, queria pular alí por cima daquele balcão e agarrá-la, mordê-la, beijá-la toda, mesmo com todo o nervosismo que ele observava nela.Sentia que Clarinha estava louca para sair dalí e ir ao seu encontro, mas foi apenas por alguns minutos, ela sairia ás dezoito horas.Ele disfarçadamente entrou e sentou em um dos bancos do balcão sem muita intimidade, ela comprimentou-o com a mão trêmula e suada, ele a fixava tambem naqueles olhos negros brilhantes e comprimentava-a.Menos de dez minutos, colocaram os capacetes e foram embora.Ficou em sua casa naquela sexta-feira até às vinte e três horas.No dia seguinte à tarde saíram, convidou-a para ir tomar um refrigerante, na mesma padaria que estiveram no passado. Miguel disse-lhe-a que estava com muita saudade, e ela dizia o mesmo, respirando profundamente.Beijavam-se ardentemente, Miguel repetia-lhe mais uma vêz o que havia dito a ela e uma de suas cartas após receber uma foto de Clarinha:_"seus olhos guardam um mistério Clarinha, que ainda não sei o que é, mas tenha certeza, vou descobrir".Ela segurava em sua mão sôbre a mesa e o observava fixamente nos olhos, até que Miguel percebeu que os olhos dela começava a ficar inundados, mas ela fazia o possível para não deixar transparecer, ou talvez quizesse lhe dizer alguma coisa, e talvez ainda não era a hora.

_Trouxe uma máquina fotográfica Clarinha, para tirarmos uma foto juntos, como recordação.

_Ah! pensava nisso, onde ela está?Perguntou ela.

_Está no hotel, acho que o tempo nos ajudará, êsse sol tá maravilhoso, podíamos ir lá pegá-la, e depois escolheremos um local para tirar a foto.Você quer ir lá comigo para buscá-la?

_Vamos sim.Respondeu ela.Levantando-se para ir ao banheiro enquanto Miguel pagava a conta.

Deixou a moto no estacionamento do hotel e caminharam para o hotel, na portaria não havia ninguém e ninguém naquele momento os observava, mas ele tinha a chave do seu quarto, Clarinha disse que nunca havia entrado naquele hotel, Miguel não queria deixar "aquela mulherona" alí na portaria, e chamou-a para acompanhá-lo até seu quarto.Enquanto ele inocentemente procurava a máquina em sua mala, Clarinha o observava encostada no batente da porta de entrada do quarto aberta, com o seu rosto encostado nele segurando o capacete, pensativa.Miguel lentamente aproximou-se e disse:

_O que esta pensando Clarinha?

_Nada.Estou esperando a máquina para nós irmos tirar a foto.Respondeu-lhe com um sorriso.

Miguel a segurou pelos braços e deu-lhe um beijo, mas êsse beijo tornava-se um convite ao prazer, eles não esperavam que poderia isso acontecer. O quarto estava arrumado, estava todo limpo, ela deixava o capacete sôbre a mesa ao lado da porta e continuavam beijando-se, e Miguel com uma das mãos fechava a porta e trancava-a, dentro daquele quarto.Àqueles corpos estavam ardentes, necessitavam do que estavam fazendo, pois faziam tempo que não o faziam, Miguel parava, olhava para os olhos de Clarinha, e ela não dizia uma só palavra, e eles não queriam parar de fazer aquilo em pé no meio do quarto, ouvia-se apenas os suspiros, respirações profundas, descontroladas.Tentou pegar em seus seios, mas ela reteve, queria vê-los, colocou-a de costas em pé e começou a beijá-la o seu pescoço por debaixo dos longos cabelos pretos, ela gostava.Mordia suas costas sôbre a blusa que usava, a mesma que ela havia ganhado dele de presente de Natal, uma blusa de sêda vermelha onde podia ver um pouco de suas costas morena e o contorno dos seus seios sob o southiem vermelho, ela só respirava profundamente, e Miguel não acreditava  o que poderia acontecer alí, se o que acontecesse seria verdade, naquela hora, naquele dia, alí.Estava fazendo o seu desejo, acariciava os seios por cima da blusa, a cada toque ela erguia a cabeça e suspirava de prazer, era irresistível para Miguel, eufórico, descontrolado, virou-a bruscamente de frente e mordia carinhosamente seus lábios, e ela forçava a sua cabeça, chamando-o para beijos alucinados.Ele ajoelhou-se, levantou sua blusa e beijava a sua barriga, desacreditado de que aquilo que estava fazendo não seria verdade, mas era,ele sentia os pêlos que ia do umbigo até a púbis, as atitudes dele a deixava inquietada, ela mesmo empurrava a cabeça dele para baixo, para que ele fosse um pouco mais embaixo, mas não foi, foi para cima, ao encontro dos seios.Com a língua acariciava-os, até que a blusa ficasse úmida e podia sentí-los enrrijecidos.Tirou a blusa dela, e sob ela encontrava uma par de seios médios ainda escondidos.Êle os beijava por cima mesmo do southiem e sua maior curiosidade era saber como eram aqueles mamilos, Clarinha deixava, eles não suportavam não tinham condições de barrar, de deixar aquele momento.Tirou-lhe o southiem, seios perfeitos, duros, como os seios das morenas, pequenos mas fartos, seios de uma menina de vinte e dois anos, do jeito que ele queria, não cabiam em sua boca, um corpo perfeito, ajudado a sua moldura pela primeira gravidez.Miguel sentia-se quente, tirou a camiseta branca que vestia, ela não dizia uma só palavra, isso o incomodava, incomodava-o de uma tal maneira que ele a mordia, beijava-a com ferocidade e ela só olhava.Beijou-a nas costas e sua língua descia pelo  seu corpo.Despiu-a, despiram-se.Via-se nela uma morena de um metro e setenta, quadril firme, largo, as coxas grossas e ele achava que se envergonharia caso não desse conta daquela mulher.O calor deixava-os suados, percebia-se que ela estava com as costas suada, molhada, não parava de se mexer sôbre o corpo de Miguel, e ele olhava desde os pés aquele vulto enorme em cima dele, fazendo força para baixo, as vezes machucando-o, ela era pesada, mas ele era homem, pra não falar nada.O quadril dela mexia suavemente, era do jeito que ele gostava, ela o cobria todo, esta possuindo a pessoa que gostava, mas não acreditava que seria tão rapidamente, ela gemia sôbre ele de prazer, deitava e cobria-lhe o seu rosto com aqueles cabelos enormes, como gostava que patrícia fizera,, via-se nela uma satisfação de desejo.Um prazer irressistível, virava-a, colocava de bruços, beijava-a todo o seu corpo, haviam uma troca de carícias mútuas.Miguel descobriria nela o mistério de seu olhar, e parecia que ela alí na cama começava a deixá-lo a decifrar, não era ainda todo êsse mistério, mas ele sabia que ia descobrir.Amaram-se por mais de quatro horas dentro daquele quarto pouco arejado, com um único vitrô de apenas sessenta por quarenta centímetros., se soubesse se realmente tudo isso iria acontecer rapidamente, teria alugado uma suíte e não um quarto com banheiro coletivo.Como é uma cidade pequena, não havia quase frequentadores naquele hotel onde estavam, e não era uma cidade turística.Satisfeitos saíram, já eram dezenove horas, iam para casa dela, em silêncio os dois andavam pela rua de moto, sem dizer uma só palavra, parecia que Miguel estava "aéreo", em baixa velocidade, e seus olhos se concentravam nos paralepípedos à frete, não acreditando no que fizeram.Estava bobo, estava pensativo, jamais pensou que poderia, que fôsse em Lavres e amar Clarinha, sua visita era apenas de cortesia, queria apenas passar o natal com ela e sua família.

Sua mãe comentava, Clarinha é uma menina muito fechada, reclamava para Miguel, que Clarinha não se abria com ela, sua mãe, não contava nada e tão pouco perguntava alguma coisa.Miguel imaginou que ela tinha muita coisa guardada "dentro" dela, talvez mágoas, ilusões, dúvidas, e, ainda não havia encontrado alguém com quem falar.Isso preocupava um pouco Miguel.Mas ele disse a ela, que a mãe é a única coisa em que uma filha se deve confiar nêsse pobre Planeta, mãe é amiga, conselheira, e fazia os dois papéis, como era a mãe dela, de pai e mãe, pelo fato de ser viúva.Isso enquanto Clarinha tomava banho, a mãe resolveu conversar êste assunto com ele, dizendo que, o motivo da separação devido as bebedeiras do marido.Sua casa era simples, mas seus parentes, cada um em seu lugar.Na última noite em que passariam juntos, ele a convidou para ir tomar um sorvete na cidade, e após despedir dos irmãos e mãe, e do filhinho dela, saíram, ele não sabia a hora de voltar e antecipou as despedidas.Clarinha sugeriu uma lanchonete com pouco movimento, e lá comiam um lanche e tomaram uma cerveja.Lembra da primeira carta que lhe enviei Clarinha?Após ter me enviado a sua foto?Disse Miguel.

_Mais ou menos.O que é?Respondeu-lhe.

_Eu lhe disse que por trás dos seus olhos há um grande mistério.

_Ah lembro sim.Mas não há mistério nenhum, disse ela.

_Há sim Clarinha.E muito.Acho muito estranho uma garota como você ficar guardando as coisas, parece que tudo que você sabe, tudo que não sabe, dúvidas ficam com você.Nem mesmo com a sua mãe você fala.Mãe é companheira, é sincera,amiga.Sua mãe me disse, enquanto você tomava banho, não estou escondendo nada de você, percebe né.Geralmente todo ser humano, homem ou mulher tem um amigo ou amiga para conversar, contar os "segredinhos".Eu, sinceramente lhe digo, hoje com quarenta e cinco anos, vivo apenas eu, os amigos que tive todos eram uns traíras, falsos, invejosos.Talvez isso até pode estar acontecendo com você.Mas você ainda tem sua mãe, mulher fica mais fácil falar com mulher, você e sua mãe, entende?

Por um momento Clarinha deixou de comer o lanche, tomou um pouco de cerveja e disse-lhe:

_Ontem o que fizemos foi muito bom.

_Amor, você quer dizer.

_Sim.Respondeu ela.

_Pra mim foi surpresa Clarinha, sinceramente não esperava que poderia acontecer tão rapidamente.

_Mas aconteceu, e foi bom.Disse ela.

Ele percebeu que ela gostaria de continuar naquele papo, referente a sexo, uma menina do interior, que mal saiu da cidade onde nasceu, não tinha muitas amigas, achava que ela pensava na possibilidade de como era o sexo de outra maneira, de outra forma.A cada palavra que ele dizia ela o ouvia atentamente, e as vezes abaixava a cabeça de vergonha.Ela se sentia curiosa, e ele sabia que ela sabia que existia, mas talvez dentro dela tinha uma curiosidade muito grande de se liberar mais na cama.Disse-lhe que existe sexo entre homens, mulheres entre mulheres, existe o swing, existe o sexo entre casais, ou troca de casais.Ela não acreditava, mas isso tudo acontecia pelo mundo afora.Ela o ouvia, e ele sentia que ela ficava curiosa para saber mais.Disse-a ele que a primeira relação que ela teve demorou quase três horas para ser penetrada, o seu namorado também era virgem, e os dois se machucaram no início.As próximas relações que tiveram eram apenas como "papai e mamãe", pelo machismo que, com o tempo o seu ex-namorado e depois ex-marido a impunha, não permitia sexo fora do convencional.


Capítulo XV                     Agência de Mulher

Outra transa com outro namorado, depois que separei o mesmo acontecia, no entanto a vontade dela em sentir outras posições, outros toques a deixava louca de vontade.O fato dela ter gostado de fazer sexo com Miguel era o fato de tê-la realizado em quase tudo que ela queria.Ela por exemplo, nunca havia ficado "de quatro", como já se viu mostrar a bunda para o homem?Como já se viu transar de bruços?Frango assado?fazer sexo oral?Como ela nunca havia feito, tudo isso Miguel naturalmente fêz com ela.Ela estava satisfeita.Aqueles assuntos deixava Miguel um pouco mais aliviado, mais leve.Tanto é, quando sairam da lanchonete, disse a ela que estava diferente, totalmente diferente, estava com um semblante melhor.De fato ela disse que sim,pois ele havia dito a ela tudo que nenhum homem havia lhe falado, ou tinham vergonha de falar, ou mantinham um tabu, naquela pequena cidade.Miguel fêz tudo que ela queria, não era tudo ainda, mas ambos eram um do outro.

_Clarinha, vou lhe dizer uma coisa que nunca disse a ninguém, é um assunto meu, muito pessoal.Concentrava-se nas palavras e olhava para ela por cima dos óculos.

_O que é, fala!Disse ela.

Miguel pensou, deu um tempo, passava a mão na cabeça e olhava para ela.

_Não sei se devo, talvez posso magoá-la.Disse ele.

Clarinha deixou de comer o lanche, limpou as mãos e os lábios com o guardanapo de papel, tomou rapidamente um gole de cerveja e disse:

_Estou curiosa, agora eu quero saber.Sorrindo delicadamente.Pois eu já lhe disse alguma coisa sôbre eu.

_Tudo bem Clarinha, não quero te esconder nada.Hoje em dia sei que é difícil encontrar uma garota virgem para casar, ainda mais agora que já estou na casa dos quarenta anos.Mas eu jamais, quero dizer, que nunca casaria com outra mulher que tenha passado pelos braços de outro homem, pode até ser que seja uma viúva, que não tenha tido outro relacionamento com outro homem, e sim apenas com o marido.

_Porque você pensa assim, Miguel?Ela o olhou tristemente.

_Desculpe se aborreço você, talvez seja o tipo e maneira de eu pensar, estilo machista que sempre carreguei.Acho que mulher tinha que ser de um homem só, Clarinha, tenho ciúmes disso.Não importa que não seja virgem, mas que tenha ao lado o seu primeiro namorado, o seu primeiro homem, entende?Mas com você está sendo diferente meu amor.Alguma coisa diferente esta acontecendo de bom comigo, você esta me mudando, mudando meu jeito de ser, de falar de pensar de comportar-me.Espero que seja sempre assim, em nenhum momento nenhum de nós alteramos a voz um com outro, já percebeu isso?

_Sim.Acho que não há motivo.Respondeu ela.Mas porquê?Você não casaria com uma mulher que não fôsse virgem?Isso te incomoda?

_Não Clarinha, agora não.Quero que saiba uma coisa.Porque você acha que aceitei você?

_Não sei.

_Pois lhe digo, meu bem.Por tudo que você é, por tudo que me disse, e tudo que aconteceu com você.Sempre procurou a felicidade, um homem que a realizasse, principalmente no amor, certo ou errado?

_Certo.Respondeu ela, com um sorriso malicioso.

_Acredito que você mesma tinha medo de casar com um homem e ele não ser aquilo que você esperava, se eu estiver errado, ou falando besteira, pode corrigir-me.Falava Miguel, segurando nas mãos dela.

_Pode falar, esta tudo certo, o que você fala tem fundamento.Respondeu ela.

_Te quero muito Clarinha. Quero que seja minha mulher e pouco me importo o quanto fêz amor com outros homens, o importante é que nós nos respeitemos uns aos outros, não quero passar nervoso, e não quero deixá-la sofrer, enquanto estiver comigo já lhe disse, e lhe prometí, você será minha única mulher.Miguel a olhava e seu semblante começava a mudar, estava emocionada.Êle falava aquilo convicto, mas ao mesmo tempo achava que não ia aguentar os futuros rabos-de-saias, que poderiam aparecer na porta de sua casa, por exemplo o pai do filho dela, que teria o direito de ver o filho.Sabia que poderia passar por várias situações, mas sabia também que Clarinha satisfazia-o em tudo que ele quizesse, não havia motivo de procurar outra, bastava o que havia feito com Patrícia.

_Você tem certeza? Perguntava ela.

_Claro meu amor, basta a gente por um par de alianças nos dedos para alguns problemas surgirem, mulheres que podem dar em cima de um homem casado, por exemplo, você sabe que por aí tem alguns casos de outras prejudicarem o casamento daqueles que tentam ser felizes, e constituir uma família.Mas sei que será possível passar por alguma situação dêste tipo.Dizia a ela, preocupadamente, como sempre foi Miguel.

_Entendo, Respondeu ela.

Mesmo falando pouco Miguel parecia saber o que ela pensava.Chamou-a novamente para ir até o hotel, ela concordou.Já era vinte e uma horas mais uma vêz os dois caminharam como dois adolescentes, entreolharam-se sem dizer uma palavra, podia perceber que suas mãos suavam enquanto caminhavam naquele corredor do hotel.Queria se pegar alí mesmo, o quanto antes, o quarlo parecia estar a uma légua de distância, abrindo-se a porta, os dois se abraçaram e beijaram-se.Miguel havia liberado um pouco a mente de Clarinha, e deixava-a tomar conta da situação, deixava ela começar as atitudes, estava cheia de tesão. Miguel deixa-va-a fazer da maneira que ela achava melhor, não falava nada, em alguns momentos ele sofria, ela ia por cima dele, e pelo tamanho dela ele se esforçava para aguentar se pêso.Deixava ela fazer da melhor maneira que queria, apenas admirava seu corpo escultural sôbre ele, era pesada.Abaixou-se, curvou sôbre ele, jogando seus lábios ardentes ao dele.

_Há mais uma coisa que sempre gostaria de fazer em um homem.Disse Clarinha, olhando-o nos bem de perto.

_O que é Clarinha?Diga.Sinto em você uma grande admiração, uma grande satisfação.

_O Que eu mais queria era poder ver, tocar o bumbum de um homem, poder passar a mão e beijá-la.

_Não acredito, que você nunca tenha feito isso amor!

_Não, estou sendo sincera, acho que como outras mulheres elas admiram o bumbum de todos homem que as vê, e eu estou pedindo isso.

Miguel ficou um pouco em silêncio, enquanto ela deitava sôbre o seu anti braço acariciando um ao outro, mas também não queria transparecer a ela uma reprovação.Ela nunca havia saído de sua cidade, o mais longe que teria ido seria em Aparecia, a cem Kilômetros de sua cidade.Miguel achava que os homens dalí eram recatados, sistemáticos, inibidos, e não se liberavam na cama com as mulheres, e nem deixava que elas fizessem o mesmo.Por uns instantes, Miguel ficou de bruços, e disse para ela tocá-lo.Voltava o rosto para tráz e via o semblante de satisfalçao de Clarinha, tocava-o carinhosamente, coisa que ela maior tinha vontade de fazer e estava agora sentindo aquele enorme prazer.Beijava-o, mordia-a, fazia com que ele tudo que estava guardado em sua mente.Ela passava a mão sôbre o bumbum de Miguel, e beijava-o como estivesse beijando um bebê, havia com ele, matado uma vontade de vinte anos.Dormiram juntos naquele noite no hotel, e só retornaram para a casa dela de manhã.Miguel sentia envergonhado, mas não falaria nada a ela para não aborrecê-la, achava que pelo fato de ter sido tocado nas nádegas por uma mulher, isso jamais iria afetá-lo, como por exemplo a perda do respeito que ela poderia ter por ele.Mas tanbém não queria ser machista, como foi no passado, e não queria comparar com o ex-marido dela.Sentia-se envergonhado, mas sabia que ela estava feliz, e se for para deixá-la feliz ele seria seu "brinquedo".

Na despedida de volta a Pavina, Miguel deixou preparado várias opções para ela ir morar com ele, até poderem casar-se, sentiam uma atração muito grande um pelo outro, e sabiam que sofreriam por isso.Ela concordou, inclusive transferir seus estudos.

_Até breve Clarinha.Disse Miguel emocionado, enquanto subia na moto.

_Espero que tenha gostado de ter vindo aqui, passar o Natal.Olhava-, beijando-o na boca, enquando passava os dois braços por tráz do seu pescoço.

_Foi o melhor Natal da minha vida Clarinha.Com isso acabei conhecendo uma pessoa maravilhosa que é você, afinal toda sua família.Espero que eu tenha lhe deixado satisfeita.Respondeu, ele.

Clarinha pegou em seu queixo, virou o rosto dela para com o dela e disse com sensualidade:

_Sim.

_Sim, o quê meu amor?

_Você me deixou muito satisfeita, Miguel.Você é tudo que eu procurava em um homem.Digo sinceramente, e espero que você acredite, você me satisfaz como homem, e espero que isso, tudo que aconteceu entre nós não seja em vão, e que poderemos repetir por muitas vezes.Você realizou um dos meus sonhos, mas você sabe, muitos homens, mesmos casados, acham que isso não deve acontecer, pôxa, eu acho que isso faz parte de uma relação ao dois.Acho os homens daqui machistas, mas, o que poderia dizer, que depois as fofocas saíriam aí pela cidade que uma garota passou a mão no bumbum de um homem!.Você sabe como é né?

_Claro, eu tenho quarenta e cinco anos meu amor.Eu sei como são as coisas.Não se preocupe com isso.O Importante é nós dois.Você não acha?

Miguel olhava-a, sabia exatamente do que ela estava falando, e sentia-se ougulhoso, de poder tê-la feito-a feliz.Ela ainda brincou antes dele partir:

_Você não vai me aguentar!

Miguel sorriu, olhou-a de cima em baixo, observando cada detalhe daquele corpão moreno, revestido por um par de roupas pretas de sêda, acelerou sua moto, e partiu.Os contatos com Clarinha eram sempre, através de carta e telefone, conseguiram marcar uma data onde pudessem casar no religioso primeiramente, os negócios de Miguel, ele daria uma jeito, financeiramente, qualquer banco emprestaria-lhe o dinheiro necessário.Apesar das taxas de juros serem altas, mas quando o cinto aperta a única maneira era pedir um empréstimo em qualquer banco acharia que seria fácial poderia pegar o empréstimo no nome da empresa.O tempo passava, a rotina começava, mas com aperto.Sendo que o aluguel que pagara antes com o Boldão era de duzentos Reais, depois havia passado para um prédio maior com o aluguel de quinhentos Reais, maais água e luz, chegavam aproximadamente seiscentos reais. Estava achando muito, e na cidade, como estava crescendo, e quando montou o seu negócio havia apenas trêz lojas de materiais de construção, depois de trêz anos chegou a dez lojas.A concorrência era grande, achava ele.Ia levando a vida, as crianças sem comerem não, ficavam, sem divertirem também não, e muito menos sem estudar.Seu pensamento aumentava mais à noite, após as crianças dormirem.Iam para o quintal, andava de um lado para o outro, e só havia silêncio, pensando o que poderia fazer, para entrar mais verba em sua contabilidade.Mas não deixava de beber sua latinha de cerveja.Miguel pensava por ele, e sómente ele.Havia feito amizade com o Juninho um rapaz de mais ou menos vinte anos que havia abrido uma pequena pizzaria com um sócio.O cômodo era não mais que  vinte metros quadrados, era apenas para entrega, mas caso o tempo estivesse bom, poderia ser saboreada numa das mesinhas fixas de cimento do lado de fora.Funcionava das quintas-feiras aos domingos, até quando houvesse clientes.Numa sexta-feira a noite, Miguel passou lá pediu uma latinha de cerveja para o Juninho, que tinha a namorada como ajuda, e pediu para que fizesse a maior e melhor pizza que ele tivesse alí, enquanto conversava com meia dúzia amigos, todos motoqueiros que trabalhavam com as suas motos.Após a pizza ficar pronto, pagou, e aproveitou e disse ao Juninho:

_Juninho, eu tô afim de trabalhar um pouco mais, se um dia precisar de algum entregador de pizza, dá um toque pra mim que poderemos acertar.

_Estou sempre precisando, o baú eu já tenho, mas caso você estiver interessado, eu te ligo depois.

_Ok, respondeu Miguel.Dando o tchau para os amigos.

As crianças de Miguel adovam pizza, ou seja, que criança ou que "marmanjo" não gosta? Chegou, deixou a moto do lado de fora, e entregou a pizza a eles, que foi levada amarrada com um elástico para moto na garupa, mas ela chegou perfeita.As crianças deitadas no sofá, ainda não haviam jantado, Quando Miguel mostrou a pizza, foi àquela euforia. Disse a eles:

_Olhe é pra vocês viu, é a maior e mais saborosa pizza que tinha lá no castelo das pizzas do meu amigo, você conhece não é Plínio?

_Sim pai, já comemos as pizzas de lá, são saborosas.

_Tudo bem, eu não trouxe refreigerante poque aí na geladeira tem guaraná Antarctica, vocês tomam, só que tem uma coisa, eu vou voltar lá para conversar com uns amigos meus.

_Tudo bem pai.Disse as crianças.

_Não deixe de dar a metade de uma fatia para o Thander viu?

_Tá.Responderam as crianças.

Miguel havia tirado aquele domingo próximo para cuidar das crianças, do Thander e do quintal.Lavou o quital com água sanitária, deu banho no Thander, e brincavam na piscina de plástico que haviam comprado para as crianças.Thander ficava ansioso para o banho, Miguel dava-lhe o banho, pegava um cotonete, linpava as orelhas, só não tinha como limpar os dentes.Depois dele já lavado, Miguel entrava na piscina com as crianças e ele pulava dentro. Era uma festa à quatro. O cão Boxer é um cão formidável, excelente companhia, amiga, respeitador ao seu dono, e seu brinquedo predileto era uma bola.Henrique buscou lá entre os brinquedos dele uma bola de Tênis, aí virou uma festa, Thander muito afoito para pegar a bolinha que era jogada de mão em mão.Miguel sempre alegre como sempre, pois enquanto dava banho no Thander, havia consumido três latinhas de cerveja, imagine ele dentro da piscina com as duas crianças e o cão.Era uma festa, onde ficavam até o sol desaparecer no horizonte, naquele domingo.

Na segunda era a mesma coisa, crianças na escola, e Miguel na loja.Numas destas oportunidades em que Plínio não precisava ter ido, sempre chegava uma freguêsa, que ao passar na rua não deixava de perceber que Miguel a observava.Era estatura média, ruiva, e um par de seios enormes.Na única vez que ela esteve na loja para comprar apenas uma buchinha para torneira, para evitar vazamento, custava apenas vinte e cinco centavos de real.Ela era atraente, e depois de mais de uma hora de conversa, com o tempo garoando, e sómente os dois alí, sem aparecer nenhum cliente e, ela claro sabia que Miguel estava "solteiro", viúvo.Começou a ventar muito forte, de tal maneira, que a chuva molhava a entrada da loja. Miguel mais que rapidamente, pediu licença a ela e fechou o portão, e depois abaixou a porta de correr, para não molhar o balcão vitrine. A chamou mais para dentro, onde foram sentar-se no sofá para três pessoas mais no fundo da loja.Os seios dela chamavam muito a atenção de Miguel, mas não sabia ainda quem era ela.Mas foi fácil descobrir, era separada há dois anos e não tinha filhos.Então Miguel pensou:_É solteira e sem compromisso.Após conversarem os dois alí no sofá Miguel abusaram um do outro, durante uma hora, aos poucos ele passava a mão por trás de seu pescoço trazendo-lhe um certo arrepio.Beijaram-se, a chuva caía forte com muito vento e não ia aparecer nenhum cliente alí.Aos poucos foi tirando-lhe a roupa e e viu aqueles seios enormes com a areóla pequena cor de rosa.Eram lindos, grandes e firmes.Arriscaram em transar alí mesmo, estavam a vontade, pois o portão da frente da loja estava fechado com chave.Àquela mulher parecia não fazer amor desde que se separou, estava louca de vontade e muito tesão, estava super molhada.Miguel sabia que ela morava logo abaixo de Rosangêla, virando à esquina à esquerda, quase vizinha.Marcaram em outro fim de semana para saírem e ir num Motel, e Leandra aceitou.Aceitou de tal maneira, que ela custaria esperar o próximo sábado.No motel, puderam ficar mais a vontade, tinha trinta e cinco anos e era impercebível, em comparação a uma garota de vinte.Ficaram mais de quatro horas, depois ela pediu para que se pudesse deixá-la na pota de casa.Como era dezenove horas, noite, não haveria problema algum.Para os dois foi um momento de conhecimento e prazer.

Miguel fazia o possível, estava a disposição de trabalho, custava o que for, precisava trabalhar mais para ganhar mais dinheiro, pagar as contas e satisfazer a vontade das crianças.Elas gostavam muito de churrasco assado na brasa.Uma vez ao mês Miguel as satisfaziam com o churrasco.O Thander, pena que a Doly se foi, mas só de Miguel mexer na churrasqueira, ele ouvir o barulho, já ficava saliente.Pulava de uma lado e de outro, percebia-se que ele não via a hora de poder beliscar um pedacinho de carne assada.Não bastava muita coisa, apenas meio quilo de linguiça, meio kilo de asinha de franco, meio kilo de costela de boi com osso.Isso já trazia-lhes muita união, satisfação e desejo.Cão de raça geralmente não é qualquer tipo de comida que deve alimentá-los, ossos de frango Miguel pedia as crianças para não dar a ele, mas o osso da costal de vaca era maior, aí ele ficava roendo e não tinha problema, e sempre jogava um osso ou outro com carne para o Thander ir se divertindo, isso quando não podia comprar um pé de boi, já raspado o pêlo, que Miguel pedia ao açouqueiro para fatiá-lo, porque ajudava o cão a fortalecer os dentes.

Na quarta-feira próxima, quando chegou em casa depois das dezenove horas, Miguel percebeu que o tapede da porta da sala estava borrado de sangue.Não deu importância, naquela semana.Na sexta-feira, passou no Castelo das Pizzas e encomendou uma das melhores  pizzas para as crianças.Mas como havia muito de seus amigos alí em volta da mesa tomando cerveja, Miguel ligou em casa e perguntou para Plínio se estava tudo bem. E ele disse que sim.Miguel avisou onde estava e que dalí meia hora iam entregar uma pizza para eles.Nêste grupo de amigos haviam apenas seis e todos falavam sôbre serviço.O Serjão, um moreno alto e magro, já trabalhava para duas editoras entregando revistas durante doze anos, não tinha sábado nem domingo, era debaixo de sol chuva ou vento, tinham que ser entregues, e algumas no horário especificado.Enquanto ele falava todos ouviam.Ofereceu ao nosso amigo Fernando se ele não queria ficar com o serviço dele.Mas, Miguel percebeu que Fernando não estava muito afim, era cansativo, e parecia ter medo de cobrir estas obrigações do Serjão.E ficou por isso mesmo, Fernando daria a resposta na próxima sexta onde todos iam encontrar alí.

Algumas duplicatas da loja estavam vencidas, e Miguel não queriam que fossem protestadas, poderia sujar o nome da empresa e depois não teria fornecedores.Anunciou sua moto CG 125 1995, financiada em vinte e quatro pagamentos, ainda restavam treze parcelas em um Jornal.Vendeu-a, pagou as duplicatas e o que sobrou comprou uma ML 125, 1981.Pintou-a toda de preto, talvez para disfarçar que era velha e antiga.Pouco importava, o motor estava "fumando", mas para ele o importante é que ainda aguentava rodas.Chegava em casa às vezes já escuro e de algumas coisas poucos percebia, não tinha tempo, ou esquecia, ou estava cansado e ia dormir.Na quarta - feira tinha que ir em Mendonça comprar umas pequenas peças que faltavam na loja, e trazia no caixote na garupa da moto.Passou em casa para ver Henrique logo após ao almoço. O Thander sempre os recebia eufórico, e já alguns dias Miguel percebeu a falta das atitudes dele.Foi até a casinha dele com Henrique, e percebeu que Thander estava diferente, quieto, abatido, e não conseguia levantar a cabeça.Miguel levantou a cabeça dele e percebeu que havia uma "poça" de sangue.Puxou-o pra fora pediu Henrique para ajudá-lo, trouxe um balde de água e começou a lavar a cara dele, mas não havia ferimento algum.Olhou pelo quintal e percebeu que as fezes do Thander estavam escuras.Miguel abriu a boca dele, e percebeu que um dos seus dentes sangrava, e era por isso que ele estava mais magro.No entanto, observou com Henrique que sangrava entre dois dos dentes trazeiros.Miguel imaginou rápido.Era o osso da costela de vaca.Ele deve ter se machucado os dentes ou a gengiva com o osso, pois o osso não era arredonfado e sim achatado.Ficou desesperado.Não tinha como pagar um médico veterinário e nem mesmo fazer uma consulta.Foi até uma loja em Pavina de um incopetente balconista, depois de Miguel explicar o que ocorria com o seu cão, receitou uma seringa e um vidro de medicamento que era para parar de sangrar.Miguel aplicou menos ainda do que o fila da puta de Pavina, o balconista havia lhe indicado.Deixou Thander e Henrique e foi para Mendonça buscar as pequenas mercadorias.Foram de moto, e quando voltaram Plínio já estava em casa pois já se passava das dezoito horas.Quando chegou, Plínio praticamente já havia arrumado a janta, fêz um arroz com feijão, macarrão instântaneo com uma salada de tomate.Miguel foi logo ver Thander, na sua casinha de alvenaria que Miguel havia construído, e sem deixar faltar o jornnal onde ele gostava de dormir.Estava deitado, com os olhos fechados, Miguel acariciou-lhe as orelhas e passou as mãos pelo seu corpo, mas estava preocupado porque Thander não correspondia aos sinais de Miguel.As crianças jantavam na sala assistindo televisão.Elas estavam bem Graças ao Bom Deus, mas o seu companheiro das horas tristes, dos momentos de sofrimento, dos dias solitários, das madrugadas insônitas, não estava bem.Tentava reanimar Thander, Miguel chorava de vê-lo daquele jeito, ele nunca foi assim! Sempre que Miguel chegava em casa lhe pegava nas bochechas e dava um beijo, e agora o seu amigo não se animava.Se pudesse levá-lo ao veterinário, mas não tinha condições financeiras.Miguel chorava ao lado de Thander, e não esperava que tudo isso tinha que acontecer com ele.A esposa, a Doly, as pessoas que ele amava, e será que iria perder agora o seu amigo  brincalhão, Thander?

No dia seguinte, Miguel levantou mais cedo para ver o Thander, saber como ele estava, morto.Não disse nada as crianças naquela manhã para não frustá-los, ou deixá-los preocupados.Mas Miguel sabia que o Thander já estava morto.Crianças é crianças, às vezes não se preocupa com alguma situação, mesmo em volta delas. Mas aceitava, a obrigação delas era com a escola e não com um cão Boxer morto.Miguel pilotava a sua moto chorando rumo ao seu ganha pão, àquela loja que não lhe trazia lucro nenhum.A sua revolta aumentava mais ainda, em não poder ter feito o que deveria ser feito pelos três, salvá-los, como? Da morte?Na hora do almoço, Miguel fechou a loja e foi até sua casa.As crianças já haviam almoçado, e Hemrique havia já avisado o pai que o Thander não estava se mexendo, e estava duro, todo duro e com a língua pra fora.Miguel explicou-lhe o que havia acontecido, arrumou uma caixa de papelão colocou Thander dentro pôs na garupa da moto e o levou a aproximadamente dois kilômetros de sua casa.Miguel fêz o possivel para aterrá-lo, como não tinha ferramentas fêz o que pôde.Jogou o máximo de terra possível com as mãos sôbre o seu amigo, Thander.Montou em sua moto de volta para casa, pensando quem iria agora vigiar sua casa.Êle não confiava em um vizinho, que, em uma das suas insônias viu "roubar" de madrugada um cano de sustentação de antena de televisão, de uma vizinha ao lado da casa de Miguel.Um safado, um ladrão.Miguel agora se preocuparia em deixar a casa sozinha, e nos finais de semana quando as crianças fôssem para a casa da vó ele no entanto não poderia sair de casa.

A vida de Miguel parece que estava se dilacerando, mas Graças a Deus tinha os seus filhos crescendo e com saúde, mas estava infeliz com seu serviço, sua loja já não tinha mais como manter o estoque, areia e brita não vendia mais, cimento só podia comprar vinte sacos por semana e ganhar apenas um real em cada saco vendido.Havia perdido o gosto pelo que fazia, não queria mais, o aluguel muito alto teria que vender quinhentos sacos de cimento por mês para pagar o aluguel, por exemplo.Em frente ao mercado do Boldão, onde Miguel havia se instalado a loja pela primeira vez, havia um terreno baldio.Miguel procurou saber no cadastro da prefeitura a quem pertencia àquele terreno.Foi até Mendonça no endereço indicado pelo responsável do cadastro da prefeitura, tocou a campainha e veio lá dos fundos da edícula uma senhora negra.Miguel explicou quem era e o que fazia em Pavina, e ela chamou-o pra dentro de casa para conversar.Na sala encontrou uma mesa cheia de alguns tapueres transparente com balas doces e salgadinhos, era do filho dela que se encontrava alí perto numa cadeira de rodas, nasceu assim, com problemas nas pernas e não podia andar e não fala corretamente.O terreno era dele, apesar dele falar todo "enrrolado", a mãe traduzia a Miguel. Miguel propôs em instalar a loja dele alí, mas seria tudo no papel, e pagaria a ele duzentos reais mensais.Aceitaram.Miguel arrumou um engenheiro, recém chegado a Pavina no qual fêz amizade, e o projeto, era apenas um cômodo de três metros por seis, e com uma área para banheiro.A descarga do esgoto, ia cair num buraco de aproximadamente oitenta centímetros por um metro que Miguel havia feito nos fundos do terreno.Os fiscais da prefeitura, provavelmente não iriam nem lá fiscalizar um pobre comércio que tentava sobreviver.Ao lado do terreno, morava o Sr.Osmar, um senhor bondoso que cedeu a água para Miguel através de uma mangueira que saía do tanque da casa dele e passava por cima do muro e ia até a torneira do banheiro e a caixa de descarga, o valor da água seria dividido entre os dois.Miguel mais rapidamente, procurou um dos pedreiros mais barato dalí do bairro e fêz em uma semana seu "novo" prédio comercial.Os tijolos nem chapiscados foram, o telhado de telha de cimento amianto, que qualquer um poderia subir quebrar e roubar o que tivesse ao seu alcance.Mas os moradores dos bairros eram, apesar de ter alguns adolescentes abusados, mas nunca incomodou Miguel nem seus filhos, eram pobres, mas humildes e respeitadores.Ou seja, noventa por cento dos clientes de Miguel o tinha como amizade, e seus filhos o acompanhava o caminha do pai, ou seja, com amigo do meu pai eu não vou incomodar, mesmo aqueles que já haviam ido até a delegacia por pequenos atos ilícitos.Miguel no domingo, pediu ao seu Osmar se ele pudesse fazer a mudança dos materiais para ele no caminhão do seu patrão, por incrível que pareça, Miguel percebeu o quanto era querido alí naquele "pedaço" e não sabia.Começou a colocar os materias sôbre a carroceria do caminhão com Plínio e Henrique, em dez minutos depois, apareceram mais de dez crianças pedindo para ajudar, foi um momento de muita consideração de Miguel para com àquelas crianças.Mas não deixou de pagar um picolé para cada um deles.

Na segunda-feira já começara em novo prédio comercial e iria economizar trezentos reais, mas havia ficado para tráz três meses de aluguel, que aos poucos iria pagar ao dono do prédio de onde saira.Ele se adaptou alí, era tudo rústico, o piso apenas de concreto, as paredes de tijolos baiano aparente e telhade de telha de amianto.Parecia gostar daquela simplicidade, e também pelo fato de ficar defronte ao prédio, e mercado do Boldão se sentia seguro, pois o Boldão era um comerciante respeitado alí naquela vila.Sentia que, quando tivesse que sair e Plínio ficasse, Miguel sentiria mais tranquilo, e liberou as crianças caso quizesse comprar alguma coisa para comer já estava liberado pelo Boldão, que depois Miguel pagaria, sem contar o orelhão que ficava na porta do supermercado, onde ficaria mais fácil fazer as ligações.Miguel orgulhava de poder vender para seus clientes, que eram todos simples e trabalhadores.Muitos pedreiros no final de semana, procurava dar uma "ajeitada" em sua casa, e muitas peças procuravam alí no comércio de Miguel.Quando teve o caminhão, uma vez entregou um metro de brita e um metro de areia mais três sacos de cimento em uma casa, que, na qual a cliente era uma senhora aproximadamente quarenta e cinco anos, negra, cozinheira, com duas filhas e um filho.Seu marido nos fins de semana gostava de tomar uma "branquinha" onde a deixava nervosa, porque em vez dele tomar uma branquinha, se ela não o controlasse ele tomava meia dúzia.E muitas vezes ela chegava na loja de Miguel com o vestido até abaixo do joelho, com um pano amarrado na cabeça para comprar alguma coisa.Era uma senhora divertida, Miguel fêz amizade com ela há muito tempo, ela falava muito rápido, reclamava do marido, dizendo que tudo que tinha que fazer dentro de casa era ela.No entanto ela aparecia na loja apenas aos sábados e domingos, dias em que não estava trabalhando.Realmente era divertida,  quando Patrícia faleceu, ela foi a primeira ir lá na loja das as condolências a Miguel.Mas toda vêz que ela ia na loja e os dois estando sozinho ou com uma das suas filhas, uma de dezesseis e outra com dezessete anos, era motivo de chamar a atenção das meninas mesmo na frente de Miguel.Em um domingo, quando esta senhora foi comprar uma caixa de descarga, foi uma diversão, poucos clientes iam na loja, e aí o papo rolava entre os dois.Falava da vida dela, que tinha uma grande preocupação com as duas filhas, com o rapaz ela não se preocupava muito, já era de maior e tinha o seu emprego fixo.Falava o que vinha na cabeça dela, e nêsse dia ela estava com a filha menor e começou a falar dos jovens, e teve a coragem de falar que se os filhos não a obedecesse ela "descia" o cacete. Disse que todo ano leva suas duas filhas ao médico do posto de saúde para fazer o exame.Miguel inocentemente, percebeu quando a garota alta, negra, cabelos curtos e enrroladinhos, pegou no braço da mãe e pedia para ir embora.Ela simplesmente dizia pra filha se quizesse podia ir embora.Mas a filha esperou.Miguel sentia que a menina o olhava pelos cantos dos olhos enquanto conversava com sua mãe.E Miguel, quanto ao exame que a mãe mandava elas fazerem ele disse que é bom a cada ano fazer um exame de sangue e urina.Mas ela toda anciosa respondeu a ele que não era êsse tipo de exame não.Que o exame que elas faziam eram o exame de virgindade, exigia que as filhas delas permanecessem virgens até o casamento.A moça sem graça falou alto pra mãe, que não precisava falar isso para outras pessoas.Ela disse que um dia se um cara transar com uma de suas filhas ela vai atrás dele nem que seja "no inferno" e faria o cara casar.A "menina" olhava para Miguel e balançava a cabeça, como se a mãe estava dizendo coisas pessoais sôbre elas.Mas os três, as vezes a garota puxava conversa com Miguel. A senhora ainda disse que a filha mais velha era "preta", passando o dedo indicador sôbre o braço mostrando a Miguel, mas não queria casar com "preto" e sim com um branco.Falava isso e todos davam risadas, não que era merecesse, era um direito da garota.No final quando iam sair, Miguel fêz o possível para pegar na mão da garota para se despedir, e eles se olharam bem no fundo dos olhos.Era uma negra linda, dentes perfeitos, pena que não tinha condições de poder se vestir melhor, mas como diz o ditado:_"Não é a roupa que faz o monge".Miguel mantinha sim um certa liberdade em falar com esta senhora, pois conhecia todos da família, o marido gente boa, muitas vezes esteve na loja e bateram grande papo, conversavam bastante, principalmente quando ele já havia bebido um golinho. O pouco material básico que Miguel havia entregado a tempo atrás, foi apenas para cimentar a frente da casa.Dentro da casa podia perceber que não tinha laje, as paredes todas sujas e o piso de cimento.

Passado um mês, Miguel foi acertar o aluguel com o dono do terreno, só a mãe percebeu a satisfação do filho de receber aqueles duzentos reais.Ele dava tanta risada sôbre àquela cadeira de rodas que a mãe nem mesmo o conteve.Miguel achava que ele nunca havia visto tanto dinheiro de uma só vez em suas mãos.Miguel tomou um cafézinho, comprou dele umas paçoquinhas de amendoim e foi embora.Fornecedores ainda faziam questão de visitá-lo para compras, mas ele como já estava no vermelho, fazia o possível para dar cheque pré-datado, ou fazer grandes compras.Aos domingos deixavam as crianças dormirem até mais tarde e ia pra loja.Muitas vezes sem tomar um café ou comer alguma coisa, parecia que não sentia fome, apesar de Plínio quando fazia o seu macarrãozinho instantâneo chamar o pai para comer, mas ele dispensava, e agradecia.Miguel estava em uma determinada situação psicológica, que ele não conseguia entender, era um profissional, tinha sua profissão de marceneiro, digitador,sua carta era A/E, desenhista civil, mas não sabia para que lado ir.Para ele não existia tempo ruim.Se fôsse para trabalhar a noite toda ele trabalhava, como fêz o gosto de Patrícia para comprar o seu opala cor vinho ano 1975.Mas estava inseguro, só, fazia já algum tempo que não falava com Flávio.

Era sexta-feira, dia de tomar uma cerveja com o Serjão, Fernando, Luizinho e a turma toda, e também era o dia de mandar entregar a melhor pizza do castelo das pizzas lá na sua casa para as crianças.Saiu do serviço, e foi encontrar com os amigos. Miguel na frente de Serjão cobrou uma satisfação:_ E aí Fernando, vamos pegar o jornal do Serjão para distribuir? Miguel se sentiu seguro em convecer Fernando porque ele estava inseguro.Já havia uma semana que Miguel estava trabalhando para o Castelo das Pizzas das dezoito horas às zero horas entregando pizzas, no entanto estava já familiarizado com o mapa da cidade, as ruas e bairros.Fernando respondeu que sim.E Serjão disse aos dois que já na próxima segunda-feira os jornais seriam dos dois.Miguel e Fernando agradeceu-o, e disse a ele a quem deveria ter contato, com o responsável, o distribuidor.Miguel chamou Fernando até a sua casa à noite de domingo, elaboraram os bairros os quais eles fariam. Miguel ficou com o centro de Pavina, e Fernando ficou com os bairros da periferia, ou seja, calculando-se, os dois entregariam a mesma quantidade de jornais.Seriam registrado na carteira, e receberiam uma ajuda de custo "por fora".Os jornais eram entregues na casa de Fernando às três horas da manhã, na garagem sôbre uma mesa que teriam que enrrolar e passar o elástico, e nos dias de chuva teria que enrrolar, passar o elástico e colocar dentro de um plástico próprio, mas era tão cansativo, impiedoso êsse trabalho, debaixo de vento e chuva, que Fernando sempre antes de sair, tomava uma dose de conhaque.Isso levou Miguel ao convite, porque realmente era um trabalho tedioso, cansativo, com a viseira do capacete toda tomada pela chuva ou neblina.Nos três primeiros dias, quando Miguel chegava à casa de Fernando, esperava ele abrir o portão da garagem, percebia-se nos dois que estavam nervosos, tensos, com receio de não dar conta de entregar tudo antes das oito horas, pois na área de Miguel, no centro, tinha clientes assinantes, que queria tomar o café da manhã lendo o jornal, principalmente na área de Miguel quase todos eram "cronometrados". Mas tudo bem, depois do terceiro dia, Fernando foi à loja de Miguel mais confiante, apesar da moto ML 81 de Miguel estar "fumando", mas ela aguentaria mais um pouco.Fernando estava confiante, desempregado, para ele na verdade Miguel estava sendo um companheiro, pois sózinho ele não teria pego a entrega dos oitocentos jornais sozinho, não daria conta. Às sextas-feira, Miguel pegava fechava a sua loja às dezoito horas, e quando chegava no castelo das Pizzas já tinha umas dez para entrega, no qual trabalhava até às zero horas, ou no máximo uma hora da manhã.Chegava em casa dormia com a mesma roupa do corpo, porque dalía pouco tinha que levantar para entregar os jornais.

Miguel procurou dar um pouco mais de liberdade as crianças, elas não precisavam ir para a loja todos os dias, Plínio estava em um escolinha de futebol, e Henrique frequentava o clube público à trezentos metros de casa, adorava piscina.Miguel não deixava de entregar os jornais até no máximo sete horas e depois tinha o compromisso de abrir a loja.Miguel observou, que a senhora negra não estava mais indo a sua loja comprar uma pequena peça, e sim a sua filha mais nova.Pela primeira vez ela foi lá só, e chegou até a "puxar" conversa com Miguel, tocando até mesmo na sua viuvez, que um homem não consegue viver sózinho.Miguel não deu muita importância, pelo fato de ser um assunto rotineiro.Mas na semana seguinte, percebeu que a garota negra, passava em frente a sua loja já com os cabelos alongados, enrroladinhos e bem vestida, ela não deixava de passar alí em frente a loja de Miguel, sem que ele percebesse.Realmente ela havia mudado "da água pro vinho".Estava aparentemente muito bonita.Mas no meio da semana?Observou Miguel.Ele ficou sem ação, quando ela entrou numa quinta-feira em sua loja, percebendo que não havia ninguem, enquanto Miguel perguntou o que ela precisava.

_Tudo bem? De que você precisa?

_Nada.Eu estava passando aqui e resolví entrar.Respondeu a ela trêmula.

_Tudo bem.Fique a vontade.Respondeu ele.

_Você tá muito bonita heim?Até achei que era uma modelo que estava entrando por esta porta, tão simples.

_Simples eu já sou Miguel, sempre viví na simplicidade, não se preocupe.Disse ela.

_Ah sim.Fique a vontade.Disse ele.

_E você? já faz mais  ou menos um ano que você esta viúvo, você pretende continuar assim?

_Bem, não sei.Acho que, quando chegar-me a pessoa certa pode até ser que eu tenha uma outra pessoa ao meu lado.Falou ele, olhando em seu rosto e naqueles lábios carnudos.

_Acho que você não merece ficar só, pense, e arrume uma pessoa que goste de você.

_É o que faço noite e dia, pensando em alguém que possa dar certo comigo.Respondeu ele.

_Tá bom. Mas se um dia você quiser falar comigo, pode me dizer.Respondeu ela, tranquilamente.

Como?Pensou Miguel.Como essa garota teve essa coragem de lhe falar isso?Ainda mais que tem uma mãe "Sargentona"?Seria loucura Miguel sair com aquela garota, nem pensar, seria capado pela mãe dela.O Pior que ela não desistia, ainda mais que Miguel agora ficava só na loja.Numa quarta-feira, Suzane passou na loja e convidou Miguel para sair.Era meio de semana, e ele tremia e suava dos pés a cabeça.Você quer sair comigo?

_Sim.Acho que para conversar não tem problema algum.Disse ela.

_Mas e seus pais?Quero dizer, sua mãe?

_Não tem problema, ela sabe com quem estou querendo conversar, e sabe aonde vamos.

_Bem. Se você quiser tudo bem.Respondeu ele.

_Tá bom.Assim que você fechar a loja, hoje é quinta-feira, o trailer que fica aqui perto já vai estar aberto, a gente toma um refrigerante, ta bom?Eu te espero lá.

_Claro.Respondeu Miguel, assustado.

O que uma garota de dezesseis anos, vigiada e comprovada através de laudo médico exigido pela mãe que suas filhas sejam virgens, vai querer com um cara de quarenta e sete anos?Sim, ele iria, porque conhece toda a família dela, e caso ela fôsse foi devido a autorização da mãe.Miguel chegou na sua moto no trailer, desceu quando logo o dono ascendeu as lâmpadas.Ela estava linda, e descontraída.Os cabelos alongados tipo tranças mas enrrolados, e uma blusa blanca e uma saia azul.Já estava sentada à mesa.Miguel pegou em sua mão e lhe deu os três beijinhos.Olhou o cardápio e perguntou o que ela queria beber, ou comer. Ela simplesmente respondeu que queria uma guaraná.Sentados frente a frente, Miguel estava mais nervoso que ela, parecia estar nas nuvens, tranquila, puxava assunto mais que ele, enquanto chegavam outros casais.Naquele dia que minha mãe esteve lá na sua loja, e disse que minha irmã um ano mais velha que eu ser "preta" prefere homen branco, e não gosta de pretos, o que você achou?

_Bem.Cada um tem um gosto. Se ela tem preferência por homens brancos o direito é dela né.

_Pois a mim eu prefiro àqueles que mim simpatizam, e parecem ser honestos, trabalhadores e responsáveis.Disse Suzane.

-Eu acredito.Disse ele.

Miguel vendo àquela negra linda à sua frente, dezesseis anos, virgem,linda, queria mais é tomar uma cerveja e oferecer a ela.Mas  sabia das responsabilidades.Ele só o reparava, os gestos dela é que queria ele para ela, mesmo se fôsse naquele momento.Mas como pode um homem da idade que ele tinha querer uma jovem, que poderia ter uma felicidade mais adiante.Pelas suas palavras naquele momento, e Miguel um homem de quarenta e sete anos, sabe o que uma mulher quer, as vibrações indicam tudo.Mas ele não seria louco de enfrentar a sua mãe e ser "capado".Ele estava com medo de estar com uma jovem de dezesseis anos que o queria.Daqui nós vamos aonde Miguel?

_Bem, minha flor eu vou levá-la para casa, entregar você para sua mamãe, te dar um beijinho no rosto, e te agradecer por ter me convidado a sair com uma linda negra, como você é.

_Nós vamos ter outra chanche de conversar outra vez?Perguntou ela.

_Sim.Desde que seus pais saibam.

_OK.Quando a gente for sair eu te aviso lá na loja.Disse ela.

Deixou-a na porta de sua casa, até que entrasse pela porta da sala e saiu, direto para sua casa.Miguel estava preocupado pela atitude daquela menina, mãe é mãe, e será que a mãe dela não fêz a cabeça dela para namorar com ele pelo fato de ser viúvo?Pensava ele.Era negra, e Miguel não era preconceituoso, sua exigência é que sua mulher seja virgem para ele, e casasse, mesmo sendo ele o seu primeiro homem.Virgindade para Miguel, era questão de moral, respeito, dignidade, e amor! Mas uma garota daquela apenas dezesseis anos, talvez não tinha cabeça "feita" ainda para ser dona de casa, responsabilidades, e outras coisa mais.Só que mesmo assim ela mexeu com Miguel, como Beatriz disse, mexeu com os sentimentos de Miguel.Seu trabalho cansativo continuava, de segunda a segunda, entregava os jornais, das quatro horas da manhã até às sete da manhã, e depois ia para a sua loja.

Nos seus encontros às sextas-feiras com amigos, para comer uma pizza e beber uma cerveja, e Serjão mesmo com outro trabalho em Mendonça não deixava de participar.Um negão boa gente.A pizza das crianças não podia faltar. Era a melhor que eles gostavam de saborear.Miguel gostava que entregasse, pois os sistemas delivery é surpresa, é anciosidade, desde que seja empresas sérias e pontuais.O Meu amigo Marquinho gostava disso, competência, mais pontualidade e eficiência.Afinal Miguel tinha que atender as suas reividicações pelo fato de oferecer a Miguel o serviço Delyveri.Às sextas-feiras, oferecia apenas alguns minutos de Miguel participar da rodada de Pizza com os amigos, poi ele fazia as entregas e não sobrava tempo para muita conversa.Miguel estava bem, ele mesmo sentia isso.Estava ocupando sua mente quase vinte e quatro horas por dia, e ganhando o suficiente para manter a prestação da casa da Cohab onde morava em dia.Não queria de maneira nehuma morrer sem deixar uma casa para seus filhos morarem.Para ele seria morrer e não cumprir um mandamente dos homens, pelo menos uma moradia, isso para ele era inaceitável.Deus deu ao mundo ao homem, para que cada um pudesse ter a sua moradia e o sustento da sua família através da agricultura, da terra, mas nos países capitalistas isso não existe.No nordeste, amazônico do Brasil, os posseiros, fazendeiros, roubam as terras, matam e roubam as terras  dos pequenos agricultores para expandir suas criações de gado.A decepção de uma pequena parcela da população é grande, porque o Governo Federal não ordena a Polícia Federal a retornar estas terras aos antigos donos.É Abnominável.Nunca achei que o PT seria tão falso em suas campanhas humanitárias, a não fazer isso, devolver aos posseiros as suas antigas terras, roubadas, e gente até assassinadas, conforme diz a mídia.No Brasil, nem Deus nos livrará da ganância cruel dos homens.Governos e Presidentes são capazes de serem, e aceitarem a manipulação.Deixam, sob o conhecimento de órgãos governamentais, colocarem fogo nas florestas(amazônica), apenas pelo fato de produzir a miserável carne bovina, derrubam árvores de quinhentos anos apenas para colocar um nelore a comer grama.Êstes filas da puta, receberão de alguma forma, a vingança da natureza.Quer seja produtor, vereador, deputado estadual, deputado federal, senador, ministro ou presidente, haverá a vingança e a maldade da natureza cairá não sob sí, mas sob a sua família, a vingança cruel, insólita pela ganância, a natureza, o verde tambem também tem a sua força de vingança..A natureza terá o tempo de sua vingança!

Em um domingo à noite, Miguel recebeu uma pessoa em sua casa, quando as crianças brincavam no computador com jogos.Êsse empresário, sabendo do trabalho de entrega de jornais em Pavina, disse-lhe que trabalhava com duas editoras, mas uma delas(MIguel já sabia qual, a corruptora), não queria que ele trabalhasse com as duas, ou era uma ou era outra.Propôs a ele se queria fazer distribuição das revistas, caso afirmativo, ele ficaria com uma editora e o seu parceiro com outra. O que o empresário não queria é perder as distribuições.Miguel aceitou as condições, as revistas famosas teriam que ser entregues em mãos, e não jogadas na garagem, seriam mais de mil revistas entregues no mês. Inclusive a veja, que não poderia ser jogada, e sim entregue em mãos, ou em caixas de coletas sem nenhum defeito.Como Miguel já estava "dentro do barco", entregando pizza de sexta a domingo, e jornais de segunda a segunda, aceitou êste desafio.Êle queria é viver, sobreviver, ver seus filhos um dia moços, e poder dar-lhes uma condições melhor de vida.Isso, talvez esteja sendo superado por Patrícia, que pôs seus filhos, inscritos em muitas agências de modelo.Tanto é que Henrique disputando com mais de vinte adolescentes, ganhou seu trofeu,em primeiro lugar  em Mendonça.Muitos jornais e revistas da Veja, se era jogada no quintal ou garagem, os cães rasgavam-na, Miguel corria até uma banca comprava outra para repor a que foi danificada.Estava gostando do seu trabalho, loja, jornais, pizzas, revistas.Muitas vezes o caminhão chegava à sua porta da garagem, para entregar as revistas, ele estava dormindo sôbre os papéis que seriam inutilizados.Às vezes ficava três dias sem tomar banho, pelo fato de não ter tempo.

Sem descanço, trabalho excessivo, mas prazerozo, só via as mulheres circulando pelas calçadas ou nas empresas onde entregava as revistas e os jornais.Numa quinta feita, quase dezoito horas Suzane lhe aparece na loja, dizendo que queria falar com ele.Miguel lhe disse, como? Se sua mãe não deixa você sair de casa?

_Ela deixou hoje, mas eu vou com umas colegas se você não se importar.

_CLaro que não. Mas que horas?

_Às sete da noite, lá no centro, no Poli-esportivo.Vai ter futebol, e as companhias que eu vou gosta de assistir.

_Tudo bem, eu sairei daqui e vou direto pra lá, no centro da cidade. Como você ira?Perguntou Miguel.

_A pé.Estou acostumada a andar a longas distâncias.

_OK.Estarei lá, às dezenove horas.


Capítulo XVI                     Agência de Mulher

.......

.....-------->>>>>Continuará....Devido o estado de saúde do autor, não esta sendo possível dar continuidade constantemente a êsse projeto/livro, mas, mesmo assim, fará o possível para dar ênfase a essa estória.Grato.

 


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