CAPÍTULO XII Agência de Mulher
Como não havia clientes na loja no momento, foi até o orelhão perto de sua loja e ligou para Inácia, queria saber como ela estava.Gostou dele ter ligado e disse-lhe que estava indo para a capital naquela semana para fazer umas aplicações na perna.Achava que aquela perna estava incomodando-a.Nas semanas seguintes houve várias trocas de correspondências, vários telefonemas, vários assuntos, havia por parte de ambos solucionar de uma vez só o ploblemas que os afetavam, a solidão.Inácia dizia pelo telefone que estava muito cansada com as suas atividades, queria dar um tempo, sair para viajar, refrescar a cabeça, e convidava Miguel para acompanhá-la, impossível.Ela queria que ele deixasse a sua loja para que Nina tomasse conta para que eles pudessem ficar juntos.Era um absurdo, deixar os filhos com a melhor irmã dele, para que pudesse "curtir" a vida.Miguel convidou para que Inácia visitasse Pavina, a sua casa, para ver se era possível a adaptação dela, para ver como era complicada a sua vida, como era corrida.Ela aceitou.
Buscou-a seu carro estava com o motor baqueado, um o voyage, ofereceu o dela e trouxe-a até Pavina.As crianças já a conhecia pelas fotos, mas a recebeu, mas a recebeu com a educação que os pais lhes deram. Ela encantou-se com eles, crianças educadas, carinhosas, e não aborreciam ninguém.Ficou uma semana, acompanhava Miguel algumas vêzes até a loja, mas tinha ambos a preocupação de que ela não se machucasse, para que não se ferisse, Miguel tinha preocupação dela poder escorregar e cair.Agradeceu a ele o excesso de preocupação com ela, tanto dentro de casa como na loja, sempre com um pano ele enxugava o piso da cozinha ou da área de serviço, mêdo que Inácia pudesse escorregar.Foi necessário para que Miguel providenciasse o mais rápido possível uma empregada doméstica.Com o passar do tempo Inácia fazia uma pequena reclamação, não a ponto de magoá-lo, a casa era pequena e as várias malas que ela trouxe não cabiam nos guarda-roupas, ela tinha que ficar abaixando para retirar suas peças de roupas finas da mala que ficavam no piso no quarto.Nas folgas, quando as crianças estavam brincando na rua, tinha um tempinho para namorar, beijar-se, abraçar-se.Inácia comentava com dificuldades para não aborrecê-lo, que a única coisa que a incomodava era aquela perna, ela foi quase toda esmagada, no acidente automobilístico na qual sofreu, há enxerto de ossos pedaços de ossos do corpo, às vezes tem alguma reação contra as várias placas de platina, doía muito.Tinha que tomar remédio diariamente para evitar coagulação, ela dizia.Perguntava a ele se realmente tinha condições, força para ficar ao lado de uma pessoa naquele estado.Se teria coragem de quando, se um dia cair de cama ele ficaria alí ao lado dela.O seu maior mêdo seria êsse, um dia ser abandonada, doente numa cama.Miguel ficou quieto, pensativo,ela deitada no sofá e ele ajoelhado abraçava-a.Pensativo, por alguns minutos e disse-lhe, que sua vida era o que ela estava notando.Não era rico, tinha muita força de vontade de trabalhar e agradecia a Deus pela saúde que ele os dava a ele e seus filhos.Poderia cuidar dela, mas ficava tranquilo pelo convênio médico que ela possuía e dava direito de ser atendida a qualquer lugar do país em qualquer situação com que ela pudesse se encontrar fisicamente.Isso veio a tranquilizá-lo.Nina a conheceu, gostaram muito uma da outra pela simpatia de ambas, e ela disse que Inácia o amava muito, ele talvez não percebia mas ela o amava.Uma mulher entende a outra, e Miguel não entendia os sentimentos que Nina notou em Inácia os sentimentos dela para com ele.As crianças, Graças ao bom Deus, pela educação que Patrícia os deu, a recebeu com carinho, discrição e com alegria.As crianças talvez mesmo não querendo que seu pai arrumasse outra mulher para ficar dentro de casa, não transpareciam, talvez achasse a necessidade do pai em ter uma companheira. Mas Miguel não queria na verdade uma companheira para ajudar na loja, ele estava pensando mais era nas crianças, mêdo de algum trauma, pelo fatos deles as vezes ficarem só dentro de casa.
Num sábado, pediu para que Plínio pudesse ir abrir a loja pra ele, e ficar lá até as cinco horas, pois tinha que sair de madrugada para levar Inácia a Junaí, ela deixou na casa de Miguel alguns pertences, disse que voltaria, tinha que estar na capital Belo Horizonte para fazer uma nova aplicação, isso estava atormentando-a, estava tirando a liberdade dela.Mas era um tratamento necessário, com bastante cuidado médico, não podia deixar pra outro dia.Tinha que ser na segunda-feira seguinte.Plínio não se importou em abrir a loja, enquanto Henrique ficava cuidando de casa e do Thander e Doly. Miguel disse a Plínio, que se sentisse fome, pegasse alguma coisa sadia pra comer no mercado que ficava a cem metros da loja.Antes de chegar na casa de Inácia em Junaí, passou na casa de sua mãe para deixar um recado de Nina, não havia como mostrar Inácia à sua mãe, de que não acreditava que Inácia estava com o seu filho namorando.A alegria das duas foram mútua.Já se conheciam a muito tempo, Luiza já havia trabalhado para Inácia lavando roupas.A bondade de Luiza sua mãe, não quiz que fossem sem entrar em sua casa, prometeram voltar naquela noite antes de Miguel partir para jantar com com ela.Inácia ficou surprêsa, mas não comentou a êle como conhecera sua mãe, era uma mulher de classe, muito educada e sabia colocar as palavras na boca na hora certa, ele é que não sabia, e de vez em quando ela o corrigia, carinhosamente, pelas suas palavras, atos e atitudes grosseiras.
Tomaram banho, na casa de Inácia, e foram até a casa dos pais de Miguel para jantar, como sempre a preocupação de sua mãe em arrumar a mesa.Nanci estava lá para ajudá-la, Miguel sabia que no mínimo sua mãe pediu a Nanci a ajudar fazer a janta, arrumar a mesa, talheres, copos e outros mais.Enquanto jantavam em volta daquela mesa redonda, toda orgulhosa de ver seu filho alí com uma dama de Junaí, de pessoas descendentes de classes virtuosas.Seus pais ficavam observando, conheciam muito mais a família de Inácia do que o próprio Miguel.Ele não sabia quase nada da vida dela, ele não era interesseiro por dinheiro, fazendas, minas de diamantes, gado de corte, terras.Ele queria, e precisava de uma mulher na educação de seus filhos, Henrique e Plínio.Sua mãe, Luiza, era sabia que era uma das mulheres mais ricas de Junaí, conhecida na cidade por ser uma mulher dedicada as causas sociais, religiosas, com um programa na rádio diáriamente, fora os prêmios que tem ganhado de um Banco pelo fato de concorrer e ganhar prêmios referente a poesias.Estava alí, recebendo a viúva de um dos maiores fazendeiros que Junaí já teve, um homem com seu dinheiro que ajudou a fundar clubes, grêmios, associaçõs, cooperativas, sindicatos rurais.Miguel ainda não sabia quem era de fato, na primeira vez ficou muito restrito a algumas palavras de Inácia, e ela por educação, ética e disciplina não lhe disse coisa que deveria saber na primeira vez que se conheceram. Enquanto jantavam, Miguel pensava em Plínio, como será que foi lá na loja, será que eles estão jantando tambem, comendo alguma coisa? Iriam dormir lá em Pavina naquele sábado à noite só. Plinio, Henrique, Deus e o Thander e Doly, que a judariam a protegê-los.
Miguel não teve, ainda, oportunidade de conhecer nenhum dos filhos de Inácia, apenas pelas fotos, eram pessoas bem sucedidas, sua filha mais nova cuidava da administração de suas teras e gados.Várias viagens Miguel fêz até Junaí, para namorar com Inácia, ele sabia que ela o amava e o queria muito, sabia que ela não queria perdê-lo e Miguel percebia nela uma oportunidade de voltar para Junaí.Não queria magoá-la em momento algum, queria que ela fôsse feliz a seu lado, mesmo não tendo recursos financeiros.Inácia morava só, a empregada só trabalhava durante o dia e ia embora, e seus filhos poucos a visitava, assim como os sobrinhos e netos, e ela dormia só naquela mansão.Comprou um par de alianças e pediu para que ela fôsse para Pavina para ficarem noivos.Sua filha, Lindalva, advogada a levou, era um motivo para se conhecerem, pessoas ricas, mas simples, e o que não preocupava Miguel em recebê-las em sua casa era o fato de serem fazendeiros, mesmo sua casa não sendo bonita, sem conforto sabia que elas seriam bem vindas e não reparariam a casa de Miguel, pelo tamanho, estilo e decoração.Foi com Inácia até a Igreja de Santa Rita de Cássia em Mendonça, uma das santas na qual Patrícia era devota.Após a missa pediu o padre que benzesse as alianças e fizesse alí naquele momento o noivado deles, colocando cada um a aliança em seus dedos.Saíram orgulhosos daquela igreja, com Lindalva e as crianças, Miguel podia ver no rosto de Inácia uma satisfação muito grande, muita alegria, estava feliz, bastava agora marcar a data do casamento, no civil e religioso, pois os dois eram viuvos.Foram todos a uma pizzaria de Mendonça para comemorar àquele noivado.Miguel ficava preocupado em estar naquele lugar alí em Pavina com Inácia carregada de jóias, chamava muita atenção, as roupas jóias que estavam usando era para uma ocasião importante, e Miguel poderia levá-los apenas alí,mas estavam todos a vontade.Sua filha Lindalva precisava voltar para Junaí e Inácia ia ficar em Pavina mais uma semana. Miguel sabia, que a filha de Inácia tinha ido nesta viagem com a mãe para Pavina, para conhecer Miguel sua família e o que Miguel realmente era, o que fazia, local de moradia, ou seja, fazer um tipo de "investigação", afinal não poderia deixar sua filha sair de um bom lugar e ir para outro pior.Miguel , para ele seria muito bom, tinha alguém para fazer-lhe companhia, tinha alguém para cuidar da casa, não precisava ficar preocupado com as crianças, sabia que tinha alguém em companhia deles.Sua depressão parecia que havia acabado.Chegava em casa após o trabalho, mesmo com a roupa toda suja, encontrava Inácia toda vestida, limpinha, perfumada, fazia questão de abraçá-lo,mesmo estando imundo.Seu perfume tomava conta do quarto, na maioria das vezes em que chegava em casa a encontrava deitada na cama ou no sofá, com as pernas apoiadas em dois travesseiros..A cama estava tão bem arrumada que dava vontade de dormir e não levantar mais.Ela havia trazido várias roupas de cama, lençóis, edredons, e travesseiros novos, ela vivia no conforto e procurava fazer da casa de Miguel um lugar um lugar onde poderia ficar com prazer.Muito higiênica, ficava admirado de ver como mantinha os seus pertences muito bem organizados e limpos, a cada bebida ou alimento que consumia, escovava os dentes.Inácia reprovava o estilo de vida de Miguel, muita preocupação com as crianças, com a casa, com trabalho, vivia agitado, podia perceber algumas vezes ansiedade e nervosismo.Os negócios não indo bem, acumulava-se sôbre a sua loja, várias duplicatas, contas de luz e relação de cheques que estavam para cair no banco, não tinha como não mostrar preocupação, obviamente, não falava dos seus problemas para ninguém, principalmente Inácia.Ele não conseguia olhar pra cima e ver os pássaros.A preocupação deixava-o com o coração duro, e nem percebia que Inácia havia contratado uma empregada, e sempre quando ele estava em casa ela queria apenas ele, mesmo sujo, com as barras das calças sujas de areia, camiseta suada e toda suja de cimento, ela não importava, importava apenas de que queria ele perto dela para conversar, tocá-lo.
Inácia achava a a casa pequena, apertada, e estava incômoda em usar o banheiro único que havia na casa, havia dito a Miguel que tinha vergonha de entrar no banheiro quando as crianças estavam na sala, e ele foi descobrir mais tarde que o mesmo estava acontecendo com as crianças.Comprou um pouco de material para construção básica e começou a fazer uma suíte em sua casa.Parecia-lhe exagerado, o quarto teria cinco metros e cicoenta pois seis metros, e o banheiro três metros por dois metros cincoenta centímetros.Queria fazer para Inácia uma suíte onde ela poderia circular livremente, sem ter que bater as pernas em algum móvel.Estava fazendo aquilo para satisfazê-la, não tinha condições financeiras para tanto, mas o pedreiro amigo facilitaria o pagamento.Apenas a avisou que não iria ficar pronta rapidamente, talvez demoraria seis meses, iria construir aos poucos para não onerá-lo.Quando voltava para Junaí, o pedreiro já havia começado a construção.Miguel sentia que Inácia queria ficar alí com ele, abandonaria as suas instituições de caridade abandonaria seus trabalhos em Junaí, suas amigas de classe social, que a cada dia se reuniam uma na casa da outra às três da tarde para tomar chá,para ficar com ele, mas a sua casa não era o suficiente para acomodá-la.Ela tinha muitas saudades quando estava longe, e ele caía em depressão.A única coisa que o salvava era as suas orações na Bíblia que lia todo dia e pedia a Deus para iluminá-lo, ajudá-lo a tomar decisões, estava passando por um período difícil de sua vida, parecia que as suas responsabilidades que tinha, não havia mais jeito, e tantas mulheres que apaixonavam por ele.Não estava se preocupando em pagar as contas, tambem não podia, não tinha como, sentia-se envergonhado quando olhava no espelho.Se pudesse venderia tudo pagava as sua contas,também não podia não tinha como.Se pudessem pagaria as suas contas e se mandava para Junai. Pedia algum tipo de orientação ao contador da firma, mas êsse não parecia se importar, talvez pelos fatos de Miguel estar pagando em atraso os honorários da contabilidade, Miguel achava quem deveria tomar a responsabilidade da emprêsa seria ele. Pois Patrícia era do comércio equando ela estava entre eles a empresa ia muito bem, ela tinha controle de venda, compra, contas a pagar e receber.Estava desesperado, mas não podia abandonar tudo de uma hora para outra.Tinha seus filhos para criar.Queria solucionar de uma vez ou outra seu problema de solidão ou ficar com Inácia em Junaí ou ela ficar com ele em Pavina.Propuseram em vender seus bens, se Miguel vendesse primeiro iria ficar com ela em Junaí, e se ela vendesse a casa em Junaí iria ficar com ele em Pavina, não na mesma casa, ela compraria uma maior e mais confortável.Concordaram.A situação econômica do país não estava boa, o dinheiro desapareceu, e estava difícial negociar.Ambos estavam impacientes, os contatos com Miguel havia esfriado, não escrevia mais para Inácia, ela sempre lhe telefonava, ele sabia que ia demorar.Plínio havia lhe dito que preferia ficar com a avó Maria,mãe de Patrícia em Mendonça, não queria ir embora para Junaí, Miguel percebeu o mesmo em Henrique queria o mesmo mas como era pequeno e não tinha nem podia ter poder de decisão para agradar o pai, o acompanharia.Essa era mais uma preocupação que Miguel sentia, as crianças juntos da vó. Eles não sentiriam bem, a casa de D.Maria já estava "lotada" de filhos e netos. Miguel os definiria os seus primos e tias como um pouco de desprezo, eles viveriam alí por favor e seriam desprezados, a vida toda. Isso Miguel não queria.A maioria das tias, cunhadas de Miguel, o odiava, por elas Patrícia já deveria ter abandonado-o, largado Miguel há muito tempo, elas não gostavam dele. E aí? E caso isso tivesse acontecido? Patrícia seria desmoralizada, decepcionada com as crianças dentro da casa da mãe, e ainda seria obrigada a trabalhar o máximo possível, para colocar comida dentro de casa. Isso, pra Miguel não era novidade. Ele a amava pelo esforço que ela tinha, quando solteira trabalhar e entregar o dinheiro todo para a mãe, que na qual fazia as despesas da casa, sendo que alí a maioria não trabalhavam, nem alguns homens nem algumas mulheres. Mas a baixinha, a amada de Miguel trabalhava sorrindo alegre e com satistação, mas o restante da família comia com o dinheiro que ela ganhava, isso Miguel só ficou sabendo depois de dez anos de casados com Patrícia, no entanto, mesmo quando separada, ela trabalhava, sim, tinha os filhos e não dependiam totalmente dos pais.Uma tal irmã dela com apelido de Dadara é que "controlava" a casa, parecia ser a chefona da família, mandava e desmandava, e não passava de uma mascarada, que sugou a mãe e pai durante muitos anos morando de graça dentro da casa dos pais, ou seja, no mesmo terreno nos cômodos dos fundos, e tinha um casal de filhos.Não poderia de maneira alguma deixar as crianças com a avó, seriam maltratados, judiados, e desmoralizados, isso jamais Miguel iria permitir.
Muitas noites sem dormir deixava Miguel irritado, não queria de forma alguma descontar nas crianças, eram os que menos tinham culpa, mas muitas vezes as crianças o pegavam chorando em seu quarto.Envergonhado por tudo que se passava em sua volta tinha vontade de deixar as crianças com a avó, assim mesmo e sumir.Abandonaria tudo, não tinha condições psicológicas para continuar, raciocionar, pelo telefone Inácia um dia achando ele um pouco abatido pela sua voz, pediu para que procurasse uma psicóloga ele estava precisando falar com álguém.Como? mais gastos? Seria desnecessário! Mas Inácia disse, se quizesse ficar com ela precisava se curar, precisava estar bem, porque ele estava muito tenso, preocupado e nervoso.Mesmo não podendo Miguel combinou com a psicóloga que pagaria de uma só vez o tratamento que faria durante um mês com cheque pré-datado, aceitou e disse tudo o que queria para a psicóloga.Após um mês sentiu que iria gastar muito dinheiro, era um tratamento de doze a dezoito meses.Não tinha dinheiro para gastar com aquilo.Preferiu desistir, pedindo a psicóloga que segurasse o seu cheque pré-datado por mais alguns dias.Analisou quem poderia ajudá-lo naquele momento seria apenas Deus, estava escrito, em todas as palavras da Bíblia é capaz de achar uma salvação, bastava ter fé.Procurava ter fé,procurava rezar com dedicação pedia a Deus desculpas de tudo que fês de errado no passado, esqueceu de pensar em sexo, ser promísculo, que achava que isso o prejudicava, queria ter a confiança de Deus, queria uma salvação.Procurava rezar com afinco, porque Inácia disse-lhe que ele não sabia rezar.Isso o preocupou, mas lhe disse como é que rezava.Não importava, ele descobriria.Mas sabia que alguma soisa estava errado, rezava, rezava, e parecia e parecia que não obtivesse resposta, não estava tendo retorno, mas sabia que Deus o observava.A Doly cruzou, não com o Thander, pois devido uma doença quando nasceu, os testículos dele não desceu, e não era possível produzir, mas sentia ereção.Miguel deixou a Doly cruzar com o cachorro de um amigo um Boxer também com pedigree.Ela conseguiu parir seis cachorrinhos.Miguel teria que vendê-los, e assim que nasceu levou ao veterinário para amputar o rabo, o quinto dedo dianteiro.Após dois dias depois de Doly parir, ao chegar em casa, percebeu que não estava nada bem com ela, alguma coisa estava acontecendo.A cadela que o acompanhou desde a outra casa, sua amiga, estava doente.Não sabia o que fazia, saía um líquido amarelo da sua vagina e com cheiro forte.Miguel não tinha dinheiro para pagar veterinário, mas daria um cheque pré-datado.Pois no dia seguinte ela não mais conseguia levantar.Levou-a ao veterinário e colocou-a sôbre a bancada, examinou Doly e disse que pelo fato dela já ter dez anos, não teve forças para espulsar o último cachorrinho, que já estava putrefado dentro dela, onde causou-lhe uma infecção.Antes dela morrer, ainda mexeu a cabeça e olhou para Miguel, que chorava.Perdera a sua amiga Doly, companheira sua e de seus filhos, a guarda de sua casa, aquela que o acompanhava e fazia-lhe companhia nas horas angustiantes da madrugada, quando ele tomava uma cerveja sentado no piso da sala assistindo tv, e ela debruçava a cabeça sôbre as suas coxas. Vendeu todos os seis filhotes.
Deixando as crianças em Mendonça,na casa da vó Maria, para lhe fazer companhia,na volta para Pavina, diminuiu a velocicidade do carro em frente a uma igreja, e deu-lhe uma vontade louca de entrar,não ia fazer nada em casa, então podia ficar alí, visitaria primeira vez a igreja.Não estava com muita coragem, nunca havia entrado naquela igreja, estava tímido, tinha medo de passar vergonha, como iria encarar aquelas pessoas todas estranhas para ele? Pensou em Deus entrou,na casa de Deus não precisava ter vergonha.Na entrada um senhor pediu-lhe o nome, e Miguel disse que estava alí para fazer uma visita pela primeira vez. O senhor o acompanhou até o salão, indicou-lhe o liugar onde deveria sentar-se.Via-se muitas pessoas orando, observou que nos bancos ao lado esquerdo sentavam as mulheres e do lado direito os homens.Todas as pessoas de uma simplicidade muito grande, sentiu-se bem em estar alí, ouvia-se o pastor muitas palavras de fé, de esperança, de dedicação a Deus e seu filho Jesus Cristo.Sentia-se bem alí, sentia conforto em ouvir aquelas palavras, houvia os depoimentos revelações das pessoas que pegavam no microfone iam lá na frente e contavam um pouco de usa vida e o Deus fês de bom na vida delas.
Miguel, mais observava as moças com cabelos compridos, de saia longa, com pouca maquiagem, sombracelhas grossas, que na palavra do pastor.Elas eram bonitas, e aqueles vestidos os fascinava, elas eram lindas.Miguel queria ter fé, estava procurando um meio de tê-la, aquelas pessoas alí em oração com convicção, queriam ter Deus no coração, para ajudá-los a solucionar os seus problemas e fazê-las felizes também.Ouviu uma frase do pastor quando ele falava para todos naquela assembléia:
_"Se você quer uma mulher de Deus, primeiro você tem que ser de Deus, tem que ter Ele no seu coração".
Miguel gostava de ver as moças que participava da igreja, bem vestidas, ou seja, vestem realmente como mulher, bem femininas, semples e dedicadas.A maioria usavam cabelos longos no qual ele admirava.Em casa orava toda noite antes de dormir, percebeu que é o mínimo que um homem pode fazer, tem vinte e quantro horas no dia, seria impossível se não pudesse tirar no mínimo dez minutos para orar, começou a fazer as suas orações, e tinha fé, acreditava que sua vida poderia se transformar para melhor.Levava seu pensamento um pouco atrás e percebia quantas pessoas estavam em pior situação, ele ainda podia levar o pão de cada dia pra casa. Queria mudar e estava fazendo tudo para isso, sentia-se melhor, percebia que mesmo conversando com as pessoas era diferente, faziam conta de dar-lhe a atenção, basta ter o que ele tinha antes, simplicidade.Isso ajuda a qualquer pessoa, queria deixar o orgulho de lado, queria retribuir dando um pouco o que tinha para o necessitado, contribuía com o dízimo da igreja, mas achava um meio de como pudesse fazer mais alguma coisa, iria conseguir.Percebia que estava havendo uma mudança, primeiro acreditava que Deus testa as pessoas, ver se tem realmente tem paciência, mas aos poucos ele vai ajudando.Estava mais sensível com as crianças, ouvia-as, não chamavam constantemente atenção, não aborrecia mais com pouca coisa.Apenas gostaria de entender se realmente a revelação de Deus para ele estava acontecendo, sempre deixava a página da bíblia marcada com um papel para depois continuar a leitura, e várias vezes da manhã, encontrava com a página virada.Sempre que estava orando, pedia a Jesus que o perdoasse de qualquer mal que tenha feito mesmo em pensamento.
Havia marcado o casamento com Inácia, ela ia a Pavina dalí doze dias, para se casarem, seria uma cerimônia simples, tanto é que não seria realizado no altar da igreja, e sim na capelinha ao lado, já sabia, mas no momento estava em tratamento no hospital de Belo Horizonte, seu filho havia levado-a após uma visita em Junaí.Mas e as crianças, que pareciam não aceitar em morar com a Inácia dentro de casa, e também não iriam morar em Junai? Com criança, com adolescentes não se brinca, Inácia propôs até a pagar a faculdade de Plínio, mas Miguel achava que ele estava descontente, seu pai também não queria magoá-los, seria a última coisa que faria, depois que perdeu a mãe.
MIguel recebeu a visita de sua mãe à noite, foram até até Mendonça, pedia uma ajuda a Flávio e Jonas, para que pudesse ajudá-la re- formar a casa, precisava colocar lajes, e eles se comprometeram em ajudá-la.Antes de partir Miguel, eles queriam saber como estavam o namoro com Inácia.Comentou um pouco sôbre ela sua mãe a conhecia bem mais do que ele, inclusive toda a família.Comentou sôbre o passado dela, dizendo que ele merecia ser feliz e com ela principalmente, ela era uma pessoa caridosa, e tinha posses podia ajudá-lo de alguma forma.Apoiaria caso passasse por um momento difícial, quer seja através de uma conversa ou no último caso financeiramente.Dizia que Miguel precisava deixar o orgulho se lado, tinha que aprender a aceitar o que os outros estavam lhe dando.Sua mãe na frente de Flávio e Jonas, falou do passado de Inácia, que sempre trabalhou, lutou, e hoje tem quem trabalha para ela, com vários empregados,Miguel apenas ouvia, com pouco interêsse, sabia qual seria o resultado, a não aceitação das crianças.Os irmãos ainda brincavam com Miguel:_E aí meu irmão, agora vai virar fazendeiro heim? Miguel dava apenas um sorriso simples e frio. Inácia não precisava mais disso, ela podia pagar, pagar para alguém fazer alguma coisa para ela.Não precisava lavar louça, roupa, não precisava, lutaram pra chegar onde chegou.
Miguel a olhava com o pensamento ao longe, fitava seus olhos na cumeeira da casa, com as mãos na nuca, com o pensamento ao longe, sempre acreditando que o conselho de mãe era sempre bem vindo.Entrou em detalhes sôbre a família de Inácia no qual sua mãe conhecia muito bem.Inácia era parente do Dr.Vitor, no qual seu pai não gostava muito, da família dele e quem era realmente.Inácia lhe havia mesmo lhe dito alguma coisa a respeito dêsse doutor Vitor, era na época do Militarismo ele era um mandatário de Junaí, era advogado e era como um "espião" do governo federal.Tinha poder para tudo, para tirar ou colocar pessoas em cargos importantes na cidade, de mandar em juízes condenar tal cidadão ou não.Luiza dizia a Miguel receiosa, que tinha filhos e filhas e que um dêsses filhos é que desonrrou Neiva, ou melhor dizendo, estrupou-a, com dezesseis anos.Disse-lhe que ela estudava a noite, tinha aproximadamente dezesseis anos e ao sair do colégio um dos filhos dêste filha da puta"poderoso Dr.Vitor, a forçou a entrar no carro dizendo que ia dar uma carona, e na verdade levou-a para o meio do mato e a estrupou. Miguel não acreditou, já se passava vinte e cinco anos e a imagem ainda vinha a sua cabeça, quando viu sua mãe cuidar de Nina em Mendonça, há muitos anos atrás.Na oportuninidade que Jonas e Flavio os havia levado para Mendonça, para começar uma vida nova.Então era por causa disso, é por causa disso que teve que morar em casa emprestada na Capital,é por causa daquele safado, e é por êsse motivo que Nina disse uma vez a Miguel que para Junaí nunca maisvoltaria.Sua mãe lhe dizia para não comentar nada com Inácia, não devia dizer aquilo a ela.Mas ele aceitou, comovido, com revolta, com pena de Neiva.Após sua mãe sair, ficou comovido, pensativo, como isso poderia acontecer com sua irmã?Claro, o fila da puta era filho de papai, filho de mandatário da cidade mandado por militares, indicado pelo governo federal, talvez seu pai até poderia ter reagido,mas poderia ter recebido ameaça de morte.Estava revoltado, não sabia se casava com uma pessoa que era madrinha dêsse estrupador.Como ia falar com Inácia?Não.Ele não falaria para não magoá-la de uma assunto que talvez ela nem sabia, ela se chocar tanto quanto a ele, ela estava com pouca saúde, esquecera da maioria dos problemas que já havia passado, e ele não teria de dizer mais nada que pudesse magoá-la.Não.Só se for no último caso.Não magoaria agora, não teria coragem.Sua mãe havia lhe dito o nome dêsse estrupador para Miguel.Num dos encontros com Inácia, tomando uma cerveja na qual ela gostava, na mesa feita com roda de carro de bois, Miguel procurou fazer algumas indagações a Inácia.Perguntou quantos eram, quais eram, e um dêsses fila da puta que era sobrinho dela sofreu um acidente automobilístico quando voltava da faculdade, hoje anda mancando, é um juiz aposentado.
Miguel queria falar com um padre, para quem sabe aconselhá-lo como adquirir mais fé, paciência, caridade, ter mais determinação, precisava falar com álguem,queria pedir comselho a alguem estava confuso. Não tinha nenhum amigo confidente, e não acreditava na sua família.Uma amiga, freguesa, havia lhe dito que alí em Pavina tinha um padre que também era psicólogo, e tinha conhecimento de psicologia, não sabia exatamente o que era, mas seria bom falar com ele.Ela havia dado-lhe o nome, mas como havia esquecido, foi até a casa dela.Nêste dia seu carro estava com uma placa de vende-se, era necessário vendê-lo para pagar algumas dívidas.Bateu no portão e Rosangêla apareceu, estava com um terço na mão fazendo as suas orações.Mãe solteira, vivia com seu filho de onze anos, trabalhava o dia todo e não tinha como deixá-lo com álguem, por isso ele ficava só.Não eram tão estranhos, assim que Patrícia faleceu, saíram para passear em Mendonça juntos com os filhos, Miguel havia percebido que ela era simpática, só, e seu filho dificilmente saía de casa para passear.Passearam o dia todo no Domingo, e foi válido para ambos, puderam naquela época se conhecerem um pouco melhor.Ele havia propôsto a ela uma união, mas Rosangêla achou que estava passando por um período de solidão, pois acabara de perder a espôsa.Ficaram de sair novamente,mas devido algumas fofocas de amigas sôbre Miguel ela havia desistido de continuar saindo.Para não magoá-la evitou ir até a sua casa.Miguel percebeu a atirudes das crianças, Plínio e Henrique pareceu-lhe que eles não estavam muito a vontade, ou seja, não gostaram daquele passeio. Disse a ela para que não precisava abrir o portão, mas ela educadamente abriu e o comprimentou:
_Como vai? que surprêsa.Você não morre mais.
_Porquê, disse-lhe Miguel.
_Estava orando, estou fazendo a novena, e sempre penso em você, Miguel, e as crianças.
_Não acredito Rosângela, na última vez que ficamos de sair você não deu resposta? disse ele.
_Mas você não sabe o porquê, disse ela.Na última vez fui lá na loja eu te falei, que era por causa de algumas fofocas que fizeram sôbre você.Fiquei muito arrependida.Como você disse, quando procuramos a felicidade, sempre tem alguma coisa que atrapalha.
_É.Eu até fui grosseiro com você, me desculpe.Mas disse-lhe que você pra mim não servia.Porque mulher pra mim tinha de ser decissiva, tinha que ter decisão própria e você não teve Rosângela.Achou melhor ouvir os outros. Dizia estas palavras com carinho para ela, com sentimento de culpa.
Ela o olhava com um semblante de arrependimento, sabia que ele não havia gostado da atitude dela, pediu-lhe perdão.Deu-lhe o nome do Padre, pediu para que ele o procurasse no seminário onde morava.Miguel ia se despedindo quando ela puxou-o pelos braços procurando mais algum assunto, percebeu que não queria que ele fôsse embora naquele momento.
_Não posso pedir para você entrar, estou só, meu filho esta para a escola, e vizinhos você sabe como é né?
_Tudo bem Rosângela, eu entendo a situação.Dependendo do bairro que a gente mora, é difícil alguém não se preocupar com a vida dos outros.Disse Miguel.
_E aí? já arrumou casamento? Perguntou ele.
_Bem, teria sido com você.Olhou-o sorrindo.
_Mas você não quis, deu-me um fora por causa das fofocas das suas colegas.Disse-lhe ele com a cabeça baixa.
_Esta bem Miguel.Vamos encerrar esse assunto.Te peço perdão novamente, sei como você é.Não vamos tocar mais nesse assunto. Promete? Respondeu ele, prometo.
Depois de alguns minutos de silêncio, ambos querendo se tocarem um ao outro,no mínimo um abraço, mas os olhares fixos que os mantinha um no outro, dizia tudo.Miguel disfarçadamente, olhava ao redor, pelos lados, e percebia que sempre tinha alguém os observando.Claro, uma mãe solteira que ficou oito anos apenas cuidando da casa e do filho, e indo fazer suas orações e novenas na igreja, era de se estranhar.
De repente Rosângela disse alguma coisa:
_Miguel, tenho vergonha de falar-lhe, mas tenho que dizer.
_O que é Rosângela? Pode falar, ou você seja sincera ou guardará isso para o resto de sua vida?Ele disse-a.
_Ta bom. Disse ela. Assim que você estava chegando, eu rezava, como lhe disse estava fazendo a novena, e sempre pedia a Virgem Maria que me encaminhasse alguém, porque eu tambem sou ser humano, sou de carne e osso, e as vezes bate a solidão.Você pode não acreditar Miguel, mas sempre pedí isso a Santa, e por incrível, por muita coincidência, hoje, agora mesmo, assim que eu faço o pedido, você bate em minha porta.
_Você tem pedido mesmo Rosângela? E é isso que você realmente quer?
_Sim, Miguel.Decidí que não quero ficar mais só, quero arrumar alguém, que também me entenda,meu filho já esta com oito anos, conversso muito com ele, parece não gostar, mas eu também preciso pensar em mim. É triste, é sofrido viver sem um companheiro, quantas noites perco o sono e fico chorando.
_Você vai conseguir sim, Rosângela, enxugando com suas mãos as lágrimas que corria pela sua face.Você merece, é bonita, me disse que tem apenas trinta e oito anos, é trabalhadora e acima de tudo tem e dá moral aos outros.Não é mesmo?
_Acho que sim.Respondeu ela.
_E ai? Não tem levado o Henrique para passear lá em Mendonça?Meu filho não vê a hora da gente retornar, nunca havia ido naquele parquinho, olha para os pés, estou com as meias de lá lembra?Que ganhamos para entrar?
_Riram tanto. Sim, é verdade.Vamos um dia voltar lá Rosângela.
_Mas agora vai ficar um pouco difícil, parece que você esta vendendo o carro.Disse ela.
_Sim, preciso, infelizmente vender.Mas daremos um jeito, nem se for de ônibus nós iremos.Mas apareça lá em casa, leve seu filho para brincar com Henrique._OK, disse ela.
_Tudo bem,um dia estarei lá.E sábado? Depois de amanhã, vão estar lá?
_Sim.O Plínio vai viajar com os primos numa excurssão e ficarei com Henrique.
_Ta bom, se você não se importar, irei sábado com meu filho.Disse Rosângela.
_Ok. Estarei esperando vocês ansiosamente, mas dêsde já lhe falo, não arrepare a casa, se não der tempo de arrumar, agente dá um jeito.Miguel pegou-lhe na mão e despediram-se.
Miguel estava achando muito estranho Rosângela se interessar em ir a sua casa.Porque não foi antes? Ele sempre a admirou, mas não queria forçar nada, não queria nenhuma complicação com mulher pra cima dele, principalmente de fôsse de Pavina.Já estava muito revoltado com muita coisa que já lhe aconteceu, e se pudesse ou seja ja havia dito a Rosângela que colocou a casa e a loja a venda.Ela achou um absurdo.A caminho de casa, ficava pensando, que ela era uma mulher do jeito que ele gostava, admiraca, era tudo, tudo, o que ele queria independente dos seus filhos quererem aceitar ou não, ou mesmo o filho dela, ele faria o possível para dar certo.Não era morena, era branca, mas bonita.Cabelos longos encacheados, com um par de brincos tipo argola ficava mais sensual ainda encorpada, quadril largo, a largura dos ombros dela ultrapassava os seus, tinha um par de seios enormes, digo, grandes e firmes.Bem, não iria pensar muito para não cair em tentação.Ela será feliz, encontrará alguem que goste dela, deles, afinal o filho dela é muito educado, e sempre respeitou Miguel.Ela não era feia, o mais importante o mais importante é que as duas se parecem espiritualmente, Inácia também é bastante dedicada a orações, isso é muito importante.Estava a caminho de casa, era mais de dezoito horas e trinta minutos, tinha a preocupação de deixar Henrique só.Sua preocupação com Plínio era de estudar à noite o deixava incoformado, Miguel ficava preocupado.Havia contratado a empregada apenas por tres dias por semana, para reduzir as despezas com o salário.Estava cortanto todas as despesas que eram supérfluas, precisava economizar o máximo.Estava devendo o cheque especial no banco, tinha duplicatas para pagar, vencidas, as vendas caíram, mas isso não estava pertubando-o tentava manter-se a calma, estava fazendo sempre suas orações, sabia que um dia ia dar tudo certo.Nem mesmo a cerveja que gostava de tomar assim que chegava em casa depois do trabalho foi cortada, e além disso procurava lembarar das orações e da disciplina do pessoal da Assembléia de Deus, no qual, um dia ele teve oportunidade de assistir, ouvir, o pastor, os seus aconselhamentos.
Conseguiu vender o carro, como sempre, com um menor valor, seu voyage, isso o preocupava, andar a pé era difícil, de ônibus não daria certo, mas com a empolgação das crianças comprou uma moto financiada,o dinheiro do carro era apenas para pagar as dívidas, cheques especiais, duplicatas, algumas notas do contador, Darf, e por ai afora.Após trabalhar sábado, chegou em casa e disse a Henrique que Rosângela ia levar o filho para brincar com ele. Gostou, iriam jogar video-game, ja tinha uma companhia naquela noite.
_A Rosângela é legal né pai. E o filho dela também né, falou Henrique.
_Sim, filho.O menino dela também, é bastante educado, eles merecem vir aqui, pelo menos saem um pouco de casa não é?
_É mesmo.Respondeu Henrique.
_O senhor não namorou ela, pai? Uma vez vocês saíram? Perguntou Henrique.
_Vocês não, nós.Não lembra que fomos em Mendonça, andamos em volta da lagoa, vocês brincavam enquanto eu e ela conversavamos?E depois fomos lá no parquinho?Disse-lhe Miguel.
_É mesmo.Mas o senhor vai namorar com ela?
Miguel observava Henrique, enquanto ajeitava a casa, ele brincava separando as cartas do baralho.Miguel sentou-se no sofá admirando-o, e surprêso com alguma coisa que lhe estava chamdo a atenção.Disse a Henrique:
_Henrique, você sabe que seu pai namora a Inácia?
Respondeu Henrique fazendo uma cara de reprovação, sem que o pai pudesse notar.
_Então nó vamos mesmo para Junaí, pai?
_Sim filho, lá talvez seja melhor, é cidade do interior, há menos risco e vamos ficar perto de sua vó Luiza, você com nove anos de idade poderá estudar no colégio perto da casa da vó.Afinal Inácia mora lá.
_Mas eu vou ter que morar com o senhor e ela?
_Porque? Respondeu Miguel admirado.Achando já que, Henrique não admirava morar na mesma casa com Inácia.
_Eu não posso morar com a vó Luiza, enquanto o senhor mora com a Inácia?
Miguel encostou no sofá, abatido por ouvir aquilo.Sua respiração aumentava e veio-lhe uma preocupação.Porque seu filho guardou isso o tempo todo?Quer dizer que não fôsse aquele momento alí iam para Junaí contra a vontade de Henriquee de Plínio?Pensou Miguel.
Meu Deus, será que irei fazer uma besteira? Pensativo Miguel com os olhos cheios d água, com as mãos na cabeça, enquanto Henrique separava as cartas de acordo com os nypes do baralho.
_Pode filho.Pode sim.Onde você achar melhor.Respondeu Miguel.
Miguel levantou do sofá e foi para o quarto pensativo.Se pudesse ia dormir, estava cansado fisicamente e psicologicamente, mas mesmo se não tivesse visitas no momento tinha que ficar com Henrique na sala fazendo-lhe companhia.Não gostava de ir dormir e deixá-lo só, para não pensar que Miguel estava abandonando-o mesmo dentro de casa.Miguel deitado na cama, não sabia o que fazer da sua vida.Mas Patrícia ele sabia, que era a dona do negócio, era comerciante de profissão, ele não entendia, como foi perder uma pessoa que lhe daria uma vida promissor a sua família.A sua estupidez, a sua falta de valorização ao ser humano, o seu mau humor e falta de conduta com sua família,ele mesmo trouxe a destruição da sua dignidade humana com sua esposa e filhos.Grosseria, estupides, mau humor, e falta de valorização com sua família.Só pensava em trabalhar e não dár um pouco de lazer a família, quando mudou para aquela maldita cidade de Pavina.
Toca a campainha, Henrique foi atender, pois sabia que Rosângela e seu filho iria chegar.Miguel, também foi ao encontro até o portão, estava bonita, seu filho educadamente fêz questão de comprimentá-lo, e foram logo os dois para a sala brincar.Os dois maiores, deram um tempo alí no abrigo e conversaram por uns cinco minutos.
_Vamos entrar Rosângela, vamos até a cozinha, estou preparando alguma coisa que nos satisfaça a nós e as crianças.Vocês já jantaram?Perguntou Miguel.
_Sim, não se preocupe Miguel. Respondeu Rosângela.
_AH éh? Pois eu os convidei para vir jantar aqui, ou comer alguma coisa aqui, beliscar, e tomar uma bebida, um refrigerante para as crianças e pena que não comprei o vinho que você gosta.Já são quase dezenove horas, Rosângela, vamos deixar as crianças aqui e vamos até ao mercado.O asfalto estava molhado pela pequena garôa que havia caído meia hora antes, no entanto tinham que se apressar.Miguel comprou um vinho tinto suave para ela,pois, a última vez que comprou um litro de vinho para ele e Patrícia, os dois haviam discutido, e ele estava com medo de tomar vinho tinto.Levou o vinho tinto para ela e meia dúzua de latinhas de cerveja para ele, contrariando a sua conciência, porque queria parar de beber por toda a vida.Seria indelicadeza dele, caso não acompanhasse Rosângela.Ah, Chegamos.
_Como você esta Cansada Rosângela.
_Preciso emagrecer um pouco, não estou acostumada a andar tão depressa, disse a ele.Preciso parar de tomar refrigerante, estou abusando.
_Esqueça você esta linda dêsse jeito.Tá um pouco gordinha, mas nem tanto.Com o tempo você perde essa barriguinha que tá crescendo aí.Falou Miguel.
Sentaram à mesa, conversavam enquanto as crianças assistiam televisão.Alí ela já esteve uma vez, sentada no mesmo lugar, quando levaram as crianças em Mendonça para passear.Olhava-o, fixamente.Miguel queria fazer o máximo para não beber tanto e sair do sério, queria respeitar a Inácia, estava comprometido com ela, seria um peso na sua conciência, havia naquela semana rezado e pedido a Deus que o perdoasse, que queria respeitar Inácia, que ela seria a única na sua vida.Não sabia porque Rosâgela com seus trinta e oito anos estava alí, e Inácia?Caso viesse morar em Pavina?
_O que você esta pensando Miguel?Perguntou Rosângela.
_Eu? Nada.
_Conte, fale um pouco de você, parece que você esta quase casando?
_Quase?Respondeu ele.
_Eu sabia, Miguel. Percebe-se, esta aliança no seu dedo não passa de uma aliança de compromisso.Vai me falar com quem?
Miguel ficou calado.Fixava a latinha de cerveja e, com a ponta do dedo, descia a gota dágua que escorria da lata de cerveja devagarinho de cima abaixo até tocar à mesa.Olhava as crianças risonhas na sala, alegres, jogando baralho, assistindo televisão.Rosângela fixava-o nos olhos, era sua amiga, ou mais que isso, ele queria tê-la, mas as suas preocupações era outra, sumir de Pavina.Ele não queria falar a ela o que estava acontecendo, ela era sua amiga, sofrida como ele, como não havia marcado ainda um horário com o padre, sentia nela uma meio de desabafar.
_É com uma senhoira , Rosângela, de Junai. Onde eu nasci.
Contou-lhe, como era Inácia, tudo, das dificuldades que ela tinha em relação a sua saúde.Rosângela ficou surprêsa e começou a chorar, levantou-se, pegou um pano que estava pendurado alí perto da geladeira para enxugar o plástico que forrava a mesa devido o degêlo, da garrafa de vinho e das latas de cerveja que haviam consumido.
_Não acredito que isso é pura verdade Miguel. Falava ela preocupadamente.Como é que pode Miguel?Como é que pode ser verdade, toquei no assunto brincando e você veio falando isso? Sério?Olha pra mim, olha para os meus olhos, é verdade isso? Diga-me.
_Sim.Respondeu.
_Miguel, acredite se quiser.Falava-lhe Rosângela, segurando firmemente o seu braço, e fixando-lhe o olhar.
_Quando você esteve lá em casa, e abrí a sala da porta e o ví, assustei-me.Fiquei muito feliz vendo você alí.Eu disse que fazia minhas orações para a Virgem Maria, acho que o sonho de qualquer mulher que se encontra tambem só como eu, é encontrar um companheiro um dia para que se possa casar.Foi muita coicidência Miguel.Mesmo se você não tivesse aparecido alí, naquele momento eu ia lhe procurar, isso já estava em minha mente, é claro que sou mulher e não ia sair por ai procurando alguem.Tinha vergonha, de ir la na loja e falar-lhe alguma coisa.Não acredito o que esta me falando não pode ser verdade.Falava Rosangela com lágrimas escorrendo pela face.
_Mas é Rosângela.Respondeu-lhe Miguel.
_Por favor não vá se aborrecer Miguel, algum dia, ou alguma hora eu tinha que lhe falar isso, mas eu quero ficar com você.
_Rosângela! O que é isso.Não posso, esqueça, não é possível.Disse Miguel.
_É possível você dispor de tudo aqui, vender tudo, ir morar, casar com um senhora, de mais de sessenta e cinco anos?Miguel, olha pra você, você ainda é môço, você tem quarenta e oito anos, tem um corpo de um rapaz, de um ex-atleta, corpo atlético, o que esta acontecendo meu Deus do céu.
Miguel percebeu que o "clima"entre o casal estava um pouco alterado, resolveu disfarçadamente empurrar a porta da cozinha que dava para a sala, para que as crianças não percebessem.Mas com uma das mãos segurando a cabeça apoiada no cotovelo direito, ficava a pensar que com Rosangela não era possível, ele tinha dívidas impagáveis em pavina, em fornecedore, não tinha condições, ele precisava e queria é sair de pavina, e pagar as suas dívidas quando puder, inclusive tinha que fechar sua firma que o valor das taxas era absolutamente impossível naquele momento.
_Continuou Rosângela.Você já perguntou se as crianças querem ir?Se querem ir lá morar com ela?Elas as suportará e vice-versa?Ela tem sessenta e sente anos Miguel, onde você esta com a cabeça?Desculpe-me, mas não quero intrometer na sua vida, mas quero o seu bem, pense, pense bem.
Miguel abaixou a cabeça, pegou a lata de cerveja e depois começou a andar de um lado para outro dentro daquela copa, esfregava a mão sôbre a cabeça olhando fixamente Rosângela.
_O que você quer que eu faça Rosângela?Apoiou as duas mãos sôbre a mesa e a olhava tensamente.Fui atrás de você, te procurei, estava a fim de você, era para você estar aqui hoje, mas você brincou, achou que a minha proposta era brincadeira.Disse Miguel.
_O que nós prometemos? Não esta lembrado? Não iríamos tocar nesse assunto.Ela levantou e aprouximou-se, olhou-o e disse-lhe:
_Por favor, perdõe-me mais uma vez, acho que eu realmente errei, fui na conversa dos outros, poderia estar sendo feliz aqui.Fique comigo, eu amarei você e as crianças.Suplicava Rosângela.
Miguel apoiava a cabeça sôbre os braços cruzados naquela mesa de mármore, ouvindo as palavras desesperadoras de Rosângela não sabia o que fazia.Era a mulher que ele queria, mas como iria sustentá-la com as dívidas da loja? Ele queria era sumir daquela desgraçada cidade de Pavina, onde foi demitido da Cohab, pelo fato de apenas ter sido candidato, um direito da constituição brasileira, onde foi condenado injustamente, politicamente por um juiz,ou seja de ter sido discriminado e perdido a eleição junto com o seu prefeito, fêz com que sua demissão fôsse concretizada, desrrespeitando a constituição, pois o diretor de expediente Punot, o havia dado-lhe um pé na bunda e o demitido.Miguel não queria processar a Cohab, pelo simples fato da diretora ser uma mulher de coração "grande" a Dona Any. Mas o diretor Dr. Hamilton, onde Miquel aqui declara um grande apreço de consideração e agradecimento.Mas o Diretor no qual ficou ao seu lugar apenas demitiu funcionários há mais de quinze anos da Cohab, e trouxe para a Cohab os seus funcionários do extinto banco Econômico.É um dos canalhas que fazem parte da diretoria.Estava bem na Cohab, com dezessete anos e meio de atividades, êsse Punot puniu os trabalhadores que lá lutavam como sempre pediu a presidente, e levou para lá àqueles seus subordinados do banco falido Econômico.
_Rosângela, por favor pare! Aumentou um pouco o tom de voz não queria que as crianças ouvissem o que estava acontecendo, enconstou um puco a porta que dava aesso a sala, novamente.
_Agora não dá mais.Tenho casamento marcado daqui há quinze dias, não, não dá, esquece.Falava preocupadamente Miguel.
_Me ouça, sou daqui de Pavina, sou uma mulher simples, tenho tambem um filho, sou mãe solteira e o pai do meu filho nem vem visitá-lo, só deposita o salário do qual ele tem direito no banco, só vivo disso, e não quero aproveitar do que você ganha, só quero o seu amor e sua companhia, pra mim já basta.
_Aceita? Como você já disse isso a ele, como você confirma uma coisa que não pode dar certo?Ele sabe que eu gosto de você Miguel, eu sou mulher, tenho que dar respeito ao meu filho, e a mim mesma.Fala-lhe, firmemente, Rosângela.Você precisa de uma mulher que o ajude, que vá para o tanque, que pegue uma esponja e lave os pratos, que pegue o ônibus e vá para a loja te ajudar.Você precisa Miguel, de uma mulher com saúde.
_Como você fala assim dela Rosângela?Parece que você esta passando por cima, você não a conhece, não quero magoá-la.Nervosamente dirigiu a Rosângêla com mágoas.
_Magoe agora, para você não ser magoado futuramente, antes que seja tarde, peça-a para dar um tempo, desmarque o casamento.Falava a ele como se estivesse implorando.
Miguel não sabia o que fazia, o que falava, ou se matava-se alí mesmo.Abaixou a cabeça, envergonhado, enquanto Rosângela ia para a sala brincar com as crianças.Ele parecia que estava só. A vontade dele era ir para as Farcs, ou ir para o Afeganistão, ajudar aquela gente que estava sendo massacradas inocentemente, e nenhuma nação tinha a coragem, não tinha forças, ou era covardemente proibidas de ajudá-los.Neste projeto/livro, peço a Deus que os ajudem os afeganistãos, pois outras nações foram covardemente impotentes em ajudá-los, porque tiveram, mêdo, receio, de ajudar um povo sofrido, mas que, apenas uma parte, infelizmente foi "forçada" a expor o seu escravismo, a sua submissão.Todo império um dia Cairá.Meu Deus, o que é que estou fazendo?Ela não merecia issso, é uma pessoa dócial, caridosa, conselheira, é uma pessoa vivida, que jamais me dará dor de cabeça, não me fará e não me dará motivo de eu ter ciúmes dela, e o mais importante que achei, e que estou achando agora, e sinto-me muito orgulhoso, é quando uma pessoa gosta da gente.Perdoe-me Senhor, não sei o que faço, por não sentir capaz de resolver no momento essa situação.Infelismente faltam poucos dias esta em cima da hora.
A nação, que fêz com que a rosa brotasse sôbre Hiroshima, para mostrar que poderia ser superior as demais, o seu destino sofrerá.Quando a próxima guerra existir, ela será aniquilada, pela maioria das outras nações, pelo ódio que causou ao mundo, e os povos de turbantes brancos aniquilinaram, todo os povos restantes, serão caçados como se fosem raposas, pelas maldades que fizeram a outros povos.Em todo o mundo, de leste a oeste, de norte ao sul, todo que aquele que se tornou filho, da chamado nação "das armas" do "poder" será caçado, destruído, dizimado, aniquilado em todo planeta terra. Que Deus os proteja. Mas, que, serão caçados como se caça uma rapoza.
_Rosângela, é uma pessoa dócial, caridosa, conselheira, é uma pessoa vivida, que jamais lhe dará dor de cabeça, não fará e não me dará motivo de ter ciúmes dela, e o mais importante, que achei, e que estou achando agora, e sinto-me muito orgulhoso, é quando uma pessoa gosta da gente.Perdoe-me por não ser capaz de resolver no momento esta situação.Infelizmente faltam poucos dias esta em cima da hora.Falava com lágrimas nos olhos Miguel.
Pegue o telefone e ligue para ela.Ligue e diga para não vir, diga, diga que você esta ajeitando alguma coisa, esta tomando uma decisão junto a seus filhos, tenho certeza que ela não vai se magoar, eu entenderia. Dizia Rosângela desesperada, após tirar o telefone do gancho.
_Entenderia, você não sabe da minha situação Rosângela.Respondeu-lhe Miguel.
_Estou falando para o seu próprio bem, e para o bem de seus filhos e para o bem dela.Futuramente você vai ver que não era isso o que você queria, as crianças poderiam ficar magoadas, futuramente poderá cair numa depressão que não dará conta dela, ela vai olhar para você verá que está triste e ficará magoada, e aí não terá volta.Não terá como você voltar, e a casa de seus filhos?Você me disse que esta casa é o único bem que eles um dia poderão herdar, e ai?
A cada palavra que Miguel ouvia, encaixava com as idéias de Henrique.Será? Pensava.Se fosse para Junaí estaria magoando-o, estaria dispondo do pouco que Deus lhe deu,mas era um lar.Mas como ficaria as promessas que havia feito a Santa Rita, e a sua conciência?Acreditava em Deus, e achava que tudo aquilo que passava com ele era obra do Altíssimo.As duas pessoas que o amava eram dedicadas a Deus, Inácia e Rosângela, eram oradoras, bondosas, só não entendia porque Rosângela fazia aquilo.Pedia a Deus para ajudá-lo, a mostrar-lhe o melhor caminho, para que Inácia não se magoasse.Não tinha condições de resolver seus sentimentos, mas acreditava na Rosângela, estava perto dele, era uma mulher que poderia ajudá-lo em tudo em casa e no serviço.Estariam perto das crianças.Miguel estava era fora de sí, o desespero e não saber tomar decisões, em não saber negociar, o deixava realmente, incompreensível.Estava fora de sí, queria é estar o mais rápido possível longe de Pavina.
Ligou para Inácia, explicou-lhe que era impossível continuar o namoro com ela, havia uma diferença em tudo, entre eles, pediu perdão a ela sôbre alguma coisa que a afetou-lhe, disse a ela para que fôsse feliz.Ela não aceitava, queria-o de qualquer maneira, achava injusto até o que ele havia feito a ela, ter deixado-a esperançosa.Ele disse, que alguma coisa não estavam batendo, um de seus motivos para ele ir morar em Junaí é porque queria viver no meio do verde, e ela apesar de ter as suas fazendas não queria mais saber de mexer com mato, de viver no meio do mato, de cuidar das criações.Queria agora é prazer, e pagar os outros para fazer pra ela.Miguel, novamente disse,para ela ser feliz, mas não com ele, ela precisava conhecer uma pessoa que fôsse aposentada, que tivesse dinheiro para acompanhá-la nas suas viagens de lazer, uma pessoa que pudesse ficar ao lado dela dando-lhe-a carinho e atenção.Despediram-se.
Mas quase toda noite ela o ligava, procurava não atender o telefone e pedia que as crianças para falar que seu pai não se encontrava em casa.Miguel queria que Inácia o esquecesse, tudo havia acabado para ele, suas esperanças, tudo, tudo, era necessário se unir rapidamente com outra pessoa, os seis meses que esperou com Inácia foi em vão, gastos com viagens, restaurantes, e tempo, muitas vezes não abria a loja aos domingos, isso veio a deixá-lo um pouco onerado.Procurava informar Rosângela de tudo, para que, com a sua opinião pudesse ajudá-lo.Ia sempre a noite com Henrique em sua casa, isso fazia com que o filho dela pudesse também conhecê-los um pouco mais.Miguel percebia que Rosângela gostava muito dele, e estava a fim daquela união, havia pedido a conta do emprego onde trabalhava de doméstica para cuidar de alguns assuntos relacionados ao futuro deles, do comércio, das crianças, da casa, ou seja, do matrimônio.Ela queria alugar a casa dela para ajudar na renda com o seu filho, ou seja, para não ter que pedir a Miguel algum dinheiro.Queria assumir o lar de Miguel, e ele ainda ficava desconfiante de alguma coisa, ela também tinha o direito e a necessidade de arrumar um companheiro, mas isso também lhe causava insegurança, tinha mêdo de alguma coisa não dar certo.
Miguel acordou alegre num sábado, faltaria vinte dias para o casamento no religioso com Rosângela, abriu sua loja com muita fé e esperança de que tudo ia dar certo, iriam vender bastante, pedia a Deus que lhe desse forças, ele acreditava no que estava pedindo e sabia que havia uma esperança, um retorno.Próximo às nove horas,Miguel pegou uma cadeira e ficou sentado próximo a porta que dava acesso para a rua, percebia que o tempo começava a fechar e esfriar, algumas nuvens cinzas começavam a tampar o sol e o tempo começou a escurecer.Foi batendo-lhe uma solidão muito grande, as crianças haviam ficado em casa, seu semblante entristecia, estava ficando para tráz a alegria com a qual havia se levantado de manhã.E se a luz acabar? Como as crianças vão fazer, devem ficar com medo da escuridão.Voltou, foi até a sua agenda pegou um envelope e sentou-se novamente onde estava.Abriu o envelope e começou a olhar as fotos de Patrícia, enquanto suas lágrimas começavam a escorrer pela sua face, e dizia para sí mesmo, não acreditava que havia perdido aquela linda mulher, como pôde isso acontecer?Como era linda, seus cabelos negros longos, lisos e bem cuidados, assim como ela, que era uma mulher vaidosa, mas ele nunca percebeu, ou mesmo lhe oferecia dinheiro nos fins de semana para que pudesse ir na manicure. Ela fazia o máximo que podia, para não pedir dinheiro a Miguel.Queria era ter continuado é com aquela mulher, não tinha esperança de encontrar outra com a mesma fisionomia que Patrícia.Havia vendido o carro olhava para sua moto que estava estacionada alí perto e tinha vontade de fazer uma loucura.Queria fechar as portas da loja, montar naquela moto e dalí mesmo ir para o Norte do país, quem sabe lá onde Patrícia nasceu não poderia ter uma garota parecida com ela?Lá existe muitas garotas simples, que passam dificuldades, poderia trazer uma e em Pavina cuidar dela, fazer com que ela estudasse, se informasse, ou seja, daria um trato naquela que seria sua futura esposa.Chorava e ficava muito nervoso porque não podia fazer isso, não tinh ninguém para ficar com as crianças,não queria incomodar sua irmã Nina, que trabalhava, e seria muita responsabilidade deixar Plínio com apenas quinze anos cuidar na loja, naquele bairro não muito tranquilo.Tinha raiva do seu mundo ser apenas aquele, de sua casa no serviço e vice-versa, sem dinheiro para usufruir um pouco mais, investir em casa, nas crianças em um curso de línguas.As poucas vezes que ia até Mendonça e andava pelo centro da cidade, ficava admirado de ver tanta garota bonita, algumas pareciam ser do jeito que ele queria, tinha vontade de chegar perto, mas sabia que poderia levar um fora, sua idade não permitia fazer tais aventuras, ainda mais querer aproximar-se de garotas bem mais novas em idade que ele.Gostava de ver as mulheres de cabelos longos e pretos, vê-las por traz, o comovia e o apaixonava.Queria tocar aquele corpo, tocar naqueles cabelos, se revoltava por saber que não iria conseguir, já procurou até mesmo em algumas mulheres de programas, mas era impossível compará-las.Essa revolta o corroía, tinha Patrícia a qualquer hora, a qualquer momento.Pelas fotos podia observar a beleza de seu corpo perfeito, de uma mulher que se preocupava com a beleza.Ele a comparava com Thereza Collor.
Não tinha vontade de voltar pra casa, se pudesse desviaria seu caminho e iria para uma estrada sem fim, mas sabia que tinha dois filhos para criar, seu ódio por Pavina era grande, depois de tudo que aconteceu, não era para ele estar mais alí.As marcas foram grandes, revoltantes, e para largar tudo era impossível, para vender seria demorado.Recebeu Rosângela e seu filho em sua casa naquele momento, num sábado, ela imediatamente percebeu que Miguel não estava bem, não disse nada.Ele caminhou até a cozinha enquanto ela e as crianças estavam na sala, Miguel ia preparar um lanche para eles, quando Rosângela aproximou-se e deu-lhe um beijo no rosto.
_O que está acontecendo?
-Nada.Respondeu Miguel, com a cabeça baixa enquanto picava uma cebola de cabeça sôbre a tabua de bater bife sem olhar pra ela.Ele continuava a fazer o lanche sem olhar pra ela, e sem tocar algum tipo de assunto.Rosângela se afastou, calada.Ele continuava a criar fantasias em seus pensamentos, e era nítido o que estava pensando.Se tornava até mesmo impossível um diálogo naquele momento.Depois de dez minutos ela volta para a cozinha e fica ao lado de Miguel sem dizer uma palavra, ou seja, ambos.Mas Miguel não se conteve em ficar com o que tinha que falar a ela dentro do seu peito.
_Você não acha que se precipitou um pouco Rosângela, ter pedido a conta do emprego?
_Acho que não, Por quê?
_Sei lá, às vezes acho que você esta com uma expectativa muito grande do nosso casamento!Disse Miguel.
_Como?Respondeu Rosângela.Não é isso que você quer?Ou seja, que nós queremos?Já conversamos sôbre isso e pra mim esta tudo certo.Você ainda tem alguma dúvida?
Miguel parecia tenso, nervoso, aos olhos de Rosângela, andava na cozinha de um lado ao outro, enquanto a salchicha e as batatas cozinhavam, para os cachorros quentes que iriam saborear.
_Olha Rosângela, eu te respeito, as vezes tenho vontade de lhe dizer alguma coisa, mas acho que acabaria te afetando, te aborrecendo.Mas tenho que te dizer, caso contrário ficarei remuendo isso dentro de mim por muito tempo.
Ela percebeu que Miguel estava nervoso, com as mãos no bolso da calça jeans, andava de um lado para outro dentro daquela cozinha de cabeça baixa.Rosângela apenas observava, e as crianças mesmo jogando video game na sala, não deixava de estranhar o que estava acontecendo com os dois na cozinha, mas sentiam certamente o aroma dos ingredientes do lanche.Deu um tempo, naquele anda, anda, olhpu para ela e disse:
_Porque comigo tem que ser assim?Porque tem que casar comigo primeiro para depois termos relação?Você não havia morado com outra pessoa durante quatro anos? No entanto você não casou, não teve que casar.Disse-lhe Miguel.
_Porque? Respondeu Rosângela, surprêsa com aquelas palavras, encostada na geladeira com uma das mãos sôbre a pia.Isso está te incomodando?Será que êsse momento aqui com suas palavras irá nos afastar Miguel?O que eu quero agora, o que estou sentindo, é que o nosso relacionamento vai tornar uma coisa segura pra mim, estarei casando e não amigando ou namorando com alguém, com homens totalmente estranhos.É diferente.Se pudesse entraria na igreja em vestido de noiva com véu e grinalda.Ela falava-lhe, enquanto ele permanecia encostado no armário de cozinha e observava que ela estava com os olhos lagrimados.
_Quero sim casar.E quero sentir com você Miguel, o que eu ainda não sentí numa primeira noite com um homem, definitivamente.Apesar de eu ter um filho com o primeiro homem que amei, e eu ter morado com outro durante quatro anos, pensando que poderia dar certo, ainda nenhum dêsses dois relacionamentos me trouxe prazer.Toda mulher sonha isso, e com você parece ser diferente, não quero e não vou me entregar a você, quero sim, na nossa primeira noite após o casamento, mesmo que espero que isso não aconteça, caso o nosso casamento não der certo.Quero sentir uma mulher, quero saber como é, porque não tive ainda essa oportunidade, e será com você.
Enquanto Miguel permanecia calado, preparando os cachorros quentes, mas pensando, pensando bem na sua exigência nas quais seriam as mulheres que namorariam ou casariam.Não aceitavam, as mulheres que transavam, transavam sempre, sem escolher parceiros certos. Era apenas uma saída de baile nos fins de semana.Amigos de Miguel, já teve grandes problemas familiar, depois de filhos estarem com cinco anos de idade.
Em uma festa na qual estava Miguel e seu amigo que casou, mas o convite a Miguel faltou-lhe, não por isso ficou aborrecido.Êsse seu amigo havia encontrado a sua esposa em uma cidade distante de Mendonça.Antes de casar, ter uma família, no qual era o sonho dele, mas estava alí apenas por estar naquela festa, apenas para marcar presença aos olhos das pessoas.Seu amigo chamou Miguel para conversar nun canto do salão de festas dizendo que tinha uma filhinha de cinco anos, mas os papeis do divorcio estava já em andamento.Miguel ficou surprêso:
_Mas já, vocês não tem ainda nem dez anos de casado e além, disso tem uma filhinha.Nós homens somos um idiota Miguel.Dizendo seu amigo. A gente pega uma mulher que faz o papel de atriz, comportada, não se entrega facilmente aos carinhos, e sempre diz que quer ser feliz com um casamento.E eu trouxa, fui casar com uma vagabunda.
_Sim e aí?Perguntou Miguel.
_Eu casei com uma puta, descobrí, coincidentemente numa festa também na cidade de São Paulo, através de uma amigo, que contou-me a estória dessa vagabunda, ela trabalhava em uma casa de massagem.O pior que ainda se engravidou, mas amamos a nossa filhinha.Ela veio de São Paulo para o interior, arrumou um trabalho, e deu uma de difícil em cima de mim.Fui obrigado a namorar com ela um ano, e duvido se dentre êsse um ano ela não saiu por aí pelas ruas de Mendonça. Vê se pode Miguel.
_É. Eu sei meu amigo, mas por isso nunca passei por tal situação, e nunca vou passar.Mas não se preocupe, caso vocês se divorciem, encontrará outra, mas cuidado para não se decepcionar.Respondeu Miguel preocupadamente.
Da cozinha Miguel Gritou:_ olha o cachorro quente saindo...! Devoraram num instante, pelo jeito deveria estar bom, pois Miguel sabia cozinhar bem.
Na cozinha sentados à mesa para seis pessoas, estavam Miguel e Rosângela, muito estranhos um ao outro, mas ainda estavam num clima suportável.
_Desculpe Rosângela, mas minha cabeça não aceita isso, eu ter que casar com uma mulher que já passou pelas mãos de outros homens.Sei que somos de carne e osso temos necessidade como seres humanos assim como tudo que respira e vive nessa nossa pobre Planeta Terra.Não me sentiria bem.Alguma coisa me disse que isso não está certo.Mastigava o lanche com agonia enquanto falava isso para Rosângela.
_O que você quer? Uma Virgem? Tudo bem, é um direito seu.Acho que você deve dêsde já, arrumar uma menina de dez anos, e cuidando dela até ela chegar aos dezoito anos, assim você poderá casar.Porque hoje em dia é difícil você encontrar uma mulher que chega aos vinte e cinco anos virgem.Respondeu Rosângela, com determinação, com bastante nervosismo.Miguel preocupou-se ante de conversar com ela, fechar a porta de acesso da sala para a cozinha, onde estavam as crianças.
_Você é egoísta.E você só teve uma mulher?Duvido. Nem por isso estou te recriminando!Diz ela furiosamente.
_Acho que não devia casar com um mulher assim.Não aceitarei.Isso me corrompe, isso mexe com a minha moral e com a minha personalidade, tenho certeza que poderá futuramente trazer-me aborrecimentos.Por exemplo, amanhã estou com você na rua, no supermercado, no shoping, o idiota que fêz amor com você vai dizer, ou pensar:_Olha lá a mulher que eu já traçei, que eu já fudí, que já foi minha um dia.Se eu ouvir isso, não sei o que faria, mas que eu ou ele, não íamos ficar bem.A minha primeira esposa era virgem e com isso eu sentia muita segurança com ela, nunca me aborreceu, apenas alguns ciúmes, quando algum vagabundo ficava olhando-a nacaminhando pela rua.Você entende, Rosângela?
_Deixe de ser bobo Miguel.Nunca ví ou ouví nenhum homem pensar nisso.Se fôsse assim muitos homens e mulheres não casariam, isso é egoísmo, isso é tolice.Disse ela.
_AH é? Faça uma pesquisa, e depois me diga. A maioria de separações de casais depois do casamento, é que, com o tempo o homem, vai desgastando, vai se lembrando do passado dela, o que será que ela já fêz na cama, talvez até um menage a trois.Disse Miguel.Tudo bem Rosângela, vamos dar tempo ao tempo.Se a data for definida pela Igreja a gente prorroga, isso pode dar-me um tempo para pensar, analisar.
_Você não esta bem Miguel, você está depressivo.Vou me embora, em outra oportunidade, conversaremos.
As crianças comeram os lanches, gostaram, disputavam seus jogos no video game.
Ela deu-lhe um beijo no rosto e se despediram.Ele não fêz força para mantê-la alí por mais tempo em sua casa, para fazer-lhe companhia, deixou que ela se fôsse, e ficou chorando no sentimento de solidão.Após as crianças tomarem banho e ir deitar, fechou as portas dos quartos e ligou para Inácia, explicando-lhe que estava tudo acabado, e que o relacionamento entre os dois era impossível.Ela não aceitava, sem explicação, sem nenhuma hipótese.Para acalmá-la, não deixar que pelo fato dela ser rica e querer mandar nos outros, com atitudes de coronelismo, para deixá-la consciente de que ele havia razão, disse-lhe-a, o que seu sobrinho que o safado é advogado e juiz aposentado,havia feito a sua irmã.Àquele maldito, havia estrupado uma de suas irmãs quando ela estava com quinze anos.Inácia para intimidá-lo, disse-lhe que pegaria um avião e iria para outro país, moraria lá por algum tempo com seu neto, onde estava estudando medicina, para tentar esquecê-lo.Ele agradeçeu-lhe-a e desligou o telefone.Parecia naquele momento que estava saindo de um sufôco a menos, menos um proplema a ele.Rosângela visitava Miguel, amava-o fervorosamente, apoiou em dar-lhe condições de manter uma vida sem problemas, dando grande força na loja, havia trabalho e tinha condições de cuidar das contas a pagar e receber.Não deixou de acreditar em Deus,foi Néle que ele encontrou a sua salvação, pode repartir um pouco que ganha com os necessitados, doando algum tipo de benefício.Rosângela cuidaria disso,fazia parte da comunidade da igreja, e tinha mais facilidade em saber quem precisava mais.
Miguel vivia com suas fantasias, seus pensamentos, ora otimistas, ora pessimistas, vivia no seu mundo.Disse a Rosângela, para dar um tempo, não queria no momento casar com ninguém.Ela ficou surprêsa com aquela com aquelas palavras, e não o procurou mais.Ele casar sim, mas não com Rosângela, para dar um tempo, não queria no momento não casar com ninguém.Ela ficou chocada com as palavras dele, e não o procurou mais.Ele queria casar mas com uma morena, como era Patrícia, ele queria era uma morena clara, dos cabelos longos, uma mulher bonita e com o perfil de Patrícia, uma mulher que ele poderia amar e não ser amado.Ele queria uma morena como foi a sua, que não havia passado nas mãos de vários homens, queria uma mulher como foi a sua, que houve apenas ele como namorado e marido.Sabia que não iria encontrar, estava enlouquecido, estava como se fôsse uma bomba, seu estopim estava dentro de sí,não sabia e não tinha com quem conversar, aborrecia-se com seu contador, havia passado a ele todos os problemas que havia com as dívidas da loja, e Miguel não recebeu nenhum apoio ou conselho por parte da sua contabilidade.Àquilo lhe cansava, tinha que de algum modo contornar aquela situação.Pensava muito nas crianças, mas sabia, que Graças a Deus, elas estavam sendo alimentadas, estudando e tinha onde e com amiguinhos confiantes para brincar.Mas sua rotina o cansava, tinha que de algum modo contornar àquela situação.Passou numa banca de revistas e procurou saber se havia algum tipo de revista onde pessoas procuravam pessoas para compromisso sério, ou apenas para se corresponderem.O banqueiro informou-lhe da mini revista.Lá, encontrou várias garotas, mulheres, homens, rapazes, que queriam se corresponder.Enviou dezesseis cartas, imediatamente, recebeu apenas uma agradecendo-lhe, mas a pessoa já estava casada.
Miguel sempre escrevia as cartas sôbre a mesa da cozinha, quando as crianças estavam dormindo,ou na sua loja, enquanto não aparecia fregueses.Na segunda revista, mensal, achou mais de cincoenta anúncios, estava tão eufórico, como um noivo antes do casamento.Mandou vinte e sete cartas.Recebeu algumas, duas ele não queria esperar, queria conhecer as pessoas pessoalmente, e, já, no próximo domingo a tarde, pegou sua moto, saiu de Pavina, e foi até Porto Feliz, uma cidade mais ou menos cem kilômetros de Pavina.Viagem perdida.Não encontrou a pessoa na qual havia correspondido, a morena clara de um metro e setenta e cinco, trinta e oito anos, solteira,não estava, esperou mais de duas horas e a casa permanecia fechada.Aborreceu-se.Uma longa viagem pra nada.Não tinha como deixar a carta, não havia uma caixinha para coleta de cartas dos correios.Dalí seguiu viagem até Atibaia, mais ou menos cento e cincoenta quilômetros de Pavina.Esquecendo de parar em Itú, lá havia uma divorciada com dois filhos moços.Em Atibaia, aguardou a garota tomar banho enquanto esperava lá fora, Miguel estava sentado na calçada, de calça Jeans, camiseta brança, a sua blusa de couro no qual gostava, e já usada há mais de cinco anos fazia vergonha quem a visse usando.De repente Regina, muito desinibida, pele clara, cabelos longos compridos, mas não tinha interesse de casar imediatamente, apesar de ter recebido quarenta e sete cartas com aquela que Miguel acabara de lhe entregar.Suas viagens foram em vão.Mas não desanimou, tinha planejado que no dia sete de setembro, após fechar a loja às doze horas, iria até Santo Antonio da Posse, conhecer uma garota.Mas queria ir também rapidamente,caso não desse certo iria até Limeira, onde estariam acampado uma equipe dos sem terra, lá tinha esperança de encontrar uma mulher, que tivesse vontade de sair daquela vida "cigana", uma mulher que poderia amá-lo, comendo arroz com feijão.Talvez seria uma comunidade alí instalada comandada por um líder.Que já havia ter sido prêso, pela luta dos sem terras no Brasil.Miguel achava estranho, muitos líderes no Brasil levantam a bandeira e depois deixam-na cair. Êsse lider parece que sumiu, ou será que sua luta foi em vão? Sua luta não era como a do Chico Mendes, que morreu defendo a Amazônia? Quantos posseiros perderam suas terras roubadas por fazendeiros como Darlí Alves, e os outros safados que mandavam matar os pequenos agricultores para ficarem em suas terras, ou seja a piãozadas faziam o serviço arrebentavam a cerca e os fazendeiros mandavam os peões soltarem o gado em terras roubadas.O Pior é que muitos políticos sabem disso e não fazem nada, porque a Corrupção emana, ela é forte, os grandes frigoríficos e fazendeiros "compram" políticos.Miguel chegou com sua moto alí no município de Limeira, entrou, estacionou sua moto. Achou muito simples àquela vida que as famílias alí levavam. Suas casas eram feitas de lona preta e de estacas.Mas para Miguel viver alí com eles já seria o melhor. De repente apareceu um rapaz de aproximadamente trinta anos com um facão na mão.
_Boa tarde!Disse Miguel.
_Boa tarde.Respondeu o rapaz, com o semblante de que não parecia ser uma pessoa necessitada, bondosa, precisando de ajuda, e sim, parecia marginal.
_Quem é o chefe aqui?Perguntou Miguel, para poder ver a possibilidade dele poder conviver com eles, porque Miguel achava que não daria mais conta de tratar de seus filhos.
_Aqui não é nenhuma tribo não cara, aqui não tem chefe.Respondeu o rapaz, com um cigarro na boca.
_OK.Tudo bem, obrigado.Disse Miguel, montando em sua moto para ir embora.
_O que você quer? o que você veio fazer aqui? Indo com o facao em direção a Miguel.
_Nada moço, não se preocupe que eu não sou nenhum fiscal oficial, eu sou como vocês, eu tô pobre, e achei que poderia morar aqui tambem.Falando Miguel, dando partida em sua moto e dando fora dalí.Teve mêdo de até ser assassinado, não conhecia ninguém daquelas cabanas.
Arrancou com sua moto, o mais rápido possível, assim que andou cem metros pela estrada de terra barrenta, após virar uma curva à direita, tinha mais de dez crianças com pedras e paus na mão e começaram a atirar nele.Não imaginava que eles seriam assim.Até concordava pelas atitudes deles, porque no governo de FHC, não houve muita preocupação com êsse povo necessitado, com os pobres, com os sem tetos, com os micros-empresários, com o povo, o povão, àquele que anda de trem e de ônibus lotados, que pagam seus impostos.Miguel se achava inferiorizado, o acúmulo de suas dívidas, o deixava incopetente até mesmo para arrumar uma companhia.No entanto queria uma mulher simples, que juntos pudessem melhorar de vida.O tempo ia passando, e a solidão aumentava.
Estava há mais de noventa dias sem tocar em uma mulher, olhava no espelho e não acreditava no que estava acontecendo, nem com um preso acontecia o que estava acontecendo com ele.Não saía de casa, nos fins de semana enquanto as crianças ficavam com a vó Maria, voltava para casa tomava uma latinha de cerveja ou as vezes mais, ligava a televisão, deitava sôbre o piso da sala, chamava o thander e pedia para ele deitar,vinha mansamente deitava com a cabeça sôbre o peito de Miguel enquanto o acariciava, às vezes amanhecia alí mesmo os dois, o dono e o cão.Também, tinha mesmo é que dormir, não podia ver um casal na televisão se abraçando ou beijando-se, que era motivo para o desgôsto cair sôbre ele.